Áreas cerebrais são
inibidas e outras ativadas, enquanto neurotransmissores passam mensagens para
que a felicidade aconteça. Entenda o que acontece quando estamos felizes.
“Quando a
gente está sonhando, as áreas cerebrais no córtex pré-frontal que passam o dia
todo lhe freando, impondo limites e regras sociais, deixam de agir, e recebem
menos fluxo sanguíneo. O fluxo fica mais concentrado no sistema límbico,
responsável pelas emoções. Por isso que você sonha fazendo coisas que você não
faria normalmente. O Carnaval são quatro dias de sonho”. É com essa metáfora
que o psiquiatra e professor do Departamento de Farmacologia da Universidade
Federal do Ceará (UFC), David Lucena, começa a explicar os mecanismos que se
sucedem no cérebro quando estamos tomados pela alegria do Carnaval.
Esse
processo influencia a ideia de liberdade, de se sentir aberto a possibilidades
não tão comuns no dia a dia e, também, um dos motivos pelos quais as pessoas se
fantasiam. Na prática, é o que o biólogo Thieres Pinto, 33, apaixonado assumido
pelo Carnaval, diz sentir no período. “É uma sensação de liberdade. De que é
tudo mais permitido. Fui vestido de lutador de luta livre para uma padaria de
manhã e as crianças adoraram, vieram brincar. Em outro dia, não me deixariam
entrar daquele jeito, mas no Carnaval pode. A Cidade inteira fica mais leve”,
comenta.
A inibição
da parte cerebral mais racional e a ativação de áreas responsáveis pela emoção
e pelo humor se dão quando o corpo, ainda na ansiedade pelo Carnaval, começa a
produzir e transmitir neurotransmissores. De acordo com a neurofisiologista
Geanne Matos, os principais são a dopamina, a serotonina, a endorfina, a
adrenalina e a noradrenalina. Elas agem em conjunto e estimulam principalmente
o sistema límbico que, por ter muitos receptores, reconhece as sensações e as
repassa ao córtex frontal, que compreende e faz o corpo agir.
Cada uma
dessas substâncias provoca uma reação no organismo e é responsável pelo estado
de euforia, próprio do Carnaval. “É devido à endorfina, por exemplo, que você
aguenta a maratona de quaro dias de festa e só sente o cansaço no final. E é a
dopamina que ativa suas lembranças, cria novas e lhe motiva a viver a
experiência”, aponta Geanne, explicando o papel da dopamina, conhecida como
neurotransmissor da alegria justamente por ser a ponte entre a região cerebral
onde as emoções são recebidas e o local onde elas são decodificadas.
Alegria coletiva
Das coisas que o biólogo Thieres concorda com a advogada Bárbara Lia Melo, 31, em relação ao Carnaval é a máxima de que não é possível fazer folia sozinho. “É uma alegria estar ali com os amigos, criando laços e compartilhado aquele momento”, diz Bárbara. E o biólogo dialoga: “Carnaval é uma felicidade coletiva. É preciso interagir com as pessoas, tirar onda, brincar. É uma alegria muito compartilhada”. Para a professora Geanne, esse é o princípio da “alegria contagiosa”. “Quando vemos fotos de pessoas sorrindo, é passada a mensagem pela noradrenalina para o córtex frontal esquerdo de que podemos ficar felizes também”, explica.
Alegria coletiva
Das coisas que o biólogo Thieres concorda com a advogada Bárbara Lia Melo, 31, em relação ao Carnaval é a máxima de que não é possível fazer folia sozinho. “É uma alegria estar ali com os amigos, criando laços e compartilhado aquele momento”, diz Bárbara. E o biólogo dialoga: “Carnaval é uma felicidade coletiva. É preciso interagir com as pessoas, tirar onda, brincar. É uma alegria muito compartilhada”. Para a professora Geanne, esse é o princípio da “alegria contagiosa”. “Quando vemos fotos de pessoas sorrindo, é passada a mensagem pela noradrenalina para o córtex frontal esquerdo de que podemos ficar felizes também”, explica.
Já David
explica a felicidade de estar junto aos amigos, tão presente no Carnaval,
citando uma pesquisa, intitulada Estudo do Desenvolvimento Adulto, de
pesquisadores americanos da Universidade de Harvard. “Eles acompanharam um
grupo de mais de 700 pessoas por 75 anos e faziam escalas para medir a
qualidade de vida. Eles identificaram que o principal fator — antes mesmo do
trabalho, do dinheiro ou do sucesso — que os fazia felizes e saudáveis era as
genuínas relações interpessoais”, conta.
Quando chega a ingrata Quarta-feira
de Cinzas acaba o “sonho”. O pré-frontal volta a regular o comportamento. E, se
as experiências foram boas e os momento felizes, a dopamina age gravando os
quatro dias no hipocampo. Para reviver tudo outra vez quando fevereiro chegar e
a saudade não matar mais a gente.
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