segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Esforçar e vencer


Vejamos, através de fatos, o que pode ocorrer ao homem que se reveste de uma atitude falsa, em relação a si mesmo, escondendo a verdadeira face atrás da máscara da hipocrisia, mesmo já estando no plano espiritual.


Esse fato, como o outro que comentaremos a seguir, encontra-se relatado no livro Reportagens de Além Túmulo, Editora FEB, escrito por Humberto de Campos que, mesmo do lado de lá, não cruzou os braços para sua verve de observador do cotidiano. Continuou sua atividade profissional.

 O livro se refere a pessoas que foram entrevistadas pelo jornalista, que também é articulista, cronista, escritor e foi membro da Academia Brasileira de Letras, sucedendo em 1919, a Emílio de Menezes na cadeira no 20.

As narrativas trazem testemunhos de percepção da realidade, nos contatos feitos após terem deixado o mundo físico. História de casos pessoais, contados por aqueles considerados “mortos”, segundo a carne, mas bem lúcidos, como soe acontecer.

Conta-nos Humberto de Campos a história de dedicado trabalhador de um Centro Espírita que não escolhia serviço, era pau para toda obra, mas se amargurava por não ter o dom da vidência.

Como gostaria de contemplar as entidades angélicas que os videntes descreviam… E ele nada percebia. Chegou mesmo a pedir que, então, pudesse vislumbrar os espíritos sofredores.

 Foi questionado: – queres mesmo ver almas carentes? Aqueles que choram, abandonados? Velhos esquecidos? Ele concordou. Então, andas mesmo esquecido da vidência que Deus te concedeu… Volta para casa e procura ver! No outro dia começou agindo de modo singular.

Após o café, beijou a esposa, de modo diferente, atencioso. Viu os filhos como jamais os havia visto. Como estavam crescidos! Beijou a mão da velha mãe paralítica, pediu-lhe a benção, como há muito não fazia.

Ao sair, sorriu feliz. Sua casa lhe pareceu um ninho de paz. Moral da história: aquele que quer ver Espíritos precisa, antes de tudo, perceber os que estão à sua volta, que são Espíritos também… só que encarnados.

Outra ocorrência, que até poderia ter o título de – “Não se ajuda a quem não queira ser ajudado”, traz precioso ensinamento.

Relata o cronista que um guardião espiritual tutelava um encarnado que se caracterizava por sua rebeldia, sempre recalcitrante no mal. Era a própria representação da teimosia. Gostava de altercar. O guardião recorreu aos Anjos das Moléstias Úteis, mas de nada adiantou.

 O cidadão adoeceu, mas como era forte, recuperou-se rapidamente e nada aprendeu. Solicitou colaboração aos Anjos dos Trabalhos da Velhice Prematura, sem bons resultados: o tutelado tornou-se mais velho e mais ranzinza.

Tendo sido vencido pela morte, veio-lhe o discernimento: percebeu que precisaria, urgentemente, de uma reencarnação para se corrigir da caturrice.

Recomeçaria tudo outra vez, sugerindo até que fosse portador de problema da fala, para evitar muita falação e ter oportunidade para ouvir mais, sem discutir.

Na reencarnação encontramos a saída memorável para a corrigenda precisa. Muitos têm méritos e podem palpitar na escolha de detalhes para o novo investimento, no campo da escalada espiritual.

Outros, infelizmente, não podem interferir em nada.Tem que contentar-se com a compulsoriedade das determinações da Lei de Causa e Efeito. Ela determinará, pelo visto da misericórdia, que cada qual será punido naquilo em que pecou.

No estágio em que a revisão de rotas fala mais alto, haverá sempre oportunidade renovada para se esforçar e vencer.


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