segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

O homem e a vida em ciclos - Como é o homem que sai de 2012 e entra em 2013?

A sensação proporcionada pelos ciclos da vida faz-nos parecer que há sempre um novo início...
Estamos nos aproximando de mais uma passagem de ano. Como de costume, essa época traz consigo todos os rituais conhecidos por nós, desde a infância. Fecha-se um ciclo, abre-se outro. Reflexões sobre ano que se finda. Planos para o ano que se apresenta. Ciclo esse cheio de pequenos ciclos, como meses, semanas, dias, horas, minutos e segundos. Fato é que nenhum segundo por viver será igual a algum segundo vivido. Assim acontece com os demais ciclos.
A sensação proporcionada pelos ciclos da vida faz-nos parecer que há sempre um novo início. Essa é a parte mais interessante. A figura geométrica que representa o círculo não tem início ou fim. É provável que esse jeito de ver a vida se instaurou com a invenção do relógio analógico, onde o ponteiro marca o tempo, passando sempre pelo mesmo lugar. Porém, se olharmos atentos, a cronologia da vida ela está mais para uma linha reta, onde os eventos sucedem-se um após o outro.
No entanto, mesmo que reflitamos incansavelmente sobre a decorrência do tempo, a sensação de um novo início deve permanecer. Se nos apercebermos dessa sensação, na realidade, podemos até tirar proveito dela. A perspectiva do início de algo, em geral, traz consigo novo ânimo e motivação. A ideia de que o novo trará consigo surpresas agradáveis tem grande impacto em nosso modo de agir e sentir. Podemos assim, utilizar esse “gás” extra, para impulsionar nossas ações quando iniciamos novos ciclos.
Mas como as especificidades do homem se encaixam nessa dinâmica? Como é o homem que sai de 2012 e entra em 2013?
As lutas e as reivindicações das mulheres, por igualdade legal e social, afetaram direta e indiretamente a forma como os homens se colocam na sociedade. A legalização do divórcio e, recentemente, a facilitação deste, trouxeram novas possibilidades às configurações familiares. A luta no mercado de trabalho, cada vez mais acirrada, leva a um futuro cada vez mais incerto.
Fica evidenciado o impacto de tantas mudanças, na vida do homem, quando ouvimos deles frases que remetem a um passado glorioso e saudosista mesclada com a falta de referência na atualidade. Os novos adventos nas relações sociais entre homens e mulheres o deslocaram para um outro lugar. Que lugar é esse?
Talvez esse seja o engano. Achar que há um lugar onde o homem, finalmente se encontre e ali permaneça estagnando, com algo que lhe pareça bem definido. A vida é dinâmica. Os ciclos da vida são dinâmicos. Mesmo porque o homem vive em constante interação com o meio, com os outros e por ela ele é afetado. A sensação que me vem, por diversas vezes no consultório, é que os homens levaram um esbarrão em direção ao vácuo e aí, nesse lugar, se imobilizaram.
Há novos desafios? Sim, como sempre houve. Tudo que se fecha, abre-se para o novo. E isso acontece a cada momento. Do futuro só há previsões e expectativas. Do passado o aprendizado e as experiências. E não perdem, de forma alguma, sua importância. O passado e o futuro orientam intensamente a maneira como vivemos o presente. Mesmo que a vida seja uma linha cronologicamente reta, que os ciclos elevem em picos de motivação e esperança o nosso modo de viver o presente.
Olhemos nós, homens, em nossas diferenças com as mulheres e, em nossas diferenças entre nós mesmo homens como serem que vivem a caminhar. Quiçá a busca dos homens por encontrar um lugar único onde possam se sentir homens transforme-se na possibilidade de visitar vários lugares sem que, necessariamente, se perca esse sentimento.
Fecha-se o ano de 2012. Abre-se o ano de 2013. Na linha da vida está por vir mais um ciclo e que esse seja tão bem vivido como devem ser vividos cada ciclo.
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sábado, 29 de dezembro de 2012

Escolha uma cor para você


Tecnologia em nossas mãos, estamos virtualmente conectados com o mundo


Estamos cercados pelas novas tecnologias. A cada lugar que andamos já podemos perceber um aumento significativo de pessoas utilizando tablets e smartphones. A conversa entre amigos num bar, muitas vezes, só começa após todos fazerem o check in no Foursquare, publicar uma foto no Instagram ou atualizar o status no Twitter e/ou facebook. Estamos virtualmente conectados com o mundo. E isso deve crescer ainda mais em 2013.

