segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

DEPRESSÃO, COMUNICAÇÃO E MEMÓRIA NA TERCEIRA IDADE


Na vida de qualquer ser humano, a comunicação é como um alimento. É ela quem dá o movimento para o corpo. É fundamental para a vida. A mente humana depende do movimento da qualidade comunicativa. As perdas que se dão na velhice, geralmente são cortes na comunicação, e são vistos também na viuvez, quando os filhos vão embora, na falta de amigos, rejeição, desentendimentos e etc. A depressão no idoso ocorre por falta de comunicação. A depressão se dá por perda comunicativa, e essa por sua vez causa falta de memória; pela falta de interesse e é obvio que não guardaremos nada na memória se não tivermos interesse.
Nós vivemos bem em função da comunicação. A comunicação nos fortalece. A perda da afetividade, também, trás perda de comunicação.
A memória é o processo de armazenamento e recuperação de informações no cérebro, básico no aprendizado e no pensamento. A perda da memória (esquecimento) tem quatro explicações: 1) os vestígios mnemônicos vão se apagando de modo natural ao longo do tempo; 2) a memória vai se distorcendo progressivamente e modificando com o tempo; 3) o novo aprendizado interfere e substitui o antigo (inibição retroativa) e 4) a repressão de certas experiências negativas que causam o esquecimento.
As falhas de memória são muitas vezes vistas como sinal de envelhecimento. Entretanto, em se tratando de memória, assim como de inteligência, o funcionamento das pessoas mais velhas varia muito. Vejamos como se processa a memória nas suas diversas etapas:
A memória de curto prazo: Os pesquisadores avaliam a memória de curto prazo pedindo a uma pessoa que repita uma seqüência de números na ordem em que foram apresentados (extensão de dígitos para frente) ou em ordem inversa (extensão de dígitos pra trás). A capacidade de repetir uma seqüência de dígitos para frente se mantém bem com o avanço da idade, mas o desempenho na seqüência de dígitos para trás é tipicamente melhor nos adultos mais jovens do que nos adultos mais velhos. O que explica essa diferença? Uma explicação amplamente aceita é que a memória de curto prazo tem dois componentes, a memória primária e a memória de operação, uma das quais conserva sua eficiência com a idade, ao passo que a outra não.
A memória primária é um tanque de armazenamento passivo para pequenas quantidades de informações recém adquiridas. Se a pessoa não fizer nada que lhe ajude lembrar de um número de telefone que ela recém consultou, por exemplo, ele permanecerá na memória primária por cerca de 30 segundos. Diferenças etárias em tarefas que requerem apenas memória primária são muito pequenas.
A memória de operação não apenas armazena informações mas também a manipula, e acredita-se que sua capacidade de faze-lo se reduza com a idade. Um fator fundamental parece ser a complexidade da tarefa. Tarefas que requerem apenas ensaio ou repetição, mostram declínio muito pequeno. Tarefas que requerem reorganização ou elaboração mostram maior diminuição.
A memória de longo prazo tem três principais componentes: memória episódica, memória semântica e memória procedimental.
Memória episódica:é o componente da memória de longo prazo que mais tende se deteriorar com a idade. A capacidade de recordar informações recém obtidas, em especial, parece diminuir. Uma vez que essa memória está ligada a eventos específicos, recupera-se um item reconstruindo experiência original em sua mente.. ao envelhecer as pessoas são menos capazes de fazer isso, talvez porque se concentrem menos no contexto e assim tem menos conexões para estimular sua memória.
Memória semântica: responsável por guardar o conhecimento de fatos históricos, localizações geográficas, costumes sociais, significados de palavras, e assemelhados. Ela não depende de lembrar quando e onde algo foi aprendido; ela apresenta pouco declínio com a idade.
Memória procedimental: inclui habilidades motoras, hábitos e maneiras de fazer coisas que muitas vezes podem ser relembradas sem esforço consciente.
As mudanças neurológicas, principalmente no hipocampo, bem como os declínios na rapidez perceptiva, podem explicar grande parte do declínio no funcionamento da memória nos idosos .
A visão dos idosos do funcionamento de sua memória pode ser distorcida por expectativas estereotipadas. Em estudos laboratoriais, adultos mais velhos são menos inclinados do que adultos mais jovens a usar estratégias de codificação espontaneamente. O treinamento da memória pode beneficiar os idosos, ajudando-os a lembrar, fazer associações, treinamento de atenção...
A depressão é diagnosticada com mais freqüência em adultos mais jovens do que em adultos mais velhos, e com mais freqüência em mulheres do que em homens. Muitos adultos mais velhos mostram sintomas de depressão, a qual pode não ser adequadamente diagnosticada. Ao contrário da crença popular, a depressão é diagnosticada com menor freqüência na idade avançada. Segundo pesquisas, somente 1 % dos adultos mais velhos sentem maiores distúrbios depressivos num determinado ano, quando comparado com 4 a 5% de jovens e adultos de meia-idade.
Entretanto, os sintomas de depressão são mais comuns entre adultos mais velhos do que entre adultos mais jovens. Muitas pessoas de mais idade sofrem de dores ou enfermidades crônicas, perderam o cônjuge, irmãos, amigos e, às vezes os filhos, tomam remédios que alteram o humor, e sentem que não tem controle sobre sua vida. Qualquer uma dessas condições podem tornar a pessoa deprimida. Estima-se que de 10 a 15% dos idosos que vivem em comunidade, e uma porcentagem muito maior daqueles em hospitais e clínicas de repouso, mostram sinais de depressão.
É provável, portanto, que a depressão não é diagnosticada adequadamente em idosos. Ela pode ser confundida com demência, ou pode ser vista como um acompanhamento natural da velhice. Ela pode ser mascarada por enfermidades físicas, ou as pessoas mais velhas podem simplesmente ser menos inclinadas a dizer que se sentem deprimidas – talvez por crerem que a depressão é um sinal de fraqueza ou que ela irá desaparecer por si mesma. Infelizmente, a depressão que não é adequadamente diagnosticada e tratada pode piorar. Uma indicação de que a depressão é muitas vezes despercebida em idosos é a prevalência de suicídio nessa faixa etária.
Uma forte rede de família e amigos pode ajudar os idosos a evitar a depressão ou encontrar ajuda para ela.
Manter uma vida intelectual satisfatória é uma das maiores garantias de saúde sensorial que alguém pode se dar. Manter a cabeça em funcionamento prolonga a vida e a saúde dos neurônios. Na verdade a atividade mental talvez faça mais do que isso: alguns estudos sugerem que ela pode ocasionar o nascimento de novos neurônios, mesmo na idade avançada.



