segunda-feira, 27 de outubro de 2014

A voz, linguagem expressiva

Li, certa vez, em um livreto, desses que trazem assuntos curiosos e inteligentes, que a voz humana tem o poder de se manter presente na memória das pessoas que a ouvem tal a força da impressão que causa.
Se a sua função é tão importante em nossa vida diária, pois é nossa mais perfeita forma de expressão, creio ser de real importância que nos detenhamos para uma análise corajosa e honesta. Vejamos:
– Como falamos?
Nossa voz é agradável aos ouvidos? Temos o mau hábito de falar alto e estridente, irritando os que nos ouvem? Ou, ao contrário, falamos demasiadamente baixo, obrigando a que façam esforço para nos entenderem?
Quanto ao ritmo, falamos “molemente”, de forma cansativa e monótona, ou costumamos “engolir” as palavras, tal a rapidez com que o fazemos? Existe, ainda, o hábito de falarmos com a boca quase fechada, o que impede a boa articulação das palavras.
E quanto aos gestos?
Quando exagerados, devem ser substituídos por uma expressão corporal e fisionômica condizente com o que queremos expressar. Não podemos dizer algo triste com atitude e expressão alegres. E, ao dizermos algo cômico, todo nosso corpo deverá participar da comédia.


Lembremo-nos, pois, de que juntamente com uma voz agradável, compreensível e natural devem aparecer, com a mesma importância, as expressões fisionômicas e corporais que dão vida às nossas palavras Sabemos ser difícil mudar velhos hábitos, mas o bom resultado valerá o sacrifício. Aos pessimistas eu perguntaria:
– Seria possível a alguém de voz pequena e sem brilho chegar a falar bem? E eu responderia: Não apenas falar bem, quanto à sonoridade, articulação e expressividade, mas a alguém que possua “um fio de voz” seria possível chegar até mesmo a cantar. Explico melhor: Nossas cordas vocais são, em parte, responsáveis pela qualidade do som vocal, mas outras partes ficarão sob a responsabilidade da respiração e da caixa de ressonância.

Uma pessoa que possua “um fio de voz”, poderá ouvi-la muitas vezes ampliada, através de um trabalho disciplinado de respiração e emissão de sons. Sabe-se que o grande Caruso teve sua entrada impedida em corais, por várias vezes, devido à falta de voz suficiente.
Tomemo-lo como exemplo, nós que não almejamos o título de um dos maiores cantores do mundo, mas que temos em mira, simplesmente, o desejo de falar – e de forma agradável.
ONORINA BARRA

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