O mercado de produção de novidades para consumidores enlouquecidos pelo mundo high tech está superaquecido. Os grandes grupos despejam centenas de novidades para atrair o público a cada novo dia. A expectativa é que neste novo ano o número de smartphones vendidos ultrapasse a quantidade de venda de celulares "comuns".

 E o setor tem uma nova marca líder: a Samsung. A fabricante sul-coreana ultrapassou a Nokia na lista das maiores marcas de celulares do ano. O posto de líder mundial era sustentado pela Nokia há 13 anos.

E os aparelhos realmente são sensacionais. Nos conduzem a diversos lugares na palma da mão. Com a imensidão de aplicativos disponíveis é possível programar o dia a dia, trabalhar, fechar negócios, ler um livro, checar receitas, calcular a quantidade de carne para o churrasco de domingo, divertir-se, compartilhar informações e até ensinar as crianças com jogos educativos. Tudo em poucos cliques direto na tela touch screen. Ah! E dá para telefonar também.

Os preços destes desejos tecnológicos ainda estão altos para boa parte dos brasileiros. Mas, uma medida aprovada pelo Congresso Nacional pode fazer com que o preço final dos smartphones caia até 10%.

 Contudo, o governo ainda discute exatamente como funcionará a retirada da incidência de tributos federais sobre os aparelhos. O debate é sobre quais modelos serão beneficiados: os que custam até R$ 1 mil ou até R$ 2 mil. Em qualquer um dos casos, a medida vale para os produtos de fabricação nacional.

O Ministério das Comunicações defende que a medida recaia sobre os modelos mais baratos. Neste caso, conforme estimativas, o governo federal deixará de arrecadar R$ 400 milhões ao ano. Assim que o debate chegar ao fim, o acesso às funcionalidades dos smartphones para uma camada maior da população estará nas mãos de Dilma Rousseff.

A presidente assinando o decreto, o país dará um grande passo em direção a uma abrangência maior das pessoas aos infinitos recursos destes magníficos aparelhos.


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sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Governo adia obrigatoriedade das novas regras ortográficas para 2016.

Com o adiamento, as novas regras, que se tornariam obrigatórias daqui a quatro dias, só poderão ser cobradas a partir de 1º de janeiro de 2016
O governo brasileiro adiou por mais três anos o início da obrigatoriedade do uso do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. O acordo que visa padronizar as regras ortográficas foi assinado em 1990 com outros países da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP). Com o adiamento, as novas regras, que se tornariam obrigatórias daqui a quatro dias, só poderão ser cobradas a partir de 1º de janeiro de 2016. O novo prazo consta em decreto presidencial publicado nesta sexta-feira (28), no Diário Oficial da União.

No início do mês, o senador Cyro Miranda (PSDB-GO) já havia antecipado que o governo federal adiaria a entrada em vigor do acordo. Na ocasião, o senador, membro da Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado, disse acreditar que o ideal seria elaborar um outro acordo, com maior participação da sociedade, e que só passasse a valer a partir de 2018.

Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe assinaram o acordo ortográfico em 1990. Na época, o Timor-Leste, que atualmente faz parte da CPLP, ainda não era uma nação independente. O país só aderiu ao acordo em 2004, após tornar-se independente.

Cada país deve ratificar o documento assinado e definir os prazos para a entrada em vigor do novo acordo.

