quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Doenças raras afetam cerca de 15 milhões de brasileiros


A falta de informação acaba resultando no que muitos médicos chamam de paciente especialista, já que algumas pessoas afetadas pelas síndromes passam a conhecer mais o problema que os próprios profissionais de saúde

No Dia Internacional das Doenças Raras, lembrado nesta quinta-feira (28), especialistas estimam que cerca de 15 milhões de brasileiros têm alguma das cerca de 8 mil síndromes catalogadas como raras. Neurofibromatose (afeta o sistema nervoso e a pele), mucopolissacaridose (falta das enzimas que digerem alguns açúcares), síndrome de Gaucher (acúmulo de gorduras no organismo), esclerose lateral amiotrófica (degeneração dos neurônios motores) e leucoencefalopatia multifocal progressiva (afeta o cérebro e a medula espinhal) são exemplos dessas patologias.

Em entrevista à Agência Brasil, o professor do Departamento de Saúde Coletiva da Universidade de Brasília (UnB), Natan Monsores, criticou o tempo de espera enfrentado pela maioria desses pacientes para serem acolhidos no sistema de saúde. “O tempo de diagnóstico demora algo em torno de três a cinco anos. O itinerário de diagnóstico do paciente é muito longo”, contou.

Ele acredita que 70% dos problemas relacionados às doenças raras seriam resolvidos por meio de um sistema claro de informações sobre essas síndromes. “Boa parte dos pacientes fica perdida dentro do SUS (Sistema Único de Saúde) por não saber ao certo que especialista buscar, onde são os centros de referência”, disse Monsores.

Paciente especialista
Segundo ele, a falta de informação acaba resultando no que muitos médicos chamam de paciente especialista, já que algumas pessoas afetadas pelas síndromes passam a conhecer mais o problema que os próprios profissionais de saúde. Ele lembrou que pacientes e parentes se reúnem pela internet e por meio de associações para trocar informações, por exemplo, sobre tratamentos disponíveis.

O professor destacou que há uma judicialização excessiva no campo das doenças raras. “Pelo fato de esses pacientes terem doenças muito peculiares, eles são alvo de incursões da indústria farmacêutica. A gente sabe disso por relato de pacientes que são assediados por advogados para que entrem na Justiça com processos contra o governo para obter medicamentos”, relatou.

O presidente da Associação MariaVitória, Reginaldo Lima, confirma a ausência de informação dentro do próprio sistema de saúde. Morador de Brasília e pai de uma menina com neurofibromatose, ele passou quatro anos em busca do diagnóstico da filha. Diagnosticada no Rio de Janeiro, ela chegou a ser transferida para Belo Horizonte (MG) e, há duas semanas, está sendo tratada na capital federal.

“Falta mostrar aos médicos onde estão os centros de referência de cada especialidade, para que eles repassem aos pacientes. Descobri o tratamento na minha cidade por meio de outros pais. Imagina como é para quem mora no interior”, completou.

Demora no diagnóstico
Regina Próspero, presidente da Associação Paulista dos Familiares e Amigos dos Portadores de Mucopolissacaridose, só conseguiu o diagnóstico do filho depois de perder o mais velho para a doença. Mesmo assim, o menino só conseguiu iniciar o tratamento muitos anos depois, já que não havia tratamento para a mucopolissacaridose disponível no país.

“Estamos muito aquém do que deveríamos. Precisamos efetivar uma política pública específica para as doenças raras. Hoje, os pacientes são tratados como um qualquer, mas são características específicas, não dá para tratar como uma doença de saúde coletiva”, explicou. “A sociedade também precisa participar. A maioria das pessoas acredita que uma doença rara não pode ocorrer em sua casa, mas pode. Ninguém está livre e todos devem ter direito à vida”.

O Ministério da Saúde anunciou na quarta-feira (27), em seminário na Câmara dos Deputados, que vai colocar em consulta pública nas próximas semanas dois documentos que deverão dar origem a uma política pública específica para pessoas portadoras de doenças raras.

Fonte: Agência Brasil.
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terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Saúde, realmente, não tem preço


Há dois anos o governo federal criou um programa de distribuição gratuita de 14 medicamentos para diabetes, hipertensão e asma no país

Há dois anos o governo federal criou um programa de distribuição gratuita de 14 medicamentos para diabetes, hipertensão e asma no país e sabiamente o nomeou de Saúde não tem Preço. A iniciativa beneficiou mais de um milhão de pessoas só no Rio Grande do Sul. Além de fornecer remédios, o programa também tem conscientizado as pessoas da importância do acompanhamento médico periódico, uma vez que é obrigatória a apresentação da receita médica para a retirada dos remédios.

O programa Farmácia Popular ampliou substancialmente o acesso da população aos medicamentos que tratam as doenças mais prevalentes no Brasil. Um dos principais impactos da gratuidade do Saúde Não Tem Preço foi a estabilização de internações por diabetes no país.

A gratuidade impulsionou também a retirada dos outros itens ofertados com até 90% de desconto pelo Ministério da Saúde pelo Farmácia Popular - programa pelo qual são oferecidos, ao todo, 113 itens nas farmácias próprias e 25 nas drogarias conveniadas. Inicialmente, em fevereiro de 2011, o ministério tornou gratuitos 11 medicamentos para diabetes e hipertensão. Em junho do ano passado, três medicamentos para asma foram incluídos na lista.

