sábado, 31 de outubro de 2015

O Brasil e a (falta de) decisão



O governo divide seu tempo entre a obrigação de promover o ajuste econômico (onde optou por aumentar impostos em vez de diminuir gastos) e o interesse de tentar salvar o mandato da presidente da República, ameaçada pelo “impeachment”. O balcão de negócios instalado nos escaninhos do poder é inacreditável e destruidor da imagem da classe política junto à população.
 O sentimento que sobra ao cidadão comum é de viver num País que vai como um barco à deriva, onde, apesar das ações da Justiça, que tem levado à prisão figuras cuja punição era inimaginável, pouco se faz para a solução dos problemas e o retorno à normalidade.
Vivencia-se, por exemplo, a medição de forças entre as correntes do Congresso, onde muitos parlamentares são alvos de denúncias iguais aquelas que têm a obrigação de apurar em relação a membros e agregados do Executivo. As correntes políticas fazem proselitismo e chegam a convocar seus “bate-paus” para manifestações de apoio ou repúdio àquilo que pensam.
Enquanto eles discutem, o País sangra. Os chefes de família perdem o emprego, as empresas deixam de produzir e até o governo arrecada menos impostos, pois cai a atividade econômica.
A União, os estados e os municípios, em consequência, operam com déficit e têm dificuldade para saldar suas dívidas.  
 Precisamos, com toda urgência, resgatar o Brasil. É impatriótico a classe política se perder em debates e (o pior) conchavos, enquanto a população sofre. É necessário decidir urgentemente se haverá ou não “impeachment” e se o governo tem representatividade e força para continuar. A incerteza e a protelação são piores do que qualquer das decisões, mesmo que a decisão adotada não seja a melhor...
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Finados: um bom tempo para cuidar dos vivos



No dia 2 de novembro, as Igrejas Cristãs fazem memória do Dia de Finados. No sincretismo que se tornou nossa cultura popular, infelizmente, em muitos casos, ao invés de alimentar a lembrança carinhosa daqueles que já partiram, passou-se a cultuar os mortos. Esta não é uma atitude que encontra respaldo no Cristianismo.
O Cristianismo explica a morte como o fim de uma caminhada terrena: "És pó e ao pó voltarás". Terminada esta jornada, é tempo de ressurreição (assim como Jesus). A volta do espírito para Deus. Mas o que deveria ser comemorado passou a assimilar influências de outros credos e converteu-se numa despedida triste e dolorosa. Mais ainda: buscar por todos os meios reencontrar aquele que já partiu ainda nesta existência.
Muito comum, inclusive, assustar crianças com a possibilidade de que, quase sempre no escuro da noite, apareça alguém, algum fantasma para assombrar. Ora, como dizia meu pai, o seu Manoel, "devemos ter medo dos vivos, não dos mortos. Os vivos podem nos causar mal, os mortos não o fazem mais!".
Uma amiga contou que toda a vez que vai a um velório faz uma breve oração pelo morto, pedindo por seu descanso, e vai cuidar dos vivos.
Assim como no caso de pessoas doentes, muitas vezes esquecemos de que o doente quase sempre já está sendo cuidado, faltando cuidar daqueles que cuidam dos doentes. O mesmo se dá quando uma família sofre uma perda: o pranto e a atenção é para quem já não está mais ali e se esquece dos que ficaram, da sua dor, do seu desamparo e sentimento de solidão.
Confesso que a morte nunca me assustou. Fiquei contente ao ouvir do papa Francisco pensamento parecido: assusta sofrer até chegar à morte! Mas é a única coisa certa enquanto existimos: um dia todos nós haveremos de morrer. Como se diz: ninguém fica para semente! O padre Ademar, numa Celebração da Saudade, disse que acompanhou muitas pessoas em seu derradeiro instante. A regra geral era que, aqueles que souberam organizar sua vida, sua espiritualidade, chegam ao fim em paz, dispostos a reencontrar com o Criador. Já aqueles que não souberam fazer o mesmo se mostram ressentidos, assustados, em pânico diante do que pode lhes acontecer.
Este é um bom momento para repensar relações. Ninguém vai a um enterro para "prestigiar" o morto. Este já não tem mais como aceitar as supostas homenagens. Faz-se melhor se formos dar a nossa solidariedade aos parentes, amigos e conhecidos que o prezavam. Só então faz sentido pensar em Finados: um bom tempo para cuidar dos vivos!
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sexta-feira, 30 de outubro de 2015

“Num buraco no chão vivia um homem…”

Igual um hobbit, personagem de Senhor dos Anéis, homem vive em buraco há mais de 25 anos.