Portugal
Em Portugal, a reforma foi ratificada e promulgada em 2008 e as novas regras entraram em vigor em maio de 2009, com a previsão de se tornarem obrigatórias em seis anos a partir dessa data. No Brasil, o acordo foi ratificado em setembro de 2008 e as novas regras já estão em uso, embora em caráter não obrigatório, desde 1º de janeiro de 2009.

Cabo Verde
O acordo também já foi ratificado por Cabo Verde (2006), São Tomé e Príncipe (2006), Guiné-Bissau (2009) e Timor Leste (2009). Moçambique e Angola ainda não ratificaram o documento.

Fonte: Agência Brasil.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

A idade da banalidade


E agora, quem tem um projeto coletivo bem-intencionado para parte da humanidade?

Estou em Roma, para passar o Natal com a família daqui. Durante a viagem, li quase todo um livro sobre o antes e o durante da guerrilha de Ernesto Guevara na Bolívia, que fazia parte de seu projeto de internacionalização da revolução cubana. Não quero entrar no mérito do trabalho de Che, apenas afirmar que, certo ou errado, ele vivia por um projeto coletivo. E agora, quem tem um projeto coletivo bem-intencionado para parte da humanidade?
Não estamos mais na idade dos projetos. Passamos da era das revoluções à idade da banalidade. A burguesia fez suas revoluções, conquistou o poder em grande parte do mundo. Depois, revolucionários vermelhos conquistaram o poder na China, em Cuba, onde continuam até nossos dias. Em outras partes do mundo, em vez de revoluções, reformas foram feitas, socialdemocratas. Operários se transformaram em consumidores pequeno-burgueses. Venceu a sociedade de consumo, com suas marcas, sua hierarquia de consumo: carros populares ou de luxo, roupas populares ou de luxo.

Aqui na Europa, quem antes comprava produtos de marca, agora ou compra produtos sem marca ou mesmo não compra nada. Quem antes era consumidor pequeno-burguês, agora, empobrecido, chora a perda do poder de compra. Quem antes estava em pleno na sociedade de consumo ficou sem dinheiro para isso. Querem voltar aos tempos áureos da sociedade de consumo, com reformas, ajustes aqui e acolá. Isso será possível?

Enquanto digito essas palavras, a televisão italiana mostra um menino comendo panetones. Agora, mostra uma mulher borrifando perfume de marca. Ora, comer panetones não é ruim. Usar perfumes, também não. A publicidade continua vendendo sonhos, difundindo a ideologia da sociedade de consumo. "Panetones para todos!", ou "Perfumes para todos!". Não existe atualmente outra ideologia de massa fora da sociedade de consumo, onde o consumo tornou-se projeto de vida. E aqui está a banalidade: uma coisa necessária, como o consumo, adquiriu status de cosmovisão planetária do ser humano pós-moderno.

É um mundo meio pobrezinho o nosso, também do ponto de vista dos projetos coletivos. Ainda bem que é possível viver em bolhas de vida alternativa, simples, que se deslocam pelo mundo, bolhas de resistência à ideologia da banalidade nossa cotidiana.

E a quem dizer que ao menos a sociedade de consumo não mata ninguém, basta recomendar a leitura de dados sobre o número de mortos pelo consumo e venda de drogas, mais os zumbis-consumidores, produtos típicos da ideologia da banalidade, tão assassina quanto o nazismo.

