segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Filosofando sobre a vida


A vida, enquanto passagem nesta dimensão, é uma eterna escola. Escolas são constituídas de vários anos/etapas/graus e, dentro destes, várias disciplinas. O desapego é uma delas nessa escola da vida. Desde o começo, os seres humanos são testados/provocados com inúmeras perdas.
 Perdem dinheiro, coisas e pessoas, isso é um fato. Aos poucos, vão aprendendo a lidar/superar essas perdas, ou, pelo menos, deveriam. É o que dizem todas e todos ao tentarem consolar alguém por sua perda.
Ninguém estranha ao ver o outro se lamentar, motivado por estes testes/provocações ocasionados por essa escola, mas, se a reação for justamente o contrário, causa um certo desconforto nesta mesma sociedade que se utiliza destas palavras ensinadas na disciplina do desapego. Isso é no mínimo contraditório, não? Afinal de contas, é para ser um aluno aplicado e nota dez nessa tal disciplina ou não?
Não é só a sociedade que não aceita esta idéia do pleno desapego, a própria vida também. O fato de ser um aluno com nota máxima nesta cadeira, não lhe garante o progresso nessa escola, nem o torna um aluno exemplar, muito pelo contrário. Essa escola é, notoriamente, muito complexa e exigente.
Muito se estranha, os aplicados nessa matéria, mas igualmente se incentiva os que estão com notas baixas a se aplicarem mais. Se as notas altas não são o ideal e as baixas muito menos, então, Aristóteles é que estava certo com a sua doutrina do meio-termo.
Todas as práticas executadas em excesso podem, certamente, ser consideradas vícios. A virtude está justamente na busca diária do equilíbrio.
O saber perder não é o acostumar-se/viciar-se a perder algo. Não é o procurar a perda, mas, sim, saber lidar com as circunstâncias produzidas pela mesma, sem se alterar.
 Uma vez que, o ego nada mais é senão a junção do ser com as circunstancias ocasionadas pelo meio em que este se encontra. Ortega y Gasset já dizia isso quando afirmava “Eu sou eu e minhas circunstâncias”.
As circunstâncias são rotineiras e de pleno conhecimento de todas e todos, o problema da sociedade atual é a falta do autoconhecimento. Há um bom tempo, o ser humano não sabe distinguir entre o seu EU, essência, e o seu EU fabricado pelo meio. Embora muitos já tenham dito antes, é sempre bom lembrar a idéia do “bom selvagem”, onde afirma que o homem nasce bom, e a sociedade é que o corrompe.
O meio-termo para se alcançar a virtude do equilíbrio nesta disciplina do desapego não é algo exato. Para tal, não existe uma fórmula decorada. É preciso que se pratique diuturnamente o aforismo "Conhece-te a ti mesmo", que está inscrito na entrada do templo de Delfos.
Somente assim, se é capaz de obter a medida necessária/aceitável de desapego, para ser aprovada/o nessa escola que é a vida, ou, pelo menos, nessa disciplina.

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