por Silvia Damini.

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domingo, 27 de fevereiro de 2011

Sobre nossas tendências e escolhas...



Nós Seres Humanos somos incrivelmente complexos, até nas coisas mais simplórias demonstramos esta complexidade, damos pesos diferentes a coisas semelhantes, e em suma o fazemos apenas por afinidade, ou seja, por gostarmos ou não de algo ou alguém, tornando assim nossa decisão totalmente tendenciosa e parcial.

Se ainda houver dúvidas sobre o que acabei de escrever, pare um minutinho e pense, lembre dos argumentos criados e/ou enumerados por você no momento em que deseja expressar a sua opinião a respeito de algum evento, que pode ser relativo a alguma coisa ou a alguém. Se você gosta do tema da discussão, você tende a exaltar as qualidades e minimizar os defeitos, agora se o sentido for o inverso, você dará maior valia e ênfase ao que existe de ruim, tratando o que for bom com certa indiferença, às vezes até diminuindo a importância dos pontos positivos do objeto de discussão.

Estas características tornam-se mais evidentes quando tratamos de pessoas, quando gostamos da pessoa, tendemos a abrandar as conseqüências de seus erros, utilizar seus acertos para minimizar seus erros, na mesma medida, tratamos nossos desafetos quando fazem algo bom, dizemos que não fizeram mais que sua obrigação, já quando cometem uma falha até mesmo proporcional a de alguém que temos afinidade, damos a esta falha proporções astronômicas.

