sábado, 8 de agosto de 2015

Vovô vai à escola em busca do aprendizado

O saber é um patrimônio que pode ser distribuído sem ser diminuído.
 Quebrando velhos paradigmas de velhice estigmatizada, aquela em que o idoso vive o último período da existência à espera da doença e da morte, seja cuidando dos netos ou fazendo tricô em frente à tevê, os novos idosos continuam em busca da inesgotável fonte do aprendizado, caracterizando um novo momento de envelhecimento no País, aquele da velhice que se transforma na busca de conhecimentos em política, sociabilidade e educação.

 São os idosos que frequentam aulas em cursos fundamentais, médios ou em universidades abertas à terceira idade e querem se atualizar em informática.
Desta forma, eles não retornam aos estudos para fazer o tempo passar, de fato, buscam conhecimento, acabam descobrindo novas amizades e desenvolvem a autoestima, passando a ser vistos pela família e a sociedade, como velhos sábios.

Já não querem apenas ficar em casa depois de se aposentar, ou não se acomodam por estarem com mais idade e não perdem as oportunidades de continuar aprendendo, e aprendem o que não sabiam e aquilo que, talvez já tivessem esquecido.

Eles dão exemplo de vitalidade e disposição, quando, munidos de caderno, lapiseira e borracha a tiracolo, às vezes tomam dois ou mais ônibus e se juntam aos mais jovens para estudar em cursos regulares.

Evidentemente, o estudo como forma de envelhecimento produtivo é uma saída inteligente para o brasileiro acima de 60 anos, que, aliás, é o grupo etário que mais cresce no Brasil.

 Entretanto, o nosso País, ainda não está preparado para lidar com o crescimento do contingente da terceira idade. Contudo, nesse novo cenário demográfico, o brasileiro atinge a terceira idade com a expectativa de vida aumentada de 10 a 20 pelo menos, e convenhamos, não dá para desperdiçar todo esse tempo.

 Estudando, os idosos podem contribuir ainda mais para a sociedade.

Idosos não vão à aula para tirar diploma, eles querem aumentar o conhecimento, se chateiam quando os professores faltam, não se conformam com as emendas dos feriados e ficam tristes nas férias.

 Para eles, o ambiente escolar vai além dos valores pedagógicos e educativos, passa a ser um importante trabalho de utilidade pública, de inclusão social, porque ficam menos deprimidos, compreendem que são capazes, sentem menos a solidão e, frequentam menos os leitos de hospitais e asilos.

 A universidade ou outros centros de estudos é como uma maternidade para os idosos que resolvem enfrentar esses desafios, lá eles renascem, se sentem rejuvenescidos, evitam o mal de Alzheimer e provavelmente ficarão mais livres dos antidepressivos.

Parabenizo a todos aqueles que não perderam a sede do saber, e, em busca da preciosa fonte do conhecimento, encararam um processo seletivo, lograram êxito e se transformaram nos mais novos universitários.

 Com certeza, serão exemplos para seus netos, que se orgulharão mais ainda de vocês. Bons estudos acadêmicos, vovôs garotos.


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