domingo, 8 de dezembro de 2013

Alertas do coração

O corpo dá sinais de que algo ruim está por vir, isso para que o indivíduo se prepare, encontre uma maneira para que o pior não aconteça. Os sintomas que antecedem o infarto agudo do miocárdio podem acometer quase todo o corpo, causando desconforto nas costas, formigamento na língua, falta de ar e outros indícios, que variam de uma pessoa a outra. Segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde de Goiás (SES), só no ano passado foram cerca de 1.960 casos de infarto no Estado, os dados deste ano serão divulgados entre fevereiro e março de 2014.

De acordo com o cardiologista Alberto Las Casas Junior, o infarto é a manifestação da doença crônica-degenerativa aterosclerótica que leva à obstrução das artérias (vasos que levam o sangue para os tecidos), principalmente pelo acúmulo de placas de gordura. Quando ocorrem no coração, tem-se o infarto cerebral, que é o derrame. A obstrução das artérias das pernas, mais conhecida como gangrena, pode levar em alguns casos a amputação, a fisiopatologia é a mesma, são placas de colesterol que se formam lenta e progressivamente.

O cardiologista explica que não há idade para iniciarem os problemas que levam ao infarto, no entanto pessoas acima dos 40 anos já devem redobrar os cuidados com a alimentação e o estilo de vida. “Diversos estudos já mostraram que as placas começam a se formar em torno dos 15 anos de idade, de forma bem precoce.

 As manifestações ocorrem habitualmente após os 40 anos no homem e 50 anos nas mulheres, isso em virtude do crescimento lento dos fatores de risco na mulher”, cita. Fatores como: colesterol alto, cigarro, histórico familiar em parentes de primeiro grau (pai, mãe, irmãos), falta de atividade física, má alimentação, ingerindo muita fritura, gorduras e doces em excesso, além do próprio passar dos anos.

Segundo dados da Secretaria de Saúde do Estado de Goiás (SES), foram registrados do ano de 2002 a 2011 cerca de 9.800 mortes entre os homens por infarto agudo do miocárdio. Nas mulheres o número chega a 5.700 pessoas. Tais dados demonstram que o infarto é uma doença grave, e que a população deve ficar atenta aos sinais do corpo. Ao menor indício, procure o médico, não fique na dúvida.

Alertas do corpo
Em 60% dos casos os sintomas dados pelo corpo são o que os médicos chamam de dores típicas, e podem ser confundidas com outras doenças. De acordo com Alberto, pode ser um aperto ou queimação localizada no lado esquerdo do peito, não uma dor localizada, mas sim espalhada, o paciente não sabe precisar onde, normalmente tende a ir para o braço esquerdo. Em 30% das vezes a dor é atípica, pode ser no estômago, e a pessoa pensa que é gastrite, ou até mesmo na mandíbula: “Eu já vi pacientes que extraíram vários dentes achando que era esse o foco do problema. Também pode ter dores no ombro direito, até no braço direito e costas”, diz.

Segundo o cardiologista apenas cerca de 10% dos pacientes não sente nenhum tipo de dor, tem um infarto silencioso, às vezes um suor frio, fica pálido e logo depois vem a crise. “Já presenciei pacientes idosos que enfartaram tendo apenas tosse, a manifestação era essa ou o soluço, por isso o melhor é prevenir, manter os fatores de risco controlados”, explica. Para o médico a principal complicação dessa doença e que ainda não foi possível mudar é a morte súbita, que ocorre na primeira hora do incidente. “Muitas vezes o que fica é uma sequela, a região do coração que infartou morre, então quando o órgão vai contrair a artéria deixa de ajudar, o coração é uma bomba, que fica pulsando, se uma parte que o auxilia não funciona ele acaba sendo prejudicando”, ressalta. A principal sequela do infarto é a insuficiência cardíaca, o coração cresce e a pessoa sente falta de ar. Em alguns casos também pode ocorrer de o paciente contrair arritmia cardíaca.

