quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Os jovens e as drogas

Nunca foi tão íntima esta relação que destrói o futuro de gerações. É o que revela pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ao registrar um fato extremamente grave e preocupante: o uso de drogas ilícitas pelos adolescentes, principalmente entre as meninas, cresceu de 2009 a 2012. 

 Outro ponto que merece destaque na pesquisa é que este fenômeno não é mais exclusividade das capitais, no Interior esta semente da destruição vingou e germina com uma velocidade assustadora.

Uma dolorosa constatação, a sociedade brasileira está perdendo a batalha contra o uso das chamadas drogas lícitas. Estarrece saber, segunda dados da pesquisa IBGE, que sete em cada dez adolescentes com idades entre 13 e 15 anos já experimentaram alguma bebida alcoólica. 

De nada adiantam as leis quando elas não são aplicadas. Apesar das restrições legais à venda de bebidas a menor de idade, os jovens continuam tendo acesso fácil e se embriagam nas baladas dos finais de semana.

Eis ai uma questão de saúde pública que precisa ser contida. Mas não se vê estímulo nesse sentido por parte das autoridades. Não há políticas públicas claras com esse objetivo. Sequer o tamanho do custo social do uso do cigarro e do álcool entre os jovens tem sido avaliado com a detida e merecida atenção, registra a pesquisa IBGE. 

Se ao fumo estão associadas doenças como o câncer do pulmão, enfisema e um encadeamento enorme de doenças, também o álcool deve ser associado a outras tantas, de problemas mentais a suicídios, câncer e cirrose.

Revela a pesquisa: a droga ilícita traz uma carga maior de risco, individual e coletivo. Mas não há como negligenciar perante a droga lícita. Há de se buscar, em ambos os casos, as raízes do problema e a forma de enfrentá-lo.

Se o Poder Público continuar de costas para o problema, corremos o risco de ver se formarem gerações destruídas pelo vício, criando círculos viciosos - doente porque viciado, viciado porque doente - que impedem as transformações necessárias na saúde pública, capazes de oferecer oportunidades reais a todos de alcançarem melhor qualidade de vida.

Estamos diante de um problemão. Não há como negar o seu tamanho. É fundamental, portanto, buscar suas fontes, identificá-las e na dose certa medicá-la, em toda sua extensão.

 É necessário descobrir formas de levar o jovem a superar a solidão, ater esperança, assim como livrar-se da violência – a de casa, a da rua e a das escolas -, convencê-lo de que há solução para as doenças da sociedade, como a distância que separa os que têm dos que não têm coisa alguma, e com a sinceridade de quem quer realmente combater as injustiças sociais e a corrupção.

Agindo nesta direção as autoridades conseguirão, por exemplo, fazer com que as mobilizações que têm levado milhares de rebeldes sem causas às ruas, tenham consequência. A principal delas, descobrir que é possível superar as dificuldades e ser feliz sem o estímulo das drogas e do álcool.




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