terça-feira, 31 de julho de 2012

Comunidade e formas de estar juntos



A noção de comunidade tem sofrido variações substantivas ao longo do tempo e do desenvolvimento técnico das civilizações ocidentais. O compartilhamento pode ser a moradia num bairro (onde muitas vezes o termo comunidade é eufemismo de favelas ou áreas pobres de uma cidade), o gosto musical e, hoje em dia, o pertencimento à mesma rede social na Internet. Há que esboçar o algo em comum que se espera dos membros de uma comunidade.

Estudos antropológicos referiam-se a comunidades camponesas, indígenas e quilombolas com mais frequência antes do êxodo rural. Em meados do século XX, o número de habitantes nas cidades da América Latina ultrapassou o dos que vivem no campo e, poucas décadas mais tarde, a percentagem da concentração urbana corresponde à maioria de sua população.

Algumas implicações são de que se formaram comunidades distintas daquelas que se conheciam antes da concentração urbana. Nas cidades, há grupos de vizinhos que se reúnem para planejar ações de melhoria do prédio, da rua e do bairro. Há também comunidades religiosas que congregam os fiéis em torno de quermesses, festas juninas, procissões e outros eventos públicos.

As cidades contêm profusão de experiências comunitárias. Idosos reúnem-se para
praticar atividades físicas, encontros recreativos tomam lugar nos clubes e
bares, jovens convidam-se para cortar as quadras com skate e também fazem campeonatos em jogos eletrônicos.

Este é o ponto de maior inflexão do sentido de comunidade. Primeiro, as gerações atuais dos jovens das cidades têm sido protagonistas destas mudanças; segundo,o lugar onde elas ocorrem deixa de ser físico e passa a ser virtual, deixa frequentemente de ser pessoal e torna-se impessoal (onde há interação com pessoas desconhecidas ou das quais há poucas referências).

Comunidade, portanto, é estar juntos para compartilhar um espaço em que os agentes são quase anônimos. O encontro constitui, com efeito, uma relação próximo-distante
em que a comunidade é o novo ambiente de uma necessidade da vida moderna. Seus membros só não são completamente anônimos porque, por exemplo, os jogadores de vários países identificam-se com apelidos enquanto se massacram num combate eletrônico pelo Playstation 3 ou X-Box 360.

Os jovens que crescem no meio eletrônico têm, por um lado, recursos que a geração anterior não imaginava (por exemplo "postar", "twittar" e "blogar" entre seus amigos virtuais usando um computador na forma de tablete cuja bateria dura muitas horas). Por outro, a geração mais recente assume o senso de comunidade do próximo-distante e do anonimato como algo natural da sociedade em que cresce porque não a conheceu de outra forma.

O sentido de comunidade redesenha-se também pelo espaço de atuação, que é cada vez mais emaranhado em processos nacionais e transnacionais. Vídeos publicados no YouTube por usuários em qualquer lugar do mundo recebem milhares de acessos devido ao sentimento de comunidade ou de pertencimento que despertam. Um viajante não rompe temporariamente seus laços afetivos na medida em que se comunica com parentes pelas redes sociais virtuais.

Habitantes da cidade, por vezes, usam o termo comunidade como se se tratasse daquilo que parou no tempo ou não se modernizou como nas capitais. Fazem tais referências,contudo, quando têm tempo para quebrar a rotina. Usam-se termos como pueblo no México, provincia na Argentina e interior no Brasil. Apesar das oposições que surgem entre rural e urbano, tradicional e moderno, local e global, analógico e digital, há muitas formas de estar juntos.

Por: Bruno Peron.

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sábado, 28 de julho de 2012

A influência da Mídia Eleitoral Digital



As eleições municipais de 2012 possuem a marca da mídia digital. Pela primeira vez a internet tem força determinante e decisiva e neste contexto as redes sociais aparecem com toda a sua amplitude a influência. Resta saber quais são os limites para a campanha digital. Legalmente, muito é possível fazer, o que está correto. Não seria adequado a legislação amordaçar um espaço pautado pela liberdade de manifestação e expressão.

Eticamente surgem os problemas. Muitos candidatos que sequer adentravam na internet aparecem com uma roupagem digital forjada por marketólogos de plantão, na tentativa de inserir candidaturas neste novo mundo. Em contrapartida, surgem as primeiras reações do mundo cibernético.