Pois como já sabemos o prejulgar é inato, nascemos, vivemos e com certeza morreremos fazendo julgamentos, porém o que se nota é que somos muito parciais em nossos julgamentos, pesamos atitudes semelhantes de formas diferentes, e o fazemos por uma questão de afinidade com as pessoas, ou se estivermos discutindo qualquer outro tipo de coisa, vamos sempre dar maior valia ao que nos interessa e desdenhar da outra vertente apresentada. Contudo, ainda existe um determinado grupo de críticos que desconhecem o assunto abordado, mas mesmo assim emitem opinião sobre o mesmo, aliás, este tipo de critico é o que mais existe, argumenta sem conhecimento de causa, muitas vezes o fazendo sobre comentários alheios ou até mesmo por uma noção superficial do que se está avaliando.

Sendo assim, para avaliarmos algo ou alguém, sabendo que não estamos livres de fazer julgamentos, devemos pelo menos ser imparciais, ou seja, esquecer pelo menos por um momento o vínculo que temos com a pessoa, e pesar sua atitude em igualdade de condições com a do individuo que você não conhece ou não tem simpatia, não que seja fácil, mais com toda certeza se faz necessário, pois por justiça todos têm que usufruir dos mesmos direitos, porém isso vai da concepção de ética de cada um.

By: Rivaldo Yagi.

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sábado, 26 de fevereiro de 2011

O dinheiro do pobre...



Há muitos anos me intriga o fato do dinheiro do pobre andar sempre como um conhecido megaempresário brasileiro: todo amassado. No caso do empresário, é charme, porque trata-se de ternos de linho que característicamente, amassam tão logo postos em uso. No caso do pobre, bem,as explicações a que cheguei depois de muito pesquisar, são várias. Uma, é porque o pobre não tem mesmo onde guardar as cédulas e carrega as mesmas entre os dedos, e a palma da mão. Outra é porque, tão difícil de ganhar, o dinheiro parece ficar mais seguro, do que em qualquer outro lugar, apertado e amassado pelas mãos crispadas. Mais: o pobre torce o dinheiro pra ver se ele rende mais, tirando todo o suco do seu valor. Um outro motivo importante, é que no fundo ele tem raiva do dinheiro, tão presente em outras mãos e tão ausentes nas suas e assim aperta o dito até esganá-lo.Tem um pensamento mágico que, dependendo da força que aplica no aperto da grana, talvez ela se multiplique como que numa sementeira em germinação. Ainda, o pobre honesto tem medo de ser assaltado por um pobre sem-vergonha e crê que o último lugar em que o marginal vá procurar o dinheiro é na mão suada dele. A expressão agarrar com unhas e dentes cabe bem para exemplificar o cuidado que o dinheiro merece ter depois de honestamente batalhado. Ou a expressão agarre-se ao dinheiro como a um prato de comida, porque o dinheiro é a própria comida. Ao contrário do rico que como um caixa bancário arquiva na carteira em ordem de valor seu rico dinheirinho-para que possa crescer, dizem eles-o pobre se agarra como a uma barra de trapézio circense na esperança de papel de que um dia o dinheiro não seja mais para ele a sobrevivência e sim um meio corriqueiro de interagir com o mundo de forma mais humana. E que o seu dinheiro, o do pobre, seja como diz a lei, igual para todos.

Por Mauro Blankenheim

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sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

O SEGREDO E VOCÊ



“SIGA A SUA ALEGRIA E O UNIVERSO ABRIRÁ PORTAS PARA VOCÊ ONDE ANTES SÓ HAVIA PAREDES.”

Quando nós olhamos ao redor, até mesmo do nosso próprio corpo, o que nós vemos é apenas a ponta do iceberg. Pense nisso por um momento: olha para a sua mão. Sua mão parece sólida, mas na verdade ela não é. Se você a visualizar em um microscópio específico, o que você verá será uma massa de energia vibrando, chamada de átomos. Tudo é feito da mesma matéria-prima, quer seja a sua mão, o mar, ou uma estrela.

