segunda-feira, 30 de junho de 2014

V de vitória ou de vingança?

Não estamos muito distantes de mais um processo eleitoral majoritário, de suma importância para a continuidade do governo do Partido dos Trabalhadores (PT) ou a ascensão ao poder dos hoje autoproclamados partidos de oposição (são mesmo?). 

De um lado, o Partido Socialista Brasileiro (PSB), cujo candidato é o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, tendo como vice a ex-senadora Marina Silva. De outro lado (será?), o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), cujo candidato é o senador e ex-governador mineiro Aécio Neves (o vice será José Serra?!).

Seja como for, a proximidade da eleição e o fato de estar em viagem pelo Velho Continente me fizeram recordar uma crise real e um roteiro cinematográfico absolutamente fictício, em que um vingador solitário e ardiloso busca eliminar o controle central exercido pelo governo. 

É marcante, no filme V de Vingança, a cena final em que o Parlamento inglês vai para os ares, em uma sequência de explosões, como expressão da liberdade de uma sociedade oprimida e controlada.

A crise que me veio à mente foi a da União Europeia, desde 2008 às voltas com o declínio de suas economias, com aumento expressivo nos índices de desemprego, baixo poder de reação por conta da fragilidade das contas públicas, resultado, em boa parte, de uma política de bem-estar social levada aos extremos.

 Ou os governos socialistas dos últimos 20 anos não criaram programas sociais que, sem o respectivo incremento de arrecadação, comprometeram suas economias ao ponto de não terem como reagir à crise mundial? Exceção à regra foi a Alemanha, sempre mais responsável e com programas sociais muito mais modestos que os de seus vizinhos franceses, espanhóis, italianos e portugueses, para não falarmos na Grécia, que por pouco não entrou em colapso.

Não há almoço grátis! Se queremos um Estado protetor, trabalhar 36 horas por semana, ter saúde de excelência e educação de qualidade, bolsa família, vale-cultura, salário-desemprego, reforma agrária, enfim, uma rede de proteção social de primeiríssimo mundo, de duas, uma: ou nos preparamos para uma crise, que, diga-se de passagem, há muitos anos se avizinha, com desequilíbrio nas contas públicas e inflação resiliente, ou nos preparamos para permitir um aumento da já elevada carga tributária, que beira os 40% do PIB.

A resposta que devemos dar nas urnas é que tipo de sociedade realmente queremos para o Brasil. E não estou falando desse ou daquele partido, de um ou outro candidato. Falo de ideologia, de definição clara do papel do Estado, eleito para cumprir o que nós, sociedade democrática, determinamos.

Queremos um Estado forte, que tudo pode e tudo dá, desde o respeito às leis e à Constituição até a efetiva transferência de renda, passando pela manutenção de serviços básicos (saúde, educação, segurança pública), pela interferência direta no processo produtivo e empresarial, pelas definições das regras de convívio social, incentivando ou reprimindo a imprensa – de acordo com sua aderência ou crítica ao governo – e os movimentos sociais? Um Estado forte, que, no limite, pode exercer um poder tão concentrado que nos torna meros espectadores e fiéis seguidores de uma doutrina em que os governantes ditam todas as regras e normas do convívio social?

Ou queremos um Estado moderado, mero cumpridor e preservador de um estado democrático de direito, de liberdades individuais e coletivas mais abrangentes, cujo papel principal é organizar e regular os mercados, deixando as matrizes do desenvolvimento para a iniciativa privada, que, embora com todos os seus defeitos, é, sem dúvida, muito mais eficiente? Queremos um Estado com viés político mais forte e centralizador, como Cuba e Rússia, ou um Estado mais liberalizante, como os Estados Unidos e a Inglaterra?

Eu, particularmente, me alinho mais com aqueles que preferem a segunda alternativa. Não considero sadia uma sociedade que espera tudo do Estado, para a qual todas as obrigações cabem ao Estado. Sou partidário da liberdade individual plena, com as consequências dela advindas. Quero mais, esforço-me mais! Contento-me com menos, trabalho o necessário! Sem o risco de termos um Estado paternalista e protetor ao extremo, que ameace, inclusive, nossas liberdades individuais e coletivas.

