quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Menores e arrastões


Não todos os menores que moram nas periferias participam dos arrastões, assim como não todos os menores que vivem na zona sul são santos. Os menores refletem a realidade de nossa sociedade. Há menores abandonados na periferia assim como nos bairros bacanas. A diferença é que alguns pais podem pagar a outros para calar a consciência, enquanto outros não podem nem fazer isso. Ou seja, a diferença está no dinheiro. Isto para aqueles menores que participam de atos delitivos.
A grande maioria de nossos menores que compartilham valores, tanto nas comunidades pobres como nas comunidades abastadas, não tem problemas, estudam, trabalham, são educados, tem noção dos limites. O que tem em comum são os valores que os pais possuem e compartilham com eles. São crianças que desde pequenas sabem a diferença entre o não e o sim. Os pais, independentemente de terem tempo, se preocupam com os filhos e eles sabem disto.
Ser menor na zona sul ou na zona norte não tem nenhuma diferença no caso que tenham pais responsáveis e presentes na vida deles. A justiça deveria ir atrás dos pais de menores abandonados, principalmente dos lares que tem dinheiro. Por quê? Porque eles tiveram educação e têm os meios para dar atenção aos filhos. Os pais ausentes dos pais pobres e sem educação são os menores abandonados da década de 70, 80 e 90. Quando falo destas épocas, aqueles que a viveram lembram que depois da ditadura militar veio uma época de “liberdade” que muitos levaram à “libertinagem” e “permissividade”.
Falar não para os filhos quando corresponde não cria traumas. Dizer: não posso comprar isso, não é crime. Ver crianças controlando os pais é um pecado. Ouvir pais de adolescentes dizer: Meu filho nunca mente, dá tristeza. Temos uma geração de jovens entre 20 e 30 anos que ainda vive com os pais, alguns porque não conseguem trabalho, mas muito deles porque os pais pensam que ainda são crianças e necessitam da proteção deles.
O problema dos menores abandonados é somente um problema de educação e formação. O único problema é que os resultados de uma boa educação e formação somente dá resultado num período não menor de trinta anos. São 30 anos de bons exemplos dos pais, dos líderes do país, de bom ensino nas escolas. Perdemos os últimos 12 anos e pelo andar da carruagem perderemos os próximos 12 também.
 Se começamos hoje somente em 2045 começaremos a ver menores como esperança para nossa velhice, e não com o medo que assola nossas ruas nos dias de hoje.
A impressão que tenho é que nos últimos 12 anos foram dados de presente muitos peixes, mas esquecemos de ensinar a pescar. Tudo vai bem quando os rios estão cheios de água e peixes, mas nas épocas de seca, como a que vivemos hoje, somente aqueles que realmente sabem pescar sobrevivem.
Sempre voltamos à velha solução: EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO!!!!!
O problema é que demora tempo educar, e ainda temos que dar o exemplo!!!

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