domingo, 31 de janeiro de 2016

Mas Deus não quis…


Estamos interligados uns aos outros

Rebenval tinha o hábito de relacionar os defeitos alheios, mas nunca se lembrava das suas próprias mazelas.
Era negligente e na empresa onde trabalhava, era sempre chamado à responsabilidade, pelo seu chefe.
Um dia discutiu com o presidente da firma e, depois de muito humilhá-lo, pediu as contas.
Ao despedir-se do patrão, aproveitou o ensejo para lhe dizer “poucas e boas”, tentando culpá-lo pelas próprias deficiências, assim como fazem os pusilânimes:
– Agora que não sou mais seu empregado, dr. Paulo Silveira, quero dizer-lhe que nunca me simpatizei com o senhor, pois o considero um hipócrita e desavergonhado e, se Deus quiser, nunca mais quero vê-lo.
– Mas Deus não quer… Murmurou, consigo mesmo, o dr. Silveira, homem bom, simples e humilde, que nada respondeu, diante dos insultos recebidos.
Algum tempo depois, Rebenval começou a trabalhar noutra firma.
Lá estava, no escritório, conversando animadamente com os colegas de repartição, quando a porta se abre e entra o dr. Paulo Silveira.
Todos o cumprimentaram com muita alegria e profundo respeito.
Ao ver Rebenval ali, o recém-chegado exclamou:
– Olá, Rebenval, é um prazer vê-lo aqui.
– Sinto não poder dizer o mesmo. Respondeu aborrecido e empavonado, e acrescentou: saí da sua firma, doutor, com o propósito de nunca mais vê-lo.
– Isto, no entanto, não será possível, meu caro.
– E por que não?
– É que esta firma que no momento o acolhe como funcionário…
– O que tem ela?
– Também é minha.
O rebelde funcionário, inspirado pelas pessoais deficiências e inferioridades, dissera, antes, que nunca mais queria ver o antigo patrão, “se Deus quisesse”; parece, entretanto, que Deus não quis.
Jamais podemos dizer essas coisas. Muito menos em nome de Deus, pois o Grande Pai nunca endossa a leviandade e nem concorda com a desunião.
Cada novo dia, uma nova lição.
Estamos interligados uns aos outros, amigo! Jamais afirmar, portanto: “Nunca mais quero te ver!” Às vezes as intenções de Deus não são essas…
Nunca dizer: “Desta água não bebo!” Pode ser que não exista outra fonte d’água pelas imediações.
Procuremos viver em paz uns com os outros. Não tem outro recurso mesmo: cedo ou tarde estaremos cruzando com os nossos desafetos. Em muitas circunstâncias, até, passamos a precisar deles.
É bem melhor então evitar contendas e viver em paz com todos.
Reconciliemos, por isso mesmo, com todos os nossos adversários, enquanto estamos caminhando com eles, enquanto contamos com a luz da existência, na terra.
Se um dia nos aportarmos à Espiritualidade carregando rancor na alma, bem infeliz, será a nossa condição: só auferiremos Paz e Felicidade quando houvermos extirpado todas as imperfeições que ensombram nosso espírito.
Ore pelos que não gostam de você e procure de sua parte, substituir o rancor pela amizade, sempre que estiver malquerendo alguém.
Estamos na Escola da Vida para isso mesmo.
Seja um bom aluno.
Porque o Mestre não deixa nada a desejar…
“A cada um é dado segundo a sua capacidade… E necessidade.”
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