domingo, 16 de agosto de 2015

Mitos e verdades sobre a coleta das células tronco do cordão umbilical


Quando falamos em armazenamento de células-tronco do cordão umbilical, muitas pessoas não sabem como funciona e a pergunta mais frequente entre as mamães de plantão é: vale a pena investir para armazenar as células-tronco do cordão umbilical?


Se pararmos para pensar que a probabilidade do material coletado do recém-nascido ser compatível com os familiares, é acima de 25% para pais e irmãos, ou seja, com chances muito mais elevadas do que aguardar um doador compatível nos bancos públicos e de poder ser usada de forma imediata, sim vale a pena.

Claro que as chances de uma pessoa da família precisar das células para o tratamento de uma enfermidade ser baixa, ainda assim oferece uma certa “segurança” para quem as têm armazenadas no banco privado.

Por ser um assunto relativamente novo, final da década de 80, a forma de uso e armazenamento das células-tronco do cordão umbilical ainda levanta polêmicas e não têm consenso entre médicos, já que alguns defendem e outros criticam pontos, como o armazenamento em bancos privados, o uso de forma autóloga (no próprio doador), a eficácia dos tratamentos, etc.

Independente da polêmica esta é uma decisão que cabe apenas aos pais e devem ser respeitadas e não julgadas.

A eficácia das células-tronco é comprovada, o importante é não descartar este material, seja ele armazenado nos bancos privados ou doado para o banco público.

1)      As células-tronco do cordão umbilical já são utilizadas comprovadamente para tratamentos de doenças?

Verdade. Hoje as células-tronco do cordão umbilical podem ser usadas para tratamento de mais de 80 doenças comprovadamente, entre elas enfermidades graves, como leucemias, anemia falciforme, mielomas múltiplos, hemoglobinopatias, doença de Hodgkin e inclusive a mielodisplasia, uma doença rara, como a do garoto Tancrede (11 anos), que ganhou espaço na mídia, graças às campanhas nas redes sociais para encontrar um doador compatível com ele.

2)      É verdade que as chances de encontrar um doador compatível nos bancos públicos é baixa?

Verdade. Com a miscigenação e a grande variedade genética dos povos as chances de encontrar um doador nos bancos públicos são pequenas, variam de 1 em 10 mil a 1 em 1 milhão, dependendo da mistura entre raças. Entretanto, é importante não desperdiçar este material tão rico, seja doando para o banco público ou armazenando em um banco privado.

3)      É verdade que o uso autólogo das células-tronco do cordão umbilical é condenado por médicos?

Em partes. Há algumas pesquisas que sugerem que o uso autólogo não apresenta resultados satisfatórios, visto que se uma criança desenvolve leucemia, estes estudiosos acreditam que as células-tronco do sangue do cordão umbilical já possuíam as células cancerosas ainda no útero da mãe.

 Entretanto, isto ainda não está efetivamente comprovado e, contrariando as pesquisas, há casos de transplantes autólogos realizados com sucesso, como exemplo, no México em 2012, onde uma criança com Linfoma não Hodgkin, recebeu as suas próprias células do cordão umbilical. Ainda podemos citar o caso do ator Reynaldo Gianecchini, que após buscar doadores compatíveis e não ter encontrado realizou um transplante autólogo com as células-tronco da medula óssea.

4)      Se eu armazenar as células-tronco no banco privado e depois quiser doá-las para os bancos públicos é possível?

Mito. Infelizmente, não é possível porque os bancos públicos não aceitam a transferência do material armazenado do banco privado para o público. Sendo assim, uma vez armazenado no banco privado, lá ele ficará e apenas o doador e os familiares poderão usá-lo.
Já nos bancos públicos, assim que qualquer pessoa compatível com o material guardado apareça, poderá ser usado, desde que já tenha passado por todas as avaliações necessárias como testes de HIV, Hepatite e outros.

5)      As células-tronco armazenadas serão compatíveis com membros da família?

Verdade. As chances de serem compatíveis com pais e irmãos podem chegar a 50%. Sendo que com o doador esta compatibilidade é de 100%. Sendo assim, caso algum membro direto da família precise das células, a chance de compatibilidade é muito maior do que no banco público.


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