sábado, 14 de novembro de 2015

O chato



Chato é um termo com diferentes significados. Pode se referir a uma superfície plana, que não tem relevo. Pode ser um tipo de parasita, conhecido por ser o piolho das partes íntimas (Pthirus pubis), que causa a pediculose pubiana etc. Entretanto, hoje, dedico a coluna a conhecermos um pouco melhor aqueles indivíduos que são incômodos e notadamente inoportunos.
Características bem marcantes na maioria dos chatos é serem inconvenientes, repetitivos, geralmente se acham donos da verdade e, muita das vezes, são extremamente irritantes. O chato é uma pessoa que fala quando deveria escutar. 
É uma pessoa egoísta, fala de forma compulsiva e só quer propalar assuntos de seu interesse. São pessoas que acham que só têm direitos e nenhum dever. Se acham autorizados a fazer o que bem entendem. São impertinentes e não sabem se comportar em nível social. Não percebem que são e estão inadequados. A chatice só é percebida pelos outros e não pelo principal interessado.
Os chatos são pessoas que não têm limites claros. Falam muito de perto, são pegajosos, ou seja, pegam o tempo todo no outro enquanto conversam. São pessoas que não percebem os limites do próximo. O chato não se dá conta de que está sendo inoportuno, por que o chateado normalmente não sinaliza que não está gostando. E este é um ponto importante a ser observado. Caso você se veja junto a um chato, mostre claramente sua insatisfação.
A voz, os gestos e o modo de se relacionar dão pistas sobre o grau de importunação dos chatos. Também são, de forma frequente, politicamente incorretos. O chato intelectual quer falar somente de suas ideias e projetos, além de ter uma grande dificuldade em relaxar. A repetição é uma característica e um traço forte do chato, podendo até fazer um certo paralelo com casos ansiosos e neuróticos do tipo transtorno obsessivo compulsivo (TOC). Poderia sugerir até uma nova nomenclatura para o chato: a “chatice neurótica”.
O chato convicto aprendeu a viver à sua própria maneira e não sabe ser de outra forma. O chato desenvolve um maneirismo e se beneficia disso na medida em que fica acomodado com as situações. Uma marca dos chatos é a afirmação: “eu sou assim mesmo, não vou mudar”. É incrível como o chato sempre quer provar a sua sinceridade, falar da “sua verdade” e, principalmente, provar a sua infinita honestidade. Sempre pensa que o tempo é todo dele e que todos estão à sua disposição para ouvir suas colocações, sem tempo definido. Haja paciência!
Teriam, então, os chatos uma saída terapêutica? Pois bem, eles podem perder empregos, amigos, oportunidades de negócios, vendas, além de vários outros problemas. Muitas vezes, eles não têm a humildade de perceber que estão perdendo para eles mesmos. A ajuda de um bom psicólogo em uma terapia comportamental poderá ser de grande utilidade para fazer o chato entender que deve mudar sua postura e melhorar suas relações interpessoais. Respondendo: chatos dispostos a fazer terapia podem melhorar sua chatice.

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Um comentário:

  1. William ,
    Os chatos , são chatos mesmos !
    Todo mundo conhece um chato ou convive com algum
    Quem não consegue identificar um chato de sua convivência ....
    Cuidado então , pois pode ser ele próprio o chato .

    abs
    Kiko

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