No mundo imaginário de Senhor dos Anéis, do escritor J.R.R. Tolkien, existe uma raça conhecida como hobbit. No que diz respeito a este povo é que estão contentes em ignorar e serem ignorados pelas pessoas do grande mundo. O coração de um hobbit reside na paz e na quietude e todos compartilham o amor por coisas que crescem, proveniente da boa mãe terra. Resumindo: um povo simples. A peculiaridade dos hobbits, porém, vem de suas residências: moram em buracos debaixo da terra.
Essa é a curiosa história de Antônio Francisco Calado, de 57 anos. Na cidade onde mora, Nova Roma, 517 km de Goiânia, localizada na região Norte do Estado, é conhecido como “homem do buraco” ou “homem do mato”.
Seu Antônio vive em um enorme buraco há mais de 25 anos. O juiz Everton Pereira Santos, do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO), realizou uma inspeção no local para determinar as condições de vida desta excêntrica e incompreendida figura. O magistrado foi acompanhado da irmã de Antônio, Raimunda Tereza Calado.
A Casa
O juiz saiu do fórum da cidade de Iaciara, percorreu 50 km de asfalto, 30 km de estrada de terra e andou mais 1 km até encontrar a moradia de seu Antônio. No livro de Tolkien, um buraco de hobbit significa higiene e conforto, já a morada do seu Antônio, apesar de muito bem construída e possuir algumas “regalias”, é basicamente de terra batida. A casa tem mais de um ambiente e tinha uma rede pendurada em um local e uma cama.
Nas paredes havia imagens que ele alegou serem seus irmãos. Também havia um espaço para ele guardar suas ferramentas.
O homem do mato apresentou um dos seus passatempos: “essa aqui é minha televisão”, apontou para um buraco no teto que dava para o céu. À noite, Antônio assiste a programação da natureza: o céu, nuvens, a lua e as estrelas.
A simplicidade da vida

Antônio Calado usava uma vestimenta simples, chinelos e carregava consigo utensílios simples para caça como, lâminas e um isqueiro. Não faz a barba e não corta as unhas. Banho quando toma é no rio perto da casa. Segundo conta o magistrado, eles foram recebidos enquanto seu Antônio cozinhava a janta: Arroz, molho de pimenta e verduras. “não vou oferecer porque não lavo a panela tem 10 anos”, alegou o ermitão.
Como companhia, o eremita tem uma raposa e um cachorro chamado Barão, que passam o dia todo com ele. Seu Antônio explica seu modo de vida: “Sou feliz aqui, não preciso de nada. Sou feliz com os animais. Durmo com eles”.
Seu Antônio também recebe visitas de outros animais em sua casa. De vez em quando, abelhas e formigas vêm visitar ele, alega.
O problema psiquiátrico e a ação na justiça
Antônio Calado foi diagnosticado com esquizofrenia paranoide há muitos anos atrás. Essa é uma grave doença que pode causar psicose aguda, alucinações e delírios. Pode fazer a pessoa acreditar em situações inexistentes. O laudo médico apresentado diz: “incapaz para a vida independente e para o labor”. Entretanto não é a realidade desde 1990, quando decidiu morar sozinho nesta condição.
Porém o laudo também aponta outros detalhes: “Periciado tem déficit cognitivo e desorientação mental com alienação mental”. Com isso a irmã deseja conseguir a pensão. Na lei, para uma pessoa maior de idade continuar a receber pensão do Estado após a morte dos pais precisa ser provada invalidez.
Durante a inspeção do juiz, algumas conversas do eremita eram desconexas. Ele também alegava conversar com o “relâmpago”. O relâmpago dizia o que ele deveria fazer. Até mesmo em momentos de sua vida que não estão relampeando de fato.
A ida até o local e o estudo do modo de vida de Antônio Calado, fez com que o juiz Everton Pereira Santos concedesse o pedido de pensão. Raimunda Calado explica que o irmão precisa de tratamento e usará o dinheiro para essa finalidade.
Outros eremitas
Um eremita ou ermitão é um indivíduo que, usualmente por penitência, religiosidade, misantropia (aversão ao ser humano e à natureza humana) ou simples amor à natureza, vive em lugar deserto, isolado.
Pode soar loucura alguém querer se isolar do mundo e de todas as pessoas por longos anos ou para sempre, porém essa prática já foi estabelecida por figuras consideradas nobres.
Santo Antão, conhecido como Pai dos Monges, foi o mais famoso dos Padres do Deserto: eremitas religiosos que viviam no deserto. Quando seus pais morreram aos 18 anos, ele ouviu um sermão sobre Jesus e então vendeu todos os seus bens e herança e foi viver sozinho no deserto.
Outro ermitão de destaque foi o escritor e ativista americano Henry David Thoreau. Seu mais famoso livro é “A Desobediência Civil”. Um ensaio escrito na cadeia de como se opor ao um Estado opressor, injusto e arbitrário. Thoreau inspirou a revolução de Gandhi, na Índia e foi chamado por outros como “o precursor do anarquismo”.
(Com informações do TJ-GO).
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O testamento e a deserdação


