quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Bloquear Facebook na empresa: vale a pena?


Como lidar com o uso das redes sociais em sua empresa? Bloquear Facebook é uma saída?


Um problema comum entre as empresas brasileiras nos últimos anos é o uso de redes sociais no ambiente de trabalho.
Não é por menos, os acessos aumentam a cada dia, assim como o número de pessoas que tem um smartphone, o que facilita ainda mais esse “vício”.
Segundo uma análise de mercado divulgada pela comScore e Shareablee em 2014, o Brasil bomba no uso das redes sociais com a média de 12 horas mensais de engajamento.
Entre os continentes, a América Latina tem a maior média, 8,13 horas mensal por pessoa, seguida pela Europa (7,41), América do Norte (6,38), África (4,96) e Ásia Pacífico (2,49).
Na verdade, estes números são bem discretos próximos aos dados da pesquisa mais recente: “Futuro Digital em Foco Brasil 2015”. Veja só!
Neste ano, calcula-se que 45% dos brasileiros gastam nada menos do que 650 horas em média por mês nas redes sociais. São 290 horas a mais do que navegando em portais de notícia e 60% mais do que o resto do planeta. Do total de usuários a internet no Brasil, 78% tem acesso a redes sociais e cada visita ao canal dura em média 21,2 minutos.
Os números são expressivos e crescentes e, é claro, o mercado de trabalho sofre o impacto dessas mudanças. São mais de 120 milhões de usuários ativos no Brasil e, principalmente, em ambientes corporativos é difícil encontrar alguém que não possua um perfil em rede social.
Na verdade, chega a ser estranho quando nos deparamos com pessoas fora dela, não é mesmo?
Mas vamos ao que interessa: o que fazer com todos esses números?
O mais importante é refletir sobre a utilização das mídias, suas vantagens e desvantagens, e criar alternativas para que isso não afete a produtividade e qualidade de sua empresa. Bloquear Facebook vale a pena?
Vamos aos pontos que devemos considerar:

Ansiedade

O Facebook mexe bastante com as nossas emoções. Você já se sentiu um pouco mais triste ou feliz após acessar a rede social?
Isso é comum. Estamos em contato com diversas opiniões, notícias e informações que afetam o nosso emocional.
Uma pesquisa inglesa, do instituto Anxiety, mostrou que o uso de redes sociais, como o Twitter e Facebook, aumenta a ansiedade e pode até provocar dificuldade para relaxar e dormir.
Mesmo assim, Nicky Lidbetter, que chefiou os trabalhos, ficou surpreso com o alto número de entrevistados incapazes de ignorar as demandas de seus gadgets, tendo como única saída para pausa desligar os aparelhos.
Realmente, existe uma dependência ao uso das redes sociais em qualquer que seja o dispositivo. Mas, a ansiedade que pode ser causada pelo seu uso excessivo também pode decorrer da sua privação em usa-las.
Acontece que o Facebook, por exemplo, instaura uma sensação de urgência, em que a timeline está sendo atualizada a cada segundo e quem não está online vai “ficando para trás” e perdendo os melhores momentos da rede.
Assim, no trabalho, não é difícil perder o foco em suas atividades pensando no que está acontecendo no Facebook e no momento em que poderá conferir as novidades.
Se você está pensando que ficou ainda mais perdido depois dessas informações, fique tranquilo. Este é mesmo um dilema, mas antes de qualquer coisa precisamos manter em mente que, não há como negar, as redes sociais são, sim, inimigas da produtividade e todos temos que ser capazes de admitir isso.
Elas têm o seu lado bom como o de relacionar pessoas, se atualizar e até estimular e desafiar habilidades. Mesmo assim, é preciso colocar na balança tudo o que ela pode trazer de bom e ruim para dentro da organização.

Vida pessoal X profissional

Com os dispositivos móveis, é muito fácil que, mesmo após o expediente, um colaborador continue recebendo demandas do trabalho ou mesmo conversando sobre ele com os chefes e colegas.
Se ele leva trabalho para casa, logo se vê no direito de levar seus interesses pessoais para o trabalho.
Cada vez mais, os âmbitos se misturam e, por isso, é tão importante se colocar no lugar do outro e ver até que ponto o trabalho ocupa sua vida e influencia suas necessidades próprias.
O próprio Google é um exemplo de empresa que preza pelos projetos pessoais de seus colaboradores, destinando 20% do expediente de cada um para os projetos que desejarem.
Não é só uma tendência, mas uma necessidade, se preocupar com a quantidade de tempo livre que sua equipe tem para cuidar de seus objetivos próprios.
A sensação de estar a par com a vida pessoal deixa o colaborador mais tranquilo no trabalho, sabendo que não está abdicando de outras coisas igualmente importantes para ele.
Vale a pena discutir este ponto em equipe!

Fanpage da Empresa

A sua empresa também possui uma página no Facebook?
A presença digital de uma empresa está bastante ligada à sua Fanpage. Para quem pratica o marketing de conteúdo, é essencial abastecer essa mídia com informações relevantes e interações ricas.
É igualmente importante gerar buzz e ter pessoas comentando sobre sua página na rede, logo este é um bom motivo para incentivar o uso consciente do Facebook no trabalho.
Converse com a equipe a respeito da importância de gerar bons links para a empresa, curtir e comentar as publicações da página.
Este pode ser um momento de descontração e envolvimento positivo para a empresa.

Uso consciente, liberação consciente

Proibir nunca foi a melhor forma de resolver um problema, certo? Por isso, o mais importante aqui é instruir.
Os seus colaboradores sabem como usar a rede de forma consciente? (Relembre o nosso texto sobre Políticas de Segurança da Informação aqui).
Por via das dúvidas, a melhor saída é orientar sobre a gestão de tempo no trabalho, apresentando maneiras de otimizar as atividades e aproveitar alguns intervalos de tempo livre para checar as redes sociais.
Nenhum ser humano é capaz de se manter focado 100% do tempo em que está no trabalho. Admitindo isso será mais fácil implementar regras que beneficiam ambos os lados.
Uma boa dica é estimar um tempo em que os colaboradores podem gastar em suas redes sociais e liberar em horários pré-determinados, de acordo com a política da empresa.
O bom senso, discernimento e maturidade, nesse caso, farão toda a diferença para que o Facebook não atrapalhe as questões corporativas.
Lembre-se também que, mesmo sendo flexível, é altamente recomendável acompanhar relatórios do dia a dia para entender como tem sido a navegação no ambiente empresarial, e mesmo, realizar testes de produtividade.
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