terça-feira, 25 de agosto de 2015

Exploração de combustíveis fósseis ameaça oceanos



A dependência humana do petróleo nunca foi a melhor alternativa para o planeta. Todos os países têm plena consciência de que se trata de um dos processos mais poluentes já criados. Mesmo assim, continua sendo a grande aposta das nações, principalmente na geração de combustível.

Sobram estudos que comprovam os efeitos nocivos da extração e da queima do petróleo ao meio ambiente. O mais recente foi feito por cientistas alemães, divulgado pela Agência Lusa. Eles concluíram que é urgente acabar com o consumo de combustíveis fósseis para salvar os oceanos do acúmulo de dióxido de carbono (CO2).

 O trabalho, além disso, tem tom de alarme. Se nada for feito, "uma catástrofe de extinção em massa poderá acontecer", afirma a pesquisadora Sabine Mathesius, do Centro de Pesquisa Oceânica Helmholtz, da cidade de Kiel, na Alemanha.

Segundo ela, a remoção de dióxido de carbono da atmosfera de forma artificial, como vem sendo proposto, não salvará os oceanos se o homem prosseguir com os hábitos atuais de mineração e perfuração para obter carvão, petróleo e gás.

A pesquisadora explica que a água dos oceanos, que absorve dióxido de carbono a um nível sem precedentes, está ficando mais ácida que nos últimos 300 milhões de anos, o que poderá precipitar a extinção em massa de espécies marinhas. Como as medidas de redução artificial de dióxido de carbono "nunca antes foram testadas na sua eficácia", os investigadores desenvolveram um software, considerando um cenário até 2150.

A remoção de CO2 permitiria potencialmente à atmosfera voltar aos níveis de concentração de gases de efeito estufa da era pré-industrial, mas não salvaria os oceanos, destacam os cientistas. Mesmo a redução de enormes quantidades de CO2 da atmosfera não ajudaria muito o oceano profundo.

As emissões de gases de efeito estufa, provenientes da ação humana, são absorvidas em cerca de 25% pelos oceanos, o que causa o rápido aquecimento dos mares e também a acidificação dos mesmos a uma velocidade sem precedentes. Essas alterações interferem no metabolismo de vários grupos de organismos, como corais, esponjas, moluscos com conchas, crustáceos e entre outros.

Para Sabine, o transporte dos nutrientes (fitoplâncton, a base da cadeia alimentar marinha) das profundezas para a superfície fica bastante impossibilitada. E a longo prazo isso ameaçará as formas de vida marinhas de muitas espécies, pondo em risco a biodiversidade e as intricadas cadeias alimentares.

O que está sendo previsto pelos cientistas já ocorreu no planeta Terra. Há 65 milhões de anos a acidificação dos oceanos foi um dos principais motores de extinções marinhas.


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Um comentário:

  1. É triste como só se tem interesse em lucro, e se esquece de algo tão "insignificante" que é o planeta terra e o meio ambiente...

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