segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

A eleição geral como solução



O Congresso Nacional entrou em férias, sem decidir duas explosivas propostas: o impeachment da presidente da República e a cassação do mandato do presidente da Câmara.
 Enquanto os parlamentares veraneiam, o povo espera pela sua volta, para, então, decidirem sobre a provisoriedade instalada no governo, na direção da Câmara dos Deputados e em outros quadrantes do poder político-administrativo, cujos integrantes figuram entre os denunciados e processados pelos sórdidos esquemas de corrupção e malversação do bem público.
A sensação que sobra é de abandono, de já termos batido no fundo do poço, pois, ao lado da crise política, há a econômica, causando inflação, desvalorização da moeda, desemprego, fome e outros efeitos típicos.
Enquanto os agentes políticos se debatem por suas teses, a economia sangra, e o povo sofre. O Brasil perde avaliação no mercado internacional, a produção cai, e a miséria se amplia. Parece termos chegado ao final de mais um ciclo da história política nacional, tradicionalmente, composta por períodos relativamente curtos. Tanto que já vivemos a Sexta República.
 O modelo de democracia, construído a partir da Constituição de 88, apresenta feridas letais. A classe política, integrada por indivíduos que aparecem na televisão elogiando o próprio passado - quando participaram de assaltos a bancos, sequestros seguidos de mortes, atentados e um sem fim de atos contra a vida e o patrimônio, os quais só podem ser praticados por seres frios e calculistas - é duramente acometida pela corrupção que, em maior ou menor proporção, mancha a esmagadora maioria dos partidos e suas lideranças; todos poluídos pelos esquemas já apurados no Mensalão, na Lava Jato e em outros processos e investigações sobre o assalto aos cofres públicos, para o custeio de campanhas eleitorais e até para o enriquecimento ilícito de destacadas figuras.
A revelação dos malfeitos e a luta do salve-se-quem-puder destroem a reputação dos atuais detentores de mandatos e lideranças partidárias. É preciso fazer algo para salvar o Brasil, maior vítima de todo esse quadro adverso.
A Constituição não prevê, mas o melhor seria, diante da ingovernabilidade e da infuncionalidade congressual, buscar o caminho da reforma plena. Em vez da interminável tramitação de impeachment e cassações, convocar, para dentro de 120 dias, eleições para Presidente da República, Senador e Deputado Federal.
Nesse ano, já teremos uma eleição (de prefeitos e vereadores). Bastaria agregar os outros cargos à consulta popular, sem maiores delongas. Poderia também se eleger governadores e deputados estaduais, estabelecendo-se, assim, o dia de eleição geral a cada 4 anos, conforme já se tentou no passado.
O país não pode continuar indefinidamente com governantes e congressistas suspeitos e sem o apoio da sociedade. Se nada for feito, corremos o risco do povo ainda sofrer a chamada “síndrome de Estocolmo”, sendo levado a crer que o político delinquiu, mas, mesmo assim, é bom. Uma eleição geral, com campanha séria e competente, legitimaria o poder em todos os pontos, onde, hoje, ele é contestado e padece de representatividade. Quanto aos crimes cometidos contra o erário, isso é questão de polícia e justiça. Os processos têm de continuar, e outros se formarem até que os implicados paguem pelo mal que fizeram... 


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