segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Viver com as diferenças

O assunto é recorrente e faz parte do cotidiano.
Fala-se e escreve-se muito sobre as diferenças no que se refere à raça, religião, opção sexual, entre outras. É sempre uma questão de relacionamento, nem sempre harmonioso.

 Como seres humanos, nós somos semelhantes no que em relação à espécie, mas diferentes individualmente, pois cada um é único, com características próprias, portanto, inigualável.

Este ponto de vista não se opõe à idéia de que o diferente seja tratado como tal, mesmo porque, em se referindo à instrução há casos de alunos que precisam de atenção distinta em sala de aula. A discussão que aflora nesse contexto é a inclusão, um assunto sempre polêmico porque não se trata de simplesmente inserir uma pessoa com alguma característica diferenciada em uma sala de aula normal.

Isso, por si só, não quer dizer inclusão de fato. Há poucos dias uma notícia televisiva chamava atenção porque um prefeito estaria extinguindo uma escola de atendimento especial e os profissionais que lá trabalhavam seriam transferidos para outros estabelecimentos de ensino padrão.

 Obviamente a iniciativa sofreu críticas de pais dos alunos, dos profissionais e da comunidade. Estaria o prefeito baseado na idéia da inclusão no entendimento acima referido?

O sistema de cotas raciais e outros instrumentos de seleção instituídos pelas autoridades educacionais têm na sua essência o pressuposto de diminuir as diferenças entre os concorrentes ao acesso à Universidade. Obviamente que quando medidas dessas são tomadas, geram controvérsias, inclusive entre os próprios beneficiados.

Viver as diferenças também tem a ver em aceitar algumas convenções estabelecidas pela sociedade como uniões conjugais de sexos iguais, de configurações e formatações familiares outras do que a tradicional.

Viver com as diferenças é ter que engolir tantas barbaridades como só ia acontecer no campo da política partidária.

Coligações entre, ontem inimigos, hoje são comuns sempre tendo em vista chegar ao pódio - poder. Nessas circunstâncias vale tudo, até mesmo se preciso for, “incluir o pai e a mãe no negócio”.

Os envolvidos se esquecem das diferenças, de ontem, das inimizades do passado e tudo o mais, apenas por interesses afins.

Viver com as diferenças, agora que estamos passando por um momento sui generis de eleições extemporâneas na cidade, é aceitar os candidatos concorrentes ao executivo mesmo que eles não nos sejam plenamente do nosso agrado. Foram legitimadas, pelas suas coligações, duas duplas cada uma querendo ascender às escadas do Paço Municipal.

 Já ouvi de pessoas dizendo que não votarão em nenhuma delas, porque, ou não simpatizam com o candidato a prefeito da chapa A e, nem com o do vice da B, ou vice versa. E, como votar ou não é uma opção pessoal os que pensam assim merecem respeito.

São interpretações diferentes de outras e por causa das diferenças, não apenas as acima referidas, mas as de opiniões, de empatia, ou não, cada qual tem o livre arbítrio de escolher – um direito inalienável de liberdade individual.

Para finalizar, é possível viver feliz tomando ciência de notícias do tipo: Parlamentares gastam mais de um milhão de reais (dinheiro público, óbvio) na instalação de banheiras de hidromassagem enquanto falta dinheiro para suprir tantas outras necessidades.

Este acinte, por si só é tema para outro texto. É possível aceitar tanta diferença, ou melhor, diferenças, injustiça, deboche, escárnio de quem deveria dar o exemplo?

 Por: Neivo Zago.

Comente o texto se desejar.

Um comentário:

  1. As vezes a inclusão é momentânea, e acaba por se transformar em exclusão lá na frente. Por exemplo. Incluir na escola pública alunos com potencialidades extremamente diferentes. É claro que haverá dificuldades do aluno com problemas de aprendizagem em acompanhar os outros. No futuro numa empresa, ou numa Universidade, no Enem ou Vestibular provavelmente vai ocorrer uma exclusão. E vai doer mais! Penso que a inclusão social é importante, mas há casos em que há necessidade de um atendimento especializado e profissional. Para o bem de todos!!
    O que acontece é que muita gente quer ser politicamente correto, mas não analisa a situação em suas diversas nuances. Precisamos aceitar as diferenças, conviver com elas, aceitar o outro, sua crença, religião, opção sexual. Devemos aceitar diversas ideologias faz parte do jogo político> Mas gastar tanto dinheiro para conforto próprio não é ser diferente, É ser aproveitador. Para isso não existe aceitação. É um desrespeito com o cidadão e eleitor!!!

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