“Tudo é energia.” É simples, existe o universo, a nossa galáxia, o nosso planeta, onde há indivíduos e dentro de cada corpo existem, órgãos, onde há células, onde há moléculas, onde há átomos, que são energia.(elétrons negativos, prótons positivos e nêutrons sem carga aparente). Se tudo no universo é energia... e é mesmo! Então estamos todos conectados, nós apenas não percebemos isso. Não existe um “lá fora” e um “aqui dentro”. Tudo no universo está conectado, é apenas um campo de energia. Sabe uma das coisas que a física quântica descobriu? “Não se pode ter um universo separado da mente”. Você é um ser espiritual, que gera um campo de energia que está próximo a outros campos parecidos, que está operando em um campo de energia ainda maior. Você é a “energia fonte”. As pessoas trabalham para se manter bem fisicamente, mas o corpo lhe distrai e lhe faz esquecer de que você realmente é um ser eterno, você é a força de Deus, você é uma parte de Deus. Por isso somos Deuses criadores. A questão que eu peço para que você considere é: os resultados que você tem na sua vida são o que você realmente quer? Eles são valorosos? Caso não sejam, agora seria o momento adequado para mudar isso, porque você tem o poder de fazê-lo.

“TODO O PODER VEM DE DENTRO E ESTÁ, PORTANTO, SOBRE NOSSO PRÓPRIO CONTROLE”.

Muitas pessoas se sentem como vítimas da vida. Muitas se prendem aos eventos do passado como, por exemplo, um abuso na infância, uma família desequilibrada.

E daí?

O que realmente importa é o que você vai fazer agora. O que você escolhe agora. Você pode manter o foco nas coisas ruins que já lhe aconteceram ou mudar o foco. Quando as pessoas mantêm o foco no que elas querem, o que elas não querem perde a força, o que você quer se expande e o que você não quer desaparece. Você é o criador da sua própria experiência, você gerencia os seus próprios pensamentos que criam a sua realidade.

Outra beleza da lei da atração é que você pode começar onde você está. Você pode começar a pensar e gerar dentro de si mesmo um sentimento de harmonia, de felicidade e a lei passará a responder a isso. Você passará a acreditar em outras coisas como, por exemplo, que há mais do que o suficiente para todos no universo, que tudo dá certo para você e até mesmo que você não envelhece, e sim rejuvenesce. E você pode se libertar de padrões hereditários, códigos culturais, crenças sociais e provar, de uma vez por todas, que o poder dentro de você é maior do que o poder que está no mundo. Há algum limite para isso? Absolutamente não. Nós somos seres ilimitados. Nós não temos limites. As capacidades, os talentos, os dons e o poder que está dentro de cada indivíduo nesse planeta é ilimitado. Você viverá em uma realidade diferente, em uma vida diferente e as pessoas olharão para você e dirão: “O que você faz de diferente de mim?”. A única coisa que é diferente, é que você trabalha com o “SEGREDO”.

APRENDER, DESAPRENDER E REAPRENDER...


Embora só podemos apreender conscientemente uma pequena quantidade das informações que o mundo nos oferece, percebemos e reagimos inconscientemente a muitas outras coisas. Segundo um ponto de vista, apreender é uma habilidade que se divide em quatro estágios:

1) Primeira Parte – Incompetência – Inconsciente: É quando não sabemos fazer algo, e não sabemos que não sabemos. Ex:
Uma pessoa que nunca dirigiu um carro não tem a mínima idéia do que fazer.

2) Segunda Parte – Incompetência – Consciente: É quando descobrimos que não sabemos fazer algo.Ex: Quando se começa a aprender a dirigir e logo descobre suas limitações.

3) Terceira Parte – Competência - Consciente: É quando se aprende o básico e nos sentimos aliviados. Ex: Quando se aprende, pode-se dirigir o carro, mas precisamos de muita concentração.

4) Quarta Parte – Competência – Inconsciente: Todos os pequenos padrões que aprendemos com tanto esforço juntam-se numa harmônica unidade de comportamento. Ex: Quando a pessoa pode dirigir, ouvindo radio, conversando, vendo a paisagem. Nossa mente consciente estabelece o objetivo e deixa que a mente inconsciente cuide dele, liberando a atenção para outras coisas, isso é o habito, uma tarefa que devemos adquirir com a lei da atenção, criar o habito de usá-la sempre e não só quando se precisa de algo especifico.


por Fatima Lan.