Esta semana deparei-me com uma situação que me causou profunda estranheza - para não dizer perplexidade. Meu escritório tinha dois testamentos a encaminhar, e os clientes fariam sua última vontade por instrumento público. Comentei o fato com pessoas cuja função deveria pressupor amplo conhecimento a respeito - apenas mencionando testamentos a concretizar, sem entrar na privacidade dos clientes, mantendo o segredo que envolve questões de família.
Um dos testamentos continha deserdação. Situação jurídica prevista em lei, pouco comum, mas com previsão legal. No entanto, qual foi a minha surpresa ao receber a manifestação dessa pessoa de que eu não poderia encaminhar o testamento com deserdação porque "não se deserdava por testamento".
 Disse-me que isso seria uma providência judicial e não cartorária e que o titular da serventia não poderia se responsabilizar por deserdação.
Tentei explicar que, além da deserdação ser noticiada no testamento, ela somente se concretiza com uma sentença em processo judicial ordinário movido pelo herdeiro interessado na deserdação, no qual o deserdado poderá se defender. E que o tabelião não tem qualquer responsabilidade sobre a última vontade do testador. Observei que tudo posteriormente à morte será objeto de procedimento próprio judicial. Contudo, de nada adiantou.
Incrédula, argumentei citando o artigo 1.814 do Código Civil, que relata as causas da indignidade e que podem ser alegadas por qualquer herdeiro, seja legítimo (necessário ou facultativo) ou testamentário. E falei da deserdação, que é um ato privativo do testador que pretende afastar somente o herdeiro necessário da herança por uma das causas enumeradas nos artigos 1.962 e 1.963. De nada adiantou. Alegou esse interlocutor que qualquer titular de cartorário pode se recusar a praticar atos que entenda não serem de sua alçada, e que não poderia ser coagido.
Ainda sem crer, exemplifiquei com o inciso III do Artigo 1.963: "Se o filho tem relações ilícitas com a madrasta, o pai pode deserdá-lo por testamento, mas se ele não é deserdado por testamento, esse comportamento censurável não pode ser alegado como ato de indignidade em ação do outro herdeiro após a morte desse pai porque não é causa de indignidade, mas sim de deserdação privativa do autor da herança".
Também não adiantou. Mas não parou aí. Foi feito mais um contato com outro bacharel em Direito e a resposta foi parecida: "Não se pode fazer testamento com deserdação". Um terceiro interlocutor também não via essa possibilidade, mas se propunha a "estudar o assunto". Pasmem! Isso aconteceu!
No entanto, fez-se a luz! O quarto interlocutor conhecia o Código Civil. Por consequência, não via impedimento algum (e nem poderia) no testamento público com deserdação! E o quinto, profissional ativo da área, esclarecido, se mostrou ainda mais perplexo em relação ao desconhecimento de bacharéis que deveriam dominar esse assunto. Da minha parte, já encaminhei e agendei ambos os testamentos públicos, sendo um com deserdação. Amém!


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quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Sonhos de criança podem estar nos livros


A praça se enche de livros e o movimento aumenta enquanto as crianças buscam encantadas as histórias que podem fazer sonhar, rir e imaginar.
É verdade que existem bruxas? E os lugares encantados? E as fadas? E os lugares que podem nos fazer sentir medo? Os bons vão vencer os maus? Já conheceste um lugar assim como contam as histórias?
Bem, são muitas as perguntas que uma pequena criança nos seus quatro ou cinco anos pode fazer e questionar ansiosa e curiosa com as histórias que ouve contar! E quando um pequeno ser nos aborda e quer saber se já vimos o grilo falante ou se já nos deparamos com o lobo mau ou se conhecemos o castelo encantado ou se aquelas aventuras realmente aconteceram, ficamos extasiados e respondemos confiantes que sim, tudo que é contado um dia já aconteceu. Desmanchar os sonhos? Jamais!
Afinal, as histórias saíram sim de um mundo que já existiu, de crenças que já envolveram as pessoas, de lugares reais com campos, florestas, lenhadores, lobos, bruxas, mares, navios, piratas, castelos, reis e príncipes, princesas e magia. E todos os contos falam dos enredos de vida que algumas pessoas viveram, dos conflitos, das brigas, das lutas e guerras, dos que morrem e dos que se salvam porque existem heróis. Das famílias dos ricos, dos pobres, dos que passam fome, dos que fogem de casa, dos que mudam de lugar para viver melhor. E tal como na vida, as pessoas querem a felicidade, desejam amar e ser amadas, querem melhorar o mundo, proteger as pessoas do mal e salvar vidas para que haja mais paz.
Portanto, quando uma pequena criança pergunta se os bons vencem como não dizer: Sim, os bons vencem! Tu conheces os bons? Sim, conheço muitas pessoas boas! E os bandidos? Infelizmente se conhece ou se ouve falar deles.
Os livros e a praça trazem essa magia para todas as crianças e os pais podem se envolver nesta interação saudável que ensina a viver melhor, a encontrar saída para as incertezas do dia a dia e a entender que se perde, mas também se ganha, e que a magia está dentro de cada um que consegue ser mais criativo e sorrir.
Há um mês estive na Feira do Livro em Caxias do Sul com meu segundo livro de histórias infantis: Conta mais, vó. Pude ouvir muitas perguntas das crianças que queriam saber se existia o morro dos cavalos, o jacaré da lagoa que ficava encantado com a música da gaita de boca do velho caseiro da fazenda, se os sapos de barriga vermelha existiam, se a tartaruga centenária ainda vivia na lagoa, se as corujas e os vagalumes apareciam de noite, se as caturritas gritavam muito, se algum dia eu tinha visto as cobras, o gambá fedorento, as galinhas de asas cortadas, as borboletas azuis, o cordeirinho preto, o avestruz bisbilhoteiro, os porquinhos barulhentos, as formigas voadoras, o lobo branco, os bezerros gêmeos e, principalmente, se eu conhecia o lugar onde viviam aqueles animais dos contos narrados, se o quero-quero espantava as pessoas e, ainda, se o pato-mergulhão se escondia muito. E as pulgas picaram muito as crianças?
Agora, dia 12 de novembro, estarei aqui na praça com este livro simples, mas cheio de fantasias, com animais e crianças que interagem e brincam numa fazenda onde os sonhos têm seu lugar.
Espero as crianças, os pais e os avós para que o sonho continue!