Por: Fábio Régio Bento.( Sociólogo)
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Os bandidos agradecem



A cada Campanha Nacional do Desarmamento, como a que está sendo veiculada, a sociedade fica mais vulnerável, e os bandidos, mais à vontade. Os argumentos das autoridades permanecem mais ou menos os mesmos desde 2004, quando essas campanhas começaram: a defesa dos cidadãos cabe exclusivamente à polícia e disparos acidentais de armas de fogo provocam tragédias familiares. Não se discute que é preciso treinamento para manejar armas, como, de resto, é preciso treinamento para dirigir um carro, cujo mau uso o torna tão letal quanto um revólver. Já o argumento de que não cabe ao cidadão ter instrumentos adequados para se defender da ameaça de bandidos armados é ominoso.
O mote da campanha atual é: "Proteja sua família. Desarme-se". Trata-se de uma série de depoimentos de pais cujos filhos foram vítimas de disparos acidentais de armas de fogo. A intenção, segundo o Ministério da Justiça, é mostrar que não vale a pena correr os riscos que ter uma arma em casa implicam. "A arma é um excelente instrumento de ataque e um péssimo instrumento de defesa, principalmente para as pessoas que não têm habilidade em usá-la", disse a secretária nacional de Segurança Pública, Regina Miki. Segundo ela, "a sociedade tem o direito de exigir do Estado que qualifique e equipe muito bem os policiais para defendê-la", pois "essa é competência do policial, e não do cidadão".
Trata-se de um raciocínio primário. É óbvio que cabe ao Estado proteger seus cidadãos, pois é o Estado que detém o monopólio do uso legítimo da força. No entanto, como sabe qualquer cidadão letrado, esse monopólio tem sido diuturnamente desafiado pelo crime organizado e pela bandidagem em geral, que mesmo de dentro das penitenciárias conseguem fazer valer a lei da barbárie. Há cidadãos que desejam ter meios para enfrentar os criminosos caso os agentes do Estado não estejam por perto para fazê-lo, situação que é rotineira nas grandes cidades. A lei faculta a esses indivíduos o direito de proteger a si e a sua família da melhor maneira possível - é a chamada legítima defesa. Trata-se de uma questão pessoal, sobre a qual o Estado não pode jamais interferir, pois a lei não determina que os cidadãos devam ficar inertes ante a violência que eventualmente sofram.
Mas o discurso das campanhas de desarmamento transformou o ato de se defender em uma violência equivalente à cometida pelos bandidos - se não pior, porque os criminosos, de acordo com o sociologuês acadêmico que pauta esse debate, agem porque são vítimas do "sistema", enquanto os indivíduos que se defendem usando armas de fogo são, estes sim, elementos violentos. Somente neste ano, três inocentes que reagiram a assaltantes armados foram processados por crime de homicídio doloso triplamente qualificado. Em um dos casos, uma senhora de 86 anos cuja casa estava sendo assaltada, em Caxias do Sul (RS), pegou um velho revólver calibre 32 e conseguiu matar o ladrão a tiros. Como a arma não tinha registro, ela foi indiciada e se tornou ré, apesar de ter somente tentado proteger sua vida e seu patrimônio. Trata-se de um episódio exemplar dessa "equalização moral" entre bandidos e vítimas.
Ademais, de que valem campanhas de desarmamento se os bandidos têm enorme facilidade para obter seu arsenal, até mesmo sob as barbas da Justiça? Têm sido frequentes os assaltos a fóruns, onde ficam guardadas as armas e a munição apreendidas e que serão usadas como prova nos processos. Sem segurança adequada, esses locais são de "fácil acesso" para os criminosos. O caso mais recente ocorreu em Peruíbe, no litoral sul de São Paulo, em 2 de dezembro. Havia apenas um vigia no local, facilmente rendido.
O fato é que as campanhas de desarmamento não são a panaceia contra a violência, e a interpretação que se faz da legislação vigente trata o cidadão possuidor de armas como um delinquente. Isso só é possível num país em que as autoridades, para escamotear sua incompetência na área de segurança pública, atribuem a responsabilidade por parte da violência à própria vítima. Os bandidos agradecem.

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segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

O amor une nossos diferentes papéis


Quantos “eus” represento? Quantos papéis tenho que ter para ser eu mesmo? Desdobramos-nos em um sem número de pequenas existências que se multiplicam por outras tantas para que sejamos um neste universo que é um verdadeiro caleidoscópio que, em suas múltiplas colorações, forma uma unidade plural que nos dá o colorido de nossa existência.