Das 17,5 milhões de pessoas atendidas pelo programa Farmácia Popular em dois anos, 13,6 milhões retiraram medicamentos gratuitos para hipertensão e diabetes pelo Saúde Não Tem Preço. Cresceu 457% o número de diabéticos e hipertensos beneficiados pelo programa nesse período - que passou de 853 mil em janeiro de 2011 para 4,7 milhões em janeiro de 2013.

No caso dos medicamentos para asma, 437 mil pessoas foram beneficiadas em oito meses de gratuidade. O número de pessoas atendidas com esses medicamentos cresceu 93%, passando de 48,5 mil em maio de 2012 (mês que antecedeu o do lançamento da gratuidade especificamente para medicamentos de asma) para 93,6 mil em janeiro deste ano.

O total de beneficiados com medicamentos para hipertensão, diabetes, asma, colesterol, glaucoma, rinite, osteoporose, doença de Parkinson, dislipidemia, anticoncepção e fraldas geriátricas pelo programa Farmácia Popular, que engloba o Saúde Não Tem Preço, cresceu de 1,2 milhão em janeiro de 2011 para 5,5 milhões em janeiro de 2013. A média mensal de beneficiados aumentou mais de quatro vezes de 2010 (ano que antecedeu o lançamento da iniciativa) para 2012, passando de 1 milhão para 4,5 milhões de pessoas. Em 2011, o número já havia chegado a 2,8 milhões.

A gratuidade dos medicamentos também atraiu mais farmácias para participarem do programa Farmácia Popular. O número de farmácias da rede própria e drogarias conveniadas cresceu de 15 mil em janeiro de 2011 para 25,7 mil em janeiro de 2013. Atualmente, o programa está presente em 3.773 municípios brasileiros, dos quais 1.278 são considerados de extrema pobreza. Em 2011, estava presente em 2,5 mil municípios.

Para retirar os medicamentos, basta apresentar o documento de identidade, CPF e receita médica dentro do prazo de validade. A receita pode ser emitida tanto por um profissional do Sistema Único de Saúde (SUS) quanto por um por médico que atende em hospitais ou clínicas privados.

Nos últimos dois anos, o Ministério da Saúde investiu mais de R$ 2 bilhões no programa Farmácia Popular. Foram R$ 763 milhões em 2011 e R$ 1,3 bilhão em 2012. O orçamento para 2013 é de R$ 1,9 bilhão.

O Farmácia Popular é um complemento ao programa de assistência farmacêutica do Ministério da Saúde, que disponibiliza 810 medicamentos gratuitos aos brasileiros. Com o Farmácia Popular, o governo ampliou os pontos de retirada de medicamentos e o horário de atendimento aos usuários, que agora podem ter acesso a medicamentos em farmácias perto de casa.

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domingo, 24 de fevereiro de 2013

Entre Preço e Valor


Muita gente ainda hoje confunde o sentido dessas duas palavras, talvez pela onda capitalista que impera mundo a fora, onde o mais importante é ter, independente da necessidade, tem-se que adquirir o supérfluo para fazer-se notado, mas onde está a verdade disso? Porque ainda se vive tão preocupado com a opinião do outro, porque ainda se coloca aparência acima de caráter? São perguntas com inúmeras possibilidades de resposta, entretanto nenhuma delas capaz de explicar tal fenômeno, ou até mesmo qual o intuito de viver em função disso.


Uma possibilidade de resposta que pode pelo menos servir de reflexão é a de que poucas pessoas saibam diferenciar o sentido dessas duas palavras, mas infelizmente não por culpa delas, pois se o fosse, seria muito fácil fazê-las entender a diferença, o grande problema é que essa confusão vem acompanhando a sociedade e ditando regra há décadas, e por assim ser acabou por se popularizar e cair no senso comum, sendo então usadas como sinônimas uma da outra.


Contudo, vamos tentar colocar em evidência a principal diferença entre estas duas palavras e desta forma mostrar como apesar de terem colocado-as em nível de igualdade, estas tem sentido consideravelmente diferentes. Vejamos a palavra Preço, o que podemos dizer sobre ela? Seu significado está diretamente ligado a quantia que se paga por um bem ou serviço, mas que em algumas oportunidades encontra em seu conceito a palavra valor, como se a mesma fizesse parte do significado da palavra Preço, entretanto o sentido de valor contido no conceito de Preço é muito reducionista e direto, tendo como meta resumir este conceito.


Mas se formos observar o significado da palavra Valor, veremos que o mesmo tem mais a ver com os atributos ou até mesmo função de um determinado bem ou serviço, ou seja, está mais ligado a confecção do Preço do que se está adquirindo, levando em consideração a importância do fim para o qual será utilizado.


Desta forma podemos dizer que Preço é algo frio, que tem como única incumbência estabelecer a quantia a ser dispensada para a obtenção de um bem, enquanto Valor está mais envolvido com emoção, onde se busca a satisfação de uma necessidade, independente da quantia ou esforço despendido para conquistá-la. Para simplificar, podemos exemplificar a relação de dois produtos que tenham a mesma finalidade, entretanto um com custo 20% maior que o outro, se for pensar pelo quesito utilidade, e sabendo que os dois farão o mesmo trabalho você irá adquirir o mais barato, pois levará em consideração o Preço, mas se um destes produtos tiver uma marca forte, e uma boa campanha publicitária, você tenderá a pagar mais caro somente pelo Valor da marca, que neste caso é simbólico, assim como você pode comprar o Vídeo Game de última geração para o seu filho e ele não se empolgar muito com o eletroeletrônico, mas ficar infinitamente feliz em ganhar um pacotinho de soldadinhos de plástico, nesse exemplo fica clara a diferença entre Valor e Preço, onde o Preço aqui fica em segundo plano frente ao Valor que a criança dará aos presentes.


