As
grotescas trocas de favores entre a política e a indústria de petróleo estão
diminuindo a passos largos. Mas, a indústria de energia, automóveis, e
principalmente minério estão estreitando suas fronteiras com a dos interesses
partidários. Não há empresa no Brasil que não tenha em seu comando, do alto
escalão, um político influente.
Até mesmo
os grandes frigoríficos estão entre os que captam políticos carreiristas para
seu quadro de funcionários. Com esses homens representando as empresas no
mercado internacional é lucro certo.
Há países
que entram em contato com o Itamaraty para perfilar a relação com o Brasil e o
órgão indica "amigos" para pactuarem no mercado lá e cá. Os afiliados
no partido do governo recebem cargos nas empresas e repassam comissões por cada
carga negociada lá fora. Essa relação anômala existe para criar fundos, com
isso os partidos patrocinam as eleições de seus líderes.
Entretanto,
se até eu sei disso e sou um tolo, que dirá as polícias especiais, a força
tarefa, a polícia federal, o bureau da inteligência (se de fato há brasileiros
inteligentes), os partidos de oposição e a... Não importa quantos sabem dessas
operações de interesses partidários, mas que existem em baixo dos nossos olhos,
existem! Fazemos cara de espanto quando deparamos com noticiosos que falam
dessas trambicagens, mas, já sabemos que o Brasil está contaminado com a
política de mafiosos.
Fico aqui
pensando se o Brasil estivesse nesse momento político, embora falando
Tupiniquim, e os portugueses descessem em nossas terras o descobrindo sob o ponto
de vista de Portugal. Como seria a carta do escriba? Claro que não seria igual
aquela de Pedro Vaz de Caminha, tampouco ele viria por mar.
Mas,
supondo que algum descobridor, que cruzasse de avião o nosso território e os
narcotraficantes o abatessem, e por acaso, com falhas no motor fizesse um pouso
de emergência em nossas terras.
Como
seria essa carta? Talvez assim: "Caro
primeiro-ministro, cá encontro uma nação que desconhece a civilização, poluem
os rios e queimam a mata para plantar e exportam a colheita enquanto o seu povo
passa fome. Extraem de camadas profundas, pré-sal, o petróleo, com o custo do
dobro do qual vendem e o dinheiro vai para os bolsos dos políticos corruptos. A
gasolina que usam para seus carros a compram dos EUA. O povo se prostitui nas
praias e as ruas são tomadas por arrastões de marginais que levam desde celular
a carros para adquirirem drogas. Os cidadãos são manipuladores e desrespeitosos
com as mulheres e anciãos. Cá não há internet que funcione e os pássaros que
gorjeiam aí por cá vivem presos em gaiolas. Nos rios não há peixes apenas
rejeitos das mineradoras. Quanto ao esporte, todos os clubes de futebol estão
envolvidos em maracutaias. E os negros ainda são trancados em depósitos humanos
tal qual fazíamos nos tempos da escravidão. Aqui o povo ainda está em processo
de evolução humana, aquela descrita por Charles Darwin. Eu, não mais voltarei,
estou viciado em uma pedra fedorenta e vendi a aeronave para pagar o consumo,
estou envergonhado, arrependido e morando nas ruas, sem mais. Ass. (..
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