Cada papel corresponde a uma existência. Vivê-los é como assumir uma parte da vida que nos é legada. O equilíbrio entre os papéis desempenhados é pressuposto de uma existência harmônica e feliz. O racional e o emocional de cada papel também têm que estar em equilíbrio dinâmico. Esta forma sistêmica de encarar a vida remete-nos para a necessidade de entender o todo para depois entender as partes. Em razão disto é que muitas vezes, ignorando a importância de cada parte, não conseguimos entender o todo, que somos nós, inteiros, autênticos. Querer entender cada parte isoladamente não permitirá sucesso na compreensão. Após ter a compreensão do todo, teremos que nos dedicar a cada parte que, isoladamente, não têm, muitas vezes, nenhum significado. Exemplificando: desempenhamos o papel de profissionais, de pais, de filhos, de cônjuge, de amante, de amigo, cada papel destes tem um significado próprio, mas não nos identifica integralmente, pois, isolados não têm nenhuma lógica, mas em conjunto dão o perfil exato de nossa pessoa.

Apesar disto tudo, se um destes papéis não estiver em harmonia, o todo estará em desarmonia, logo devemos voltar a atenção para o papel que estiver em desequilíbrio, dar-lhe a devida atenção, corrigir sua trajetória e retomar o equilíbrio do todo. Entretanto, cada papel está interagindo com o de outra ou outras pessoas, desta forma a equilíbrio de cada um de meus papéis depende de uma interação adequada com suas intersecções com outros. Assim, temos que buscar os parceiros certos para que nossa existência alcance os propósitos a ela determinada, por outro lado, se pegarmos parcerias erradas, corremos o risco de inviabilizar nossa sobrevivência dentro de princípios equilibrados dinamicamente, isto é, com felicidade.

Uma destas áreas de intersecção é o amor. A “cola” mais importante para manter unidos todos os papéis que desempenhamos e ainda nos unir a outras pessoas que nos completarão o equilíbrio e, por via de consequência, nos trarão felicidade. Sem o amor nossos papéis ficarão soltos sem possibilidade de interação. Por este motivo é que se deve buscar o amor verdadeiro, que permitirá uma vida saudável. Em razão disto tudo, não devemos abrir mão do amor, pois é ele que faz com que o caleidoscópio seja multicolorido, que a vida tenha cor, que nossos papéis sejam harmônicos, que nossa vida aconteça plena, linda, feliz. Sem o amor o caleidoscópio seria cinza e a infelicidade passaria a ser a inquilina mais importante da alma.


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domingo, 23 de dezembro de 2012

Duas vezes não!


 Enquanto esperamos a chegada do Papai Noel, bom é uma pitada de humor, se é que é possível. A continuidade da espécie humana, considerando que o propalado fim do Mundo, não passou de alarme falso e, por certo, brincadeira de mau gosto dos Maias, terminou sendo muito bom, pelo menos para nós brasileiros.

Já imaginaram que se realmente o mundo tivesse o fim previsto, certamente uma quantidade inimaginável de almas, estaria entrando no "elevador vermelho" - aquele que desce ao inferno - para se banhar no mar de magma derretido,  respirando enxofre e saboreando refresco de estricnina?

No entanto, acreditamos que essa mistura, oferecida pelo presidente da entidade, ainda seria divertido, não fosse a necessidade de continuar aturando uma grande parte dos políticos brasileiros que, sem dúvida, nos acompanhariam nessa missão, sem retorno.

Acreditamos que lá nas profundezas da Terra, onde o chifrudo "dá as cartas", a situação é caótica, porque nem sequer existe disputa entre policia e crime organizado, pelo domínio da área, como acontece nos morros e favelas do Brasil. Farmácias, se é que existem, devem estar cobrando com percentual de lucro em torno de mil por cento, pois caso contrário, que inferno seria esse?