Há aqueles que não querem saber de política eleitoral nas redes sociais, o que pode ser questionável, pois a sociedade depende da política. Mais do que isto, se alguém se comunica com outros nas redes sociais, é porque algum vínculo possui, senão não constaria no rol de amigos, sem falar no tal do bloqueio ou exclusão de amizade. Talvez seja necessário redefinir, semanticamente, o significado da amizade na internet.

Também há aqueles que estão a repudiar os oportunistas eleiçoeiros, o que não deixa de ser razoável, afinal de contas, as pessoas estão cansadas de candidatos camaleões, que parecem, mas não são o que parecem, pois somente parecem o que não são.

De qualquer forma, a internet e as redes sociais estão a desempenhar um relevante e decisivo papel nas eleições de 2012. Como tudo na vida, a construção de uma imagem, mesmo no mundo virtual, é lenta e gradual. Para isto, nada melhor do que a autenticidade, ou seja, ser aquilo que é, o que basta, pois não se está a orientar candidatos.

Também a queda pode ser avassaladora, rápida e instantânea, especialmente aos incautos e afoitos, o que já foi visto nesta terra Brasilis. Ora pois, cada um com as suas estratégias e respectivas armas. Logo aparecem os resultados...

por: Giovani Corralo.


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Sempre tem um FDP.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Cyberbullying: agressão virtual e sem rosto



O termo bullying é de difícil tradução para o português, pois Bully, em inglês, tem significado próximo ao nosso "valentão", originado de Bull (touro), na sua designação literal. Dessa forma, bullying pode ser entendido como "intimidação", "humilhação" ou "sofrimento". Deixando a parte o estrangeirismo, a palavra cyberbullying foi escolhida por nós para designar um certo fenômeno, ainda pouco compreendido por especialistas, de uma violência originada muitas vezes sem intenção para tal.

Apesar disso, ele resulta na vitimização da criança ou do jovem, causando-lhe sofrimento, perturbação e consequências danosas, tendo em vista que ele é incapaz de se defender contra essa modalidade de agressão na esfera virtual, o mundo www.

Com a utilização massiva da internet, o cyberespaço se interpõe ao espaço escolar, ocupando importante papel no processo de desenvolvimento psicossocial de crianças e adolescentes.

Os sites de relacionamento, em especial os microblogs, como Twitter, e as redes sociais, como Facebook e Orkut, são apenas plataformas para se estabelecer vínculos virtuais. Na sociedade contemporânea, adolescentes e crianças criam suas redes sociais, em grande parte das vezes, na escola. Daí, tais redes migram, quase que instantaneamente, para o espaço virtual, reverberando vários aspectos do âmbito escolar, em especial a violência.

Nessa perspectiva, surge a maioria dos casos de cyberbullying, ou seja, o bullying praticado no cyberespaço. E a violência utilizada no mundo virtual reflete aspectos das práticas desse fenômeno no mundo real: sofrimento e humilhação da vítima e incapacidade de se defender das agressões.
Na escola, os agressores são facilmente identificados e confrontados pela autoridade escolar vigente, quando há denúncia da sua prática.

Já nessa "perturbação online", isso é muito mais complexo, pois seu autor pode criar um perfil falso, uma comunidade do Orkut ou página de Facebook anônima, tornando seu combate muito mais difícil.
A crescente escalada do bullying e do cyberbullying, segundo especialistas, está ligada a uma cultura individualista e competitiva, que marca o advento da sociedade contemporânea. E o combate a esses fenômenos será tão mais exitoso quanto maior for a interferência dos variados protagonistas do espaço escolar: pais, professores, gestores e comunidade em geral.

Como professor fundador de um colégio em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, passei por uma interessante experiência. O grupo de teatro da escola, composto por professores e alunos, teve a iniciativa de organizar um projeto para despertar a atenção para o problema do bullying.

Para isso, criou uma apresentação que culminou com um vídeo e uma performance impactante e polêmica. Sem aviso prévio, os alunos membros do grupo assistiram a aulas com vários dizeres pintados na testa: “burro”, “nerd”, “retardado” etc.

