quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Um país da desigualdade entre os iguais

O céu nasceu para todos, diz o adágio popular, mas existem os que a sorte favorece, independente de esforço, protegidos pelos donos do poder. Quando eu ainda era criança, as profissões cobiçadas pela classe média eram a de funcionário do Banco do Brasil e professor. Existiam outras promissoras, como médico, dentista e advogado, mas isto era para famílias com recursos. Mantinham o filho na Capital, onde existiam as faculdades alcançando estas profissões, sem chances para quem residisse no interior. Restando as duas profissões: Banco do Brasil e professor. Ganhavam bem, com horários em turnos, possibilitando exercer outro emprego, caso desejassem. Porém, elas perderam o encanto e passaram a atrair menos. A profissão de bancário deixou de ser cobiçada, pois o homem foi substituído pela máquina, passando os bancários a serem meros operadores de computadores. Diminuíram os funcionários, reduziram seus salários, enquanto as filas de espera aumentaram, fazendo os banqueiros mais bilionários – a custa de seus empregados e do povo que tem um péssimo atendimento –.
Quanto ao professor, foi o mais sacrificado e desrespeitado, o seu salário diminuiu levando ao desespero, pois, foram impedidos de fazer um curso de especialização, adquirir livros e computador, com a miséria que percebem. Entra governo e sai governo continua na mesma: Esquecem a promessa de campanha, olvidam que assinaram o piso nacional, – o teto mínimo, com o Presidente da República, na condição de ministro –. Eleitos governadores, desprezam os vis degraus pelos quais galgaram e se negam a honrar o piso. Os professores continuam sendo discriminados, justamente onde reside a base para as crianças tornarem-se Homens do Brasil. Mas para que investir em educação, melhor deixar a população na ignorância, pois assim é mais fácil dominar e conquistar um eleitorado que vai pelo cabresto: mostrando o milho se dirigem para os currais eleitorais.
Mesmo porque, para exercer cargos públicos e disputar eleição não se exige diploma, nem instrução, muito menos competência, basta que o indivíduo seja esperto, prometa, minta, proteja seus asseclas quando flagrados em roubos e desvios. Esse é nosso Brasil, assim pensam os que nós elegemos, sendo produtos do nosso meio, agem como os eleitores, levando vantagem em tudo. O que devia acontecer, seria de que cada político fosse obrigado a matricular seus filhos em escola pública, então teríamos mais respeito para com os professores e melhores escolas. Como os filhos da elite dirigente estudam em colégios particulares, ou, nem estudam, mas são aquinhoados com facilidades em investimentos milionários. E todos dizem amém. Enquanto a classe de professores vai de mal a pior, sem condições condignas de ministrar aulas e enriquecer o conhecimento de nossos filhos.
A par disto, a gasolina sobe. A Petrobras distribuindo dinheiro a rodo e nós pagando a conta, sem um deputado protestar. Lembrei-me de uma história que contou meu amigo Wallace: “Um cidadão tinha um filho que não queria estudar e nem trabalhar. Então ele falou com um pistolão em Brasília para que arrumasse um emprego pra o filho, cuja finalidade era despertá-lo para o estudo. O político telefonou, consegui um emprego no Congresso para teu filho, vai ganhar R$18 mil por mês. Disse o pai, isto é muito, vai desestimulá-lo a estudar. O político telefonou novamente dizendo que havia conseguido um emprego de R$9 mil. O pai alegou os mesmos motivos, é muito. Mais tarde o político telefonou dizendo consegui o emprego no Congresso de R$ 5 mil. É muito disse o pai, eu quero um emprego para ele de R$ 800 a R$1.200,00 reais. Tendo o político respondido, nada feito, esta faixa é destinada a professores que prestam concursos, médicos e para os concursados de nível superior!”.
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