quarta-feira, 2 de setembro de 2015

O dia em que fiquei feliz por me sentir um ignorante


Não lembro quem falou a frase, mas “todos somos ignorantes em algo”. E isso é uma grande verdade, você deve ter vários conhecimentos maneiros que eu não tenho e seus amigos não têm, assim como seus amigos também devem ter e assim por diante.

Parece completamente estranho, mas você vai entender como um dos dias em que me senti mais idiota, foi um dos que eu mais aprendi. Eu acabei parando em uma favela e foi incrível.

Não lembro quem falou a frase, mas “todos somos ignorantes em algo”. E isso é uma grande verdade, você deve ter vários conhecimentos maneiros que eu não tenho e seus amigos não têm, assim como seus amigos também devem ter e assim por diante.

Ainda bem que ninguém sabe de tudo, seria muito chato. A questão é que estamos evoluindo o conhecimento e as ideias absurdamente rápido, o que consequentemente quer dizer que cada vez ficamos mais longe de ter uma boa gama de conhecimento sobre o todo rsrsrs. Eu sei, parece triste, mas é verdade.

No entanto, esses tempos eu fiquei muito feliz por me sentir “um idiota” em determinado assunto... foi uma sensação ótima. 
Estava no EEJ-BA, um super evento do MEJ baiano que foi um dos melhores da minha carreira, mudou a vida de muita gente e, para começar, eles colocaram entre os participantes nada mais, nada menos, que o cara – Eduardo Marinho. 

O Eduardo é daqueles caras iluminados que têm uma visão tipo Thundercats, a visão além do alcance. O cara enxerga muito além do que a maioria das pessoas, e depois nos ajuda brilhantemente com coisas que parecem “óbvias”. 

Ele expôs tantas verdades e situações embaixo do nosso nariz que fiquei por vários momentos procurando onde estava minha inteligência, por não ter percebido (acredito que quase todos tenham se sentido assim, mas só posso falar por mim rsrsrs).

No início, rapidamente me revoltei – Como assim eu, que estudo tanto, analiso e percebo as coisas, não tinha me tocado disso? Ora, eu sou humano, tem coisas que estavam mais no meu foco, e os pontos humanistas dele chamaram a minha atenção naquela hora. 

E fiquei feliz por me dar conta: nossa, quanta coisa pude aprender hoje. E neste momento que veio aquele *insight*: caramba, todas as vezes que me senti um besta em um bate-papo, foram momentos em que aprendi mais do que em todos os outros. 

Depois da palestra, o pessoal me convidou para ir para a balada com eles, mas eu quis acompanhar o Eduardo em uma aventura: ele queria ir na periferia, era lá que se sentia bem. Eu estava curioso, com uma vontade de beber aquele novo conhecimento insaciável – queria mais e não importava o risco. Um clássico sentimento Free LifeStyle. 

Fomos para a periferia e lá paramos em um bar. Começaram a vir falar conosco pessoas de todos os jeitos, estilos e ideias. Notei o carinho e a vontade de ajudar que ele tanto falava, que só existiam na periferia mesmo. Não que eu nunca fora em uma, mas nunca tinha ido com esse olhar de aprendizado...

Eu sempre tive uma ideia de política, sobre ensinar a pescar e as pessoas terem o direito de criarem e conquistarem o quanto estão dispostas a suar na vida. Porém, o pessoal lá tinha ideias diferentes e eu resolvi que não falaria nada, apenas abriria a mente. 

Foi quando me apresentaram pontos super relevantes, de como um pequeno incentivo ajuda e inspira, da forma como o ensino e a valorização na base estão hoje, de como algumas pessoas acabam desenvolvendo um pensamento errôneo quando saem das classes mais baixas e aumentam a diferença não só social, mas até psicológica entre eles... Minha cabeça era, literalmente, aquela expressão “blow my mind” – ou seja parecia que ia explodir.

Eu percebi que existiam outras opiniões muito fortes, pois apenas via o meu lado, não tinha vivido o outro para construir algo mais sólido. Como eu poderia dizer que sabia o que era mais justo se conhecia apenas um lado? Isso é hipocrisia. 

O aprendizado foi tanto, que em certos momentos pensava em quando estava no início do colégio: cada dia tinha um novo mundo para desvendar. E fiquei feliz, muito alegre, por ter a oportunidade de ver e descobrir esses novos pontos de vista e universo.
 
Por sinal, no resto do evento me senti cada vez mais assim, quando vi meu querido brother Marc Kirst e o Rodrigo Hernandes falarem depois, nos bate-papos, com todos no dia a dia do evento.
Parecia brincadeira, vamos fazer o Bru se sentir um estúpido por não ter percebido algo rsrsrsrs. Mas eu adorei isso, talvez porque me lembrou de uma das essências de ser Free LifeStyle: fez perceber o quanto sou um humano que posso aprender quanto mais estiver aberto e lembrar que não há nada mais empolgante do que conhecer o novo.

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