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A pílula do dia seguinte e a intransigência



Eduardo Cunha, com a ajuda de seu séquito, conseguiu a aprovação na Comissão de Constituição e Justiça, do Projeto de Lei de sua autoria, que estabelece penas para quem induzir ou orientar gestantes à prática do aborto. Se a lei for publicada, sem dúvida, dificultará o aborto legal. O atendimento às vítimas de violência sexual ainda não tem votação na Câmara dos Deputados.
O projeto prevê punições a quem ajudar, medicar, induzir ou instigar gestantes a praticar aborto. O projeto suscitou discussões acerca do uso da pílula do dia seguinte. A bancada religiosa considera a pílula abortiva.
Frente à atitude da comissão só posso pensar que, para eles, só existe o pecado do sexo. Tenho a nítida sensação de termos voltado ao tempo das fogueiras da inquisição. Eduardo Cunha deve ter feito sexo sem proteção e só para procriar. Não sei quantos filhos ele tem, mas devem ser muitos, por que ele, assim como todo mundo, não segura essa força indomável que é a prática sexual comum a todos os seres vivos.
Roubar não deve ser pecado para esse cristão devoto, que usa a Bíblia de forma fundamentalista, com o intuito de ludibriar a opinião de quem tem vidas de verdade para viver. Há quem se importe com a opinião de figurões podres de ricos, moradores de mansões, donos de frotas de carros de luxo e que costumam enganar o trânsito a bordo de helicópteros. Eles vivem às custas da legiões de seguidores cegos pelo medo do fogo do inferno.
Quem quiser ver o que acontece com uma multidão aterrorizada pela presença do demônio vá até o YouTube e procure por vídeos que mostram pastores e pastoras semeando medo e fazendo os fiéis acreditarem que eles têm o poder de expulsar o diabo de dentro deles. E mais, pode-se ver também a forma canalha com que arrecadam dinheiro com promessas de prosperidade.
Os católicos há séculos colocam suas vidas nas mãos do Papa, que, junto com o alto clero, ditam como se deve viver. Já vi mulheres recusarem-se a tomar anticoncepcionais por causa da proibição do Papa, assim como assisti à desgraça de muitos, por não terem coragem para uma separação. O senso crítico, a consciência do próprio corpo nunca foram pontos apreciados pelas igrejas, que preferem manter seus fiéis cheios de pecado, por que a culpa os faz submissos e o medo os faz abrir as carteiras.
As ciências avançam e conseguem realizar sonhos. Cirurgias devolvem a visão, acabam com obesidades, extraem tumores, esquadrinham com precisão o interior do nosso corpo, permitem que muitos tenham filhos. Mas a preocupação do obscurantismo está naqueles óvulos fecundados e congelados, que jazem dentro de recipientes e que, se usados, poderiam servir para estudos mais avançados. Quem sabe quantos sonhos eles poderiam proporcionar no futuro. A ética na manipulação da vida deveria ser a preocupação dos cientistas e não a intromissão de religiosos sem noção do que estão fazendo.
Uma comissão cujos protagonistas são notórios corruptos não deveria ter nosso aval para mexer com o que temos de mais nobre, que é a sexualidade. Somos a nossa sexualidade, em tudo o que fazemos. Quem eles pensam que são para sugerir que o SUS não deva atender a mulheres que precisam de um aborto legal, uma conquista que levou anos sendo discutida, estudada e que finalmente é algo concreto.
Ninguém gosta de aborto, nem as mulheres que o fazem. Mas sabemos que existem descuidos. Aborto sempre é algo radical, cheio de sofrimento. Não conheço ninguém que seja a favor do aborto, mas muitos são a favor da descriminalização, por que devemos sair das sombras da hipocrisia, já que a prática é uma realidade. A assepsia é vendida a quem tem dinheiro e os germes dos instrumentos clandestinos são usados para quem não pode pagar. Quem morre de infecções pós-aborto são mulheres pobres.
O que estão querendo empurrar-nos é a ideia de que no dia seguinte a uma relação sexual já existe uma gravidez, um feto, o que é uma deslavada mentira. Querem vender a ideia de que a pílula do dia seguinte é abortiva, quando ela só é eficaz se usada dentro de três dias. Durma-se com um barulho desses!

