domingo, 11 de maio de 2014

Nativos digitais



Até outubro de 2013, o Brasil possuía a quarta maior população do mundo de nativos digitas – jovens que cresceram, vendo e acompanhando, de perto a evolução e expansão da internet, os benefícios e malefícios advindos dela. Existem no País cerca de 20 milhões de nativos digitais. Número que coloca o Brasil atrás apenas da China (75,2 milhões), Estados Unidos (41,3 milhões) e Índia (22,6 milhões). Os dados são da União Internacional das Telecomunicações (UIT), órgão da Organização das Nações Unidas (ONU). 

De acordo com o portal de notícias G1, esta é a primeira pesquisa realizada pela UIT, quanto aos nativos digitais. Foram pesquisados jovens entre 15 a 24 anos que tiveram experiência com a internet há no mínimo cinco anos. Os especialistas da UIT esclarecem que não existem critérios fechados para caracterizar um nativo digital, bem como os efeitos causados por se nascer na era da informação digital. O aprendizado com o auxílio das novas tecnologias é algo positivo e uma tendência a ser seguida no País.

A professora Maria Ângela Chagas – especialista em pscicopedagia – explica que uma mudança de aprendizagem não é apenas positiva, mas também necessária. “Estamos passando por momentos de transformações com a era da informatização. As crianças nascem inseridas no mundo da tecnologia, o que faz parte do cotidiano. Portanto, nada é novidade para elas, mas sim para nós”, relata.

Ela explica que a tecnologia tanto colabora quanto aprimora, de maneira mais rápida e precisa. “É bom ressaltar que todos os métodos de ensino devem ser acompanhados e complementados. Crianças que nasceram a partir da década de 80 crescem com a evolução e a tecnologia do século XXI, chamado de aprendizagem do novo milênio. O segredo está na forma e metodologia de ensinar”, esclarece.

Aprender brincando
Na era digital, os brinquedos infantis são outros, celulares, tablets, jogos virtuais, vídeo games de alta tecnologia e outros. A psicopedagoga Maria Ângela, explica que as crianças de três anos ou até menos que isso, não só entendem como também sabem manusear os celulares naturalmente. Para ela, isso faz parte de seu processo evolutivo. “A vida das crianças do século XXI não podem ser comparadas com as dos pais. Vivemos em uma nova era”, ressalta.


João Pedro Mesquita Pontes, 3 anos, é um claro exemplo dessa nova Era. Ele já aprendeu a jogar no celular da mãe e aparelhos eletrônicos do irmão, João Vitor Mesquita Pontes, 6 anos. Em seu aniversário, no dia 15 de abril, sabe qual presente ele mais pediu para os familiares? Um tablet. Isso mesmo, completando três anos de idade a criança já não quer mais uma bola, mas sim um aparelho eletrônico com jogos virtuais para ele se divertir. 

“A avó materna dele vai comprar o presente que ele tanto quer. Meu filho mais velho e meu marido sempre jogaram vídeo game aqui em casa e isso despertou o interesse do João Pedro. Agora ele não pode ver um celular que quer jogar”, explica a fonoaudióloga e mãe de João Pedro, Carla Rosane Mesquita de Assis Martins, 38 anos.

Carla ressalta que não acha negativo o fato do filho de apenas três anos já saber usar esses aparelhos. Pelo contrário. Ela garante que ele já está aprendendo com isso e pode facilitar até mesmo sua vida nos estudos futuramente. “Ele tem tempo determinado para jogar e brincar com o celular, cerca de cinco a dez minutos no máximo, para que isso não atrapalhe as outras atividades, como comer, por exemplo”, ressalta a mãe. 
Carla lembra que o filho brinca algumas vezes durante o dia com os aparelhos eletrônicos, e quando ela quer tirar o dispositivo da criança, simplesmente diz que é a vez dela de brincar, então ele entrega e logo vai se distrair com outras coisas.

João Vitor está cursando o 1º ano do ensino fundamental, e deve iniciar as aulas de informática, na escola, ano que vêm. “Eu acho positivo que as escolas ensinem seus alunos a lidarem com a internet e afins, estamos na era digital e quem não se adapta perde com isso. Vi algo sobre aprendizado a partir de jogos virtuais e acho uma excelente ideia, já que as crianças gostam tanto deles”, diz a mãe. 


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