Imaginemos que o povo brasileiro teria de continuar enjaulado dentro de casa, com grades nas portas e janelas, enquanto Elias Maluco, Papagaio e Fernandinho Beira-Mar, em companhia de muitos outros, estariam desfilando pelas ruas, sentindo-se em casa, enquanto lamentaríamos a ausência do Barbosa, que certamente teria seguido no elevador azul.

Sarney continuaria sendo o presidente do Senado; a turma do mensalão, do abafamento das CPIs, que sempre resultam em nada; dos que aprovam, em cinco minutos, quando se trata de auto-benefício, mas esquecem o povo e, especialmente, os aposentados, oferecendo a estes sempre um percentual muito menor dos reajustes oferecidos ao salário mínimo, dos responsáveis pela saúde pública, pela educação e outros setores importantes, certamente seriam promovidos a grau superior, em virtude da comprovação de que passaram, com mérito, no vestibular da universidade da maldade, realizado aqui na Terra.

Os que não respeitam o meio-ambiente, poluindo o planeta, os que entendem que as estradas são propriedades particulares e, por isso mesmo, podem encher a cara e colocar a integridade física dos demais em risco, quando não causam acidentes que ceifam vidas inocentes estariam em local privilegiado.

Fora de nossas fronteiras e até mesmo alguns que aqui vivem esbanjando dinheiro, mais interessados na auto-promoção e na luta pelo domínio do planeta,  que poderiam ajudar a eliminar a fome, a sede e a miséria absoluta em vários países do chamado Terceiro Mundo, mas não o fazem, novamente estariam em posição de liderança.

Enfim, o Mundo não acabou e a certeza que, aqui neste planeta, tais elementos não serão eternos, já basta para um super-alivio.



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quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

O dia em que Obama chorou diante do mundo


Barack Obama limpou com as pontas dos dedos as lágrimas que escorriam dos cantos dos olhos. Com ar abatido e a elegância habitual, iniciou diante da mídia lobalizada a dança catártica encenada habitualmente para reduzir a já tradicional expressão da cultura estadunidense da morte em mero ato individual desviante. As lágrimas presidências foram seguidas pelos tradicionais cultos ecumênicos; vigias noturnas à luz de velas; entrevistas a policiais e psiquiatras; relatos de atos heróicos durante os sucessos; declarações controladas de pais, familiares e amigos.

O ataque manteve o script de sempre, sem a dramatização das capas pretas de Littleton que, há doze anos, celebrizaram essa forma de explosão juvenil nos USA, ou a fantasia do vilão Jocker, na lançamento do novo Batman, há poucos meses. Como é comum, o protagonista foi um jovem branco, de classe média, sem precedentes de violência. De novo, apenas as crianças indefesas, talvez para facilitar a conquista da primazia, nem que seja fugidia, do maior número de vítimas.

Não é a disseminação de armas a responsável pelos massacres periódicos nos Estados Unidos. Quem mata não é a arma, mas quem a usa, ainda que ela facilite a obra do assassino. Na Suíça, as armas de guerra estão à portada da mão da população juvenil, sem que disso resulte as mortandades habituais nos Estados Unidos.

Terem sido usadas no massacre armas compradas legalmente, por uma senhora, mãe de dois jovens, coloca já os limites das propostas de restrição da posse de armas, como dissuasivo de dramas semelhantes. Medida que o presidente chorão furtou-se cuidadosamente de propor nas passadas eleições, temendo as inevitáveis seqüelas eleitorais.

A hegemonia imperialista necessita exige a metabolização do uso da violência mortal como instrumento ético e legal. Ela necessita população solidária, moral e fisicamente, da cultura da dominação pela força, do direito da distribuição da morte como profilaxia do criminoso, do malvado, do inimigo, do desviante. Matar é comumente dever e, sobretudo, poder.