 
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sábado, 23 de fevereiro de 2013

Tecnologia no controle do diabetes


Com este serviço disponível em Passo Fundo, será possível que mais pessoas com diabetes se beneficiem desta terapia

A nutricionista Márcia Paiva, da equipe da Clinica Gastrobese, foi recentemente certificada pela empresa Medtronic Brasil como orientadora em diabetes responsável por assistir portadores de diabetes em uso de bomba de infusão contínua de insulina da Medtronic na cidade e na região.

Com este serviço disponível em Passo Fundo, será possível que mais pessoas com diabetes se beneficiem desta terapia que, apesar de ter quase 30 anos de mercado e quase 500 mil usuários nos EUA, ainda é considerada nova no Brasil.

A bomba de infusão continua com sistema de monitorização integrado é um aparelho pequeno (100g) capaz de infundir insulina continuamente no usuário e monitorar a glicose em tempo real, sem necessidade de múltiplas doses de injeções de insulina.

O equipamento infunde insulina ultra-rápida de forma contínua e automática em microdoses (0,05 Ui/h), programadas e ajustadas pelo médico conforme a necessidade de seu paciente. Além da insulina basal (contínua), doses adicionais (bolus) são infundidos quando necessário (num caso de correção de uma hiperglicemia) e/ou nos horários das refeições, garantindo o ajuste fino das glicemias pós-prandiais de acordo com a quantidade e tipo de alimento ingerido pelo usuário.

Com o sistema de monitoração contínua ainda é possível antecipar situações graves e permitir a correção dos níveis glicêmicos à parâmetros adequados em tempo de evitar incidentes agudos ou crônicos decorrentes de oscilações glicêmicas indesejadas. Isso tudo porque o sistema emite alarmes que denunciam as variações da glicose ao longo do dia e da noite. Desta forma, o controle do diabetes e de suas complicações se torna muito mais fácil, pois, sendo muitas oscilações normalmente assintomáticas, dificilmente são detectadas e corrigidas, levando às consequências já conhecidas desta doença ou restringindo a vida social da pessoa com diabetes.

O sistema integrado (bomba de infusão contínua de insulina + monitoramento contínuo da glicose) é indicado, principalmente para pacientes com glicose descompensada e dificuldade de ajuste das doses de insulina; com hipo e hiperglicemia em horários de difícil monitoramento; pacientes pediátricos, que exigem acompanhamento contínuo dos pais na monitoração da glicemia durante o dia e a noite; gestantes diabéticas, que não podem utilizar medicações, mas que necessitam do controle rígido de sua glicemia; desportistas, que sofrem com hipoglicemias causadas pela atividade física e que encontram dificuldade no ajuste de insulina com injeções; e outros.

Todo o processo de aquisição da bomba de insulina deve iniciar com uma conversa com o médico. É ele quem melhor conhece seu paciente e quem irá analisar seu perfil. É ele quem, prescreverá o uso do aparelho e orientará a transição da terapia tradicional para a terapia com bomba de infusão (com ou sem monitorização contínua da glicose). Após a decisão do médico em prescrever o uso da bomba de infusão, ambos podem entrar em contato com a empresa para que se possa dar início a nova terapia. Todo o processo é acompanhado pela nutricionista Márcia Paiva, que, juntamente com o médico prescritor, fará a adaptação do usuário à nova terapia.

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sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

A irracionalidade humana


 


Mesmo em países considerados de Primeiro Mundo, com educação primordial, encontram-se notícias de atos irracionais praticados por seus habitantes
A irracionalidade humana é uma manifestação consciente brutal que não se observa nos seres considerados irracionais. Quando um animal selvagem pratica ações abruptas diante de nossos olhos, matando e dilacerando uma presa, ou contra nós, investindo furiosamente, ele, no primeiro caso, está defendendo o seu território ou praticando a caça alimentar, enquanto no segundo caso, o animal está defendo o seu território ou reagindo a uma agressão externa.
Deu para entender a metafísica do raciocínio? O animal por instinto selvagem se defende de todas as formas, mas o homem traz recôndito o seu instinto atávico pré-histórico, independente de seu atual estado de sociabilidade. Em suma, o homem é o pior dos animais.

Todavia, as ações excessivas do homem, dito civilizado, fazem parte de um contexto mais complexo da sociedade em que vive. Mesmo em países considerados de Primeiro Mundo, com educação primordial, encontram-se notícias de atos irracionais praticados por seus habitantes.

E analisando a nossa paróquia brasileira, em que a violência com mortes bárbaras parece sem controle, não tenho dúvida de afirmar que a raiz do problema está em nossa cúpula político-governamental que não investe maciçamente em educação pública de alta qualidade para nivelar todos - brancos, pardos, negros, índios etc - por competência para poderem disputar o mercado de trabalho, e não como o governo brasileiro, em vitrine política eleitoral, faz oferecendo ensino universitário por cotas raciais em detrimento de levar em consideração a capacidade de cada cidadão.

