quarta-feira, 25 de março de 2015

A reforma política como caminho para um Brasil de todos os brasileiros

Mesmo que o processo de abertura política seja ainda recente, em termos históricos, a maturidade da democracia brasileira chegou, tornando impossível a postergação de seu exercício pleno. Fazer mudanças, porém, é mais trabalhoso do que esperar por elas. É hora de cada um assumir seu protagonismo, pois a mudança que todos desejam parte da vontade e da ação de cada um de nós.

Não é razoável que nos acomodemos aguardando que uma transformação positiva se dê pela simples passagem do tempo. Para que reinventemos o Brasil, para que cheguemos à realidade que tanto se deseja, faz-se urgente uma profunda mudança de cultura. É este o debate que propõe o fórum “Reforma política: visões para construir a mudança”, promovido pela Assembleia Legislativa gaúcha, no próximo dia 30. Parlamentares, jornalistas, juristas e intelectuais da academia apresentarão seus pontos de vista sobre os caminhos da reforma.

Recentemente, as ruas das maiores cidades brasileiras foram tomadas pelo clamor de uma representação, expressiva e ideologicamente plural, que exigiu mais respeito e integridade no trato da coisa pública. Uns bradavam pela deposição da presidente da República, outros defendiam-na, havendo ainda quem protestasse, talvez, sem um foco claro.

Independentemente de concordarmos com o que se ouviu e assistiu, é impossível ignorar os rugidos das ruas. Pulsa, vigorosa, uma insatisfação crescente. Mas é certo que, no fundo, essa gente toda quer o fim de alguma coisa e o começo de outra. Pede, enfim, uma renovação de paradigmas. E é justo que assim o faça. Não há nada mais incoerente e perigoso que tapar os ouvidos à voz do povo.

Mas é preciso prudência; mais cabeça, menos romantismo. Afinal, por piores que estejam as coisas, tudo seria ainda muito mais grave ante um Estado de exceção. Afinal, mesmo a pior das democracias, ainda é preferível à melhor das ditaduras.
É urgente que se execute a mais essencial das reformas, a reforma política. É muito mais que um projeto de lei, é um encontro de vontades, de novos conceitos, de novas referências e limites.

Para que uma transformação substancial aconteça, é necessário que todo cidadão, e não apenas os representantes políticos, participe. A transferência de responsabilidade não nos trará mais conforto nem soluções. A caminhada é de todos nós. Venha participar!

 Edson Brum.


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