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Quem é o pato da história?


Aproxima-se de um milhão o número de assinaturas da campanha Não Vou Pagar o Pato, lançada no último domingo pelas Federações das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) e do Estado de São Paulo (Fiesp), no Rio de Janeiro, contra o aumento de impostos. Durante o evento, na praia de Copacabana, as duas federações colocaram um pato inflável de 12 metros, símbolo da campanha, e distribuíram dois mil patinhos aos participantes.
"Vamos andar com este pato pelo Brasil todo", disse no lançamento o presidente da Fiesp, Paulo Skaf. "Para envolver toda a sociedade nesta campanha, que tem o significado de 'para, chega de gastança'."
Já o presidente da Firjan, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, ressaltou a importância da campanha. Segundo ele, a volta da CPMF seria um desastre. "Não podemos aceitar a CPMF nem qualquer aumento de impostos, principalmente neste momento em que a população e as empresas já enfrentam graves dificuldades. Isso só agravaria a crise", declarou.
Ele ressaltou que a carga tributária brasileira já ultrapassou o limite do razoável. Está hoje na casa dos 40% do PIB. Além disso, a solução para o problema das contas públicas não passa por aumento de tributação, e sim pela redução de gastos, e também por um forte programa de privatizações que, segundo estudos da entidade, tem potencial de gerar um caixa de 4% do PIB.
Já Skaf foi mais duro. Na sua opinião, o Brasil precisa que o governo pare de atrapalhar. E ajuste fiscal significa acertar as contas. O governo precisa cortar seus gastos, seus desperdícios e gastar melhor.
O objetivo da campanha é conscientizar a sociedade sobre os altos impostos já pagos em produtos e serviços e evitar novo aumento da carga tributária - por exemplo, com a volta da CPMF, proposta pelo governo federal. Na internet (www.naovoupagaropato.com.br), até esta quarta-feira, a campanha Não Vou Pagar o Pato já havia recolhido mais de 878,7 mil assinaturas. A meta é atingir mais de um milhão, que serão encaminhadas ao Congresso Nacional.

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Reconstruindo o meio ambiente com amor


A busca de um desenvolvimento sustentável, que tenha como objetivo principal a “qualidade de vida”, sem, no entanto, deixar de utilizar tecnologias modernas, é um desafio para os países em desenvolvimento, como o próprio Brasil, os quais precisam produzir para aumentar e garantir o crescimento econômico, reduzir a pobreza e manter o seu ambiente da melhor forma possível.

As florestas naturais, embora renováveis, têm uma limitada capacidade de satisfação das necessidades humanas e, se superexploradas, podem ser levadas a um ponto de degradação irreversível. Situações assim já aconteceram, ocasionando inclusive o que chamamos de bolsões de desertificação, em outras, pode-se dizer que chega a situações gravíssimas.

 “Hoje, nota-se uma fragrante disparidade entre desenvolvimento de poder intelectual, conhecimento científico e qualidade tecnológica por um lado e a sabedoria, espiritualidade e ética, por outro”, indicando que a sociedade vem ignorando e até mesmo menosprezando as relações ecológicas diárias entre ela e a natureza, dando margem ao surgimento de uma catástrofe ambiental, que poderá surgir, explodindo em futuro não muito distante.

A busca de um desenvolvimento sustentável, que tenha como objetivo central a qualidade de vida, mesmo continuando a utilizar tecnologias modernas, é um desafio para os países em desenvolvimento, como o Brasil, que precisa produzir para aumentar e garantir o crescimento econômico, reduzir a pobreza e manter seu ambiente da melhor forma possível. A meu juízo, para desenvolver este novo paradigma, é necessário que a educação e a cidadania sejam os principais caminhos a serem seguidos pela sociedade. Refletir e agir holísticamente passam a ser os pontos cruciais da nossa espécie, Assim, o ensino, a ciência e a tecnologia não podem se desvincular dos aspectos ambientais e sociais. Precisamos resgatar o ser humano como parte essencial da natureza.

 Vemos, a cada dia, crianças de idades tenras se desvincularem da natureza, em função da urbanização acelerada, devido às transformações na forma de produção e dos mecanismos de atração de grandes cidades e metrópoles. As ferramentas e estratégias, de “educação ambiental” passam a ter extrema importância para o resgate deste vínculo.

Geralmente, a educação ambiental (água, solo, ar, flora, fauna e ser humano) tem sido aplicada isoladamente, sendo fundamental, não apenas o estudo isolado, mas sim usando a inter-relação entre esses elementos.

As informações técnicas aplicadas isoladamente, desconectadas da realidade, desestimulam as pessoas a aplicarem o que aprenderam, o que não ocorreria se essas informações fossem associadas às emoções.

Até agora estivemos “andando na contramão”, procurando salvar a natureza através do homem, esquecendo que só conseguiremos isso resgatando o homem através da natureza. Ensino que causa impacto é o que passa de um coração para o outro. E isso engloba a totalidade do ser.

 Intelecto, emoção e vontade. Desta forma, é preciso atuar na educação ambiental com praticidade, simplicidade, naturalidade e, sobretudo, com muito amor.