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quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Palavras ao crime, mas o que é crime?



O crime sempre está associado à novidade. Burlar a Lei requer malícia, informação atualizada. Desse ponto de vista, o crime é uma arte. O crime quer atenção e consegue. Consegue porque está sempre na mídia. Porque, no fundo, são as notícias sobre crimes que nos tiram do tédio cotidiano. O crime, portanto, é espontâneo e sempre mais autêntico que a previsibilidade da obediência à Lei.

O crime é feito uma criança armada numa sala cheia de adultos. É a ignorância em ação. O respeito através do medo. A auto-afirmação pela força. O dinheiro pela chantagem. E por aí vai...

O crime está no piscar de olhos da Lei. No lado oposto da câmera de vigilância. No ângulo cego de todos os equipamentos de segurança. O crime vive na sombra do controle. Resulta de uma combinação inusitada de detalhes. Exerce-se numa chance especial. Acontece no vacilo de uma só variável dentro de uma infinidade de variáveis da realidade. O crime sempre se encontra num hiato. Numa fenda que se abre num momento ímpar. O crime é o “pulo quântico” do Sistema Social. É como um código pré-determinado que vive à espera do momento ideal. É o “buraco negro” do Estado.

O crime deriva da arte de criar brechas. Gerar oportunidades através de pensamentos minuciosos. Está nos pormenores maldosos, num macete qualquer. Está na mão do nosso amigo, na cartela do garçom, na caneta do político, na fiação dos taxímetros, nos gatos, nas entrelinhas dos fatos. O crime é desesperançado, por isso, não planeja a longo prazo. Visto de longe, o crime é frio. De perto, ele ferve, se entrega à emoção e é movido por um instinto profundamente superficial. Comumente, o crime não acredita no poder dos métodos. O crime é preguiçoso, logo, extremamente pragmático.

O crime começa quando nascemos. E floresce aos poucos. Nasce no rosto de tranquilidade que as crianças fazem ao sair do mercado com balas roubadas no bolso. Surge na mão do moleque que, ao dividir um pedaço de bolo com seu irmão, corta seu próprio pedaço um pouquinho maior. O crime está nesse pouquinho. Precisamente nesse pouquinho. Nesse avanço à fatia alheia. Nesse deslize, nessa irrupção ao limite vizinho. O crime é essa argúcia que age em função de um ego mudo; a articulação meticulosa que alimenta uma vaidade vã. Que todos possuem. Que possui todos, em níveis de diferentes.

O crime costuma beijar sua esposa diariamente. Também ama. Às vezes reza e costuma olhar todo dia para uma foto do seu filho. O crime sente afeto e muitas vezes é (até) carinhoso. O crime é impaciente e, necessariamente, imediatista. O crime não quer ser crime.

Originalmente, quer se dar bem a qualquer custo. Mesmo que para isso seja preciso cometer um crime. O crime sabe que o é, mas em grande parte não compreende direito porque está sendo. O crime não tem e nem quer ter ideologia. Seu ideal é concreto. Seu fundamento é material. O crime não faz questão de ser crime. Não se envaidece por isso. O crime é ingênuo demais para ter grandes vaidades. Sua vaidade é infantil. Por isto, sua ambição limita-se ao submundo.


Por Felipe Ret.

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Punir ou não punir, eis a polêmica questão!



Emprestamos a célebre frase de W. Shakespeare para trazer à baila assunto há muito
questionado por filósofos, professores, psicólogos e outros, no que se refere a como impedir uma atitude indesejada por parte de indivíduos, tomando por parâmetro os conceitos de bom convívio preconizados pela sociedade. Trata-se de evitar que estes indivíduos desobedeçam a leis, normas, códigos, convenções benéficas e respeitem os demais membros da sociedade.

