sábado, 29 de junho de 2013

Automedicação: Um alerta inevitável.



O alerta é importantíssimo. Fundamental. O uso indiscriminado de medicação tem preocupado as autoridades de vários países. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que o percentual de internações hospitalares provocadas por reações adversas a medicamentos ultrapassa 10%. Para alertar a população sobre os riscos da automedicação, a Política de Medicamentos do Ministério da Saúde procura conscientizar os brasileiros sobre a utilização racional desses produtos.
 A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), ligada ao Ministério, pretende lançar uma série de filmes tratando do assunto.
Mas por mais que sejam conhecidos os efeitos nocivos da automedicação, a prática ainda é bastante comum entre os brasileiros. Nem se precisaria de pesquisa sobre isso. Basta perguntar para algum amigo ou vizinho, para ter a triste confirmação: o ato de tomar remédio por conta própria é um hábito para muitos.
Os medicamentos de tarja vermelha correspondem a 65% do mercado do setor. Para a maior parte desses produtos, a legislação sanitária exige apenas a apresentação da receita médica no ato da compra. As farmácias, ao contrário do que ocorre atualmente com os antibióticos, não possuem a obrigação de ficar com as receitas.
A chefe do Núcleo de Gestão do Sistema Nacional de Notificação e Investigação em Vigilância Sanitária, Maria Eugênia Cury, diz que existem estudos consistentes. Tais pesquisas indicam que 44% dos remédios comprados para a automedicação estão entre os de tarja vermelha.
Essa falta de controle - danosa para a sociedade - é uma falha em sistema que tem um início de ciclo bem atendido. “A regularização tem sido muito eficiente na produção, distribuição e pesquisa na área de medicamentos. Tudo isso tem regras rigorosíssimas, mas quando chega na etapa de fechamento, quando o medicamento vai para o paciente, o sistema foge de todos os padrões. O mesmo cuidado tomado na produção tem que ser tomado na chegada do medicamento ao paciente”, disse o diretor da Anvisa, Dirceu Barbano.
Porém, ele afirma não acreditar que a retenção de receita seja o melhor caminho. E ironiza: “Seria necessário criar um prédio ao lado das farmácias para guardar as receitas retidas”. Em sua opinião, o mais indicado, por enquanto, seria atuar na conscientização da população. “A prescrição médica é fundamental para garantir um diagnóstico correto e o uso seguro e eficaz do medicamento ”, disse.
A conscientização maior precisa ser a individual. Cada pessoa tem que se dar conta do perigo de automedicar-se. Procurar um especialista é sempre o melhor caminho.
 
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sexta-feira, 28 de junho de 2013

Que tipo de pai/mãe é necessário para a educação de hoje???






 Por isso, é bom ter consciência de que não existe um tipo pronto, acabado, definitivo. 
 
É interessante saber que podemos adotar as coisas positivas de cada um dos tipos e tentar, de alguma forma, evitar os excessos que fazem com que nosso comportamento paterno/materno não seja adequado.
 
Também é interessante saber que os tempos mudaram. Não se educa mais hoje, como se educava há 20, 10 ou 5 anos atrás. Não só os tempos mudaram. A sociedade mudou, as famílias mudaram, a escola mudou, enfim, a vida mudou. E com as mudanças, novas necessidades, novas ideias, novos assuntos. 
 
Hoje, as conversas, a forma de viver das crianças e dos adolescentes é outra de alguns anos atrás e, nós, pais/mães, não podemos viver de saudosismo. Temos de nos adaptar às novas formas de viver e pensar.

 
E, com certeza absoluta, um dos maiores desafios é saber como educar nossas crianças, adolescentes e jovens nos dias atuais. Ou seja, saber que tipo de pai/mãe eles precisam nessa sociedade pós-moderna, conectada, com mil e uma inovações que surgem a cada instante, com atividades sociais que preenchem o tempo de todos (pais, filhos, educadores) e uma imensa dificuldade de conversar.
E a grande dúvida, a grande questão é: que tipo de educação os filhos de hoje precisam? E, como consequência: que tipo de pai/mãe é necessário para dar conta de tamanha tarefa?
 