Deixemos os fatores de produção por conta dos empresários, sem favorecimentos. Mais eficiente, a iniciativa privada gera riquezas e empregos, capazes de sustentar um Estado cumpridor de seu papel de provedor das necessidades básicas. Em vez de incentivar, pelo voto, a formação de um Estado todo-poderoso, devemos exigir, com a nada desprezível carga tributária atual, o cumprimento de suas funções básicas.

Afinal, o papel do Estado está muito bem definido na Constituição. Basta cumprir o que está escrito, sem mais nem menos.


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sábado, 28 de junho de 2014

Vamos reeducar a leitura?



Cada vez mais percebemos que a leitura e a produção de texto em sala de aula está decaindo. Notamos isso com o desinteresse que os alunos têm quando o assunto é leitura. Geralmente, o que vemos são professores que impõem a leitura de maneira obrigatória e valendo nota. Esse processo resulta em alunos insatisfeitos e uma educação precária referente à leitura e à produção de textos. Os alunos não conseguem escrever bem porque não lêem o suficiente para adquirir conhecimentos.
Para introduzir a leitura para crianças de ensino fundamental, não é tão difícil, pois as crianças nessa faixa etária estão receptivas a conhecimentos variados. Se o planejamento for bem feito, essas crianças serão boas leitoras no futuro. Uma aula simples, que acontece em algumas escolas de ensino fundamental, é aquela em que o professor deixa a criança escolher um livro de história a seu gosto, o aluno lê durante algum tempo, talvez uma semana, por ser um livro infantil com poucas páginas, depois o professor deixa um espaço em aula onde a turma faz uma roda para cada aluno contar, da sua maneira, a história do livro escolhido, o aluno tem liberdade de falar sobre o que mais gostou, os personagens, a cena favorita, etc. Essa aula funciona bem com crianças pequenas, por que não funciona com adolescentes?
A resposta é simples, a escola chega em uma fase em que a leitura é cobrada, exigida, se o aluno não leu ou não respondeu certo algo referente a algum livro, ele perde nota ou repete o ano. Isso tira o ânimo daquele aluno acostumado a ler por diversão e compartilhar sua leitura em um momento tranquilo em aula.
A pergunta que todos os professores fazem é: “Como incentivar o meu aluno a ler?”. Porém, não é suficiente fazer essa pergunta quando a maioria dos professores não ouvem ou não querem ouvir a resposta. E qual seria a resposta? É simples, em primeiro lugar, o professor deve analisar sua turma, ver os diferentes tipos de alunos que ele possui, com suas diferentes realidades e níveis de leitura e escrita. Logo, trazer para sala de aula algo que chame a atenção do aluno e que tenha relação com um livro, por exemplo, um filme, uma música, etc. O professor trabalhará com uma aula diferente, em vez de quadro-negro, folhas e livros, a turma irá assistir um filme, como por exemplo “Sherlock Holmes”. Um bom número da turma com certeza assistiu esse filme, e a maioria ouviu falar dele. Os alunos ficarão atentos e tranquilos, pois nada irá ser pedido, o professor simplesmente fez uma aula diferente. Porém, essa é a sugestão de introduzir o aluno na leitura. O jovem assistirá ao filme, o professor deixará um momento em aula para a discussão da história, sem nenhum compromisso, a aula correrá bem e calma.
Após esses momentos, o professor verá se a turma realmente gostou do filme, no caso do exemplo “Sherlock Holmes”, e introduzirá a leitura. Ele mostrará que existem os livros que contam a história e as aventuras de “Sherlock Holmes”. Esse tipo de atividade não poderá ser cobrada e nem valer nota, porque assim o aluno ficará pressionado. Esse espaço dado em aula simplesmente servirá para que, aos poucos, o aluno comece a ler. As atividades comuns de sala de aula continuarão iguais, com a diferença que o adolescente não terá tanto problema com as leituras e as produções de texto que o professor pedirá.
Esse é um processo lento, mas com certeza resultaria em uma turma mais tranquila na leitura e produções textuais. Em cada série ou ano da vida estudantil, o aluno deve ser incentivado à leitura sem cobranças, assim como era nos anos iniciais. Esse será um ótimo exercício para diversas matérias e diferentes conteúdos que o aluno terá. Ele exercitará tanto em aula quanto em casa, sem pressão, datas, cobranças ou notas, o aluno apenas terá um momento em aula, talvez a cada quinze dias se for um conto, ou a cada mês se for um livro com história maior, para discutir e contar sobre o que leu. Essa estrutura deveria ser regular nas escolas e todos os professores de literatura e português deveriam seguir esse padrão, dando continuidade um ao outro, ano após ano, com o mesmo ritmo. Desse modo, os jovens não teriam tanto medo e dificuldade de ler e produzir textos.
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terça-feira, 24 de junho de 2014

