A escolha de profissionais competentes e
que priorizem a sustentabilidade nos projetos
Importante setor para o desenvolvimento do
País, a indústria da construção é também uma das principais interventoras e
modificadoras da dinâmica do meio ambiente.
A ocorrência de acidentes ambientais de
grande magnitude, sejam naturais ou provocados por intervenções humanas, comove
a opinião pública e acende os questionamentos relacionados aos controles e a
prevenção desses episódios nas obras civis e suas áreas de influência. O setor
da construção tem, nos últimos anos, adotado de forma crescente, a implantação
de boas práticas nos seus processos construtivos.
A
construção racionalizada, o reuso da água nos canteiros de obra, o
gerenciamento e a reciclagem dos resíduos da construção civil, o uso de energia
não convencional e a opção por materiais de menor impacto têm permeado boa
parte dos novos empreendimentos.
Na construção civil, para o pós-obra, a
escolha de tecnologias sustentáveis não está ligada somente ao consumo dos
recursos naturais. Atualmente, já é comum pensar no conforto dos ambientes,
aproveitamento adequado dos espaços e das áreas verdes, adequação da
pavimentação, utilização de cores e materiais que favorecem o conforto térmico,
disseminação entre os moradores e visitantes da coleta seletiva, tratamento dos
efluentes e seu reaproveitamento adequado.
Todavia, essas diretrizes devem ser
agregadas já na concepção dos projetos. Em um primeiro momento há um pequeno
aumento de custo que não é importante no valor final da obra: os custos variam
entre 2% e 3% no valor final do imóvel, custo este totalmente recomposto ao
longo da vida útil do empreendimento. No entanto, os custos agregados à
adaptação podem inviabilizar a adequação dos empreendimentos.
A escolha de profissionais competentes e que
priorizem a sustentabilidade nos projetos é fundamental. Além de atender as
legislações cabíveis, as normas da ABNT e as orientações técnicas dos órgãos
fiscalizadores para cada tipologia de edificação, é imprescindível conhecer as
particularidades geológicas, bióticas e sociais da área de instalação e
adequar, de forma eficiente, as novas construções às características locais.
A internalização de práticas de gestão
ambiental pela alta direção das empresas contribui para o maior comprometimento,
o melhor gerenciamento dos aspectos do meio ambiente e a minimização dos
impactos. As avaliações detalhadas dos riscos, já inclusas em algumas
certificações comuns no setor, e a proposição de ações preventivas e corretivas
eficientes têm colaborado para a diminuição dos danos e acidentes relacionados
à construção civil.
Técnicas de monitoramento efetivo, com
avaliações periódicas e a adoção de procedimentos e atitudes sustentáveis,
tornam-se, cada vez mais, elementos fundamentais no acompanhamento das
diferentes variáveis do ambiente natural ou já modificado. Isso fortalece a
capacidade técnica e operacional da empresa e possibilita o estabelecimento de
indicadores de qualidade ambiental que subsidiam a tomada de decisão pelos
executivos, além de promover a implementação de ações de forma continuada.
É importante aculturar todos para que esse
esforço e disposição de contribuir com a preservação do meio ambiente seja
valorizado. O setor está investindo em Inovação Tecnológica e Sustentabilidade,
mas ainda é necessário que o nosso comprador (cliente) entenda os benefícios de
longo prazo de uma construção sustentável, inclusive em relação à economia
gerada ao longo do tempo. A mudança de postura dos empresários (na realização
dos projetos) é fundamental, assim como a dos nossos clientes.
Muito se avançou na indústria da construção
em relação à busca pelo desenvolvimento econômico com responsabilidade. Hoje,
já se destacam diversas construtoras onde está enraizada a demanda e o consumo
consciente dos recursos ambientais, bem como a relação benéfica com seus
stakeholders, em especial, com a comunidade circunvizinha.
A
cadeia de fornecedores vem se adaptando e buscando por melhorias e modificações
nos seus produtos e serviços, de forma a atender satisfatoriamente as novas
demandas do mercado, sendo essas normativas ou não.
Ainda há o que avançar, mas esta mudança de
comportamento reflete as pressões dos consumidores e dos órgãos legisladores,
bem como a compreensão do setor que a opção por práticas sustentáveis traz
ganhos futuros para todas as partes envolvidas: construtoras, fornecedores,
consumidores e meio ambiente.
Isso vem traduzindo o amadurecimento da cadeia da
indústria da construção e a tomada de consciência sobre a sua responsabilidade
ambiental. Incorporando-se boas práticas no cuidado com o meio ambiente
caminhamos para atingir o equilíbrio necessário nos aspectos ecológico, social
e econômico.
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