Estamos a pouco mais de uma semana do desabrochar de um
novo ano, vendo a pátria inexoravelmente contaminada por todos os tipos de
contágios políticos e ideológicos capazes de atacar de forma mortal o tecido
social de uma nação.
Vamos entrar para o ano esportivo mais importante de nossa
história, com o advento dos Jogos Olímpicos de 2016, sendo roubados, humilhados
e entregues à própria sorte por aqueles a quem pagamos além do que merecem,
para ostentarem desonestamente o título de governantes da nação.
Os três poderes da República, que deveriam ser a mola
propulsora do desenvolvimento do país, em todos os sentidos, transformaram-se
em balcões de negociatas fisiológicas, onde o jogo de interesses de grupos e
indivíduos de todos os segmentos do poder se sobrepõe à governabilidade da qual
dependemos todos para usufruir dos benefícios que representam a contrapartida
de nossa labuta diária.
O Executivo extrapolou, faz mais de uma década, todos os
limites possíveis e imagináveis do uso e abuso da máquina estatal em prol do
enriquecimento ilícito e da continuidade no poder.
O Legislativo, onde
Câmara e Senado batem cabeça e vivem em constante queda de braço,
transformou-se na maior casa de leilão humano do planeta, onde senadores e
deputados podem ser comprados com a moeda podre da troca de favores, para
defenderem interesses escusos, sendo os mais significativos aqueles que dizem
respeito às manobras políticas de quem ocupa a chefia da nação.
O Judiciário, que deveria ser o ponto de equilíbrio, fiscalizando
os outros dois poderes, vive com eles clima de promiscuidade, possuindo em seu
escalão mais alto juízes nomeados por mero apadrinhamento político e não pelo
critério do merecimento, fundamentado no notável saber jurídico.
Por conta dessa parafernália de descaminhos do poder,
vivemos neste país falimentar à míngua de segurança pública, assistência médica
e hospitalar, salários dignos para os que realmente trabalham e produzem,
educação minimamente qualificada, moradia e saneamento básico para as camadas
de baixa renda, amargando todos esses dissabores sem pelo menos vislumbrar uma
luz no fim do túnel, capaz de reverter esse quadro desolador e nos devolver,
pelo menos em parte, a dignidade perdida .
Gostaria de encontrar todos os motivos do mundo para
repetir neste artigo de final de ano, como em outras épocas, a clássica
expressão “Feliz Ano-novo”.
Mas confesso não vislumbrar no horizonte do ano vindouro
um só lampejo de esperança de que tudo venha a se ajeitar e tenhamos de volta
aquele Brasil de ordem e progresso de meados do século passado. Por isso,
finalizo dizendo com muita tristeza “Infeliz Ano Velho”.
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