Para cientistas, a
chance de existir células de câncer que se transferem de um corpo ao outro não
é tão remota
Em experimentos de laboratório, células cancerígenas foram transferidas
por mosquito de um hamster ao outro.
Embora não haja nenhum sinal de uma ameaça iminente, diversos
estudos recentes sugerem que o eventual aparecimento de um câncer humano
contagioso está dentro do campo das possibilidades médicas.
Diferentemente de doenças, como o câncer cervical, que é desencadeado
pela propagação de vírus, os cientistas se referem a células cancerígenas que
se deslocariam de uma pessoa a outra e se propagariam neste novo
organismo.
Esse tipo de transmissão tem ocorrido apenas em circunstâncias não
usuais. Um dos casos foi de uma técnica laboratorial de 19 anos que se picou
com uma seringa com células cancerígenas e desenvolveu um tumor na mão.
Outro caso foi de um cirurgião
que adquiriu câncer de um paciente após ter se cortado acidentalmente durante a
operação. Ainda há casos de células malignas sendo transferidas de uma pessoa
para a outra através de transplante de órgãos ou através do feto.
Em todos os casos, o tumor maligno não se desenvolveu tanto. Os únicos
casos de câncer que continuaram a se transferir de corpo a corpo, desviando do
sistema imunológico, foram encontrados em outros animais não-humanos. Em
experimentos de laboratório, por exemplo, células cancerígenas foram
transferidas por mosquito de um hamster ao outro.
Até agora, três espécies com câncer contagioso foram descobertas na
natureza: cachorros, diabos da Tasmânia e siris.
Apesar de existirem poucos exemplos de transmissão, cientistas alertam
para a possibilidade destes casos ocorrerem de modo parecido em outros animais
não-humanos.
Em teoria, os animais são mais
vulneráveis que os seres humanos, já que são menos diversificados
geneticamente. No entanto, cientistas afirmam que a possibilidade da existência
de um câncer contagioso não é tão remota e que “merece uma investigação
mais aprofundada do risco de que essas doenças possam chegar aos humanos”.
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