O mundo maravilhoso das abelhas e sua importância na vida das pessoas



Na história, as abelhas tiveram sua importância na alimentação dos primeiros humanos. Na civilização, na organização dos trabalhos em equipes, como exemplo na formação das colunas de guerras ao convívio em grupo e liderança. Do que se acreditava: ser o rei no comando da colméia e não uma rainha, a todos fascinava a doçura do mel contrastando com as dolorosas ferroadas das abelhas.

Esta história gerou um fascinante estudo para compreender o mundo particular deste “reino” animal. Muitas vezes incompreendido, excomungado e exumado a fogo. Quando devíamos saber que as abelhas são um relógio biológico que mede as mudanças climáticas, somente nos falta entendê-las.


 As abelhas produzem alimento para a humanidade (polinização) e mais importante ainda, induzem na qualidade de vida e na saúde, advindas de seus produtos mel, cera, própolis, geleia real, pitoxina.

É visível o temor das pessoas ao se depararem com uma única abelha dentro de casa, na janela ou jardim. É ainda pior com um embolamento de abelhas num galho de árvore em uma revoada de enxameação ou uma colméia improvisada em alguma residência, o que leva muitas vezes a fuga das pessoas ou a exterminação do inseto, causando um desequilíbrio tanto na polinização
, como na mesa e na saúde da população humana.

Durante o período que estudamos o Gênero Apis (abelha da espécie Mellífera) no Rio Grande do Sul constatamos um ambiente inóspito e uma sociedade sem consciência da importância do Ecossistema em nossa vida. Precisamos urgente de campanhas educacionais das escolas e nos meio de comunicações para atribuir a sociedade de responsabilidades com a natureza. As abelhas Incluíram em seu código o medo ao fogo e fumaça por serem perseguidas pelas pessoas a milhares de anos: atualmente, estão numa brutal dificuldade ao perderem o espaço nativo. 


Constatamos que pedem socorro ao adotarem os tabiques das moradias dos humanos. É preciso ter consciência: elas nos prestam um importante serviço.

 
Daiana Paula Franchia Lucas e outros.

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segunda-feira, 23 de junho de 2014

“Homem/mulher de bem”!



Muitas pessoas afirmam verbalmente que são    homens/mulheres de bem! Tem até uma certa necessidade de o afirmar! Será que é preciso essa afirmação verbal? Será que a questão não é apenas ser um homem   /uma mulher    de bem? 

Precisa-se afirmar com palavras para ser ou é-se para ser?
Para ser um homem/uma mulher de bem, pelo menos duas condições devem estar presentes   : viver a verdade transparente e viver a honestidade coerente.

Cada vez mais temos dificuldade de viver uma verdade fundamentada em valores universais e objetivos. Estamos inclinados fortemente, nos tempos de hoje, a fabricar “valores” que são meramente individualistas e subjetivos. Fabricamos, sim, “valores” que “me interessam” e “me favorecem”. Os critérios dos valores universais e objetivos ultrapassam os interesses individualistas e favorecimentos pessoais, pois são ancorados no bem comum com o Outro maior que é Deus e com os outros próximos que são os irmãos e irmãs em humanidade.

 Ser homem/mulher de bem, sem essa verdade transparente, mesmo que o afirmemos, não me fazem ser como tal. Infelizmente não são muitos os/as que se enquadram na condição de serem e viverem a verdade transparente. Porém, podemos afirmar: os poucos que são e vivem fazem a diferença!


