sábado, 10 de outubro de 2015

A hora do desapego



Passados os projetos de aumento de receita, que foram votados na Assembleia Legislativa, na última terça-feira, é o momento de o governo do Estado apresentar à sociedade as medidas que adotará para a redução das despesas. Se é verdade que diversas ações foram tomadas nessa linha, é verdade também que nenhuma delas tem um impacto profundo na estrutura do Estado gaúcho.

Reformas estruturais – privatizações, concessões, até liquidações, se necessário – precisarão ser adotadas com convicção, ou não se fará o aparato público caber na receita.

Um Estado gigantesco, tributador e ineficiente é também injusto e imoral! De que serve uma gráfica estatal se o cidadão não tem segurança? Ou uma estatal de silos e armazéns quando há filas nos hospitais? Ou mesmo um banco estatal quando a educação pública é tão precária?

 Como manter essas estruturas defasadas enquanto o Estado não entrega aos cidadãos os serviços básicos pelos quais ele paga? É hora de exercer o desapego – deixar o supérfluo para trás, para manter o essencial funcionando.

Não se trata de Estado mínimo, como ataca a esquerda, mas sim de um Estado moral, que entrega o que vende ao cidadão. Sem a prestação dos serviços, o imposto não é mais do que um confisco, uma apropriação pelos políticos do dinheiro do cidadão. Não basta fazer como faz a esquerda: ser contra o aumento de impostos e também contra o corte de despesas – numa matemática insana que trouxe o Rio Grande do Sul ao caos no governo passado, e faz o mesmo em Brasília.

Essa é uma conduta irresponsável e oportunista. Estou entre aqueles que são contra o aumento de impostos, mas não cruzam os braços esperando a vaca ir para o brejo, torcendo para o “quanto pior, melhor”.

Sou contra aumento de impostos porque acredito que o ajuste fiscal deve ocorrer na coluna das despesas. Se enfrentar as despesas, exercer o desapego e voltar todos os esforços do Estado para os serviços de segurança, saúde e educação, o governador Sartori entrará para a história como o gestor que não passou adiante o problema, mas o enfrentou nas suas raízes.



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