Aprenda a interatuar com gente falsa e
dissimulada sem perder a razão e a postura respeitosa.
A
amizade é o sentimento mais belo que existe, pois através dela é possível
escrever histórias que ficarão marcadas para o resto de nossas vidas. Não
duvide: nada é mais gratificante e motivador do que ter uma pessoa em que
podemos confiar para dividir as nossas decepções, contar os nossos segredos, e
manifestar os nossos íntimos desejos. Com o passar do tempo, essa criatura
acaba se tornando mais do que uma irmã para nós, visto que geramos um grau de
afinidade tão grande que passamos a morar dentro dessa alma, fazendo com que
tenhamos um inigualável tesouro que o dinheiro nunca pôde e nunca poderá
comprar.
Evidentemente,
somos seres absolutamente dependentes dos nossos semelhantes: precisamos
compartilhar coisas, praticar a generosidade e a abnegação, sermos auxiliados
em momentos obscuros, dar e receber carinho, confrontar ideias para recebermos
críticas e elogios, ensinar e receber de volta conhecimento, enfim necessitamos
de interação.
Em razão dessa óbvia e estarrecedora conclusão, o brilhante
escritor Vinicius de Moraes acertadamente disse: “Eu poderia suportar, embora
não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se
morressem todos os meus amigos.”
O
estupendo pensador nos dá uma base sólida para interpretarmos o tamanho e a
representatividade de um amigo na vida de um reles ser humano. Note como as
pessoas solitárias são infelizes, melancólicas, vazias e sem esperança,
porquanto vivem cercadas de si mesmas e não se abrem para o mundo.
São
entidades apáticas, orgulhosas, vaidosas, apatetadas e vastamente alienadas,
dado que fogem das conexões sociais por medo de mostrarem suas verdadeiras
faces e imperfeições. Em outras palavras, esses indivíduos vivem se escondendo
por não acreditarem nas próprias ideias e por serem tímidos e demasiadamente
inseguros, nadando em um oceano completamente desabitado e sofrendo por
surfarem em um mar onde só existem miragens e ilusões.
Estamos
sob a lei da justiça universal e colhemos exatamente aquilo que plantamos, de
sorte que quanto mais bondade praticarmos mais felizes e completos seremos.
Você desconfia dessa inquestionável reflexão? Então faça uma análise em sua
cidade e repare o comportamento das pessoas mais bem sucedidas: note calmamente
e você perceberá que elas possuem uma característica em comum, a saber: a
socialização.
E não poderia ser diferente porque quanto mais amamos os nossos
semelhantes, mais inteligente nos tornamos, pois passamos a vencer os nossos
egos inflados e as nossas naturezas autossabotadoras.
Um
homem só passa a ser sábio e poderoso a partir do momento em que decide viver
para os outros e não para si mesmo. Servindo o próximo, encontramos as sagradas
respostas da vida, gerando um mapa transcendental que nos entrega o caminho da
paz, da certeza e da felicidade.
Não duvides, aquele que aceitou ser lapidado
pela sua comunidade herdou instintivamente as chaves do paraíso e tem força e
autonomia para concretizar qualquer desejo, mesmo os mais utópicos e
impensáveis do planeta.
Pense
comigo: quem é vencedor senão aquele que passeia pelas florestas da empatia,
invadindo o coração dos outros com o intuito de cicatriza-lo e regenerá-lo.
Ora, essa foi a qualidade mais elevada de Jesus Cristo - o maior de todos -,
porque ele acreditava que a honra máxima estava em satisfazer as necessidades
alheias, procurando dar as pessoas apoio, conforto, segurança e amor.
Entenda a mente de um falsário
e suas perniciosas e endiabradas intenções
Uma
pessoa manipuladora age pelos seus interesses, nunca pelos seus ideais. Isso
acontece porque ela não existe para praticar a verdade, a justiça e a honra,
mas sim para herdar prosperidade (bens materiais), vantagem (atalhos ilegais e
antiéticos) e privilégio (mordaças e blindagens ilícitas).
Em outros termos,
ela quer passar na frente dos outros a todo custo e usa as outras pessoas para
concretizar esse objetivo, de sorte que não possui nenhum amigo, mas tão
somente criaturas nas quais ela usa para crescer e se desenvolver.