Se olharmos para trás, perceberemos que a sociedade, há algum tempo, era pró-família. Hoje, não. Os tempos em casa eram maiores, a presença dos pais na vida dos filhos era mais intensa, a companhia dos pais e filhos era comum. Hoje não. Há famílias que se encontram apenas nos finais de semana, quando ainda assim, cada um não se isola no seu tablet. 
 
Até tempos atrás, tínhamos os avós para ajudar. Hoje os avós também têm seus afazeres, seus trabalhos, suas vidas. Os parentes eram próximos e se ajudavam. Hoje, mal se conhecem. Primos que nunca se viram ou que não querem saber dos laços familiares. Os vizinhos se encontravam, ajudavam-se, hoje se fecham em suas “gaiolas douradas”.
 
 Enfim, parece que tudo conspira contra a família.
Resumindo, a pós-modernidade trouxe desafios para os quais os pais/mães/educadores não estavam e nem estão preparados. A mídia, a internet, o acesso fácil ás drogas, a pornografia, a prática sexual precoce, a busca pela independência, entre tantos desafios. Como compreender os filhos de hoje e ser pai/mãe referência?
 
Disso tudo uma coisa é fundamental: para educar hoje é preciso conhecer os filhos. É preciso saber o que pensam, o que fazem, com quem saem, quais os valores que adotam, quem são seus melhores amigos, como estão suas notas na escola, na faculdade, a música que gostam, sobre o que gostam de conversar, suas preferências, o que pensam sobre drogas, o que os deixam  tristes ou alegres, enfim, conhecer a pessoa do filho.
 
Essa é uma das características essenciais do pai/mãe de hoje que queira educar bem seu filho. E isso pede outra característica: a disponibilidade de tempo.
É preciso desmistificar a ideia de que ser bom pai/boa mãe é simplesmente impor regras, saber mandar, ser obedecido. 
 
Apesar da necessidade de trabalhar e tudo mais para sobreviver, quem se dispôs a ter filhos precisa entender que filho demanda tempo, paciência, carinho, compreensão, escuta. Que não é a babá, a creche, o professor que deve educar seu filho. Que valores são construídos junto com os pais. Que não se pode terceirizar a educação do filho.
 
É preciso entender, de uma vez por todas, que os filhos precisam de pais que se importem com eles, que sejam referência de firmeza, de confiança, de ternura. Mas que sejam acima de tudo PRESENÇA.
 
Filhos não podem mendigar a atenção dos pais, o carinho, a ternura, a compreensão. Por isso, os pais deste “maravilhoso mundo novo” precisam ser plugados, antenados, conectados, mas não só nas redes sociais, essencialmente em seus filhos.
 
Lembrando, porém, que cabe aos pais construir com os filhos, regras de convivência, limites para todas as situações. Isso não mudou. O mundo vive e sobrevive com regras e limites. Os pais precisam ensinar isso, e mais, precisam ensinar o certo e o errado, os valores. Mas precisam saber conversar, explicar o porquê das coisas. Talvez aqui esteja uma grande “dica”, os pais precisam explicar as coisas aos filhos. Ou seja, outra característica: pais precisam ser elucidativos. 
 
Portanto, não é tão simples assim colocar filhos no mundo. Antes precisa saber que tipo de pai/mãe esse mundo precisa para que se possa educar pessoas para a convivência harmoniosa e o sucesso, não apenas profissional, mas acima de tudo como pessoa, pense nisso, enquanto lhe desejo boa reflexão sobre o que acabou de ler.
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quinta-feira, 27 de junho de 2013

Sobre as vaias...sempre tem solução...


