O Brasil vive um momento de profunda crise
financeira, tanto que o orçamento do Executivo, para o próximo ano, enviado à
apreciação do Congresso, apresenta rombo superior a R$ 100 bilhões, por conta
de gastos fora de controle.
Interessante, no entanto, que essa crise,
segundo os auditores fisicais, poderia não existir se o governo cobrasse com
rigor o que lhe é devido por sonegação de impostos, através de grandes firmas
que, simplesmente, não restituem aos cofres públicos altas somas, agarrada a
leis preparadas para “fazer o tempo correr”, com protelação da quitação.
Com isso, a máquina estatal passa a
depender, em grande parte, da categoria empresarial média, que paga em dia suas
obrigações através de uma soma de impostos e taxas que se posicionam entre as
mais altas do mundo. Os pobres, pela clara condição, não suportam mais o peso
da carga tributária a que estão submetidos, embora o governo continue teimando
em tirar sempre mais, enquanto as categorias mais ricas são protegidas,
sobrando à classe intermediária o azeitamento da máquina pública.
Por que tanta dificuldade para a cobrança do
que é devido ao governo pelos grandes grupos financeiros, que, segundo dados,
pode superar em muito o montante gerador da crise? Por que as grandes fortunas
não são taxadas, carreando para os cofres públicos somas fantásticas, que
poderiam deixar o País estabilizado e com condições de maiores e melhores
investimentos?
Por que os governos, de uma maneira geral, não cortam na própria
carne, como seria natural em períodos de crise, com forte enxugamento da
máquina e larga economia interna?
Fácil, bem mais fácil, buscar no aumento de
impostos, o dinheiro para tapar os rombos administrativos, enquanto fazem
vistas grossas e incompreensíveis ao que é devido por empresas que estão no
pico da cadeia de devedores.
Infelizmente, neste País, existe proteção
aos poucos da categoria superior, como acontece com o sistema bancário que cada
vez arrecada mais, enquanto no outro lado da balança, taxação violenta aos que
realmente já sustentam a máquina e geram o grande percentual de empregos.
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