domingo, 17 de agosto de 2014

Mortes por depressão no Brasil crescem 705% em 16 anos

Em 1996, 58 pessoas morreram por uma causa associada à depressão. Em 2012, último dado disponível, foram 467.

Em 16 anos, o número de mortes relacionadas com depressão cresceu 705% no País, mostra levantamento inédito feito pelo Estado com base nos dados do sistema de mortalidade do Datasus. Estão incluídos na estatística casos de suicídio e outras mortes motivadas por problemas de saúde decorrentes de episódios depressivos.

Foi a depressão, somada à dependência química, o que provavelmente levou o ator americano Robin William, de 63 anos, a se matar, na segunda-feira.

Os dados mostram que, em 1996, 58 pessoas morreram por uma causa associada à depressão. Em 2012, último dado disponível, foram 467. O número total de suicídios também teve aumento significativo no Brasil. Passou de 6.743 para 10.321 no mesmo período, uma média de 28 mortes por dia. As taxas de suicídio são muito superiores às mortes associadas à depressão porque, na maioria dos casos, o atestado de óbito não traz a doença como causa associada.

No Brasil, a faixa etária correspondente à terceira idade é a que reúne as estatísticas mais preocupantes. No caso de mortes relacionadas à depressão, os maiores índices estão concentrados em pessoas com mais de 60 anos, com o ápice depois dos 80 anos.






Segundo especialistas, o aumento de suicídios e de mortes associadas à depressão está relacionado com dois principais fatores: o aumento das notificações e o crescimento de casos do transtorno. "Como o assunto é mais discutido hoje, há maior procura por 
atendimento médico e mais diagnósticos. Mas também está provado, por estudos epidemiológicos, que a incidência da depressão tem aumentado nos últimos anos, principalmente nos grandes centros", diz Miguel Jorge, professor associado de psiquiatria da Unifesp.

Ele explica que, além do componente genético, que pode predispor algumas pessoas à doença, fatores externos da vida atual, como o estresse e a grande competitividade profissional, podem favorecer o aparecimento da doença.

No caso dos idosos, a chegada de doenças crônicas incuráveis, o luto pela perda cada vez mais comum de pessoas próximas e a frustração por não poder mais realizar algumas atividades os tornam mais vulneráveis à depressão e ao suicídio. "Um estilo de vida estressante, o uso de drogas e álcool e insatisfação em diversas áreas são fatores de risco para a doença. Fazer escolhas pessoais e profissionais que ajudem a controlar esses fatores é uma forma de prevenir a depressão", diz o especialista.

Fonte: Agência Estado.

Comente este artigo.



Um comentário:

  1. William, a 10 anos fui diagnosticado com depressão crônica e profunda, passei então a tomar 3 tipos de medicação controladas, ansiedade, raiva, vultos me perseguindo, vozes, cheguei até a ver vária vezes pessoas pessoas que não existiam como se fossem reais.
    A pouco mais de um mês cometi um ato de desespero, sem meus remédios a mais de uma semana em virtude dos jogos da Copa, feriados, pontos facultativos e final de semana não consegui pegar minhas receitas. A coisa voltou toda, sensação de perseguição, desespero, o que culminou numa tentativa de suicídio da minha parte, fui levado a um Hospital Psiquiátrico onde passei uma semana internado. Mas o fato é que a medicação ao longo do tempo vai perdendo sua eficácia, não posso dizer que estou bem, pois não estou, tenho que ser reavaliado e talvez mudar a medicação.
    Abraço!

    ResponderExcluir