Estar junto e estar distante

Chegou a hora de tentar alinhar tudo e é preciso um esforço especial para que caiba no pequeno espaço que se dispõe e que não se alarga por mágica. Além de que, espichando demais, chateia os leitores. E para isso, basta recapitular tudo o que se disse e pensou nesses últimos dias, independentemente do que vier pela frente. Segunda-feira, uma nova manifestação? Ótimo. Uma greve geral na outra semana? Tudo bem.
Nada vai mudar.
Sabemos que o recado é um só: todos querem estar juntos e para isso não importa estarem distantes. O que poderia parecer “milagre tecnológico”, através da internet, já está provado e comprovado. Agora, receberemos convocações, daremos opiniões, compareceremos ou apresentaremos escusas, na prática, votaremos, e ainda vamos aprovar, negar, subscrever, acusar, condenar. Tudo pela internet, a qualquer hora, de um aparelho público ou privado, de um estabelecimento ou do recesso da nossa casa.

Só na “emoção de estarmos juntos” como escreveu o sociólogo espanhol Manuel Castels reside a simples explicação, para quem pense que isso “veio do astral”. Não nasceu lá... mas veio de lá... passou por lá...
E junto com essa emoção sem igual de saber-se sem limites, de poder expressar pensamentos os mais diversos, sem limitação aparente, tem o fato de compartilhar a moradia dos sonhos.

Que a “revolução pela internet” está feita, isso está com o carimbo de aprovado em decorrência dos últimos fatos que pontuaram toda esta semana e não há possibilidade de um aparelho repressivo, apagar isso.
Vamos fazer de conta que estamos enamorados (os que não estão fechem os olhos e façam de conta, é bom) e vamos assinar embaixo os presentes que desejamos para todos os momentos de nossa vida pública e privada: delicadeza nas grandes e nas pequenas coisas, atenção, respeito, carinho, conforto, se for sexo, que seja bom para os dois lados, generosidade, compreensão, consideração, admiração e amor que sustenta todos esses desejos.

É isso que está por detrás desse enorme e incrível movimento e é preciso que todos, do mais humilde dos mortais até a presidente da República (ou o poderoso presidente da Fifa...) deputados, senadores, vereadores, prefeitos, vizinhos, pais e maridos, esposas e filhos, se sintam imbuídos do mesmo e inigualável espírito.
Utopia? Bem, mas vale a pena correr atrás de algo que não seja uma utopia das boas?



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terça-feira, 25 de junho de 2013

O Big Brother Obama




Ao afirmar que: “Não se pode ter 100% de segurança e também 100% de privacidade e zero de incômodo. Como sociedade, temos de fazer certas escolhas”. O presidente norte-americano Barack Obama confirmou que seu governo, em nome da segurança nacional ( nós, brasileiros, que vivemos os tempos da ditadura militar, conhecemos bem esta alegação), está autorizado a quebrar o direito à privacidade. É bem verdade que o governo dos EUA não está cometendo nenhuma ilegalidade. Os programas de vigilância são secretos, mas têm ordem judicial, ou base legal e são supervisionados pelas comissões do Congresso.

A questão é a legitimidade da ação de bisbilhotice monitorando as ligações telefônicas de milhões de norte-americanos clientes da Verizon, uma das maiores empresas de telecomunicações dos Estados Unidos e, igualmente, os servidores centrais das maiores companhias de internet do país, entre elas Google, Facebook, Apple, Microsoft, Yahoo!, Youtube.

Na sua famosa conferência, A Política como Vocação, Max Weber, o maior sociólogo do século 19, analisou os êxitos e fracassos dos políticos no afã de modificar o curso das coisas. As dez últimas páginas da conferência expressam à perfeição as angústias dos políticos conscientes de seu papel.

O tema da ética da responsabilidade e da ética de convicções é exposto magistralmente pelo mestre alemão: “Se fizermos qualquer concessão ao princípio de que os fins justificam os meios, não será possível aproximar uma ética dos fins últimos (de convicções) e uma ética da responsabilidade, ou decretar eticamente que fim deve justificar que meios”.

