quinta-feira, 14 de junho de 2012

Pedágios x invasões no Rio Grande do Sul.

Brigada Militar - RS.

O projeto do Governador Tarso Genro, de criação de uma empresa pública para a administração das praças de pedágios se mostra como boa proposta, considerando que o sistema sairia do domínio privado, onde o maior interesse está na arrecadação, tanto assim que, inclusive as praças são projetadas e construídas em locais de difícil passagem dos transportadores e demais veículos que trafegam pelas rodovias gaúchas.

Muito pouco essas empresas oferecem na contrapartida das concessões.
Tarso deixou claro que não pretende renovar contratos de concessões de exploração, pelos altos valores cobrados aos motoristas, entre outros, gerando grandes lucros para as empresas exploradoras de praças de pedágios e, naturalmente, pagas pelos que se situam no final da cadeia representada entre produtores, transportadores e consumidores.

A presença de entidade pública na exploração, pode e deve representar cobrança de valores mais compatíveis e viabilidade de maior percentagem de verbas para emprego em melhoria e conservação de estradas, inclusive para atendimento das rodovias hoje fora da responsabilidade das concessionárias, que não se interessam, pela inexistência do chamado movimento "filé", posto a menor utilização desses trechos.

Entendemos, inclusive, que as praças de pedágios poderiam ficar sob responsabilidade dos próprios municípios que, agrupados em regime regional, teriam sob controle a administração, fiscalização e manutenção das vias no perímetro, com maior possibilidade de oferecimento aos motoristas de melhores condições de estradas. A proposta do governador vem gerando polêmica entre situação e oposição, quanto à votação do projeto.

No entanto, mesmo contrários a exploração dessas praças pela iniciativa privada, não podemos concordar com as invasões registradas em praças de pedágios, com liberação de cancelas, dentro de um programa de protesto, por militantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, Via Campesina e Movimento dos Atingidos por Barragens, como também não podemos ser favoráveis as intermináveis invasões de fazendas, com depredação do patrimônio privado.

As concessionárias de pedágios não estão instaladas simplesmente porque assim entenderam. Elas participaram de todo um processo que redundou nas concessões cedidas pelo Estado e, mal ou bem, trabalham em acordo com o que estipula os respectivos contratos. Assim, a ordem deve ser o encerramento dos contratos nos prazos devidos e, jamais, através de atos de vandalismos, como temos plena certeza que não seria admitido, pelos assentados (ex-sem terras), que outros grupos resolvessem invadir áreas assentadas.

Atos de protestos, quando desenvolvidos de maneira pacifica, na força da argumentação e mostra de vontade no estabelecimento de metas, serão sempre melhor recebidos pelo povo que verá tais ações com simpatia de quem realmente luta por condições melhores de trabalhar e produzir.

Por Moacir Rodrigues

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