Essa
entidade se especializou na arte da encenação e se comporta de maneira
estratégica e planejada. Em razão dessa apurada e hiper-teatralizada técnica,
poucas pessoas percebem suas verdadeiras intenções. De uma forma mais
transparente, essas criaturas possuem uma imagem exterior extremamente bem
trabalhada, de forma que transmitem uma marca tremendamente assertiva, positiva
e agradável aos olhos dos outros (esse é o grande diferencial que as permite
ludibriar com total maestria e coordenação).
Normalmente,
esses atores da escuridão seduzem as suas vítimas estudando seus pontos fracos,
isto é, após descobrirem o que satisfaz a outra parte, eles investem pesado
nessa vertente até ganharem a confiança dos referidos alvos. Quanto a isso, não
se engane: elas se dedicam durante dias, meses e até anos na busca dessas
informações para montarem suas operações táticas com o intuito de ceifar essas
ingênuas e lerdaças vítimas.
Após
conquistarem integralmente a credibilidade de suas presas, elas passam a pôr em
prática os seus maquiados intentos: pode ser um cargo em uma grande empresa,
uma posição maior em um grupo comunitário, o uso de um objeto valioso (como um
carro, um iate, um apartamento, etc...), a vingança por algo que ocorreu no
passado, a busca de um relacionamento amoroso, a participação em um clube
restrito (privado), o desejo de roubar dados e informações, a ideia fétida de
sugar os pontos fortes do amigo e absorvê-los, em síntese, muitas são as
vontades desses seres de alma envenenada, que existem para a maldade e para as
pífias embromações do engano.
Usando letras heterogêneas para explicar a mesma
coisa, esses lendários hereges do Sheol não se aproximam de ninguém por gostar,
apreciar, admirar e estimar, muito pelo contrário, eles não ostentam esse tipo
de sentimento, porquanto amam COISAS e não PESSOAS.
Em
linhas gerais, esses ventríloquos envolvem suas marionetes em um círculo de
pequenas e imperceptíveis armadilhas, fazendo as mesmas realizarem aquilo que
eles mais querem sem se darem conta do ocorrido. Fatalmente, esses bonequinhos
descerebrados são tomados por uma cegueira mórbida onde não podem enxergar as
coisas como elas realmente são.
Curiosamente, esses indivíduos atacados possuem
um padrão singular: geralmente são seres carentes, covardes, tímidos,
caridosos, servidores, com baixa estima e pouca capacidade intelectual,
porquanto esse perverso caçador só pode dar o seu bote se a sua presa deixar
(ele não é autossuficiente), ou seja, o que alimenta as manobras dessa raposa é
o poder que ela recebe de suas inseguras e néscias vítimas.
E
as coisas pioram ainda mais quando esses indivíduos usam outras pessoas
(parceiros) para fortalecerem suas forças, conspirando em grupo para
materializarem seus objetivos com mais rapidez e agilidade. Receba o insight
dos deuses: o seu ninho social está cheio dessas pessoas, o que faz com que a
sua rede de contatos seja um tanto quanto perigosa e confrontadora.
Desgraçadamente, esses sujeitos não têm caráter: são mentirosos, cascateiros,
bravateiros, demagógicos, ladrões, cínicos, debochados, injustos, marqueteiros,
ardilosos, soberbos, perversos, masoquistas, traidores, estupradores
intelectuais, maquiavélicos sociais, demônios espirituais e sanguessugas
morais. Eles não valem absolutamente nada: vivem tão somente para destruir
vidas e satisfazerem seus sonhos tipicamente egoístas, torpes e mesquinhos.
Por
isso, o convívio social é tão difícil: porque estamos rodeados de mentes
poluídas. Por consequência, é fundamental trabalharmos a nossa capacidade de
ler os outros, de forma a interpretarmos e reconhecermos esses bandidos
sociais. Com um pouco de treinamento e uma postura atenta é possível perceber
algumas atitudes típicas (e tendenciosas) dessas malignas criaturas.
O
importante é não cair no sono profundo da morte: moldando escudos para absorver
essas flechadas e rapidamente expirá-las.
Como destronar esses tiranos da
maquinação
Como
conseguimos ver ao longo de tantas linhas, o manipulador só herda seu trono se
a outra parte permitir. O problema é que muita gente abastece esse castelo de
horrores, construindo pilares e montanhas que no futuro ironicamente as
enterrarão.
Uma
outra característica que notamos ainda, foi a mudança de personalidade desse
sujeito: que troca de personagem de acordo com a peça em que irá atuar. Isso é
interessante porque nos mostra que essa criatura possui muitas máscaras e não
detém uma conduta coerente e coesa (ela é ambígua por excelência e incógnita
por natureza).