Independente das causas sociais, no Brasil está faltando punição exemplar aos agentes criminosos para que a banalização criminal não continue se tornando um fato cotidiano. A autoridade pública constituída tem que ser mais enérgica e menos defensora dos direitos humanos dos bandidos. Se a maioria da sociedade é pacífica e respeita a lei, por que a minoria delinquente é agraciada com a leniência legal?

Assim, falta ajuste em nossa legislação penal para aumentar a carga da punição, acabar com os privilégios de visitas íntimas, bem como extinguir o benefício da progressão penal. Também que sejam construídas penitenciárias em nível humano em todo o país e voltadas para recuperação do preso em atividade de trabalho.
Por: Júlio César Cardoso.
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quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Os segredos da abóbora ao jornal


A vantagem de frequentar os botequins da moda é a chance de conversar com profissionais descolados quando já descolados da timidez pela cerveja ou caipirinha – quanto de mais variadas áreas, melhor. Aí, sempre sobra alguma dica preciosa. Esses dias, por exemplo, um jornalista me ensinou como preparar a autêntica de Abóbora ao Jornal. Escondo a fonte, mas divido a receita:
Ingredientes:

Um computador
  • Um provedor de internet
  • Um site de busca e de 3 a 5 agências de notícias nacionais e estrangeiras.
  • Língua Inglesa com fluência média a alta.
  • Bom olho para escolher, entre as diversas abóboras disponíveis, as mais apetitosas de todas.

Modo de preparo:

    Mexa o mouse até clicar em cada um dos endereços indicados na tela como bons fornecedores de abóboras – notícias curiosas, mas pouco relevantes.
  • Selecione, recorte e cole as notas mais bizarras que encontrar em um novo documento com o editor de texto de sua preferência.
  • Traduza as notas de modo a manter – ou mesmo acrescentar – estranheza ao fato noticiado. Redija com o máximo de malandragem e o mínimo de sobriedade.
  • Crie uma chamada para cada nota, dando prioridade para expressões de duplo sentido. Vale também títulos enigmáticos e escatológicos.
  • Espalhe as abóboras na página e tudo estará pronto para rodar.

Lembrete: há uma abóbora ideal para cada seção do periódico. Caso a caso, podem ser usadas abóboras esportivas, políticas, de comportamento, culturais… Para colocar todas numa só página, faça tipo paella. Fotos? Claro! Sempre ao gosto do público.

Pena que, no final da noite, o álcool o deixou melancólico. Chorando em meu ombro, lamentou o fato de os colegas nem mais se darem ao trabalho de preparar suas próprias Abóboras ao Jornal, apelando para as pré-prontas. É quando vemos circular páginas e páginas com o mesmo e insosso gosto. Quase sempre duvidoso.


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quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Um país da desigualdade entre os iguais

O céu nasceu para todos, diz o adágio popular, mas existem os que a sorte favorece, independente de esforço, protegidos pelos donos do poder. Quando eu ainda era criança, as profissões cobiçadas pela classe média eram a de funcionário do Banco do Brasil e professor. Existiam outras promissoras, como médico, dentista e advogado, mas isto era para famílias com recursos. Mantinham o filho na Capital, onde existiam as faculdades alcançando estas profissões, sem chances para quem residisse no interior. Restando as duas profissões: Banco do Brasil e professor. Ganhavam bem, com horários em turnos, possibilitando exercer outro emprego, caso desejassem. Porém, elas perderam o encanto e passaram a atrair menos. A profissão de bancário deixou de ser cobiçada, pois o homem foi substituído pela máquina, passando os bancários a serem meros operadores de computadores. Diminuíram os funcionários, reduziram seus salários, enquanto as filas de espera aumentaram, fazendo os banqueiros mais bilionários – a custa de seus empregados e do povo que tem um péssimo atendimento –.
Quanto ao professor, foi o mais sacrificado e desrespeitado, o seu salário diminuiu levando ao desespero, pois, foram impedidos de fazer um curso de especialização, adquirir livros e computador, com a miséria que percebem. Entra governo e sai governo continua na mesma: Esquecem a promessa de campanha, olvidam que assinaram o piso nacional, – o teto mínimo, com o Presidente da República, na condição de ministro –. Eleitos governadores, desprezam os vis degraus pelos quais galgaram e se negam a honrar o piso. Os professores continuam sendo discriminados, justamente onde reside a base para as crianças tornarem-se Homens do Brasil. Mas para que investir em educação, melhor deixar a população na ignorância, pois assim é mais fácil dominar e conquistar um eleitorado que vai pelo cabresto: mostrando o milho se dirigem para os currais eleitorais.
Mesmo porque, para exercer cargos públicos e disputar eleição não se exige diploma, nem instrução, muito menos competência, basta que o indivíduo seja esperto, prometa, minta, proteja seus asseclas quando flagrados em roubos e desvios. Esse é nosso Brasil, assim pensam os que nós elegemos, sendo produtos do nosso meio, agem como os eleitores, levando vantagem em tudo. O que devia acontecer, seria de que cada político fosse obrigado a matricular seus filhos em escola pública, então teríamos mais respeito para com os professores e melhores escolas. Como os filhos da elite dirigente estudam em colégios particulares, ou, nem estudam, mas são aquinhoados com facilidades em investimentos milionários. E todos dizem amém. Enquanto a classe de professores vai de mal a pior, sem condições condignas de ministrar aulas e enriquecer o conhecimento de nossos filhos.
A par disto, a gasolina sobe. A Petrobras distribuindo dinheiro a rodo e nós pagando a conta, sem um deputado protestar. Lembrei-me de uma história que contou meu amigo Wallace: “Um cidadão tinha um filho que não queria estudar e nem trabalhar. Então ele falou com um pistolão em Brasília para que arrumasse um emprego pra o filho, cuja finalidade era despertá-lo para o estudo. O político telefonou, consegui um emprego no Congresso para teu filho, vai ganhar R$18 mil por mês. Disse o pai, isto é muito, vai desestimulá-lo a estudar. O político telefonou novamente dizendo que havia conseguido um emprego de R$9 mil. O pai alegou os mesmos motivos, é muito. Mais tarde o político telefonou dizendo consegui o emprego no Congresso de R$ 5 mil. É muito disse o pai, eu quero um emprego para ele de R$ 800 a R$1.200,00 reais. Tendo o político respondido, nada feito, esta faixa é destinada a professores que prestam concursos, médicos e para os concursados de nível superior!”.
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terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Pastor, pastores, onde estão?


