A fala do comandante do Exército, general
Eduardo Villas Boas, que, em conferência no último dia 9, a dois mil oficiais
da reserva, reconheceu estar o País vivendo “uma situação extremamente difícil,
crítica, uma crise de natureza política, econômica, ética muito séria e com
preocupação que, se ela prosseguir, poderá se transformar numa crise social com
efeitos negativos sobre a estabilidade”, é a demonstração de que as Forças
Armadas estão atentas, porém, recolhidas às suas funções constitucionais.
Portanto, de nada adiantam os apelos populares
ou de setores, pela intervenção.
Por outro lado, pode significar que, embora
equidistantes, os militares acompanham os fatos, na esperança de que a
sociedade seja capaz de resolver, institucionalmente, os seus problemas, sem a
necessidade daquilo que definiu como “atalhos”.
Pelo noticiário, denota-se um clima de
inquietação, a ponto do presidente do conselho dos oficiais da reserva
distribuir, após a palestra, nota cheia de simbolismo, onde afirma “Os tenentes
estão de volta, prontos! Dê-nos a missão!”
A missão,
pelo que se divulgou da palestra, é manter a calma e acompanhar os
acontecimentos.
Ao
mesmo tempo em que busca tranqulizar os intervencionistas, pode ser um recado
para que os responsáveis pela cena político-econômica brasileira não percam tempo.
Adotem, sem demora, as providências que lhes são devidas para tirar o País da
rota do caos.
Para o pai de família que perde o emprego,
pouco importa se haverá ou não impeachment presidencial, se os vetos serão
votados, se cassarão o presidente da Câmara ou qualquer outro acontecimento de
ordem política.
Ele quer uma nova oportunidade de trabalho e
sustento e tranquilidade para tocar sua vida. Para o empresariado não é muito
diferente. Basta a estabilidade.
A classe política precisa se reciclar
urgentemente, se quiser voltar a merecer o respeito da população. O Judiciário,
Ministério Público, Polícia Federal e instituições, que, hoje, mantêm a
estabilidade institucional, precisam agir o mais rápido possível para evitar a
chegada à crise social prevista pelo comandante...
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