O aposentado Daril Santana, 52 anos, explica que teve infarto duas vezes, no primeiro, há cerca de sete anos, ele conta ter sentido alterações de pressão arterial, depois dores localizadas no peito que davam a impressão de sufocamento e causava dores no pescoço. Pela localização da dor, Daril chegou a pensar que se tratava apenas de um torcicolo, e por trabalhar o tempo todo com médicos, não procurou ajuda profissional. Após o primeiro episódio o aposentado conta que no dia 5 de janeiro de 2010, teve a segunda crise, ainda mais grave. “Minha primeira morte súbita durou de 11 a 12 segundos até conseguirem me reanimar, depois tive outras três paradas cardíacas durante a angioplastia. Convivia com médicos em cerca de 80% do meu tempo, então achava que não era nada demais, que estava tudo bem”, diz.

Para contornar os problemas de saúde, Daril passou a ter uma vida mais regrada: “Desde então sou controlado por medicamentos, faço exercícios aeróbicos e caminhadas, fico sempre atento. Passamos a conhecer mais o organismo, não senti mais nada depois do ocorrido. A alimentação e o controle da pressão arterial, também são constantes”, explica.

Existem vários tratamentos com intuito de evitar ou tardar o infarto, um dos principais é o chamado tratamento medicamentoso. “É quando o paciente começa a tomar os remédios prescritos, onde entra a questão da aspirina, remédios para o colesterol, e outros para adequação da pressão, diabetes. São fatores que ajudam a controlar e diminuir esses riscos. Os remédios do colesterol, sempre são utilizados independente do valor deste no sangue”, explica.

 O médico ressalta que existem remédios potentes que muitas vezes conseguem manter a placa estável, não consegue reduzir, mas não deixa aumentar a quantidade de gordura no sangue.

Alberto cita que é possível infartar durante o sono, apesar de não ser algo comum. A gravidade do caso de cada paciente, se deve à localização e em qual artéria a placa de colesterol está, se é na região mais inicial ou distal. “Nós temos algumas artérias mais importantes que outras, então em alguns casos o risco pode aumentar ainda mais”, diz. 

Segundo o médico normalmente o infarto acontece no início da manhã. Cerca de meia-hora antes de acordar, nosso corpo começa um ciclo, nesse tempo quando ainda estamos dormindo, é a hora que nossa pressão é mais baixa e a frequência cardíaca também, o organismo está em repouso, antes mesmo de despertar o coração já começa a acelerar e a pressão vai subindo para que não tenhamos tontura quando nos levantarmos da cama.

Com o comerciante Heitor Tadeu de Andrade, 56 anos, os sinais dados pelo seu corpo o salvaram do infarto. Ele diz que sentia muita dor no peito e isso se estendia para os braços e pernas, fazendo com que tivesse uma sensação de ardência nesses membros e nas veias do corpo. “Assim que comecei a sentir isso procurei um médico, que me prescreveu vários exames. Mas até conseguir um cardiologista meu problema já estava num estágio bem grave”, diz. 

O comerciante explica que teve uma crise muito forte dessas dores, mas não chegou a enfartar. “Eu estava com 99% das veias do coração obstruídas, segundo meus exames. Fiz uma angioplastia e resolvi o problema”, diz. Depois do susto, Heitor conta que passou a ter uma vida mais saudável e a fazer acompanhamento médico.
O que fazer caso ocorra o infarto

Quando alguém está tendo um infarto o ideal é levar a pessoa de imediato a um pronto-socorro. O cardiologista ressalta que remédios infantis como AS podem ajudar, mas o quanto antes o paciente for socorrido mais chances de vida e menos sequelas ele terá. “O tempo que temos é primordial, nas primeiras três horas os resultados são bem melhores, com 12 horas, são bons, depois desse período o tratamento já não é tão satisfatório. Ouvi uma vez que nesse caso, tempo é músculo, então o quanto antes o paciente chegar ao pronto-socorro, mais cedo conseguirmos desentupir a artéria e fazer o sangue chegar ao músculo do coração”, explica o cardiologista.

Alberto diz que a placa de colesterol que aumenta não chega a entupir completamente a artéria, ela chega até 80% apenas, o cérebro interpreta aquilo como se fosse um corte, e se tem um corte, vai sangrar, para que isso não ocorra se cria um coágulo. Então, o infarto é causado por esse coágulo em cima da placa de gordura, ela é o que pré-dispõe o infarto. 

O AS infantil ajuda a dissolver o coágulo. “Existem remédios que nós cardiologistas prescrevemos e tem tanto efeito quanto o AS, e resolve de forma mais definitiva, o AS é uma ótima medicação, mas como todo remédio tem efeitos colaterais”, ressalta.



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