Desde crianças, os estadunidenses são engatilhados para matar. A morte do bandido, com dor e sofrimento se possível, habita o âmago da cultura nacional dominante, celebrada pela televisão, pelo cinema, pela escola, pelas igrejas, pelo Estado. Heróis nacionais, como o xerife, o caubói, o fuzileiro, o super-herói, são glorificados na epifania da aniquilação física implacável do inimigo. A execução de Bin Laden, sem julgamento, desarmado, em país estrangeiro, transformou-se em uma enorme festa nacional.

Na segurança da Casa Branca, Barack Obama decide semanalmente os opositores a serem eliminados pelos aviões não tripulados, no Afeganistão, no Paquistão, onde for necessário e possível. As execuções são divulgadas pela mídia para o regozijo nacional. Sequer os milhares de populares ceifados como perdas marginais [esperadas e inesperadas] dos drones causam lágrimas no Crocodilo Mor e na população solidária na distribuição da justiça final, extra-judiciária e extra-territorial.

A arma individual é a principal liturgia da religião da morte. Ela entrega a quem a empunha o poder soberano de aniquilar o mal e impor o bem, de distribuir o castigo e a morte. No Brasil, o pai orgulho leva o filho pequeno para ver seu time preferido; nos USA, ensina o pimpolho a manejar e disparar, para matar, caso seja necessário. Um pouco menos da metade da população estadunidense possuí trezentos milhões de armas individuais – e elas são compradas, hoje, como jamais. Os suicídios anuais com armas o são quase quinze mil.

A cultura da arma e da morte facilita que jovens desavisados engajem-se periodicamente como soldados, por baixo preço, transformando-se fora das fronteiras em veteranos orgulhosos de matar pelo país. Nos USA, jovens estressados, desesperados, infelizes, mentalmente enfermos, expressam também suas angústias no álcool, nas drogas, em depredações e agressões mais ou menos banais e no suicídio.

Entre a juventude estadunidense, é forte a atração da realização do poder demiúrgico da arma de fogo, sobre desafetos ou estranhos, forma de socialização perversa e perseguição patológica de superação da dor individual e do vazio existencial na materialização de banquete de sangue, diante dos olhos da nação e do mundo.

Possivelmente, muito logo, conheceremos novos sucessos semelhantes aos ocorridos em Newtown, Connecticut, ainda mais que o suicídio difubnde-se como epidemia entre a população inclinada a tais atos, quando midiatizado.
 por Mário Maestri.
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terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Ahhhhh, meu saco!


É assim mesmo, ou tudo isso é fruto de alguma viagem mental obscura digna de algum texto sórdido de Hunter S. Thompson? Já faz alguns meses que venho me questionando com essa frase sobre o mundo, e melhor: sobre as pessoas. Existem coisas que realmente não consigo compreender de forma sóbria ou, como convém socialmente, de forma normal.

Decididamente existem situações, cenas e coisas que beiram o fantástico e o bizarro, justamente para quebrar com as convenções estáticas, estéticas e patéticas que somos obrigados a engolir goela abaixo porque simplesmente faz parte da vida em grupo. Parece que vivemos uma espécie de embriaguez social, só que de forma contraria ao efeito que o álcool causa em nosso corpo quando abusamos dele.

E tudo isso me leva a crer que jamais conseguiremos viver (e quem dirá conviver) com outros seres da mesma espécie dentro de um território previamente demarcado. E afirmo isso com veemência, pois a cada dia que passa parece que evoluímos como seres humanos. Só que de trás para frente.

Abusamos uns dos outros. Culpamos os que estão mais próximos pelos erros que cometemos. Falamos mal de políticos ladrões, mas não nos importamos em passar a perna em quem quer que seja apenas para economizar uns trocados. E por aí segue.

Vejo avanço na indústria farmacêutica e, ao mesmo tempo, vejo gente morrendo por falta de atendimento. Observo médicos indignados porque seu paciente agradeceu a Deus por ter se curado, e não ao profissional todo poderoso que está ali fazendo o seu trabalho e que não deve esperar nada, pois não fez mais do que a sua obrigação. Noto o medo nos olhos dos outros sempre que alguém menos provido resolve cruzar a rua lado a lado. E as horas seguem assim, dentro desta cadência sinistra de desconfiança, medo e indiferença.

