quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Como o mundo vê agora o Brasil


O país do futebol, das praias e do samba. Os estereótipos criados para o Brasil e usados com fartura pelas outras nações, que sem muita dificuldade nos deram Bueno Aires como capital, começaram a ser deixados de lado a partir do momento em que o país cresceu economicamente e ocupou espaço de destaque no cenário internacional entre as potências emergentes.

Ouvido pelo site Terra, o presidente da agência Imagem Corporativa, Ciro Dias Reis, falou da substituição dos clichês conhecidos por debates mais sérios em relação ao Brasil. O monitoramento sobre as notícias diárias publicadas referentes ao país revela que cresce a atenção dada pelos principais veículos a temas importantes, ligados à economia, à política e ao meio ambiente.

Realizado desde 2009, o Boletim Brasil acompanha tudo o que é publicado sobre a nação nos 15 mais importantes representantes da imprensa mundial. Em três meses, de julho e setembro, por exemplo, foram 1.217 notícias - superior a 13 por dia -, mais de que o dobro identificado no primeiro levantamento, feito há três anos.

Vulnerabilidade, situação privilegiada, questões socioambientais, protagonismo, locais de investimento, empresas/executivos do Brasil, player internacional e comércio exterior foram os assuntos mais abordados pela mídia do exterior no penúltimo trimestre - 70% das reportagens foram consideradas positivas e 30% negativas.

Deixar para trás estereótipos é uma boa notícia. Imagens nem sempre desejadas do Brasil, usadas por muitos anos ao redor do planeta, sempre incomodaram. A questão é que, não muito distante, os bordões nunca serviram de estímulo para as mudanças. Se irritavam, apenas geravam reclamações aqui e ali. Mas quando os governos passaram a investir no desenvolvimento econômico e social, o que ajudou a colocar o país na parte nobre da vitrine, a mudança do discurso aconteceu naturalmente. O samba, o futebol e a praia deram lugar a assuntos, de fato, importantes. Uma virada importante do jogo.

A pauta da imprensa especializada, entretanto, continua aberta para questões ainda “bem nossas”. A corrupção dentro dos governos é uma delas. Se nos tornamos mais sérios e evoluímos estruturalmente, ainda temos que baixar a cabeça quando somos apontados como o país da maracutaia. Os mecanismos continuam falhos para reduzir a níveis aceitáveis um dos piores problemas nacionais. A corrupção, para existir, precisa apenas de alguém que ofereça alguma vantagem e outro que a aceite. E esse defeito humano governante algum consegue resolver. O que não o impede, porém, de tentar se cercar por profissionais mais sérios e de cobrar desempenhos.

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