Na Bíblia encontramos 36 vezes a palavra pastor (26 no Antigo Testamento e 10 no Novo). Em Jeremias 10:21 diz: “Os pastores se envaideceram e não procuraram Jeová; em consequência não prosperaram e todo seu gado se espalhou.” (versão livre)

Não sou muito religioso ou de seguir rituais, mas sinto um profundo respeito e temor por Deus. Não seria o que sou hoje se não tivesse Deus enviado a minha vida, seus anjos: minha mulher, meus filhos, meus netos, meus amigos. Através deles vejo a grandiosidade de Deus e não esqueço que sou um pastor cuidando de minhas ovelhas. Levo muito a sério esta responsabilidade. Acredito que essa é a mensagem que Bento XVI deu a sua Igreja. De certa forma é uma mensagem para o espírito e para o mundo.

Olhem a sua volta e me falem quantos pastores vem cuidando de suas ovelhas. Na política, nas igrejas, nos colégios, nos hospitais, em qualquer lugar procurem por pastores e deixem o povo saber onde encontrá-los.

Os cardeais que estarão reunidos para escolher o novo Papa terão a responsabilidade de encontrar um novo Pastor para as ovelhas da sua igreja. São palavras que todos conhecem: pastor e ovelha. Pensemos no motivo pelo qual Jesus usou estas duas palavras e no significado que tinham no tempo que foram usadas. Sim, meus amigos, as palavras mudam de significado com as épocas e realidades distintas. Naquela época pastor era responsável pela principal economia que representava alimento, roupa e segurança. Devia proteger seu gado dos lobos, assim como hoje, pois os lobos são sobreviventes natos, se adequam a qualquer meio ambiente. Nos nossos dias vivem nas grandes cidades perfeitamente adaptados.

O novo Papa representará o que se espera de um pastor de almas e será o espelho no qual todos os pastores do mundo se espelharão. Assim como olhamos aos nossos dirigentes e vemos nossa realidade. Nossa presidente, os presidentes do senado e da câmara de deputados são os que nos representam.

No discurso do Papa Bento XVI vejo um grito de desespero dizendo ao mundo: “Por favor, me ajudem, não tenho mais forças para deter o Lobo Mau!”. Um pedido de socorro aos outros pastores que estão deixando suas ovelhas para auxiliá-lo.

Quando vejamos a fumaça branca anunciando que temos um novo Pastor e saibamos seu nome, poderemos saber se será alguém que nos defenderá do Lobo Mau ou abrirá a porta para que se aproveite de suas ovelhas. Li em muitas reportagens que a Cúria está politizada, mas, espero que apesar disso o Espírito Santo possa nos proteger e iluminar aqueles que devem votar.

Todos os dias quando dou aulas penso que as ovelhas que estão me ouvindo serão os pastores de meus filhos e netos. Nossos filhos devem ser educados para distinguir pastores de verdade dos lobos com pele de cordeiro. A melhor pregação para seguir é aquela que é dada pelo exemplo.

E você, caro leitor, está exercendo suas funções de pastor?

Boa reflexão!

Por: Ricardo Irigoyen.


 

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Menos mal, eu nã o penso como o Bial




“Pensar de modo diferente do aceito pela corrente do momento tem sempre um caráter clandestino e do contra, quase indecente, doentio e blasfemo e por esta razão é socialmente perigoso para o indivíduo. Aquele que pensa por conta própria está indo incessantemente contra a corrente” (excerto atribuído a Carl Gustav Jung, (livro Realidade da Alma) e utilizado por Murillo Nunes de Azevedo em sua obra: O paraíso é aqui.
Confesso que algumas seções como é o caso, “cinema” e até esportes, não me atraem deveras na leitura de jornais. Porém, com tempo para fazer uma leitura mais acurada em alguns dias de férias deparei-me com uma entrevista sobre cinema tendo como personagem Pedro Bial,(ZH-05.02), conhecido jornalista e, nos últimos anos, mais identificado por seu vínculo ao BBB. A última pergunta do entrevistador solicitou do seu interlocutor o parecer sobre o referido
programa que tem a sua condução. Ao que Bial retrucou: “Acho o formato sensacional, tem o marombado (malandro, astuto, esperto, acréscimo meu) a gostosa. Tem gente que reclama, mas o formato do programa não exige pessoas densas. Algumas até são, mas o importante que tenham imaginação. Tem gente que decepciona, outros que surpreendem (...), mas o Brasil se reflete no BBB. Quem não aceita isso não gosta do país em que vive”.

