sexta-feira, 17 de julho de 2015

Superlotação mundial

População mundial está estimada em 7,2 bilhões de pessoas – No ano de 2050 haverá mais de 9 bilhões de terráqueos – Falta saber se haverá recurso natural no planeta.

Planeta Azul, nosso Lar, doce Lar; mas, até quando? A população mundial, ao longo dos últimos séculos, elevou-se em um ritmo exponencial, muito embora as últimas décadas tenham apresentando certa desaceleração nesse crescimento. O principal marco para o aumento do número de habitantes na Terra foi a Revolução Industrial a partir do século XVIII em diante, que possibilitou o crescimento das cidades e uma acelerada urbanização, que inicialmente ocorreu nos países desenvolvidos e, atualmente, manifesta-se no mundo subdesenvolvido.
As condições sanitárias precárias no período de formação e expansão daquelas que são hoje consideradas grandes cidades do mundo (Nova York, Londres, Paris, entre outras) fizeram com que as taxas de mortalidade fossem altas, o que compensava o crescimento da natalidade. Porém, com o tempo, melhorias sociais foram desenvolvidas e as taxas de mortalidade diminuíram, provocando o crescimento da população.
Atualmente, a população mundial está estimada em 7,2 bilhões de pessoas, o que gera preocupação por parte de muitos sobre como esse grande número de habitantes utilizará os recursos naturais disponíveis na Terra. Será que o planeta conseguirá atender as demandas e o nível de consumo de tantas pessoas?
O fato é que, realmente, o nível de exploração e utilização dos recursos naturais vem se expandindo, sendo atribuído por muitos como uma consequência do crescimento massivo da população.
A Organização Mundial do Comércio (OMC) afirma em seu relatório World Trade Report – Natural Resources que recursos naturais são “estoques de materiais existentes em ambiente natural que são escassos e economicamente úteis”. Ou seja, se forem usados de forma excessiva (e estão sendo) terminarão e teremos (já temos um) problema dos grandes.
Nesses recursos naturais não estão incluídos apenas petróleo, gás natural ou carvão. Alimentos também fazem parte dele assim como a água potável, o bem mais necessário à continuidade da vida de boa parte dos animais, homens principalmente. O responsável por tudo isso é nossa espécie. A situação é tão grave que, em março, cientistas liderados por Anthony Barnorsky, da Universidade de Berkeley, na Califórnia, Estados Unidos, publicaram um estudo mostrando que estamos caminhando a passos largos na direção da sexta extinção em massa, uma situação na qual 75% das espécies do planeta simplesmente deixarão de existir.
O abastecimento de água doce do planeta está ameaçado e, em consequência, nossa sobrevivência também. Quem alerta é a Organização das Nações Unidas (ONU). Mais de 1 bilhão de pessoas (18% da população mundial) não têm acesso a uma quantidade mínima de água para consumo. Agora, se mantivermos nosso padrão de consumo e de devastação do meio ambiente, o quadro irá se agravar muito rapidamente. Em 2025, dois terços da população do planeta (5,5 bilhões de pessoas) poderão ter dificuldades de acesso à água potável. Em 2050, o número pode chegar a 75% da humanidade.
Estimativas da FAO, braço da ONU para a agricultura e a alimentação, mostram que para alimentar a população humana em 2050 – até lá seremos 9,1 bilhões de terráqueos – a quantidade de alimentos produzidos no planeta deve aumentar em 70%. É um número e tanto. Porém, segundo a FAO, será possível alcançar essa meta. As dificuldades são muitas, entre elas o aquecimento global, que prejudica a produção agrícola de muitos países (vide o caso da Rússia na pág. 40). Em tempo: dados também da FAO mostram que atualmente um em cada seis habitantes do planeta passa fome, quase 1 bilhão de pessoas.
Gás natural – Utilizado em indústrias e por automóveis, o gás natural é mais um combustível fóssil e portanto vai, um dia, terminar. A previsão é que isso ocorra antes do carvão, daqui a 45,7 anos, segundo dados da BP Statistical World Review 2010, apesar de o uso de gás natural ter caído 2,1% em 2009 (os dados de 2010 ainda não foram publicados). É importante lembrar que o estudo da BP leva em conta apenas as reservas de gás natural confirmadas e com possibilidade futura de uso – o que alivia, mas não resolve a questão.
Algumas organizações e entidades internacionais afirmam que o planeta produz, atualmente, uma quantidade de alimentos e recursos suficientes para cerca de nove bilhões de pessoas, o que, no entanto, não impede que quase 1 bilhão de habitantes sofram com o problema da fome e da miséria extrema, a maioria concentrada nos países subdesenvolvidos. Portanto, o que se nota não é a escassez de recursos – sobretudo alimentares – frente ao aumento do número de pessoas, mas a má distribuição e a falta de acesso a esses elementos, fruto das relações de desigualdade e pobreza acentuada em várias partes do planeta. Pesquisa – Brasil escola – Revista Superinteressante.
Comente este artigo.

Um comentário:

  1. Perguntar se ou não vai haver recursos naturais suficientes para a humanidade num futuro próximo é uma questão com uma resposta óbvia. Não porque somente estamos superlotando o planeta, mas também porque agravamos o problema degradando o meio em quem vivemos como se não fossemos parte dele. Infelizmente, não haverá água para todos, comida, terra (aumento do nível do mar), dentre outras coisas como combustível. No final não será o Apocalipse ou alienígenas que acabaram conosco, mas nossos próprios demônios.

    ResponderExcluir