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terça-feira, 27 de outubro de 2015

Servidor público, principal combustível da locomotiva estatal

Contribuição para o progresso da sociedade

No Brasil, anualmente no dia 28 de outubro é comemorado o dia do servidor público e do funcionário público.  Não é feriado nacional, mas é considerado ponto facultativo. A data celebra o profissional que trabalha nas mais variadas áreas do Poder Público municipal, estadual e federal.
 Os salários dos servidores públicos são pagos, com o dinheiro dos cofres públicos, aos empregados da administração estatal integrados em cargos ou empregos das entidades político-administrativas que mantém um vínculo empregatício com o Estado, e seu pagamento provém da arrecadação pública de impostos, sendo sua atividade chamada de “Típica de Estado”.
Geralmente é originário de concurso público, pois é defensor do setor público, que é diferente da atividade do Político, detentor de um mandato público, que está diretamente ligado ao Governo e não necessariamente ao Estado de Direito.
Para entrar no serviço público, o cidadão deve, normalmente, participar de um concurso público ou processo seletivo e ser aprovado. Muitos desejam serem servidores públicos no Brasil, por ser emprego de relativa estabilidade financeira, pois não podem ser dispensados facilmente de seus cargos, porém, a conquista de uma vaga não é fácil. Conforme o art. 327 do Código Penal, “Considera-se funcionário ou servidor público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego, serventia ou função pública. § 1º – Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública.”
O Código de Ética do Servidor Público do Brasil rege sobre os princípios que devem ser observados pelos servidores públicos.
O desenvolvimento do Estado se dá com a participação da sociedade em todos os seus segmentos, entretanto, cabe ao servidor público desempenhar bem as funções, designadas conforme o cargo que ocupa, para o bom funcionamento da locomotiva pública.
Lembrando que quem presta um atendimento no setor público deve se preocupar com a qualidade dos serviços, pois, também é usuário e deseja ser bem atendido. Apesar das exigências e de algumas insatisfações, principalmente em relação aos eventuais não cumprimentos da data base, para a maioria, ser servidor público é um privilégio.
Vivemos um período complicado no aspecto econômico em quase todas as áreas e camadas sociais: as mensalidades escolares aumentam; a gasolina sobe; os produtos da cesta básica estão cada vez mais caros; as tarifas de consumo de água, energia, telefone e transporte público pesam nos orçamentos mensais, e os servidores vêem o valor aquisitivo de suas remunerações serem diminuídas, pois, não estão acontecendo nem as reposições salariais referentes às perdas provocadas pela inflação.
Parabéns Servidor público, tenham orgulho e comemorem a honra de pertencer a este seleto grupo, é bom procurar desenvolver suas atividades com a qualidade que o usuário merece e o Estado espera de cada um, para enfim, continuar o progresso.
Esta é a forma para garantir a conquista do respeito e a valorização desta importante categoria. Com certeza, a boa administração dos nossos competentes governantes, livres de todas as corrupções, e o trabalho eficiente e eficaz de todos nós, há de produzir bons frutos e brevemente alcançaremos melhores condições de vida, com mais justiça e paz nos municípios, nos estados e na união.
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Copo "imita" sabor do refrigerante com qualquer bebida


Se você é viciado em refrigerante, talvez queira conferir a criação que faz com que seu corpo pense que você está bebendo refrigerante, quando na verdade é apenas água.
O vício em refrigerantes é algo sério. Por mais que saibam os malefícios da bebida a maioria dos viciados não consegue largar o hábito. Entretanto, uma empresa resolveu lançar um copo que pode ajudar essas pessoas.
O Right Cup é um copo de plástico com um forro que emite aromas frutados, o que engana o seu cérebro a pensar que você está bebendo refrigerante, quando na verdade não passa da mais pura água.
O copo funciona porque nós "provamos" o sabor primeiramente através do ofalto, sendo que a língua é apenas um receptivo dos cinco sabores. As pessoas por trás da invenção dizem que o efeito se torna mais forte à medida que você se acostuma com ele, da mesma maneira que funciona o "vício" em Coca-Cola Diet.
O copo tem validade de seis meses, sendo necessário que seja trocado após esse período, pois acaba o aroma. Os copos vão custar US$ 35 e vêm nos sabores limão, frutas vermelhas e maçã. Em breve acontece o lançamento da campanha de crowdfunding para financiar a criação.
Fica a dúvida sobre quais são as substâncias usadas no aroma e se são - ou não - mais prejudiciais que o próprio refrigerante! 

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Pai rico, filho nobre, neto pobre


Repercutiu intensamente, nas mídias sociais, a matéria publicada pela Folha de São Paulo em 18/10/15, sobre a situação financeira dos netos e bisnetos de Oscar Niemeyer, que trabalhou até os 104 anos como arquiteto.
Segundo a matéria, seus netos e bisnetos estariam, hoje, sem fonte de renda e disputando uma herança minguada.