Há pelo menos duas reações que uma declaração da natureza acima pode provocar no leitor. A primeira é de concordância - parcial ou não e a segunda de rejeição, e até de indignação, mormente quando alguém quer incutir no leitor tamanha heresia e descomunal afirmação. É no mínimo petulante e descabido dizer que “o Brasil se reflete no BBB”, ou pior ainda: “quem não aceita isso não gosta do país em que vive”.

Sinceramente, pensei que o referido jornalista tivesse um pouco mais de bom senso e de respeito aos telespectadores, os quais não aceitam, tampouco toleram e sequer se coadunam com programas de tão baixa qualidade, dentre os quais o BBB se destaca.

 Acredito até existir muitos telespectadores de palato discutível, que ingerem qualquer alimento e se contentam com vulgaridades, com bobagens trivialidades e chatices. É verdade, “o formato do programa BBB, não exige pessoas densas”. O que se vê lá é gente muito vazia, insossa e de pouco conteúdo. Porém, querer incluir na lista todos é no mínimo estereotipar, é subestimar a capacidade pensante, é ir de encontro ao discernimento e à inteligência de pessoas seletas e do melhor escol que jamais se identificam com programas da espécie do BBB. Poupe-nos de tão infeliz rotulação, senhor Bial!

Penso que, a título de ilustração e até de reflexão caberia ao mister Bial revisar os seus conceitos tendo como base o pensamento no lide (leading) acima e, ainda ler o fantástico artigo do frei Beto intitulado: Do mundo virtual ao Espiritual, que dentre outras constatações assevera que a televisão, com raras exceções, nos empobrece culturalmente. “A palavra hoje é ‘entretenimento’; domingo, então é o dia nacional da imbecilização coletiva.

Imbecil o apresentador, imbecil quem vai lá e se apresenta no palco, imbecil quem perde tempo diante da tela”. Não me parece exagero estender dizendo que a inépcia extrapolou o domingo e perpassou os outros dias da semana. O BBB diário é uma prova. Menos mal que eu não penso como e Bial e, acredito você amigo leitor exigente, também não.
 por: Neivo Zago.

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sábado, 16 de fevereiro de 2013

O direito de não morrer (antes da hora)

Não basta existir a determinação legal garantidora da liberdade do cidadão O direito de ir e vir, vigente desde a Grécia e a Roma Antiga e integrante da atual Constituição Brasileira - que no inciso XV do artigo 5º, estabelece “É livre a locomoção no Território Nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens" - está cada dia mais ameaçado em nosso país.
 
Ao não conseguir fazer cessar os ataques do crime organizado, e ter de aceitar que a partir de agora os ônibus deixem de circular e, por isso, ser obrigado a suspender as aulas no período noturno, o Estado de Santa Catarina deixa de garantir o ir e vir de seus cidadãos.
 
E o mesmo ocorre em São Paulo, Rio de Janeiro e outras unidades da Federação onde as pessoas são assassinadas pelo simples fato de se encontrarem na rua ou em locais de frequência pública. Não basta existir a determinação legal garantidora da liberdade do cidadão.
 
O Estado, como instituição, tem o dever de manter o ambiente suficientemente seguro para a população fazer sua vida, produzir e, cada um, oferecer sua contribuição para o desenvolvimento nacional. Os poderes públicos foram criados e arrecadam tributos para o custeio dos serviços comuns a todos. Os governos, dentro de uma escala de obrigações estabelecidas em lei, têm a tarefa de manter a segurança pública, realizar serviços sociais e conservar em funcionamento o vasto conjunto de órgãos e repartições criado com finalidades específicas.
Quando não o fazem, estão descumprindo suas finalidades e não têm razão para continuar. O que ocorre agora em Santa Catarina, São Paulo, Rio e em outros estados, onde grupos (criminosos ou não) insistem em confrontar o poder estatal, é inadmissível.
 
Desde a redemocratização, iniciada nos anos 1970, o Brasil tornou-se uma grande casa da mãe joana onde, em razão da maldita reeleição e outros interesses, as autoridades e pseudolideranças, para se parecerem democráticas, abrem mão de princípios que, independentemente do regime, são inegociáveis. As forças de segurança, por exemplo, têm um papel a cumprir, sem qualquer conotação ideológica.
 
Mas esse papel multas vezes é negligenciado porque o governo “é democrático”. Com isso, as facções, milícias, quadrilhas e esquemas criminosos crescem e desafiam o poder constituído. O Estado é leniente e o povo vitima.
 
Senhora presidente, senhores governadores. Por favor, ajam (ou reajam) em nome da democracia. O povo não aguenta mais ser desrespeitado naquilo que é mais caro e básico na vida de cada indivíduo: o direito de ir, vir, viver, estudar, trabalhar, progredir e não morrer antes da hora...
 
 
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terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

O conceito do preconceito


É importante perceber que a palavra "preconceito" foi inventada pelos interessados em centralizar o poder e dominar as massas como mais um instrumento de controle/patrulhamento social

É impossível a existência fundamental da palavra "preconceito" que resulta da junção das palavras “pré” e “conceito”. Um conceito não pode ser antecipado, pois ele existe por si só. Portanto, o que existe é um conceito, certo ou errado.

