sexta-feira, 2 de maio de 2014

Qual o valor do voto?



A política brasileira nunca foi modelo e exemplo para nenhum cidadão. E isso vem de longe! Nos partidos, burocráticos e anacrônicos, impera a descrença. A certeza da impunidade estimula o abuso do poder e o apadrinhamento político,  alimentam práticas nefastas e alimentam fisiologismo exacerbado País afora. 

As lideranças arrebatadoras se escasseiam, revigorando o desprestígio da classe política, transformando as urnas em um verdadeiro pesadelo para o eleitor.

Diante deste cenário nada animador, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) assumiu uma missão quase impossível: estimular os eleitores a comparecerem às votações.  

Campanhas de conscientização e participação política são deflagradas com o nobre objetivo de não permitir a degeneração completa das instituições democráticas.

 A última investida do TSE neste sentido tem como foco os jovens de 16 e 17 anos, que não são obrigados por Lei a votar, mas podem fazê-lo por espontânea vontade. Batizada de #vempraurna, utilizando a nomenclatura das expressões marcadas por hashtags para as redes sociais, a campanha de dimensão nacional também tentará prevenir uma possível abstenção superior às eleições passadas, uma das bandeiras das manifestações de junho do ano passado.

Não por outra razão que a campanha possui origem explícita no movimento #vemprarua, que mobilizou os jovens. Canalizar a energia demonstrada nos protestos em favor de mudanças para o voto, instrumento democrático de mudança, é a finalidade do TSE. 


A estratégia é criativa, mas terá a dura tarefa de usar na propagando argumentos consistentes de defesa da capacidade transformadora do voto, para alcançar seus propósitos e ganhar efetivamente a simpatia dos adolescentes, fazendo-os tirar o título de eleitor até o próximo dia 7 de maio, data limite para a emissão do documento para quem quiser votar este ano. 

Ao assumir a presidência do TSE, o ministro Marco Aurélio Mello afirmou em discurso: "A vontade do povo é soberana, mas deve ser depositada nas urnas, e não incendiada nas lixeiras das ruas". Só não podem ser ignorados os pleitos estampados nos milhares cartazes, empunhados nas ruas por gigantescas multidões, que tomaram as ruas das principais cidades brasileiras.

É certo destacar que as campanhas de conscientização e incentivo à participação produzida pelo TSE tradicionalmente ganham corpo em ano eleitoral. Porém, nem sempre atingem o resultado desejado. Fracassou a de 2012, que estimulava a escolha de candidatos com ficha limpa, dentro de um contexto claro de empobrecimento ético dos políticos, agravado pelas dificuldades da Justiça em punir os casos de corrupção.

 O Congresso continua abrigo seguro de muitos “fichas sujas”. Este ano, outra campanha, conclamando as mulheres a entrarem na vida política, já foi deflagrada. Chega com um atraso histórico. Apesar de ter uma presidente, o País ocupa apenas o 156º lugar, num ranking de 188 nações, em relação à presença feminina no Poder Legislativo.

A política é como a atmosfera. Por mais que crucifiquemos a sua qualidade, a ninguém ocorre viver sem ar. Tratemos, então, de modernizá-la e, acima de tudo, dar ao voto o seu real valor.

Mário Moura.

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2 comentários:

  1. Infelizmente em nosso país os votos são facilmente comprados ou vendidos, basta "molhar a mão" de um ou "quebrar aquele galho" o famoso favorzinho... O povo não percebe que com tais atitudes só estão dificultando suas próprias condições de vida, afinal um país que é marcado com a corrupção tende a ficar estagnado ou retroceder. Muito triste.

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  2. Realmente o voto a cada dia está sendo desvalorizado pela a má política do nosso país.
    Mas eu creio que um dia tudo isso vai mudar.
    Eu não gosto muito de falar sobre esse tipo de assusto, mas é uma dura realidade.
    Mas sempre me avise, William! Desculpe o incomodo!
    Eu terei de prazer de ver as postagens!
    Um forte abraço e até mais!

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