segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Reforma política e valores éticos


Recomeçam as atividades (que não deveriam ter sido interrompidas!) no Congresso Nacional e em reunião com os líderes de partido, a presidente Dilma Rousseff voltou a defender a reforma política via plebiscito.

 Pura retórica, pois que já no terceiro ano de seu mandato pouco foi feito (Executivo e Legislativo) para que realmente a reforma política ocorresse, de forma efetivamente participativa.

O fato é que os protestos iniciados em junho, por todo o país, mostraram que um dos motivos da insatisfação da população brasileira com os políticos é justamente a chamada crise da representatividade, isto é, a população não se sente representada pelos que lá estão e isso é um sintoma de que falta a nossa democracia o aprimoramento e o amadurecimento necessários.

 Sem representatividade, resta a retórica da democracia participativa, pois esta completa aquela, isto quer dizer que não há democracia participativa quando inexiste a representativa. Uma complementa a outra. Por isso, a reforma política deveria acontecer para fortalecer as instituições democráticas e não facilitar o anarquismo.

Se a reforma política não ocorrer ainda neste semestre, será quase impossível realizá-la no que vem, tendo em vista ser ano de Copa do Mundo, no Brasil, e de eleições presidenciais.

Levando-se em conta de que a reforma do código penal parece que estacionou, pois não se houve mais falar a respeito, poucos são os que acreditam que a reforma política deva acontecer, ainda mais via plebiscito.

 Tudo isso reforça a falta de credibilidade dos poderes constituídos, também do Judiciário, que vem praticando cada vez mais ativismo judicial.

Os desgastes sofridos pelos governos, especialmente nas esferas executivas (De quase todos os estados e Brasília, principalmente), agravam mais a situação, pois o descontentamento é geral.

Audiências públicas com os setores da sociedade são instrumentos democráticos legítimos de debate, para que os nossos parlamentares pudessem ouvir mais a população e mesmo os projetos de iniciativa popular poderiam ser mais estimulados etc.

O que percebemos com tudo isso é que a tendência é por uma renovação geral no ano que vem.

O povo quer políticos com uma postura mais transparente, ética e simples, a exemplo do que vem mostrando o papa Francisco e que deu um show de cidadania como chefe de Estado (e líder religioso), mostrando o que é representatividade, proximidade com o povo, fala direta e compromisso com os que mais sofrem na sociedade tantas formas de descaso.

Essa é a referência que os políticos brasileiros poderiam tomar, principalmente os que esperam ano que vem se elegerem (ou se reelegerem), pois certamente o povo dará seu recado nas urnas, mais uma vez, por uma renovação e anseio por uma efetiva reforma política.


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Um comentário:

  1. Num passado recente, perdemos a grande chance de ser uma Republica Parlamentarista,encontramos um grande entrave a educação política do nosso povo,espero que esta educação esteja se enraizando no seio de nosso povo,precisamos ser muito mais ativos em nossas cobranças,reforma política,,reforma do sistema financeiro ,reforma do setor tributário,ainda são temas desconhecidos para a grande maioria,temos que mostrar que mostrar como se mata cobra a pau e a onde a onça bebe agua,só a educação desta gerações irão trazer frutos bons a nossa sociedade.

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