Este parece ser o dilema de Barack Obama, que emocionou a todos nós ao ser eleito como o primeiro presidente negro dos Estados Unidos, o que representou a quebra de um paradigma num país marcado pelo racismo e pelo profundo preconceito contra a comunidade negra. Ao cometer estas ilegalidades, Obama se insere na afirmação de Weber de que “a violência é instrumento decisivo na política”. Esta característica, segundo ele, “obriga o político a lidar com as ‘forças demoníacas’.

Também os primeiros cristãos sabiam muito bem que o mundo é governado pelos demônios e quem se dedica à política, ou seja, ao poder e força como um meio, faz um contrato com as potências diabólicas, e pela sua ação se sabe que não é certo que o bem só pode vir do bem e o mal só pode vir do mal, mas que, com frequência ocorre o inverso. Quem deixar de perceber isso é, na realidade, um ingênuo em política”.

 O mesmo Weber tinha desprezo pelo político que dá de ombros para as consequências de seus atos – segundo Fernando Henrique Cardoso, em seu livro A Arte da Política, a História que Vivi –, jogando a culpa na mesquinhez dos outros ou do mundo, resguardando-se em sua moral íntima, com as mãos limpas.

Ao contrário, respeitava o homem maduro (não importa se jovem ou velho) que, em determinada circunstância, decide: “não posso fazer de outro modo” e assume a respectiva responsabilidade”. O problema é que o governo de Obama demorou para assumir a autoria das bisbilhotices, aumentando as críticas. Nestes primeiros anos do século 21, a posição dos Estados unidos no cenário mundial é cada vez mais paradoxal.

 Por um lado, pousado no topo do mundo, o país não encontra rivais à altura de seu abrangente poderio global. Por outro, a dinâmica da mudança social e o conteúdo de valor da mensagem norte-americana para o mundo ameaçam solapar o papel especial do país como líder mundial. Atualmente, nenhum outro estado chega sequer perto de equiparar-se aos Estados Unidos em prestígio e poder global. Entretanto, fatos como os acima narrados deixam os defensores das liberdades civis estarrecidos.

Já, os sistemáticos ataques dos “drones” contra alvos terroristas, na medida em que demonstram ser extremamente eficientes, igualmente, desafiam a ética, ao matar centenas de inocentes em cada uma de suas ações. A história nos ensina que uma superpotência não consegue manter por longo tempo seu domínio se não projetar – com uma boa dose de confiança sustentada por uma autoimagem muito favorável – uma mensagem de relevância mundial.

 Essa foi a experiência vivenciada por romanos, franceses e britânicos. Porém, a menos que essa mensagem derive de um código moral íntimo que defina um padrão de conduta comum como exemplo para os outros, a imagem própria favorável da nação dominante pode degenerar e se transformar em vaidade nacional destituída de atrativo para outros povos.

Ela acabará sendo rejeitada pelos demais. É o caso atual dos Estados Unidos.


 

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segunda-feira, 24 de junho de 2013

Democracia em ruínas


Me gustan los estudiantes, que marchan sobre la ruina. Con las banderas en alto, va toda la estudiantina. (Violeta Parra)

Pensei que tivessem morrido os estudantes que marcham sobre ruínas. Via somente estudantes querendo tchu ou tcha, estudantes entorpecidos pelo consumo, socados em lanchonetes nórdicas. Felizmente, enganei-me. Eles estão de volta! Marchamos sobre as ruínas da ditadura, lutando por democracia. Agora, a marcha é sobre as ruínas de uma democracia falida.

Democracia em ruínas... A culpa não é apenas desse ou daquele político, desse ou daquele partido. A culpa é, sobretudo, do sistema político que não funciona mais. É como um carro velho, que ainda anda, mas engasga sempre. Não adianta pensar que a solução seja colocar esse ou aquele ministro togado no Executivo, como se fosse um messias, hipernutrindo um poder que não sofre de desnutrição.

