quinta-feira, 27 de junho de 2013

Estar junto e estar distante

Chegou a hora de tentar alinhar tudo e é preciso um esforço especial para que caiba no pequeno espaço que se dispõe e que não se alarga por mágica. Além de que, espichando demais, chateia os leitores. E para isso, basta recapitular tudo o que se disse e pensou nesses últimos dias, independentemente do que vier pela frente. Segunda-feira, uma nova manifestação? Ótimo. Uma greve geral na outra semana? Tudo bem.
Nada vai mudar.
Sabemos que o recado é um só: todos querem estar juntos e para isso não importa estarem distantes. O que poderia parecer “milagre tecnológico”, através da internet, já está provado e comprovado. Agora, receberemos convocações, daremos opiniões, compareceremos ou apresentaremos escusas, na prática, votaremos, e ainda vamos aprovar, negar, subscrever, acusar, condenar. Tudo pela internet, a qualquer hora, de um aparelho público ou privado, de um estabelecimento ou do recesso da nossa casa.

Só na “emoção de estarmos juntos” como escreveu o sociólogo espanhol Manuel Castels reside a simples explicação, para quem pense que isso “veio do astral”. Não nasceu lá... mas veio de lá... passou por lá...
E junto com essa emoção sem igual de saber-se sem limites, de poder expressar pensamentos os mais diversos, sem limitação aparente, tem o fato de compartilhar a moradia dos sonhos.

Que a “revolução pela internet” está feita, isso está com o carimbo de aprovado em decorrência dos últimos fatos que pontuaram toda esta semana e não há possibilidade de um aparelho repressivo, apagar isso.
Vamos fazer de conta que estamos enamorados (os que não estão fechem os olhos e façam de conta, é bom) e vamos assinar embaixo os presentes que desejamos para todos os momentos de nossa vida pública e privada: delicadeza nas grandes e nas pequenas coisas, atenção, respeito, carinho, conforto, se for sexo, que seja bom para os dois lados, generosidade, compreensão, consideração, admiração e amor que sustenta todos esses desejos.

É isso que está por detrás desse enorme e incrível movimento e é preciso que todos, do mais humilde dos mortais até a presidente da República (ou o poderoso presidente da Fifa...) deputados, senadores, vereadores, prefeitos, vizinhos, pais e maridos, esposas e filhos, se sintam imbuídos do mesmo e inigualável espírito.
Utopia? Bem, mas vale a pena correr atrás de algo que não seja uma utopia das boas?



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Um comentário:

  1. Algo inegável... isso abriu a mente de muita, mas muita gente que odiava política. Deu um olhar crítico a elas, um belo presente. E espero que isso se concretiza nas eleições. Nada de ir pras ruas como leão e votar como jumento. Pensa sempre antes. Abraços!
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    Djoni Filho Debate

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