No dia seguinte, substituíram as palavras por “tolerância”, “convivência” e “respeito”, entre outros, seguidos de um testemunhal em cada sala, convidando os demais colegas da escola a assistirem sua apresentação e se engajarem no combate a essa prática.
De acordo com a especialista Rosely Sayão, “o verdadeiro bullying só acontece em situações em que os mais novos se encontram por conta própria, sem a companhia e a tutela de adultos, sem ainda ter condições para tal. Caro leitor: se você tem filhos, não os prive da companhia de colegas diferentes no comportamento, na idade etc. Esses relacionamentos, mesmo conflituosos, são verdadeiras lições de vida para eles que, assim, aprendem a criar mecanismos de defesa, a avaliar riscos e, principalmente, a reconhecer as situações em que precisam pedir ajuda”.

Essa afirmação vai ao encontro do que também acredito. É por isso que defendo o estímulo à convivência com o diferente, a construção de práticas solidárias e o saber olhar para o outro. Isso pode ser praticado por meio do exercício da cidadania, de práticas esportivas e manifestações artísticas como teatro, dança e sarau de poesias, entre outras.

Todos eles colaboram para fortalecer a solidariedade e o respeito mútuo, criando condições para reduzir as práticas de cyberbullying e minorar seus impactos.

Por: Claudio Paris (Prof. Magrão)


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terça-feira, 24 de julho de 2012

O caos na telefonia celular



O caso das operadoras TIM, Claro e Oi, proibidas de comercializar seus chips em diversos estados a partir do dia 23 de julho, demonstra o total desrespeito ao principal pilar em toda e qualquer relação entre empresa e consumidor, baseado na satisfação deste. A ganância em aumentar as vendas, conseguindo um ponto adicional de market share a qualquer custo, levou a uma agressiva guerra de preços, cuja consequência foi o quase colapso do sistema, sentido principalmente nas grandes capitais, onde completar uma simples ligação nos remeteu aos primórdios da tecnologia celular.

As estratégias, baseadas no uso intensivo de suas redes, cobrando nada ou muito pouco para usuários da mesma operadora, criou uma verdadeira bomba-relógio. O que a princípio era uma ação de vendas isolada da TIM com seu plano Infinity, acabou se tornando o principal fator competitivo entre as empresas. Promoções do tipo fale 1 minuto e ganhe 10, 20, 100, 1.000 ou 10.000 minutos, acabaram derrubando os níveis de serviço percebido de seus usuários, os quais, diga-se de passagem, nunca foram lá muito altos.

Talvez um dos maiores erros tenha sido comprometer grande parte de sua oferta limitada de serviços, as frequências, justamente com o segmento de clientes menos rentável e fiel, composto pelos usuários da modalidade pré-paga, responsáveis por 80% do mercado. Ávidos por promoções, não titubeiam em trocar de operadora ou possuir diversos chips em um ou mais aparelhos, convencendo amigos e familiares a aderir. Tal comportamento talvez explique a razão pela qual há hoje mais linhas ativas que habitantes, na relação de 1,34.

Quem utiliza transporte público já deve ter notado a mudança no perfil de seus usuários, emendando longas conversas no trajeto do trabalho para casa e vice-versa. Comprovando a percepção, o tempo médio mensal gasto ao celular aumentou em 33,7%, traduzindo-se em algo como 115 minutos mensais por assinante. Adicione o crescimento de 40% no número de linhas e o aumento dos smartphones, os quais consomem um tráfego maior de dados. Pronto. Temos os ingredientes necessários para o caos. Celulares sem sinal, má qualidade de áudio, queda de ligações, chamadas não completadas, redes de dados extremamente lentas.
Em outros tipos de serviços a saída estaria em estratégias para controlar a demanda, seja através da fixação de preços por período, tais como os serviços de telefonia fixa com tarifas diferenciadas por horário e distância ou na limitação da oferta de serviço, como já ocorre com os pacotes de dados das próprias operadoras.