Ilusão! Democracia em ruínas... A tripartição dos poderes não funciona mais. A representação popular via partidos políticos também engasgou, perdeu a velocidade necessária à complexidade de nossa sociedade. Em vez de povo no poder por meio de partidos, temos partidos no poder por meio do povo e, muitas vezes, contra o povo. Os grandes meios de (tele)comunicação, quarto poder, que deveriam ser democráticos, são o esgoto do esgoto da ruína dos quatro poderes.

Quatro poderes divorciados do povo. Derrubaram a escada e abandonaram o povo. O Judiciário também. Diz que segue “a lei” e não o “clamor dessa turba chamada opinião pública”. Esnoba o povo com a prática da impunidade e, sobretudo, da indiferença em relação ao clamor popular, como se o Poder Judiciário emanasse dos concursos e não do povo.

A oposição diz que a culpa é do governo, mas isso é somente simplificação oportunista, eleitoreira. Não sabemos como será a nova democracia. Nem sabemos quando e como trocaremos essa falida que temos por aquela que ainda não temos.

 Ela está nos livros que ainda não foram escritos, ali no futuro. Não está mais em Montesquieu, que já fez a sua parte. Enquanto, marchando, não descobrimos o substituto para o carro que engasgou, temos ao menos a certeza de que a razão política de tudo continua sendo a mesma, válida razão: soberania popular! Não há crise no “todo poder emana do povo” e sim nas formas de sua realização. A alma da democracia, popular, não morreu.

 O problema é que ela ficou prisioneira desse zumbi, falido zumbi de quatro poderes em ruínas, divorciados da soberania popular, sobre os quais marchamos hoje, liderados pela esperança ativa, militante dos jovens, sangue novo, parte nobre dessa nossa sociedade...


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domingo, 23 de junho de 2013

Um dos problemas causados pelo desmatamento


Homossexualidade & coisas da vida

A questão da homossexualidade está em pauta de modo intenso.

Nada a estranhar se levarmos em conta que a sexualidade em geral entrou no rol das preocupações dos indivíduos há mais de dez mil anos ao surgir a propriedade privada da terra com a revolução agrícola nasce o costume de estabelecer claramente a paternidade dos filhos, o que muda radicalmente o modo de homens e mulheres se relacionarem sexualmente: o homem seguiu solto e na mulher foram postos freios.

Desde então, com maior ou menor grau de intensidade, aspectos ligados ao sexo – homossexualidade, virgindade, masturbação, poligamia, etc. – sempre foram motivos de acirradas discussões, violentas campanhas e esfarrapadas desculpas para atrocidades.

Nada é pacifico quando se trata de sexo. O que é tido como normal num lugar é demonizado em outro e, adiante, o mesmo procedimento pode até ser santificado. Sobre homossexualidade, então, a coisa é mais complicada.

Quando falamos de sexo entramos na seara mais complexa da humanidade. Primeiro, porque um mundo em movimento produz “carradas” de mudanças constantes para as quais as pessoas se posicionam de modo diferente ao recebê-las e sexo não está fora disso. Segundo, como relata o historiador Peter N. Stearns, porque “religião e sexualidade sempre estiveram intimamente relacionadas. Muitas das primeiras sociedades humanas equiparavam experiência sexual e religiosa”.

Mais: Platão, por exemplo, citado por Stearns, “defendia ser mais provável que o amor sério surgisse entre dois homens, um mais velho e um mais jovem, e não entre homem e mulher, porque era modalidade que podia envolver um mistura se sexo e interessante conversação intelectual”.

 Platão foi duríssimo com as mulheres! Por sua vez, Fidel Castro, esse tirano que tomou conta da Ilha de Cuba defendia com todas as letras que “um homossexual não podia ser um revolucionário”. Junto com Guevara ele até criou locais de confinamento para eles. Em Havana os cubanos cochichavam (não conheço muito do mundo, mas acho que essa é a cidade onde mais se cochicha) que Fidel fica possesso com quem insinuar que o irmão Raul se esconde num armário.