A situação acima me lembrou uma expressão popular, bem antiga: "Pai rico, filho nobre, neto pobre".  Embora a matéria se refira a um caso específico, que, talvez, tenha chamado a atenção pelas quantias envolvidas, essa situação ocorre mais perto de nós do que imaginamos, só muda o fato de que os valores são muito menores.

Conheço diversos casos de pessoas que, mesmo em idade avançada, sustentam adultos que podem trabalhar, mas preferem viver de mesadas irreais que os avós ou bisavós proporcionam. Eles compram carros caros, investem em
cavalos, possuem casas gigantescas com despesas enormes, fazem viagens caras, etc. É um padrão de consumo que, se retirada a ajuda financeira do provedor, não é sustentável nem no curto prazo.

Bem, todo mundo sabe o que acontece nesses casos, após o falecimento do provedor. Quando a fonte de renda termina, há uma queda violenta na capacidade de se autossustentar. E pior, a fonte se esgota e a pessoa não possui as habilidades financeiras para reorganizar a sua vida.

As pessoas que passaram anos (ou décadas) só consumindo de forma não sustentável, não desenvolveram comportamentos financeiros frugais, ficaram fora do mercado de trabalho e não acompanharam a sua evolução. Quando sofrem um baque na perda de renda abrupta, não conseguem se adaptar a essa nova realidade. E os resultados são sinistros.

Na maioria dos casos, viveram padrões de consumo insustentáveis, durante longos períodos, e acabam por ter uma queda abrupta de rendimentos, e como não se prepararam, chegam a ter uma diminuição de até 90% do seu “padrão de vida”. Gente que era rica até 20 anos atrás, hoje está correndo atrás de um salário mínimo para sobreviver ou vivendo de favor de parentes e amigos próximos.

Fique atento com essas experiências negativas e não caia nessas armadilhas financeiras. Comece a construir o seu futuro ainda hoje.

Você já parou para refletir como estará financeiramente daqui a vinte anos? O momento de pensar (e começar a se preparar) é agora. Não sabemos o nosso futuro, mas podemos tentar construir “redes de proteção” para a nossa vida.
Fique atento com isso.

O dinheiro não aceita desaforo.


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segunda-feira, 26 de outubro de 2015

A fonte das respostas

Mente equilibrada para obter as respostas

A maioria das nossas ações e decisões estão baseadas predominantemente pelo inconsciente, embora nos tarde confiar ou aceitar.  Vivemos a procura de sentidos e fundamentos para as nossas decisões e ações, tentando-nos auto-convencer de que somos vitimas do destino.
Esse assunto não é novidade, pois  em e em meados de 300 a.c , O filósofo grego Aristóteles, valorizava a inteligência humana, como única forma de alcançar a verdade e já relatava que somos aquilo que praticamos repetidamente.
Ocorre que muitas pessoas almejam transformar a vida, fazem muitos planos e, mas continuam repetindo o mesmo comportamento.
As pessoas permanecem com seus comportamentos engessados, seguidos de prazer e desprazer, e a repetição constante.
Pensando de forma lógica, aquilo que causa prazer e/ou desprazer, também causa repetição. Pontos de satisfação causam repetição. Um exemplo claro são as crianças, elas habituam fazer isso constantemente. Repetem incansavelmente uma atividade que lhes trouxe satisfação.
A criança que fomos um dia ainda habita em nós, e hoje somos “crianças-adultas”, repetindo comportamentos inconscientemente prazerosos e/ou insatisfatórios.
A mente comanda nossos comportamentos e emoções, não é preciso ser um mestre da faculdade de Harvard para saber que quando vemos ou conversamos sobre comida começamos a salivar, ou que podemos nos excitar sexualmente somente com a pensamento. Cada experiência nossa está gravada na mente e é ela que traz essas sensações, estando em sintonia com essas experiências sendo elas positivas ou negativas e entendendo que elas nos ancoram e nos protegem as experiências futuras podemos encontrar os recursos necessários para transformação.
Vivemos semi despertos e nossa mente age de forma silenciosa provocando comportamentos que não conseguimos mudar e nem entender. Quando aprendemos a ouvir com nosso inconsciente, vivenciando e compreendendo a desordem entre a mente racional e a emocional e ter o nobre feedback sobre os pensamentos, e esse relacionamento entre sua mente consciente e a inconsciente traz como resultado uma vida equilibrada e livre para fluir.
Aprenda desenvolver a neutralidade e a observação. Os índios chamam essa capacidade de “visão da águia” é como se pudesse sair voando de dentro do burburinho dos eventos e, de cima, com uma perspectiva ampla, observar os acontecimentos sem identificação ou julgamentos. Ou, em outro exemplo: sair de dentro do rio caudaloso de nossa vida – onde estamos imersos até o pescoço – sentar na margem e observar.
Quando dentro do rio, imersos até o pescoço, qualquer ondinha nos parece enorme, mas quando nos sentamos à beira do rio, a ondinha novamente vira ondinha, e aí podemos ter uma perspectiva mais correta e um envolvimento menos sofrido com as coisas.
Muitas das vezes damos importância aos problemas, sendo que eles não são tão grandes como o colocamos. Olhar por fora o problema, em outra dimensão, desenvolve uma profunda consciência da relatividade dos pontos de vista e, por conseguinte, o redimensionamento das nossas ações e envolvimento com a transitoriedade do problema.
A auto-observação e o auto feedback nos mostra a nossa realidade em dois aspectos: interior e exterior. Previamente olhamos apenas para fora, perdendo a verdade interior.  Procuramos constantemente fora de nós à causa de nossa infelicidade; tentando modificar a realidade externa. Ignorantes da realidade interior nunca entendemos que a causa do sofrimento está dentro de nós, em nossas reações cegas às sensações boas e ruins.
Adote a técnica de conversar com seu íntimo, de questionar seus pensamentos e de observar mais seu problema e como você está agindo, e verá que mais rapidamente as negatividades desaparecerão.
Pouco a pouco, a mente tornar-se-á livre de impurezas, mais leve e equilibrada. Uma mente pura é sempre cheia de amor — amor desinteressado, cheia de compaixão pelas falhas e sofrimentos dos outros; cheia de alegria pelo seu sucesso e felicidade; cheia de equanimidade diante de qualquer situação seja ela boa ou ruim, cheia de agradecimento por cada detalhe da vida.
Quando alguém atinge esse estágio, todo o seu padrão de vida muda. Não é mais possível fazer ou falar qualquer coisa que perturbe a paz e a alegria. Uma mente equilibrada não apenas torna-se pacífica, é capaz de encontrar respostas que estão lá no coração.
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Você sabe o que é vício oculto?