Mesmo que exista nos dicionários, é importante perceber que a palavra "preconceito" foi inventada pelos interessados em centralizar o poder e dominar as massas como mais um instrumento de controle/patrulhamento social. É mais fácil taxar alguém de "preconceituoso" do que debater com fundamentos sobre o conceito que alguém tem sobre algo. São técnicas bem azeitadas na linha de Antonio Gramsci e dos lunáticos da Escola de Frankfurt.

Transformou-se, portanto, a palavra inventada, em método de ataque aos conceitos de valor e princípios mantidos por pessoas conservadoras, rotulando-as de preconceituosas. Aliás, o conservadorismo foi taxado também de retrógrado, ou seja, força-se o seu entendimento cognitivo imediato para o novo conceito (aí sim!) pretendido, de forma que se possa retirar mais um dos pilares que sustentam a sociedade com seus valores éticos, morais e familiares tradicionais.

Desta forma, há que se ficar atento na produção da novilíngua, pois esta traz inúmeras armadilhas que buscam aprisionar conceitos verdadeiros de liberdade, individualidade, mérito próprio e prosperidade com base em novos “valores”, cujo relativismo busca, como um retrovírus que anula as defesas imunológicas de um organismo, desmontar toda e qualquer referência social, já que um “povo barata tonta” se torna fácil na sua dominação. O processo tem tido êxito, infelizmente, associado com inúmeras outras situações, preconizadas pelas situações do dia a dia, encetadas na economia, na política(gem), na insegurança jurídica e patrimonial, nas relações afetivas e de negócios, e nas relações entre governo e sociedade. Até a História está sendo alterada primeiro com o esquecimento dos heróis e vultos importantes que sempre podem servir de referência para os jovens de hoje. Aliás, chega-se ao desplante de promover a heróis, atletas esportivos e até participantes de programas de reality shows como o famigerado Big Brother...

Estar atento identificando os conceitos fundados por detrás de novas expressões e ressignificações de expressões e palavras consagradas cognitivamente é vital para alertar os incautos, pois a técnica subliminar não está presente apenas nos interframes de filmes e novelas, mas na própria língua que se fala, em especial, nas gírias, constituindo uma nova língua que atende os requisitos do interesse de poderosos que querem ficar mais poderosos. Nada pior do que minar a língua e seus conceitos cognitivos para destruir toda uma sociedade...


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segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

A mordida é de dragão


Os aumentos consecutivos, especialmente nos gêneros alimentícios, estão elevando a temperatura do vulcão inflacionário estabelecido na barriga do grande dragão, levando preocupação ao setor econômico do Planalto que, embora aparentando calma, começa a buscar mecanismos de combate, caso a situação escapar ao controle, se é que já não escapou. Além dos reajustes rotineiros, o recente aumento nos valores dos combustíveis, o qual mostrará impacto maior no bolso a partir do final deste mês, até porque o brasileiro, neste momento, entusiasmado pelo carnaval, ainda não se deu conta da pressão inflacionária que esse aumento oportunizará. No momento de começar o ano, oficialmente (no Brasil o ano começa após o carnaval), quando acontece o desembolso com IPVA, material escolar e outros itens, pesar no orçamento doméstico. 

Quando do reajuste nos combustíveis, o governo federal deixou claro que os valores não seriam repassados integralmente ao consumidor, mas, conhecendo a falácia política que sempre acontece nesses momentos, na tentativa de amenizar o impacto, todos podem sentir que o repasse foi integral, sem contar que a própria presidente da maior estatal brasileira indicou a necessidade de um novo reajuste dos combustíveis para conseguir equilibrar a situação da Petrobras. Imediatamente, surgiu a resposta da área governamental de não permitir mais um aumento, no entanto, ninguém sabe até onde a pressão poderá ser contida.

Certo é que os setores econômicos apontam para um aumento da inflação, alegando que somente no segundo semestre deste ano é que poderá acontecer alívio, desde que a situação mundial não venha indicar qualquer outro tsunami financeiro.

Difícil com isso, qualquer projeção de futuro, especialmente quando começa a se planificar um ano de muitos gastos governamentais na preparação do país para a Copa e para a olimpíada que se avizinham. Quem sabe ou pode dizer quanto teremos ainda que pagar até que se possa dizer que o país está pronto para as grandes competições? Fatalmente, toda essa despesa será bancada pelos nossos impostos, sem contar que 2014 é ano de suma importância política e  onde é costume abrir torneiras para mostrar trabalho e atrair eleitores.  Podemos estar rumando para período temeroso, com superaquecimento da barriga do velho dragão, fazendo-o cuspir muito fogo inflacionário, de difícil contenção. 


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domingo, 10 de fevereiro de 2013

Raios ultravioleta A têm ação direta e indireta sobre DNA


As lesões diretas, isto é, aquelas geradas a partir da absorção imediata dos raios UVA pelo DNA a eles exposto, dão-se principalmente com a formação de substâncias denominadas dímeros de pirimidina ciclobutano (CPD), compostos orgânicos que podem acarretar alterações genéticas nas células.

Os raios ultravioleta A (UVA) podem produzir lesões em moléculas de DNA tanto por ação direta, quanto por intermédio de outras substâncias originadas nas células a partir da exposição a essa radiação.

