segunda-feira, 18 de maio de 2015

Pra onde vamos?

O Brasil de 2015 está se parecendo muito com o Brasil de 1964, dos últimos meses do ex-presidente João Goulart. Há diferenças. Naquele tempo a conspiração pela derrubada do poder anárquico que se estabeleceu no país, vinha de fora. Hoje a mesma anarquia está estabelecida. Nada funciona. Instituições públicas chegaram ao nível máximo de exaustão e já não respondem às demandas da sociedade. 

Os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, mais os conexos como Ministério Público, estatais e autarquias, servem apenas a si mesmos. Arrecadam impostos como nunca se arrecadou antes na história do país, mas o dinheiro é consumido dentro da máquina infernal em que se transformou o Estado brasileiro em todos os níveis: federal, estadual e municipal.

O desmonte deu-se gradualmente como se fosse uma conspiração bem feita. Não creio porque o país perdeu a sua capacidade de planejar a longo prazo. Mesmo o Partido dos Trabalhadores nesses 16 anos não seria capaz de planejar a longo prazo, porque se fosse não estaria no buraco em que está. Os demais estão mortos como instituições vivas da nação.

Cito alguns pontos em profunda crise institucional e existencial, inoperantes nas suas funções básicas. Dói registrar isso:

1 - Educação - foi desmontada e temos uma nação literalmente analfabeta

2 - Saúde - gradualmente desmontada ao nível mínimo de existência

3 - Infraestrutura - perdeu-se nas discussões ideológicas e morreu sua capacidade de inovação

4 - Segurança pública - confusão entre instituições ostensivas, investigativas e a justiça. O triste ambiente nas ruas é de guerra civil. As estatísticas dizem isso.

5 - Justiça - distanciou tanto da sociedade que se tornou uma miragem

6 - Legislativo - castelos de negócios grupais e partidários

7 - Ministério Público - castelo de vaidades e de poder

8 - Executivo - não governa mais o país e se perdeu no emaranhado de ideologia e de inoperância em todos os sentidos, engolido pelo descompromisso do funcionalismo e pela burocracia infernal

9 - Economia - engolida pelo ‘capitalismo de Estado‘ dos últimos anos, matou lentamente a indústria, afetou o comércio e serviços. Pior matou junto a produtividade e a competitividade da economia brasileira.

Não se resume só nisso. Os próximos artigos abordarão o fim do ciclo presidencialista brasileiro e a necessidade de reconstrução do Estado que governa e do país que produz. Mas quem faria isso? Ninguém mais do que a sociedade, por mais analfabetizada politicamente que ela esteja. O assunto continuará.

Onofre Ribeiro.

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