E depois eu sou obrigado a ouvir que Bukowski, Thompson e Fante são homens de textos nada enaltecedores. Balela! Falácia! Mentira! Blasfêmia! Prefiro ficar com eles, que ao menos são sinceros, do que ter de depositar minha confiança, minhas expectativas e até minha vida nas mãos de alguém sem o brilho da vida nos olhos.

Um brinde aos seres verdadeiros e sinceros. Sejam eles quem forem. E uma banana aos falastrões falsários que recheiam o espaço existente entre o céu e a Terra com suas frustrações escronchas lotadas de um moralismo barato e repleto de demagogia. Quero conviver com pessoas e não com organismos estranhos que apenas buscam um hospedeiro desavisado.


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domingo, 16 de dezembro de 2012

Sobre segundas chances...



Nada estava bom para ela. Se chovia, a culpa era do tempo ruim. Se fizesse sol, a culpa era do calor. E assim ela seguia: reclamando e xingando, sem ouvir nenhuma canção. E, como para todo o mundo, os anos foram passando deixando marcas irreversíveis em seu corpo e mente.

Era uma mulher rabugenta, porém muito quieta. Raramente opinava sobre algo. Toda a lamentação era interna, velada, intrincada dentro de si. Não tinha homem pelo simples fato de que nenhum era bom o suficiente. Amigos já não cultivava mais, pois os poucos que tinha ela afastou. Era uma mulher só, perdida, amargurada dentro de seus rancores existenciais, pelo simples fato de que acreditava ter nascido na época errada. Era uma perdida em pleno século XXI.

Mesmo assim se dizia inteligente. Seu QI beirava os 200 e sabia de tudo. Mecânica? Física quântica? Medicina? Construção Civil? Tudo era demasiado simples para o seu intelecto. E para compreender tais assuntos não precisava cursar faculdade e nem se especializar. Bastava procurar informações nos lugares certos e ler tudo sobre o tema. “Simples assim”, dizia. Não ignorava nada, mas também nada dominava, pois se colocou no patamar de mestre e desaprendeu a aprender.

Trabalho fixo não fazia parte de sua vida. Queria vaga de emprego sim, mas emprego de chefe, de diretora, de dona de empresa. E reclamava quando nada conseguia. “Quantos incompetentes estão ocupando as vagas que deveriam ser minhas?”, regurgitava entre um resmungo em outro. Pobre coitada... seu mundo não tinha norte. E se teve, algum dia, estava bem perdido em um passado longínquo e infeliz.

Uma casa, para chamar de lar, há tempos não existia. Perambulava de um lado para outro sem se apegar a nada e nem ninguém. Da família já nem sabia mais. Não tinha nenhuma pessoa e nem a ela mesmo. Era apenas um corpo pálido vagando na imensidão solitária do mundo. E assim ela foi vivendo, ano após ano, dia após dia, batida após batida e sem mudar o seu jeito.

E ela foi murchando, se encolhendo e deixando de viver. Não era uma mulher ruim. Pelo contrário. Apenas esqueceu da vida; deixou ela de lado. Não tinha e nem fazia planos. Apenas existia. Até que um belo dia morreu. E não deixou nada. Ela viveu uma vida sem luz, sem deixar sua marca, seu nome, seu legado. Ninguém sentiu falta, pois já havia deixado de existir há muito tempo. E hoje ela é apenas mais uma entre tantas existências fracassadas. Certamente deve estar pensando consigo neste exato momento: “Da próxima vez, em uma outra vida, vou voltar renovada e pronta”. Que pena... é uma lástima deixar tudo para resolver outro dia e nem saber se uma segunda chance lhe será dada.


por Daniel Bittencourt.

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