No atual modelo de negócios, restam poucas opções as empresas. No curto prazo será pouco provável melhorarem sensivelmente o serviço oferecido, não só pelos altos investimentos em infraestrutura necessários, assim como pela legislação atual de algumas cidades que dificultam a instalação de antenas, necessárias para a melhoria na cobertura. Apesar da proibição, que acredito ser temporária, os arranhões e desgastes em suas imagens poderão ser duradouros, correndo o risco de perderem sua base de clientes mais rentável, composta pelos assinantes corporativos e pós-pagos, os quais necessitam de serviços de alta qualidade, confiabilidade e disponibilidade.

Para preservarem este filão que gerará cada vez mais tráfego em seus smartphones, necessitarão de maior capacidade em sua rede. Como não há maneira de disponibilizá-la ou segmentá-la por tipo de usuário, talvez precisem reduzir ou impor limites aos atuais planos pré-pagos, os quais compõem a grande base de assinantes. Implantá-la significaria uma perda imediata de diversos pontos de participação de mercado, além de serem decisões impopulares e indigestas, necessitando de uma mudança cultural nos hábitos destes usuários.

Independentemente das ações adotadas pelas empresas, seja para preservar sua base de clientes ou manter seu filão mais rentável, o fato é que a decisão da Anatel serviu para pontuar algo que já vinha sendo anunciado, ou seja, da falta de capacidade das operadoras em cumprirem suas metas de qualidade. Espero que este marco sirva para que outras agências tomem decisões semelhantes, protegendo os consumidores de serviços ruins.

Quem sabe não seria hora de alguns Detrans proibirem a venda de carros em algumas cidades, nas quais circular já está tão ou mais difícil quanto falar ao celular?

Marcos Morita.

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terça-feira, 17 de julho de 2012

É da natureza da mulher...



Existem algumas coisas na vida de toda a mulher que a excitam profundamente e o homem desconhece ou não reconhece: visitar a mãe, por exemplo .Ou, às vezes até ficar mais tempo na casa da mãe, do que na casa em que mora depois de casar.

Os maridos casados que me desmintam, se puderem. Sem entrar no mérito, porque o espaço é curto, toda mulher é sempre um prato cheio para os psicanalistas. Mas o homem, não escapa. É um banquete de nuanças psicológicas.

Outra coisa que tira a mulher do seu equilíbrio, é presentear os sobrinhos. Ela tem uma necessidade física de ser vista como uma boa tia, uma tia legal, maneira. Dentro desse programa está incluído trazer para sua casa os sobrinhos ou as sobrinhas para passar o dia e dormir à noite. Acaba até estendendo esse papel de tia para os amigos de seus filhos que assim a chamam.

A mulher com a mesma intensidade que quis ser mãe, quer ser avó. E cobra ostensivamente, mais da filha mulher, do que do filho homem, esse papel. Coisa de mulher e mãe. Parece que para ela, ser mãe de uma única geração não é suficiente. A avó, mãe potencializada, geralmente cobra ainda mais dos netos, o casamento e os seus filhos bisnetos, do que dos filhos cobrava os seus netos. Se é que isso é possível, porque na medida em que vai chegando a velhice ela quer ver sua imagem de mãe multiplicada.
Mas não é só isso que deixa a mulher empolgada. O chazinho mensal com as amigas ou aquela saída de ônibus de excursão para passar o fim de semana ou o feriadão com as mesmas amigas em um local que o marido desconheça, é uma verdadeira traição.

Ela se sente independente, livre, como o marido que vai jogar uma pelada. Ao contrário do que muitas mulheres podem estar pensando a esta altura, este não é um comentário machista. É paisista. Porque elas sempre podem contar com o nosso infalível ciúme. Na mesma balada em que nos tornamos pais mais maduros, vamos crescendo em nosso sentimento de posse. É ou não é?

Por Mauro Blanke.

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sexta-feira, 13 de julho de 2012

Lâmpadas fluorescentes, cuidado!



As lâmpadas fluorescentes apresentam vantagens em relação às lâmpadas convencionais, principalmente devido ao seu custo-benefício. Elas possuem maior vida útil e são mais econômicas, mas requerem cuidados quando não são mais utilizáveis. Se depositadas no lixo comum, podem se quebrar e liberar vapor de mercúrio, o que é altamente prejudicial para o meio ambiente e à saúde humana. Diante do problema, a sociedade enfrenta o impasse em relação ao descarte correto desses materiais. Uma alternativa é a reciclagem e descontaminação das lâmpadas, mas são poucas as empresas que fazem esse trabalho e os custos ainda são elevados.

