Estamos interligados uns aos
outros
Rebenval tinha o hábito de
relacionar os defeitos alheios, mas nunca se lembrava das suas próprias
mazelas.
Era negligente e na empresa onde
trabalhava, era sempre chamado à responsabilidade, pelo seu chefe.
Um dia discutiu com o presidente da
firma e, depois de muito humilhá-lo, pediu as contas.
Ao despedir-se do patrão, aproveitou
o ensejo para lhe dizer “poucas e boas”, tentando culpá-lo pelas próprias
deficiências, assim como fazem os pusilânimes:
– Agora que não sou mais seu
empregado, dr. Paulo Silveira, quero dizer-lhe que nunca me simpatizei com o
senhor, pois o considero um hipócrita e desavergonhado e, se Deus quiser, nunca
mais quero vê-lo.
– Mas Deus não quer… Murmurou,
consigo mesmo, o dr. Silveira, homem bom, simples e humilde, que nada
respondeu, diante dos insultos recebidos.
Algum tempo depois, Rebenval começou
a trabalhar noutra firma.
Lá estava, no escritório,
conversando animadamente com os colegas de repartição, quando a porta se abre e
entra o dr. Paulo Silveira.
Todos o cumprimentaram com muita
alegria e profundo respeito.
Ao ver Rebenval ali, o recém-chegado
exclamou:
– Olá, Rebenval, é um prazer vê-lo
aqui.
– Sinto não poder dizer o mesmo.
Respondeu aborrecido e empavonado, e acrescentou: saí da sua firma, doutor, com
o propósito de nunca mais vê-lo.
– Isto, no entanto, não será
possível, meu caro.
– E por que não?
– É que esta firma que no momento o
acolhe como funcionário…
– O que tem ela?
– Também é minha.
O rebelde funcionário, inspirado
pelas pessoais deficiências e inferioridades, dissera, antes, que nunca mais
queria ver o antigo patrão, “se Deus quisesse”; parece, entretanto, que Deus
não quis.
Jamais podemos dizer essas coisas.
Muito menos em nome de Deus, pois o Grande Pai nunca endossa a leviandade e nem
concorda com a desunião.
Cada novo dia, uma nova lição.
Estamos interligados uns aos outros,
amigo! Jamais afirmar, portanto: “Nunca mais quero te ver!” Às vezes as
intenções de Deus não são essas…
Nunca dizer: “Desta água não bebo!”
Pode ser que não exista outra fonte d’água pelas imediações.
Procuremos viver em paz uns com os
outros. Não tem outro recurso mesmo: cedo ou tarde estaremos cruzando com os
nossos desafetos. Em muitas circunstâncias, até, passamos a precisar deles.
É bem melhor então evitar contendas
e viver em paz com todos.
Reconciliemos, por isso mesmo, com
todos os nossos adversários, enquanto estamos caminhando com eles, enquanto
contamos com a luz da existência, na terra.
Se um dia nos aportarmos à
Espiritualidade carregando rancor na alma, bem infeliz, será a nossa condição:
só auferiremos Paz e Felicidade quando houvermos extirpado todas as
imperfeições que ensombram nosso espírito.
Ore pelos que não gostam de você e
procure de sua parte, substituir o rancor pela amizade, sempre que estiver
malquerendo alguém.
Estamos na Escola da Vida para isso
mesmo.
Seja um bom aluno.
Porque o Mestre não deixa nada a
desejar…
“A cada um é dado segundo a sua
capacidade… E necessidade.”
Comente este
artigo.