Cada vez mais, também, temos dificuldade de viver uma honestidade coerente fundamentada em propósitos firmes e leais. Estamos imersos profundamente, nos tempos de hoje, a abraçar “propósitos” que são meramente passageiros e desonestos. Maquiamos, sim, “propósitos” que “valem para o momento” e “são proveitosos para mim”. 

Os critérios dos propósitos firmes e leais ultrapassam a transitoriedade e a deslealdade, pois são firmados na eternidade e na fidelidade    - dimensões do próprio Deus do qual viemos e ao qual devemos prestar contas. Ser homem/mulher de bem, sem essa honestidade coerente, mesmo que o afirmamos, não me fazem ser como tal. Infelizmente não são muitos os/as que se ajustam na condição de serem e viverem a honestidade coerente. Porém, novamente podemos afirmar: os poucos que são e vivem, fazem a diferença!

Bem-aventurados os homens/as mulheres de bem! Graças a Deus que esses/essas fazem a diferença numa sociedade    atual que chega, infelizmente, a “enaltecer” os/as que são falsos/as e desonestos/as. Ou se é ou não se é homem/mulher de bem! Afirmá-lo/a verbalmente não basta!

Por Dom Jacinto Bergmann, arcebispo metropolitano da Igreja Católica de Pelotas-RS.

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domingo, 22 de junho de 2014

Desgovernança e políticas públicas



Nos governos estatizantes a tendência é a estruturação monolítica do estado. No Brasil - misto de privatização (concessões) e estatização - o Estado vem sendo desmanchado paulatinamente pela gestão irresponsável, pelo fisiologismo, pela desqualificação técnica e pela facilitação (consentimento) à corrupção    que, naturalmente, carreia recursos para a manutenção do poder.

As políticas públicas são    lançadas com discursos emocionais mas sem nenhum planejamento prévio. Para onde pende o clamor popular, para lá são feitas promessas. Não temos nada de sério em saúde   , educação   , segurança   , mobilidade urbana e assim por diante.

Apenas alguns casos demonstram o panorama de desertificação da moral do poder, que escraviza o país aos caprichos dos governantes e aos assaltantes dos cofres    públicos. Assim pode-se citar a promiscuidade primitiva no preenchimento das funções públicas de confiança, do fisiologismo corporativista que indevida e nocivamente se apropria do Estado.

Neste quadro patológico destaca-se o desprestígio da constitucionalidade da eficiência e não se faz mínimas avaliações dos serviços públicos e das milhares de obras espalhadas pelo país.

As soluções (?) são traçadas e colocadas em prática sem critérios, que na verdade não existem e não existiram nos últimos 12 anos. Mesmo com o aumento de 353 mil funcionários no período citado, a ineficiência do Estado inchado é constante e leva a estrutura econômica para perto de um abismo fiscal de onde não é previsível um retorno sem grandes sacrifícios para a população


O intervencionismo desbragado é resultado da voracidade pelo poder com uma visão    dirigida para a perpetuação, mesmo que à custa de milhões brasileiros dependentes dos favores governamentais.

Paradoxalmente, enquanto se dá migalhas à periferia social, cresce a destruição do Estado moral e materialmente. Um governo que estatiza de um lado e favorece grupelhos, ávidos de carniça monetária do outro, termina em má gestão, incúria endêmica e desqualificação técnica. Assim, torna-se claro o sucateamento das políticas públicas.

São exemplos contundentes, a razia imposta à Petrobras e à Eletrobras, gerando um abalo, sem precedentes, no valor de mercado com prejuízos crescentes.

São 12 anos de desprezo pelo Estado e seus cidadãos. O fisiologismo aliado à repartição das estruturas    públicas entre partidos se constituem em dois pilares de sustentação de uma desgovernança  patética e perniciosa que mantém em segurança para si e para os parceiros, a chave do cofre.

Nas estatais são designados companheiros (autoridades?), de todas as horas, para seus conselhos. Uma forma descarada de elevar vencimentos e burlar a definição de teto.

Para justificar este imbrólio pecuniário alega-se a necessidade de uma base que permita a governabilidade "gerada a partir do chamado presidencialismo de coalizão que frequentemente se converte em colisão, entre os próprios beneficiários, por motivos pouco nobres".


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