terça-feira, 14 de agosto de 2012

O “calcanhar de Aquiles” do Brasil



“O ponto mais vulnerável de uma pessoa ou organização; referência ao calcanhar do herói lendário Aquiles, da Guerra de Tróia, que teria sido mergulhado por sua mãe, Tétis, nas águas do rio Estige para protegê-lo; porém ao segurar a criança pelo calcanhar direito impediu essa parte do seu corpo de receber a invulnerabilidade.”

Nos próximos quatro anos, o Brasil terá uma singular oportunidade de mostrar ao mundo que se tornou um país menos injusto socialmente e mais igualitário economicamente, pois abrigará quatro eventos internacionais de máxima importância.

Copa das Confederações e a Jornada Mundial da Juventude – com a presença do Papa Bento XVI, ambos em 2013, Copa do Mundo em 2014 e as Olimpíadas em 2016.

O “calcanhar de Aquiles” do nosso país, encontra-se no baixa qualidade de parte dos serviços – públicos e privados – que são prestados aos consumidores.

A evidência mais transparente da nossa afirmação encontra-se na exemplar decisão que a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) tomou, ao punir algumas empresas desse segmento pela qualidade inadequada colocada à disposição da população.

Uma simples navegação pela Internet, e o acesso ao noticiário dos mais diversos meios de comunicação, nos revelam o elenco das reclamações que chegam ao PROCON, indicando problemas nos serviços bancários, planos de saúde, cancelamento e atrasos de voos e desconforto nos aeroportos, entre outros.

Outra noticia que surpreendeu, foi sobre as várias irregularidades existentes em alguns shopping centers da cidade de São Paulo, segmento que ostenta padrão de excelência da qualidade de produtos, de serviços e de vida.

Um serviço público que, apesar de todas as providências que possamos tomar, não se apresentará em condições de excelência será a mobilidade urbana, ou seja, o deslocamento das pessoas pelas nossas principais cidades.

Como exemplo, podemos citamos que Londres tem cerca de 400 quilômetros de metrô, o Rio de Janeiro 40 km e São Paulo 74 km. Mesmo que houvesse condições financeiras, não haveria tempo hábil para melhoria significativa.

Não bastassem as citações acima, nos deparamos com a seguinte divulgação: 38% dos nossos universitários são analfabetos funcionais, ou seja, não dominam habilidades básicas de leitura, escrita e interpretação. Este indicador revela um gravíssimo problema em parte do nosso sistema educacional.

Esperamos que o entusiasmo de sermos a sexta maior economia do planeta, não nos leve a esquecer da nossa desconfortável 84ª classificação em IDH – Índice de Desenvolvimento Humano – ou seja – qualidade de vida.


Por: Faustino Vicente.

Comente este artigo...

Nenhum comentário:

Postar um comentário