A engenheira ambiental Carla Santana, responsável técnica da empresa Recilux, explica que os consumidores podem entregar as lâmpadas nos estabelecimentos comerciais onde elas foram compradas. “De acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos, os estabelecimentos envolvidos na fabricação, distribuição e venda das lâmpadas fluorescentes são responsáveis pela logística reversa, que consiste no recebimento e descarte ecologicamente correto desse material”, justifica. Atualmente a Recilux é uma das empresas do Estado autorizadas pelos órgãos ambientais para realizar o recolhimento, descontaminação e separação dos componentes das lâmpadas.

A responsabilidade do descarte correto deveria ser de todos os participantes da cadeia, desde o fabricante até o consumidor. Na prática, acredito que seja viável implementar a logística reversa dividindo o ônus, fazendo com que cada parte dos custos do processo seja assimilada por cada um dos segmentos. Hoje algumas empresas locais destinam as lâmpadas para descontaminação e reciclagem, mas as despesas ainda são muito altas, principalmente com transporte. O preço médio varia entre R$ 1,20 e R$ 1,50 por lâmpada descartada. Se os valores forem divididos e aplicados na proporcionalidade, os impactos serão menores.

A Ecolog Serviços Ambientais, de Santa Cruz do Sul, gerencia o recolhimento de lâmpadas usadas, com a coleta no ponto gerador. Diferentemente de outras campanhas ambientais da empresa, as lâmpadas fluorescentes não são recolhidas em pontos de coleta, especialmente devido ao alto custo de descarte. São em torno de 30 mil unidades gerenciadas ao ano, entregues a uma empresa licenciada para fazer a descontaminação e reciclagem, em Minas Gerais.

Existem restrições no Rio Grande do Sul quanto às formas de descarte, que impedem a utilização dos chamados papa-lâmpadas. O equipamento, de pequeno porte, é muito usado em outros Estados para triturar as lâmpadas. O gás é filtrado com carvão ativado, e os resíduos são encaminhados para aterros industriais como classe um. Aqui também não há usina de descontaminação, então, de qualquer forma, as lâmpadas têm um longo caminho até que sejam descartadas definitivamente.

• As lâmpadas fluorescentes são preferidas por sua economia e durabilidade e não oferecem risco enquanto estiverem inteiras.

• No entanto, quando quebradas liberam mercúrio em forma de vapor, que é altamente prejudicial para a saúde humana e para todo o meio ambiente.
• A intoxicação por mercúrio pode causar problemas respiratórios, neurológicos, gastrointestinais e até a morte.
• Nos aterros sanitários, esses materiais podem contaminar o lençol freático, prejudicando rios, poços, animais e lavouras.
• A descontaminação e reciclagem dos componentes representam o melhor caminho para o descarte correto das lâmpadas fluorescentes.

Renato Dutra Pereira.

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domingo, 8 de julho de 2012

A Idade das Trevas, época de violência e medo.



Portas, grades, muros, arames farpados... Cercas físicas e elétricas, correntes e cadeados. Tudo o que protege da escuridão nos separa, também, da luz. Alguém precisa dar mais atenção à influência das tantas barreiras físicas no ânimo de nos aproximarmos uns dos outros.

Em pleno Século 21, voltamos à Idade das Trevas, época de violência e medo.

Ninguém me convence de que o isolamento cada vez maior e sua consequente intolerância não nascem de uma contaminação psicológica dos limites contundentes em nossas propriedades, especialmente em grandes centros urbanos. Se o outro vem da fronteira estabelecida entre o bem e o mal, e estou seguro de habitar o lado do bem, ele é, a priori, uma ameaça.

Para mim, o recado transmitido por uma porta sólida, gradeada e com um olho mágico sempre foi evidente: estou desobrigado de atender. Vejo o outro lá fora, mas permaneço oculto em minha toca, acuado, indisposto. Ao sair, recorro ao vidro escuro do automóvel, novo manto da invisibilidade. Tudo é feito para escapar do constrangimento da exposição.

