quarta-feira, 18 de junho de 2014

Quem gosta de ler?



'...a formação    de leitores não é responsabilidade exclusiva da escola   . A família também é condutora no processo de desenvolver o gosto e a habilidade de ler'
Pensando sobre o ensino de literatura no ensino médio   , vários questionamentos podem ser feitos: os adolescentes gostam de ler? Entendem o que leem? Que tipo de literatura é mais motivadora neste estágio    da vida? Devem ser utilizados livros de literatura clássica (cânones) ou os mais contemporâneos? Qual a importância da poesia no Ensino Médio? Quando começa a formação dos leitores?

Segundo pesquisas realizadas com adolescentes na faixa etária dos 14 aos 17 anos, a música foi apontada como preferida em oposição aos livros como atividade relacionada às artes. Se tomarmos as letras de música como ponto de partida, poderemos chegar ao ensino da poesia canônica em exercício de comparação e contraposição. Penso que, se o professor conseguir associar algo do interesse do aluno e do seu viver cotidiano ao conteúdo programático que precisa desenvolver, o ensino ocorrerá de forma mais eficaz e prazerosa.

Nesse sentido, a flexibilização do professor se faz necessária, pois este precisa estar atualizado com o universo adolescente a
fim de buscar recursos — textos, livros, poesias, músicas    — que capturem a atenção dos alunos e despertem o gosto pela leitura. Além disso, o professor deve ser primeiramente leitor, pois, segundo as professoras Maria da Glória Bordini e Vera Teixeira de Aguiar, “A leitura do professor é pré-requisito da leitura do aluno”. Portanto, se o professor de literatura não lê, como pode desejar que seus alunos leiam? Como poderá fomentar discussões e argumentações variadas diante das diferentes interpretações que os alunos podem vir a ter?

Contudo, a formação de leitores não é responsabilidade exclusiva da escola. A família também é condutora no processo de desenvolver o gosto e a habilidade de ler. Desde pequena, a criança deve ser exposta aos livros, às gravuras, às rimas, e quanto maior a variedade de textos aos quais se expõe, tanto melhor leitor poderá se tornar.

Proponho esta reflexão    não apenas aos professores, mas também aos pais, tios e avós, para que possamos auxiliar as novas gerações a não apenas decodificar o que leem, mas compreender e ainda mais, gostar de ler. Entendamos que, cada um à sua medida, podemos contribuir para a constituição mais plena das novas gerações de leitores.


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Um comentário:

  1. Você tocou num assunto bem interessante: a educação/exemplo deve vir de casa. Ser professor está cada vez mais difícil, pois tudo agora tem que ser adaptado, o que tem seu lado bom, mas ruim também, levando em consideração que a preparação de materiais diversificado leva um bom tempo (e que professor tem tempo de sobra?). Por isso que o gosto pela leitura deve ser incentivado desde criança mesmo e mantido na adolescência e na vida adulta.
    Abraço.

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