Entenda o que é e como agir ao descobrir que um produto possui defeito de fabricação, mesmo que o período de garantia contratual já tenha encerrado

Grande parte do número de reclamações relacionadas a produtos - especialmente aqueles considerados duráveis - tanto nos órgãos de defesa do consumidor, quanto no Poder Judiciário, são atribuídas a situações envolvendo vícios. Mas, afinal, a que este termo se refere?

De acordo com o CDC (Código de Defesa do Consumidor), quando o produto não atinge o fim a que se destina, se encontra com vícios - mais conhecidos como defeitos e avarias decorrentes de sua fabricação, e não do mal uso ou desgaste natural. 

Estes defeitos  podem ser: aparentes, ou seja, aqueles que o consumidor consegue identificar assim que inicia a utilização do produto ou  ocultos, que só se manifestam após certo tempo de uso, sendo difícil sua constatação pelo consumidor.

No caso dos vícios aparentes, os fabricantes costumam informar com mais clareza as condições de troca ou assistência dos produtos. Entretanto, quando se trata de vício oculto, fabricantes, vendedores e comerciantes tendem a dizer que as providências em relação ao defeito só poderão ser tomadas durante o período de vigência da garantia.

Mas que garantia seria essa? Aquela concedida pelo Fornecedor, ou aquela prevista no Código de Defesa do Consumidor?

Quanto tratamos de defeitos de fabricação, a própria lei dá um prazo para que o consumidor efetue sua reclamação junto ao fornecedor e exija a reparação do produto defeituoso. A este prazo, damos o nome de garantia legal e será ela que irá ajudar o consumidor na hora de reclamar dos vícios (defeitos), principalmente os ocultos.

Segundo o artigo 26 do CDC, quando estamos diante de um defeito aparente, o prazo para reclamação é de 30 dias para produtos não duráveis (alimentos, produtos de higiene, dentre outros) e 90 dias para os produtos duráveis (móveis, eletrodomésticos, automóveis, etc), contados a partir da data da entrega efetiva do produto ao consumidor. 

Já no caso dos vícios ocultos, os prazos para reclamação serão os mesmo que os acima assinalados, porém, a grande diferença se dará no momento em que estes prazos começam a contar.  Diferentemente dos defeitos aparentes, nos vícios ocultos a própria Lei estipula que os prazos são contados a partir do momento em que o defeito é detectado pelo consumidor.

O CDC se preocupou em fazer essa diferença, pois não se espera que um produto relativamente novo ou ainda mesmo que já usado por um certo tempo apresente defeitos. E para isso, deve o consumidor levar em consideração o tempo médio de vida útil do produto. Por exemplo, não se espera que um produto como um computador ou um tablet funcione somente por um ano (geralmente o prazo de garantia dado pelo fornecedor) e logo após venha a apresentar defeitos.

Além disso, de acordo com o artigo 18 do CDC, no caso de o produto apresentar defeito, o consumidor pode reclamar tanto ao fabricante quanto à loja onde comprou a mercadoria, o que for mais conveniente ao consumidor, tendo em vista a responsabilidade solidária entre eles. 

Desta forma, caso o problema apresentado pelo produto seja caracterizado como vício oculto, o consumidor pode e deve reclamar, exigindo ao fornecedor que sane o vício sem qualquer custo adicional ao consumidor.

É preciso estar atento ao prazo para efetuar a reclamação. Caso o consumidor não o faça dentro do prazo, perderá o direito. Vale lembrar, também, que o fornecedor responde pelos vícios ocultos decorrentes da própria fabricação, mas não se responsabiliza pelo desgaste natural provocado pela utilização contínua do produto.

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