 Uma pesquisa desenvolvida no Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP buscou esclarecer os mecanismos pelos quais os raios UVA danificam o material genético das células cutâneas. “A UVA, embora seja a radiação que chega em maior abundância na superfície terrestre, é a menos compreendida e a mais polêmica dentre as UVs”, comenta Teiti Yagura, autor do trabalho, que recebeu a orientação do professor Carlos Frederico Martins Menck.

As lesões diretas, isto é, aquelas geradas a partir da absorção imediata dos raios UVA pelo DNA a eles exposto, dão-se principalmente com a formação de substâncias denominadas dímeros de pirimidina ciclobutano (CPD), compostos orgânicos que podem acarretar alterações genéticas nas células.

 “Dentre as lesões geradas, os CPDs são os maiores responsáveis por bloquear a transcrição celular [processo essencial à expressão gênica das células, ligado à síntese de novas moléculas de DNA]“, explica Yagura.

Ele conta que há estudos que mostram que essas lesões podem causar mutações claramente associadas ao desenvolvimento de câncer de pele.

Por sua vez, as lesões indiretas dependem da produção de espécies reativas de oxigênio, ou radicais livres, que agem sobre o DNA, promovendo a sua degradação. O oxigênio presente na pele, ao entrar em contato com componentes celulares denominados cromóforos, capazes de absorver a energia proveniente dos raios UVA — como a hemoglobina —, suga para si parte dessa energia, transformando-se, assim, nessa molécula altamente reativa e nociva ao material genético, denominada oxigênio singlete.

Auto-oxidação Os estudos de Yagura apontam, todavia, para outra forma de produção desse tipo danoso de oxigênio, na qual a própria estrutura do DNA ou algo fortemente ligado a ele poderiam estar diretamente envolvidos. “Isso acarreta na possibilidade de que um mecanismo intrínseco à molécula de DNA possa levar à sua auto-oxidação, sem a necessidade de outros cromóforos”, relata.

Para o desenvolvimento da pesquisa, os tipos de danos nas moléculas de DNA foram quantificados com a utilização de enzimas de reparo de DNA, que reconhecem e cortam estruturas que contenham lesões como as CPDs ou material oxidado.

Também foram realizados ensaios com anticorpos específicos para cada variação de lesão. Segundo Yagura, o conhecimento das maneiras como os raios UVA agem sobre o material genético indica que “para se combater seus efeitos nocivos, são necessários tanto materiais que absorvam a energia da UVA quanto materiais antioxidantes”.

Assim, o pesquisador faz algumas recomendações. “Na prática, o ideal seria evitar expormo-nos ao sol, sem nos esquecermos de uma nutrição balanceada, rica em vitamina D”, diz. Isto porque a síntese desta vitamina se dá com a exposição da pele ao sol e, por isso, no caso de menor contato com a luz solar, faz-se necessária a ingestão de alimentos que contenham quantidades abundantes deste nutriente.

 Além disso, ele ressalta a importância do uso de bloqueadores solares que também ofereçam proteção contra os raios UVA. E ainda completa: “Câmaras de bronzeamento, nem pensar!”.

Fonte: Agência USP de Notícias.

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sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

A lei que falta no Brasil


Alguém já disse, com muita propriedade, que para o Brasil dar certo e se tornar um "pais paraíso", falta somente a elaboração de uma única lei: "que sejam cumpridas as leis existentes!". Realmente, temos leis para tudo que possa ser imaginado e, em alguns casos, mais de uma lei para tratar do mesmo problema.

A Constituição está aí, com determinações que, tecnicamente, nem deveriam estar inseridas nesse documento. Existem ministérios que elaboram regulamentos, Normativas e outros que, por vezes, vão de encontro a regulamentos elaborados por outros órgãos.

Em suma, temos de tudo à disposição de todos, mas, na grande maioria das vezes, todo esse emaranhado de leis, regulamentos, normativas etc., ficam apenas no papel, quer por falta de efetivo de fiscalização, quer porque, muitas vezes, acredita-se que nada acontecerá e, então, quando acontece, surge a correria desenfreada para tentar amenizar o problema causado e, como natural, todos tentam "tirar o corpo fora e empurrar a responsabilidade do erro para outro setor".

A recente tragédia da Boate Kiss, em Santa Maria, é um fato para essa comprovação. De quem foi a culpa: dos bombeiros, do governo municipal, do Estado, dos proprietários da casa noturna, da banda que se apresentou na festa? Alguém ou um conjunto de erros propiciou a tragédia. Agora, como diz o ditado, "depois da porta arrombada, coloca-se tranca de ferro" e fez com que o assunto ganhasse - como não poderia ser diferente foros nacional e em todos os Estados e Municípios, surgiu a grande correria de fiscalização, fechamento de casas noturnas, recolhimento de alvarás, notificações e tudo mais que possa dizer respeito a falhas existentes em casas que estavam em pleno funcionamento.

  Essa correria desabalada, apenas e tão somente mostra que uma infinidade de erros estavam a vista, mas, simplesmente, não eram fiscalizados, pois, caso contrário, não teria o porquê de tanta movimentação para vistorias e análises. Se houvesse, quando do pedido de expedição do alvará de funcionamento, fiscalização eficiente, verificando item por item do que determina a lei, assim como visitas constantes de todos os órgãos envolvidos na segurança, muito poucas casas seriam flagradas por tentativa de burlar a lei.

  Por Moacir Rodrigues.

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