sábado, 30 de agosto de 2014

Enxaqueca provoca insônia


Estudos associam as duas doenças, especialmente quando a cefaleia acontece com muita frequência. Problema também pode afetar a memória e a capacidade de concentração.


Quando as dores de cabeça e enxaquecas são frequentes, a chance delas interferirem na qualidade do sono aumenta. A pessoa pode ter dificuldade para dormir, acordar diversas vezes à noite e não alcançar os estágios mais profundos do sono. Quem afirma é a neurologista, especialista em cefaleia, Thaís Villa. Para o Ministério da Saúde, de 5 a 25% das mulheres e 2 a 10% dos homens têm enxaqueca.

A enxaqueca é uma doença neurológica de causa hereditária. É um tipo de cefaleia em que a dor geralmente é mais forte apenas de um lado da cabeça, sendo pulsante e latejante. Além disso, a enxaqueca pode vir associada a outros sintomas e a pessoa pode sentir ainda um incômodo com luzes, barulhos ou cheiros fortes. “O mais comum durante a crise é sentir a dor de cabeça apenas de um lado na cabeça, mas esta não é uma característica própria da doença”, esclarece a neurologista.
As fortes dores de cabeça aumentam o risco de variados distúrbios do sono. A insônia, a sonolência diurna e o bruxismo noturno, que é o ranger ou apertar dos dentes, são exemplos de transtornos do sono provocados pela enxaqueca.

“Nunca durmo o necessário, vivo com sono”, afirma a jornalista Dhieny Arêbalo, de 22 anos, que foi diagnosticada com enxaqueca há dois anos, depois de muito sofrimento com os sintomas causados. Hoje, mesmo em tratamento, tomando remédio manipulado e retornando ao medico a cada três meses para alteração na dosagem, a jovem ainda é vítima da dor hereditária.

Conforme Dhieny, na última quarta-feira (27), ela precisou se internar em uma rede de saúde para tomar os medicamentos por meio de soro, devido à forte crise de enxaqueca que teve. “Sofro de enxaqueca há tempos, e, de um tempo para cá, as crises vêm aumentando. Além da dor de cabeça, senti também dor nas costas, no estômago, tontura e fraqueza”, conta.
A jornalista, entretanto, assume que tem trabalhado demais e a correria do dia a dia não permite que ela se alimente corretamente. Esses são os principais provocadores da enxaqueca, conforme a neurologista. Estresse, jejum prolongado, mudança da rotina do sono e as alterações hormonais da mestruação e/ou de menopausa.

Complicações
A doença pode vir acompanhada também de aura, um fenômeno neurológico que precede a dor e pode durar de 4 a 30 minutos. A mais comum é a visual, quando a pessoa enxerga luzes piscando, mas podem ocorrer ainda a sensitiva (formigamento de um lado do corpo), a motora (dificuldade de fala) e a hemiparesia (paralisa um lado do corpo, semelhante ao AVC), como explica o neurologista Thaís Villa. Nesses casos, o paciente já sabe que vai ter dor de cabeça por causa da aura e, por isso, toma o medicamento na hora certa, evitando o surgimento do problema.

Tratamento
O primeiro passo para combater a enxaqueca é identificar os seus motivos. Embora alguns sejam mais frequentes, eles podem variar muito de pessoa para pessoa, por isso a avaliação clínica precisa ser bem detalhada e individualizada. “A doença é genética, ela não tem cura, mas tem controle”, destaca a especialista.
No entanto, se a enxaqueca for crônica, é preciso fazer um tratamento de prevenção da dor. Na maioria das vezes, são usados remédios analgésicos ou anti-inflamatórios, mas se a enxaqueca for muito frequente, é melhor procurar um médico, já que o uso excessivo de medicamentos pode levar a uma dor rebote, que ocorre logo após o efeito do remédio e é mais intensa.

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