sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Dobra o número de jovens que usam narguilé


Pauta recente, o narguilé está na mira dos especialistas em saúde pública. Num intervalo de cinco anos, entre 2008 e 2013, mais que dobrou o percentual de jovens do sexo masculino, entre 18 e 24 anos, que admitiram usar o cachimbo oriental. 



O índice de fumantes do produto saltou de 2,3% para 5,5%. 

A informação foi divulgada pelo Ministério da Saúde, durante o lançamento da campanha criada em parceira com o Instituto Nacional de Câncer (Inca). Entre as mulheres da mesma faixa etária, o percentual permaneceu estável no período: 5,5%. Considerando o total de fumantes a partir de 18 anos no país - universo entrevistado pelo IBGE para produzir a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2013, em torno de 18 milhões de brasileiros -, o número de fumantes que também usa o narguilé corresponde a 212 mil pessoas. 

Os dados de 2008 são da Pesquisa Especial de Tabagismo (PETab). De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma sessão do cachimbo oriental dura de 20 a 80 minutos em média e corresponde à fumaça de cerca de cem cigarros.

 Essa informação contribui para desmistificar a visão difundida de que o uso do filtro d'água antes de a fumaça ser aspirada faz com que o narguilé seja menos nocivo à saúde. A ação do Ministério da Saúde e do Inca faz parte da campanha nacional Da Saúde se Cuida Todos os Dias, que objetiva incentivar as mudanças individuais e de comportamento, reconhecendo que a saúde não é fruto apenas da vontade própria, mas também dos contextos social, econômico, político e cultural em que está inserida. 

A campanha atingirá a população até o dia 30 de setembro e contará com cartazes e fôlderes, spots de rádio em emissoras voltadas para o público jovem, ações nas redes sociais e na internet. 

Entre os consumidores de tabaco, o número de fumantes de cigarro vem diminuindo. O ministro da Saúde, Arthur Chioro, destacou cinco ações e políticas implementadas pelo governo federal que contribuem para essa redução: a política de preços mínimos e de aumento da taxação de produtos de tabaco, a proibição da propaganda de cigarros, a obrigatoriedade de os maços conterem advertências sanitárias, a aprovação da Lei dos Ambientes Livres (que pôs fim aos fumódromos) e o apoio do SUS ao tabagista que deseja parar de fumar.

Atualmente estão em atividade 23 mil equipes de saúde da família, atendendo na Atenção Básica. Para o biênio 2015-2016, o Ministério prevê um investimento de R$ 46 milhões na compra de medicamentos para quem deseja deixar de fumar. 

A proposta de investir nos fumantes, para que abandonem o vício, costuma trazer resultados a médio e longo prazo. Afinal, quem deixa de ser usuário do tabaco, além de melhorar sua qualidade de vida, desonera os cofres públicos por não buscar tratamento às doenças resultantes do hábito.


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