Além de estar em pauta a homossexualidade desperta estranhas paixões. É raro encontrar interlocutor que consiga falar com serenidade. Mas eu tenho me perguntado, sem obter resposta consistente: “por que é de meu interesse querer determinar o que outra pessoa faz com seu corpo quando se trata de sexo?” Ou, ainda: “por que fico abalado com o que outra pessoa deseja fazer, sexualmente, com seu corpo?” Ou ainda: “quem sou eu para impor regras aos outros sobre como devem utilizar seu corpo?”

E faço a pergunta por singelas razões. Tenho a impressão, por exemplo, que toleramos muito mais a existência da violência de gênero do que o fato de um homem se relacionar sexualmente com outro, ou uma mulher se relacionar sexualmente com outra mulher. Ainda mais tenebroso: não temos usado o mesmo tom para romper com o complacente silêncio que faz pedofilia uma fábrica de eterno sofrimento.

Poderia citar outras chagas entre nós para as quais não nos revoltamos com a mesma intensidade como o índice de homicídios, mas fico com essas duas chagas por serem as que mais prolongam o sofrimento das pessoas.

Tem mais, a forma como colocam Deus nessa discussão faz Dele um ser perverso, o que contraria a totalidade dos ensinamentos, sejam eles sobre Javé, Alá ou Tupã! Os autodenominados porta-vozes de Deus deveriam modular melhor suas manifestações nessa questão.


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sábado, 22 de junho de 2013

O que querem os que estão na rua?

Nos últimos dias, esta é a pergunta corrente entre os que mandam, os que obedecem, os dirigentes, os dirigidos, os trabalhadores e os patrões, nesta terra e neste tempo.
Múltiplas são as hipóteses levantadas, multiplicando indefinidamente a pergunta inicial. Querem melhor transporte coletivo ou só passagens mais baratas? Talvez queiram o tempo que lhes foi roubado pela "imobilidade" urbana contemporânea. Sendo na maioria jovens, querem então o que não conhecem?

 Marcham sob chavões populistas, como "saúde-educação", ou pela partilha justa do espaço e da riqueza da cidade, só ela capaz de oferecer a todos mais saúde e melhor educação?

 Levantam-se contra a opressão das maiorias, aqui existente desde o século XVI, ou por questões pontuais do sistema capitalista? Servem à situação política ou às oposições, de esquerda ou de direita? São questões ainda sem respostas para os comentaristas de plantão, mas que não esgotam as perspectivas de análise deste "grito de alerta".

A causa mais forte da perplexidade reinante não  é o desconhecimento dos motivos - motivos não faltam, e de todos os matizes ideológicos. Pode ser até mesmo a simples "novidade" do encontro ou a possibilidade de "quebrar", ao abrigo de um coletivo.

O que desconcerta o senso comum é um ponto claro e objetivo: como conseguiram?  Como conseguiram, o que os "velhos" movimentos não conseguem mais?

Não estavam transformados em "homo resignatus"? Como conseguiram, se a sociedade do espetáculo os vêm preparando para viver sentados (ou ajoelhados)? Não estavam totalmente seduzidos pelo "fetiche das mercadorias"? Perguntam-se, então, os perplexos: nem futebol resolve mais? Em 1970, resolvia. A pátria de chuteiras (e de farda) não admitia protestos, só aplausos. Impunha "respeito". 

Acalmem-se, senhoras e senhores, é possível que atendida a reivindicação primária - o preço das passagens - os manifestantes voltem para casa. Todas as esferas políticas (dos Municípios à União) estão empenhadas como nunca na diminuição dos centavos possíveis dentro da ordem capitalista, a qual hoje todos servem, admitindo ou não. Por trás deles, os que nos mandam estão dispostos a este pequeno sacrifício em troca do silêncio das ruas. 

