segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Não ao tabaco

Um dos maiores obstáculos para quem quer deixar o cigarro são as dependências causadas pelas substâncias químicas presente nele. O publicitário Pedro Ascar, 23 anos, parou de fumar há pouco mais de dois anos e afirma que o primeiro passo para parar de fumar é perceber que “a força de vontade tem que ser maior do que aquele impulso e prazer que dura 5 minutos”. Depois de tomar a decisão de abandonar de vez o cigarro, o fumante enfrenta muitas dificuldades para deixá-lo de lado e por isso optam, na maioria das vezes, pelos diversos tratamentos existentes no mercado.
O cigarro contém várias substâncias químicas que trazem sérios problemas para a saúde a curto e a longo prazo. Segundo informações apresentadas no site do Instituto Nacional de Câncer (INCA), o tabagismo é considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) o maior causador de morte evitável no mundo. Engana-se quem pensa que as doenças consequentes do fumo afetam apenas os que possuem o vício. O tabagismo passivo – não-fumantes que convivem com fumantes e frequentam ambientes fechados com fumaça de cigarro – é a terceira maior causa de mortes.
Diante dos problemas trazidos pelo fumo muitas pessoas decidem deixar o vício depois de alguns anos sendo “reféns” do cigarro. Hoje existem muitos programas que ajudam fumantes a deixarem o tabagismo, alguns, inclusive, são gratuitos e disponíveis nas redes do Sistema Único de Saúde (SUS) e que oferecem um leque de opções para ajudar quem procura abandonar a droga.
Os benefícios para a saúde quando uma pessoa deixa o cigarro já são notados, segundo os dados do INCA, a partir dos primeiros 20 minutos sem fumar. As estatísticas mostram que um fumante tem dez vezes mais chance de desenvolver um câncer de pulmão com relação ao não-fumante, cinco vezes de sofrer infarto, bronquite crônica e enfisema pulmonar e duas vezes de ter um derrame cerebral.
Tratamento
O estudante Matheus de Andrade, 24 anos, começou a fumar por brincadeira aos 17 anos de idade e ainda não conseguiu deixar o cigarro. Assim como ele várias pessoas já recorreram a tratamentos, mas não obtiveram sucesso. O jovem já fez duas tentativas, em uma delas foi acompanhado por um profissional e fez uso de um medicamento muito conhecido dos fumantes, o cloridrato de bupropiona. Ele abandou este tratamento após começar a sofrer com os efeitos colaterais do mesmo.
A bupropioma é um antidepressivo que vem mostrando muito resultado em pacientes que querem deixar o cigarro, pois controla a ansiedade e a vontade de fumar. Hoje muitas pessoas tentam usar este remédio para deixar o hábito e acabam cometendo um grande erro. Apesar da sua eficácia, ele não não deve ser consumido sem a orientação de um médico e não é indicado para qualquer pessoa.
O Programa Municipal de Controle do Tabagismo da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia é um das referências dentro do país neste tipo de tratamento.  A chefe da divisão de doenças crônicas, onde está inserido este programa, Adacy Macedo, afirma que no trabalho desenvolvido são aplicados três tipo de medicamentos que são: adesivo de reposição de nicotina, goma de mascar e a bupropioma. Ela ainda reforça que o medicamento sem o acompanhamento médico não deve ser utilizado e nem sempre traz resultados.
Adacy afirmou que o programa oferecido pela Secretaria costuma ter duração de seis meses e as pessoas são dividas em grupos que passam pela avaliação, acompanhamento e apoio medicamentoso (caso tenha necessidade). Todo trabalho desenvolvido para ajudar fumantes a deixarem o cigarro é acompanhado por vários profissionais da saúde de diversas áreas e é completamente gratuito. A chefe da divisão disse ainda que “a cada dez pessoas que passam pelo grupo, oito deixam de fumar”.
Muitas pessoas começam a parar de fumar sendo negativas e acreditando que não vão conseguir deixar o cigarro. Adacy afirma que o tratamento da secretaria da saúde é baseado em uma ideia de que “a pessoa é o centro da sua mudança”. De acordo com ela , “o grupo começa fazer a pessoa associar o poder de mudar e essas são estratégias para o enfrentamento da situação”.
Superação
A maioria dos entrevistados afirmaram que começaram a fumar por brincadeira e curiosidade e começaram a tomar gosto pelo fumo. O jornalista Hugo Oliveira, 27 anos, afirma que mesmo estando ciente de todos os males do cigarro passou muito tempo fumando. Diante desta situação, ele decidiu que antes dos 30 anos iria parar e decidiu tentar pela primeira vez aos 25.
Hugo declarou que parar de fumar foi mais fácil do que pensou e já na primeira tentativa conseguiu deixar o cigarro. Hoje ele está há dois anos sem fumar e mesmo convivendo com amigos que fumam não teve nenhuma recaída, apesar de ter sido difícil nas primeiras semanas.
O rapaz afirma que o importante para deixar o hábito “é ser determinado”. Hugo ainda declarou estar bem e não sentir mais vontade de fumar. Segundo ele, uma das maiores ajudas durante esse processo foi o esporte. A falta de preparo físico por conta do fumo é muito normal e muitas pessoas encontram nos exercícios um fôlego a mais para seguir com o objetivo.
Mesmo tendo abandonado um tratamento médico, Matheus de Andrade não desistiu do objetivo. O jovem tentou pela segunda vez deixar o cigarro sem o uso de medicamentos, mas depois de um mês uma forte crise de ansiedade o levou a fumar de novo. Ele afirma que espera ter mais força de vontade este ano para voltar ao seu último tratamento.
Pedro Ascar afirma que depois de tomar gosto pelo cigarro, o via muito mais como um amigo do que um produto. O publicitário já tinha recebido pedidos para parar de fumar da família, dos amigos e do namorado, mas nunca deu muito moral. Segundo ele, a decisão é sempre algo pessoal e funcionou com ele a partir do momento que quis abandonar o hábito.
O jovem chegou a ir em um psiquiatra para começar a usar medicamento, mas afirma que não funcionou com ele. Pedro sofreu com a decisão no segundo mês sem fumar, mas se manteve firme na decisão. “Sinto vontade de fumar todos os dias e acredito que vá ser assim por muito tempo. O que muda é seu auto-controle, sua forma de lidar com a ansiedade, perceber que é bem mais forte do que qualquer tragada” completa.

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Um comentário:

  1. Boa Tarde!
    Já estou seguindo, segue o meu também!
    http://diariosolelua.blogspot.com.br/
    Beijos Obrigadas!

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