Vimos
também que esse devorador vive para sugar a autonomia, o respeito e a dignidade
humana, buscando pressionar seus alvos por meio do aumento de suas fraquezas
(culpa, medo, insegurança). Em proporções maiores, eles praticamente dominam
toda a consciência alheia, como se fossem donos de certas almas.
Percebemos
anexadamente que esses sujeitos são tão treinados que uma pessoa comum não é
capaz de detectá-los, pois eles são completamente invisíveis aos olhos banais.
E como se não bastasse essa endiabrada e proeminente qualidade, eles também
agem em bando de vez em quando, fortalecendo suas perniciosas ações por meio
dessa macabra e persuasiva união.
Até
importa que existam pessoas assim para que os indivíduos íntegros se
manifestem, trazendo a luz de seus cosmos para detonar de vez essas ominosas
escuridões. Em outros termos, devemos enxergar essa embromação como uma
oportunidade de realizar o bem, provando que a verdade é infinitamente superior
a qualquer tipo de ilusão.
Conhecendo
a mente e o coração dos cavaleiros do apocalipse, decidi separar algumas
atitudes que o ajudarão a se manter livre do domínio desses principados da
teatralização, de sorte a quebrar essas nefastas correntes antes que elas
possam perversamente abraça-lo, confira:
·
Procure
se afastar e ignorar essas pessoas – indiferença plena -;
·
Aprenda a
ser autêntico e a dizer NÃO sempre que seu coração mandar;
·
Nunca
ceda a chantagens emocionais e corte esse fétido mal pela raiz;
·
Seja
lúcido e coerente e não permita que esses forjadores da realidade (atores)
destorçam os fatos e lucrem sordidamente com isso;
·
Seja
firme e não deixe que sentimentos destrutivos como a culpa, o arrependimento e
o pessimismo o façam barganhar suas convicções e valores;
·
Não
recue, titubeie ou se fragilize quando for confrontado: olhe nos olhos do
dragão e mostre que ele terá muito trabalho para incendiá-lo;
·
Inverta
os papéis e ponha o caçador em evidência: puxe os holofotes e atire-os na cara
dele, você verá que ele se incomoda em provar do próprio veneno e perde
rapidamente sua “inabalável” autoconfiança;
·
Saiba
impor limites e jamais queira abraçar todas as “causas”;
·
Aprenda a
respeitar suas próprias volições e não negocie seus insights e certezas com
ninguém;
·
Fortaleça
seu feeling e não deixe que as variáveis externas tenham poder de oprimi-lo;
·
Aprenda a
verificar esses comportamentos adulterados: seus padrões e regras.
Posteriormente, aja com equilíbrio e sensatez: não aceite favores de qualquer
um, mantenha sua mente focada somente em coisas positivas, seja corajoso
(firme) e, principalmente, não jogue o jogo dessas raposas;
·
Seja um
intenso questionador: desconfie de tudo. E mais: tenha muito cuidado com
pessoas gentis e acessíveis, dado que muitas delas são fantasmas da maquinação
e suas bolsas vivem recheadas de astutas artimanhas;
·
Não
queira estabelecer vínculos com pessoas antidemocráticas e tipicamente
tirânicas (donas da verdade);
·
Seja
transparente e exija que a outra parte também seja, evitando condutas
indecifráveis e pontualmente embaçadas.
Para
todos os efeitos, o mais interessante é ser seletivo, isto é, não sair fazendo
amizade com qualquer um, pois os companheiros que visitam as suas moradas podem
lhe causar danos irreversíveis e piamente catastróficos. Aprenda: os
verdadeiros amigos devem gostar de você simplesmente pelo que você é (amor) e
não por aquilo que você pode lhes oferecer (objetos).
Em razão disso, Confúcio
sabiamente disse: “Para conhecermos os amigos é necessário passar pelo sucesso e
pela desgraça. No sucesso, verificamos a quantidade e, na desgraça, a
qualidade".
Pense
nisso e se cerque de gente do bem para que o seu quintal seja visitado tanto em
dias ensolarados quanto em dias obscuros. Só assim, você terá a lídima certeza
de que a alegria estampada nos rostos alheios será sempre sincera, pura e leal,
tal qual às folhas esverdeadas que caem em seu lúdico jardim.
Pablo de Paula Bravin.
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