Por enquanto, senhoras e senhores, preocupem-se apenas com um detalhe: apesar de termos feito tudo o que fizemos e de não termos feito  tudo o que devíamos, alguns (jovens ou não) não perderam a capacidade de indignar-se.
 E uma corrente inflamada de indignação é energia que pode ser canalizada para um lado ou para o outro. Aqueles que não pensam senão na continuidade do já estabelecido podem ter dificuldades logo adiante.
Mas os que desejam a ruptura com o sistema nublado do capital também. A história continua e os caminhos estão abertos... Saibamos identificá-los.


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sexta-feira, 21 de junho de 2013

Uma mentira muitas vezes se transforma numa verdade...

Não sei por que nas últimas semanas comecei a pensar se todas as coisas que leio ou escuto são realmente o que parecem. A inflação é uma mentira criada pela oposição. O povo saiu às ruas para protestar contra o aumento das passagens. O Brasil tem o número de ministros adequado a seu tamanho. O crime organizado e os traficantes não têm mais o controle das comunidades pacificadas. A educação no Brasil está melhorando. As obras do governo para a Copa do Mundo e as Olimpíadas estão dentro do cronograma. O Congresso está preocupado com o bem estar da população brasileira. A justiça é igual para pobres e ricos no Brasil. Os políticos procuram pelo voto dos cidadãos para poder ajudar ao povo.
Posso continuar a lista interminável de informações que recebemos diariamente, mas que no fundo não transmitem credibilidade, mas somos forçados a acreditar nelas porque todos a repetem sem parar. Joseph Goebbels, ministro da propaganda de Hitler dizia que se repetimos uma mentira muitas vezes se transforma numa verdade. Parece que alguém comprou essa ideia e por isso é que repetem tanto tudo o que ouvimos.
Mas se isso é verdade, significa que o governo nos mente quando fala que a inflação não voltou. Significa que quando vemos que o custo de vida tem aumentado mais que nossos salários não é imaginação nossa. Comprova que o dinheiro do povo não vai para beneficiar a população, mas para melhorar a vida daqueles que tomam conta das nossas finanças. Fortalece a imagem que os servidores públicos não estão ao nosso serviço, mas nós estamos a serviço deles.
Tento ensinar isto a meus alunos, não deixem de usar e treinar seus sentidos. Quando usem como devem o tato, a visão, a audição, o olfato e o paladar; o sexto sentido, que é a combinação dos cinco anteriores será desenvolvido naturalmente. Esse sexto sentido, ou como eu o chamo “bom senso”, nos permitirá descobrir as mentiras que parecem verdades.
A educação, em verdade, se resume a isto: desenvolver nossas capacidades intelectuais, espirituais e emocionais através dos cinco sentidos para chegar algum dia a ter “bom senso”. Quem chega ao bom senso pode chegar à sabedoria. O conhecimento sozinho, sem a educação e integração com nosso ser não serve de muito, somente nos faz ouvir, ver, comer, cheirar e tocar aquilo que nos apresentam. A educação nos faz ter a capacidade de escolher em função do que sabemos e não do que os outros querem que saibamos.
Boa reflexão.


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quinta-feira, 20 de junho de 2013

Os outros são nossos espelhos

Quando alguém fala que não está nem aí para o que os outros dizem não é bem assim, pois o que dizem e falam sobre nós fica marcado, queiramos ou não. Somos seres sociais, precisamos ouvir as pessoas. O que algumas pessoas dizem sobre como agimos e como somos pode servir para que nos conheçamos mais intensamente.

Não é por acaso que se diz que o olhar da mãe faz o bebê se desenvolver e o que esta lhe diz forma a imagem de si. Então, o que nossos pais falam sobre nossas reações e nossos comportamentos, o que nossos amigos assinalam sobre nós é muito relevante para nossa avaliação pessoal. Assim continua com o nosso grupo de professores e demais pessoas com quem convivemos mais. Todas essas palavras dos outros ajudam nosso autoconhecimento.

