terça-feira, 26 de maio de 2015

Palhaços num país surreal

Definitivamente, o Brasil é uma nação surrealista. Uma peça de ficção, tamanhos são os absurdos que ocorrem neste país rico para poucos, miserável para muitos, pobre para a maioria. Exemplos? Alguns. Presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) pretende criar projeto criminalizando o uso de arma branca, "inspirado" pelos assaltos e assassinatos por faca na capital fluminense. O nobre parlamentar, como é hábito dos políticos - quer atacar as consequências e jamais as causas da violência - as facas são culpadas, nunca os criminosos e o contexto que os levam à criminalidade.
Outra da Câmara: a reforma política tramita há décadas na casa, sem solução. Cunha comprou a briga e, garante, vai bancar as mudanças. Mas, se aprovadas, a tendência é valer apenas a partir de 2022, com eleições unificadas (vereador, prefeito, deputados, governadores, presidente). Em 2016, talvez somente o voto distrital para vereador. Talvez. Os partidos de oposição, liderados pelo PSDB, entram com ação criminal contra a presidente Dilma Rousseff.
Não acham "prudente" pedir o impeachment, por conta da falta de provas concretas. Está claro, não estão interessados na saída da presidente e sim em fritá-la em fogo brando e lento, até 2018, mesmo que surjam elementos suficientes para incriminá-la. Os casos kafkianos abundam diariamente, tornando-se banais e torrando a paciência nossa de cada dia. Quer ver: às vezes a oposição vira situação e vice-versa. Partidos aliados - e com cargos - votam a favor de projetos de interesse do governo e depois - nos programas gratuitos de TV - se dizem opositores e malham medidas que eles próprios ajudaram a aprovar para ferrar a sociedade. Encerrando: a Caixa Federal restringiu o financiamento da casa própria, aumentou juros e outras maldades, certo? Em contrapartida, patrocina boa parte dos grandes clubes brasileiros com o dinheiro do povo.
Falta dinheiro à área social, sobra grana pra sustentar pernas de pau a peso de ouro, cobrir o rombo e não raro a corrupção galopante em diversas agremiações. E os Correios? Patrocinam até circo - e nos fazem de palhaços.
Ação criminal
Partidos de oposição protocolam hoje na Procuradoria-Geral da República ação por crime comum contra a presidente Dilma Rousseff. A representação está fundamentada em documentos que comprovam ilegalidades nas "pedaladas fiscais" de 2013 e 2015. O governo utilizou recursos da Caixa, do BNDES e do Banco do Brasil, artifício vedado pela lei. Dilma também será acusada de falsidade ideológica. O assunto é altamente explosivo.

Impeachment
Pedido de impeachment do governador Beto Richa (PSDB-PR) foi entregue ontem à Assembleia Legislativa. O documento contém 6 mil assinaturas e foi protocolado por juristas e professores universitários. Richa é acusado de crime de responsabilidade, por conta das agressões de policiais contra manifestantes durante protesto de professores.

Blefe
Governo aumentou alíquota de contribuição dos bancos de 15% para 20%. Muito bem. Hurras. Aplausos. E vaias! Isso porque os bancos vão transferir a conta para os clientes. Mais uma vez quem pagará o pato é o povo. Balela. Cortina de fumaça. Objetivo: passar a ideia de que o "ajuste fiscal" não recairá apenas sobre os ombros da população.

Maldade
As sessões de hoje e amanhã no Senado serão decisivas para a avaliação do "pacote de maldades" do governo Dilma Rousseff, malandramente denominado de "ajuste fiscal". As medidas provisórias 664 e 665 restringem direitos trabalhistas e previdenciários. As MPs encontram resistência entre os senadores, inclusive petistas, como é o caso de Paulo Paim (RS) e Lindbergh Farias (RJ). Eles irão manter posição?

Agora vai?
Reforma política monopoliza a atenção da Câmara dos Deputados. Ontem reunião de líderes definiu a forma de votação da matéria. Hoje se iniciam as análises das diversas questões, começando pelo "distritão". O modelo acaba com o atual para eleger deputados e vereadores e determina a eleição dos mais votados.

Trabalho
Em estudo no governo federal plano para reduzir a jornada de trabalho e de salário em alguns setores da indústria, sobretudo automobilística. Os percentuais ainda não estão definidos. Especula-se, serão 30% no horário de trabalho e 15% nos salários. O projeto conta com apoio de centrais sindicais. O desemprego ronda os lares brasileiros.


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