Também o recado de um muro alto é claro: você não é bem-vindo. Seu olhar deve permanecer de fora, não quero ouvir o som que você produz, em nada me interessa quem está do outro lado. Além do mais, a ignorância sobre o entorno é reconfortante: poupa-nos de todo e qualquer impulso de solidariedade. Desculpa-nos de eventuais omissões.

O recado de um porteiro eletrônico é frio como a voz metalizada: convença-me de quem é você, diga o que deseja, seja convincente. O recado do agente de segurança que nos prende em eclusas é explícito: desconfio de você a ponto de cercear arbitrariamente sua liberdade pela simples ousadia de querer entrar. O recado de uma cerca elétrica é ameaçador: perigo! E o cão que ladra avisa que morderia antes mesmo da invasão, pois foi treinado para farejar, em todos, potenciais inimigos.

Assim, para sairmos de nosso lar em direção à casa de alguém é preciso, primeiro, ter coragem para enfrentar a Floresta Má do espaço público. Depois, aceitar o fato de que o feitiço desta floresta nos transforma em seres potencialmente perigosos, para os quais todos os recados convergem: vá embora! Por fim, carregar como antídoto uma poção com doses elevadas de paciência, perseverança, simpatia e fé.

Duvida? Leia os soturnos manuais de segurança para conferir quais foram nossas "conquistas" civilizatórias. Ali, o cabal reconhecimento ao poder das trevas. Ali, nada do que mais almejo: a cálida e reconfortante luz das almas.

Por: Rubem Penz.

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sexta-feira, 6 de julho de 2012

Começou a guerra



Não estamos falando em atividades bélicas entre nações, inspiradas como sempre, pela vaidade e desejo de poder de ditadores ou de presidentes que se entendem "donos do mundo" e, portanto, capacitados a direitos de invasões e de desrespeito a auto-determinação dos povos. Nossa referencia é sobre o início da campanha eleitoral que culminará em outubro, com a eleição dos prefeitos e o preenchimento das cadeiras nas câmaras municipais. O que denominamos de "guerra" é o início efetivo da campanha eleitoral, após o registro oficial das chapas majoritárias e proporcionais, pelos partidos e coligações, cuja data de encerramento aconteceu neste dia 5, como determina a Legislação Eleitoral.
Há partir de agora, está liberada a propaganda, na qual os candidatos estão em condições de promover comícios, entre 8 e 24 horas, assim como utilização de alto-falantes e amplificadores (das 8h às 22h) em unidades móveis ou nos comitês, para apresentação de plataformas de trabalho e, consequentemente, o chamamento aos eleitores.

Em muitos municípios, especialmente, com o aumento do numero de cadeiras no legislativo, acredita-se que a busca dos eleitores se mostrará mais acirrada, considerando que paralelamente, o numero de candidatos ocorre em função do número de cadeiras disponíveis.

A lei eleitoral, para este ano, apresenta uma modificação importante que, por certo renderá capítulos extras, sendo que alguns, acredita-se, se arrastarão por algum tempo até que exista a definição. Trata-se do projeto "Ficha Limpa" aprovado pela Justiça e que, pela primeira vez será colocado em prática. Quando nos referimos em capítulos que se estenderão, possivelmente além das eleições, há a possibilidade de um grande número de denúncias nesse sentido, criando pilhas de processos a serem julgados e, até lá, muitos serão os candidatos que permanecerão na expectativa dos resultados da justiça, mesmo depois de eleitos, ou não. Importante que se diga que, a inexistência de jurisprudência a respeito, deverá fazer com que o tema seja amplamente debatido pelos desembargadores que terão a responsabilidade de julgamento, até que seja criado um consenso sobre o que se mostrará como impeditivo aos candidatos denunciados.

Fato interessante, também - e sempre acontece - são as famosas guerras internas, aquelas desencadeadas dentro das próprias agremiações, que nos parece as mais difíceis de serem contornadas, pois o adversário postulante de cadeira eletiva, cujo nome está ligado à outra sigla, se mostra como normal, na disputa para chegar a frente e, para tanto, usando todos os artifícios legais disponíveis, mas, e sobre os que disputam a preferência dos eleitores, dentro das mesmas agremiações? Sabido que, na força da legenda, pensam na própria eleição e, nessa guerra a existência do "cada um por si", o que não raro, faz com que as cúpulas partidárias tenham que acionar suas "brigadas de incêndio" para apagar focos que surgem ao longo das campanhas.