Desta maneira pessoas que têm em seu ambiente um convívio onde as críticas negativas são em maior número do que os comentários positivos podem desenvolver inseguranças, medos e, inclusive, fobias sociais. Usam mecanismos de defesa inadequados por conta da destruição da autoestima. Podem se tornar mais depressivas, ter dificuldades de perceber claramente a realidade, ficam muito resistentes não acreditando nos retornos positivos e assim não mudam.

Estas pessoas temem as críticas e jamais acreditam em algo bom sobre si mesmo, rejeitam os elogios, não sabem guardá-los para usá-los quando necessário e se avaliam negativamente. Sabotam os próprios elogios, pois nunca acreditam que são merecedoras. Infelizmente, conviver com pessoas que são altamente críticas destrói com quem está perto.

Precisamos do olhar positivo dos outros para construir nossa personalidade, nosso olhar sobre nós mesmos e nos desenvolver saudavelmente. Pais que estimulam positivamente seus filhos, falam de suas qualidades e trabalham com as dificuldades ajudando-os a entender que podemos errar e corrigir nossos erros, também podemos melhorar tudo o que desejarmos.

Professores que trabalham estimulando seus alunos falam de suas capacidades, suas potencialidades e ajudam de perto a melhorar quando estão em dificuldades, principalmente, quando não sabem fazer alguma coisa. Todo olhar positivo e afetuoso é fundamental para o crescimento e o desenvolvimento adequado e saudável. 

O olhar positivo de uns para com os outros é que contribui para sermos pessoas mais afetuosas, abertas, com capacidade para desenvolver o que temos de melhor.



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quarta-feira, 19 de junho de 2013

Aquecendo a bomba no colo...


O simples título  já pode nos orientar aonde queremos chegar: pegamos esta bomba onde quer que ela ande, colocamo-la no colo, e a rodeamos com nossos braços. O que vai acontecer? Ela vai explodir e nós voaremos juntos, desfeitos em cacos.

Esse é o Brasil em que estamos vivendo e, assistindo acomodados em nossa poltrona favorita na frente da televisão, nem estamos nos preocupando com o grande estouro que vai acontecer.
Mas, é isso mesmo.
Todos os dias um fato novo nos traz a indicação de que a decadência moral está nos cercando e de que não escaparemos da grande explosão.

Um dia é um protesto contra aumento de passagens de ônibus, no caso de Porto Alegre nem aumento houve porque o Tribunal de Contas do Estado congelou no nível de valores que se vinha praticando, mas assim é, quando se quer a desestabilização.
Nem sei quais serão os próximos passos, mas sei que não tem Copa das Federações que segure isso, nem Copa do Mundo que impeça.

O grande estouro está à vista. O que querem os que se opõem ao atual sistema democrático e a posição dos governantes: um cadáver.
Só isso. Um só.
Não serão necessários grandes movimentos, prisões, torturas, confissões, mentiras, bombas e bombinhas. Um só cadáver e pronto!

Estará feito o estrago e então vamos “correr atrás da máquina”, porque a primeira bomba vai gerar justamente a reação estatal e a implantação de um estado de exceção, quando então tudo será possível. Assim sempre foi e será.

Enquanto a sociedade não reage e vai tolerando pequenos e grandes desrespeitos e atentados, a bomba vai esquentando. No dia em que dela puxarem a trava, os cacos voarão por toda a parte.

Não quero assistir, até porque já tenha visto em outras oportunidades, quando igualmente se foi minimizando, tolerando, até que o povo foi traído e se instalou a ditadura.

A história é sempre a mesma: prisões, torturas, confissões, mortes.
Se é isso que querem para conquistar o poder, não é o que eu quero, até porque já vi este filme e o final não é feliz... Nesse caso não haverá nenhum “happy end”.

Isso aqui, portanto, é um alerta.
Não devemos ser tolerantes, nem imaginar que o quebra-quebra só atinja propriedades alheias.

E é muita coisa somada. Daqui a pouco o circo vai pegar fogo e quero ver quem é que vai devolver as terras aos indígenas, redistribuir os alimentos, racionar a gasolina, fechar os parlamentos e reorganizar a vida com o partido único...


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