“A família é o espaço
inicial onde a criança vive suas primeiras experiências; em seguida vem a
escola”
Professores
e escolas devem ir além dos livros didáticos e preparar os alunos também para a
vida. E nesse contexto, os profissionais de ensino devem contar com a parceria
dos pais dos educandos; afinal, estes “não são apenas colaboradores, são os
principais agentes da educação”, no entender da pedagoga Gizella Yamara de
Oliveira Almeida, do Colégio Logosófico.
Por isso
– disse ela – os pais “também são trabalhados para compreender o que acontece
com a criança e o jovem e para ajudar a si mesmos, pois muitas ações que afetam
as crianças se iniciam na educação que elas recebem no lar. A pedagogia
logosófica propõe uma comunicação intensa com os pais, colaborando,
incentivando, ajudando e mostrando quais são os verdadeiros conceitos que
norteiam o crescimento educativo”.
Para a
pedagoga Denise Patrus, “a família é o espaço inicial onde a criança vive suas
primeiras experiências; em seguida vem a escola onde surgem novas situações que
colaboram com o seu aperfeiçoamento individual”.
Valores
Dentre os
muitos valores que devem ser ensinados e cultivados na escola, visando preparar
os educandos para a vida, Denise Patrus ressalta o da boa convivência. Por isso
os conceitos apresentados na Pedagogia Logosófica “fundamentam o trabalho
realizado sobre a convivência, em que se ressaltam dois aspectos: primeiro,
pertencemos a uma família em que cada um é responsável pelo bem-estar e
harmonia do ambiente; segundo, fazemos parte, também, da grande família humana,
na qual cada um deve colaborar para o bem comum. Nisso está um dos segredos da
nossa felicidade como seres humanos”.
Acrescentou
ela que “nas atividades pedagógicas os alunos são estimulados, desde cedo, a
contribuir para a alegria, harmonia e beleza do ambiente escolar em que vivem,
que é o resultado do esforço de todos e resultado do cultivo de muitos valores,
como o respeito, o afeto, a colaboração, a generosidade e a solidariedade.
Esses valores são praticados nas brincadeiras, ao aprenderem a emprestar e a
trocar os brinquedos com os colegas, a trabalhar em equipe, com respeito e
afeto. Aprendem eles que o amigo é fruto de uma conquista e que devem saber
merecê-lo”.
Exemplificando,
Denise reportou a uma atividade de conversação sobre amizade, em que uma aluna
da classe de quatro anos disse aos colegas: “Eu não sabia tratar bem meus
amigos. Fiquei sozinha e muito triste. Aí aprendi a tratá-los com respeito e
carinho. Hoje tenho muitas amigas e estou muito feliz”.
Esse
relato – explicou a pedagoga – “retratou muito bem o que ela viveu com os
colegas, numa época em que se julgava a dona das brincadeiras. De forma
autoritária e egoísta, era ela quem decidia tudo, os outros só tinham de acatar
suas ordens. Após várias reflexões, feitas pelas professoras sobre a sua forma
equivocada de atuar e a repercussão dela nos colegas, a criança começou a
esforçar-se para dar oportunidade a outros de também decidir e, assim, ficou
mais simpática e bem aceita pelo conjunto”.
Acrescenta
Denise Patrus que outro fator importante na convivência e que deve ser ensinado
às crianças é o que diz respeito à observação. Sobre esse tema, cita um
ensinamento da Pedagogia Logosófica: “As observações que efetuamos sobre os
demais devem ser para a própria razão e contribuir inexoravelmente ao
melhoramento individual, pois da observação justa e inteligente surge a
capacidade para corrigir os próprios defeitos”.
A
observação deve ter sempre um caráter construtivo – disse Denise –, “por ser um
recurso valioso no aprender a conviver. Permite-nos corrigir nossos próprios
defeitos, quando o que observamos nos demais é algo negativo; ou é um estimulo
de valores, quando o que observamos repercute favoravelmente em nós. Assim,
quando a criança faz uma observação negativa sobre um colega, é o momento de a
professora convidá-la a ver algo de bom nele”.
Ultimamente,
a violência tem sido a preocupação maior dos pais, professores e autoridades,
pela sua força destrutiva, por seu poder de alterar a harmonia dos ambientes e
dificultar o cultivo de hábitos saudáveis de convivência – observou Denise
Patrus. “Hoje, a violência nas atitudes, nos gestos, nas palavras e nas
brincadeiras é quase considerado como algo normal”.
E
informou que em alguns colégios essa propensão comum à violência é trabalhada
com a contraposição de “valores que são fundamentais na convivência na escola e
em sociedade. Em um debate realizado com os alunos do curso fundamental, eles
chegaram a várias conclusões sobre esse pensamento”. Dentre as manifestações das
crianças, Denise destacou: “A violência é um atentado à vida, que é um presente
de Deus.”; “A vida é uma riqueza que possuímos. Somos responsáveis por ela.”;
“A vida tem de ser cuidada e enriquecida pelo bem.”; e “A violência destrói a
vida e as amizades.”
Explicou
a pedagoga que “é nosso dever, como educadores, quando surgem entre as crianças
problemas e desentendimentos naturais na convivência, orientá-las no sentido de
resolvê-los de forma inteligente, usando o dom da palavra para construir e não
para destruir sua própria felicidade e a dos demais. Ensinar que o uso da força
bruta é, tão somente, uma prova de incapacidade e que se chega a ela por falta
de recursos para se usar a inteligência de forma adequada”.
Concluiu
explicando que “tanto os momentos bons e alegres como também os tristes e
sofridos são aproveitados, pela Pedagogia Logosófica, para a superação
individual e para a construção do conhecimento social, ambos de suma
importância para a felicidade futura do cidadão que está se formando no calor
dos acontecimentos que envolvem sua vida diária e que são decisivos na formação
de seu caráter”.
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