Diante do cenário que começa a se estabelecer, as bandeiras brancas estão sendo arriadas para o início da batalha cívica, que mais uma vez, de maneira democrática, coloca na mão do povo a grande arma para definir os vencedores.


Por Moacir Rodrigues

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quinta-feira, 5 de julho de 2012

Drogas para uso pessoal?



Uma comissão de juristas aprovou, em 28 de maio, a descriminalização de drogas ilícitas para uso pessoal. Este anteprojeto será enviado ao Congresso e depois votado no Senado nos próximos meses.

Em alguns pontos, o texto não é claro e sujeito a várias interpretações, como no caso de um juiz precisar saber da natureza da droga (maconha, crack, cocaína, etc.), da quantidade, do local da apreensão, da conduta do infrator e outros quesitos sociais para determinar se a droga era para consumo pessoal.

Usar droga não é crime, mas vender é crime. Ora, considerando que o usuário precisa da droga e que seu uso é permitido, também precisamos considerar que ele irá comprar de alguém. Sempre que existir alguém querendo comprar alguma coisa, existirá alguém vendendo esta coisa. É uma regra de mercado. O traficante alicia jovens para este mundo e depois passa a faturar em cima destes dependentes.

O tráfico é internacional, está arraigado, inclusive, na cúpula de diversos países do mundo e é uma das grandes fontes de renda de alguns governantes corruptos. Neste ponto, ninguém quer mexer, ou por medo, ou por conveniência.

Se a intenção é descriminalizar o usuário, também deveriam considerar uma venda oficial e controlada para acabar com esta vergonha do tráfico. O texto também diz que, se o uso da droga ocorrer diante de escolas, aí sim, será crime. Ora, um crime depende do local onde é cometido? Também temos a hipótese do traficante que carrega somente pequenas quantidades de drogas de cada vez. Neste caso, ele poderá ser considerado usuário e não será incomodado. Parece ser um texto criado para atender uma parcela da sociedade, mas que, realmente, não vai resolver o problema.

No ano passado, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso se posicionou a favor desta descriminalização e mostrou Portugal como um exemplo a ser seguido, alegando que lá já existe uma legislação semelhante. Por outro lado, o médico português Manuel Pinto Coelho, presidente da APLD (Associação para Portugal Livre de Drogas), diz que, após dez anos de funcionamento desta lei, os resultados foram deploráveis e que houve significativo aumento do consumo de drogas em Portugal. Isto tudo porque pouco se fez com respeito ao traficante e este é o ponto crítico do problema.

É evidente que um doente usuário não pode ser considerado um criminoso e ir para uma prisão comum, mas algo tem que ser feito para combater a doença. Quando temos uma epidemia, combatemos as causas, e isto não está acontecendo de forma eficaz, no caso das drogas.


Por Célio Pezza

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quarta-feira, 4 de julho de 2012

O Brasil está envelhecendo...e pobre!



Os últimos números oficializados pelo IBGE mostram o progressivo envelhecimento da população brasileira, considerando o aumento de idosos em relação aos demais grupos.

Esse crescimento vem chamando a atenção, quer pela redução drástica do número de filhos tidos pelos casais, especialmente da área rural, onde as famílias eram compostas por sete, oito ou mais pessoas. A situação crítica que atravessa a área rural, faz com que famílias tenham menor número de dependentes.

Outro fato que consideramos de maior importância e, até mesmo vital, para o estabelecimento desses números está localizado justamente na área urbana e focado diretamente na evolução do tráfico e consumo de drogas, que vem devastando parcela importante da população jovem, e que, infelizmente, já estendeu seus braços para o campo, além do trafego nas estradas, também, causador de números impressionantes de acidentes fatais onde, mais de 70% atinge a faixa entre 17 e 28 anos.

Dentro dessa tendência, é natural que exista uma mudança drástica, com crescimento contínuo dos números sobre a população brasileira. Menor índice de nascimentos, maior número de falecimentos de jovens e, aliado a tudo isso, a maior expectativa de vida do idoso.

Parece-nos que é muito difícil uma reversão no que diz respeito à famílias com grande número de filhos, pois a tendência é de redução, oferecendo aos pais melhores condições de criação e educação, até mesmo porque ficou longe o tempo em que a atividade rural era exercida por pessoas que simplesmente tinham naquilo que apreenderam com os pais e avós a prática para a atividade agrícola ou da pecuária.

Hoje essa atividade necessidade de um conhecimento de maior profundidade, pois a tecnologia invadiu o campo e o simples manejo de um trator ou de uma camioneta, faz com que o operador e motorista tenha conhecimento de computação, além de outros, assim como já acontece no setor pesqueiro.

No lado urbano, há necessidade do encontro de forma eficaz para combate às drogas e, ainda a elaboração de programas educativos que atinjam o motorista, especialmente o jovem, para que tenhamos menos acidentes nas estradas e, com isso, a preservação da vida, possa oferecer melhor equilíbrio no que se refere às faixas populacionais, sob pena da lamentável continuidade da perda maior de jovens, vítimas do descalabro do transito, fazendo com que o prato da balança mostre maior tendência de peso para quem já passou dos 60 anos, considerados como a divisa entre a idade adulta e a terceira idade.

A cada novo dia, as montadoras descarregam sobre as estradas, centenas de novos veículos, com maior potência e tecnologia, para percorrer estradas com péssimas condições de rodagem e mal sinalizadas, capazes de, a cada momento, transformar um veículo em um monte de sucata e, preciosas vidas, em apenas lágrimas e lembranças.

Por Moacir Rodrigues.

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domingo, 1 de julho de 2012

O Complexo de Celebridade



Celebridades participando de reality show?
Sem noção? Vaidade excessiva? Maluquice? Exibicionismo? Talvez um pouco de tudo isso. Talvez alguma outra coisa! Navego pela coluna de posts do Facebook e fico pensando nessas alternativas.

Redes sociais na internet e reality show são duas experimentações recentes na história da humanidade. Ambas envolvem basicamente seres humanos entretidos em algum tipo de conversa que é observada por terceiros. Conversa que agora se torna hipercoletiva pela mediação da tecnologia de informação e comunicação.

Até a invenção dos transportes motorizados boa parte da humanidade tinha um referencial de contatos para conversa que ficava dentro de um raio de poucos quilômetros. A maioria das pessoas só foi expandir para valer seus contatos de conversa no cotidiano apenas no século XX. Culpa do automóvel e do telefone!

Foi olhando para esse passado que o antropólogo britânico Robin Dunbar publicou um estudo em 1992 que tornou conhecido na comunidade científico-acadêmica o ‘Número de Dunbar’. Esse estudo sugeria que os seres humanos teriam um limite cognitivo entorno de 150 para o número de pessoas que, na média, um indivíduo poderia manter como relações sociais estáveis ao longo da vida.

Dunbar não tirou esse número da cartola, mas de estudos quantitativos e estatísticos. Ele acreditava que a nossa capacidade de manter contatos estivesse limitada pelo tamanho de nosso neocórtex.
Pois é… Ele ainda não conhecia a internet e subestimou a plasticidade de nosso cérebro.

Mas Dunbar está vivo. E está retrabalhando essas questões no Instituto de Antropologia Cognitiva e Evolucionista da Universidade de Oxford enfocando a psicologia e antropologia das redes sociais. Vai ter muito trabalho!

A tecnologia sem dúvida evolui mais rapidamente que nossos comportamentos. Mas nós, que estamos na infância da Sociedade Digital Global, vamos ter que aprender a ter conversas hipercoletivas próprias de uma humanidade globalizada de uma maneira mais elegante, digamos assim.

Enquanto isso, acontecem descompassos engraçados e surpreendentes. Antigamente quem tinha mania de grandeza era iconificado (êpa!) como Napoleão Bonaparte. Isso foi relativizado nos anos 60 quando Andy Wharol disse que todos nós seríamos famosos no futuro por quinze minutos. Aí era uma questão de organizar a fila e esperar o momento.
Agora, com as redes sociais digitais, todos nós podemos ser famosos o tempo todo! Ou, pelo menos, é assim que a gente se sente.

por Ricardo Neves.

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