O quadro hoje apresentado é que a infração de leis, ordens sociais e convenções em geral, têm como conseqüência maciça a punição; ou como forma de coerção ou, meramente, para oferecer exemplos a outros que tenham o desejo de incorrer no mesmo delito, a fim de diminuir a atitude indesejada ou anular sua intenção. A coerção, que envolve processos comportamentais como punição e até mesmo reforçamento negativo, está muito presente na vida do ser humano, mesmo sem que ele a perceba.

Mas a pergunta que não quer calar: Coagir/punir de forma leve ou severa, levará ao resultado esperado? O indivíduo aprenderá a “lição”, modificando o seu comportamento e o seu cotidiano? Evitará que cometa erros no futuro? As opiniões de estudiosos e profissionais são díspares; alguns acreditam que a coerção é a melhor forma de resolver todos os problemas, que deve ser adotada em todas as áreas. Outros, porém, dentre eles o psicólogo B. F. Skinner, são contra; por terem estudado o fenômeno e verificado que a punição pode ser apenas uma forma paliativa de resolver problema, pois os indivíduos podem, de imediato, evitar emitir o comportamento já punido, o que não significa mudança permanente. Neste processo é possível que o indivíduo passe a buscar formas de evitar ser punido, como o desenvolvimento de técnicas para não ser descoberto e, em conseqüência, não sofrer sanções.

O comportamento punido não é esquecido, é suprimido. Essa supressão, apenas temporária, geralmente reforça (negativamente) o comportamento do punidor, pois elimina um comportamento com propriedades aversivas logo após a intervenção do agente punidor. Em outras palavras, a punição para o comportamento que se deseja suprimir, é reforçadora para quem a aplica. Como exemplo, temos a seguinte situação cotidiana: A criança diz um palavrão, o pai ou a mãe repreendem ou dão uma palmada e a criança pára, momentaneamente, de falar palavrões.

O efeito imediato da punição pode fazer parecer que a palmada foi um procedimento bem sucedido, reforçando o comportamento do punidor; porém, o comportamento punido pode reaparecer em cenários “seguros”, longe dos pais ou outros agentes punidores. O indivíduo deixa de realizar aquele ato em circunstâncias semelhantes, ou seja, na presença do punidor e fica à espera de uma chance para fazer o mesmo numa circunstância na qual a probabilidade de ocorrência da conseqüência indesejada (a punição) seja diminuída. Obviamente que o fato depende do que cada indivíduo tem como visão do que é certo e errado, o que nem sempre impede do comportamento ser emitido.

Para crianças, por exemplo, “matar aula” para ir brincar, não é um problema. Para a criança, o que importa é que ela vai poder brincar, apesar de, eventualmente, saber que é errado e que, ao ser descoberta, provavelmente, será punida. Em suma, as pessoas de qualquer idade podem ter consciência de que determinada atitude é errada e, ainda assim, executá-la.


É claro que não se pode estabelecer uma sociedade, uma ordem, com preservação da integridade e direito dos cidadãos, se não existir uma forma de controle. O que se coloca em discussão é qual seria a melhor maneira de controle, e de evitar o descumprimento de tal ordem, de modo a não solapar os direitos dos cidadãos, tal como comumente ocorre. O que se observa é que a coerção não muda o indivíduo, apenas o obriga ou o ensina a discriminar/diferenciar em que situações a ordem pode ser burlada.


As mudanças ocorridas ao longo das gerações, a modernidade, a observação do cotidiano e a mídia relatando a todo o momento que muitas pessoas cometem erros muito graves e que muitos, apesar de não agirem dentro da lei, conseguem “status”, prestígio e conforto, mostra que tais indivíduos conseguiram maneiras eficazes de evitar a punição. Indo além, fornecem exemplo para que muitos busquem encontrar benesses utilizando a mesma fórmula. Qual a vantagem em viver com o ideal de honestidade, de respeito ao próximo, agindo de forma ética e correta, sem pesos e medidas diferenciados para diferentes indivíduos; se tantos fazem o contrário e obtém benefícios, estando a salvo de qualquer conseqüência aversiva ou punição? Ao contrário, obtém reforço positivo!


O que pode ser feito para conseguir, eficazmente, mudar este quadro?
É necessário que a ética e o comportamento ético sejam reforçados positivamente e não o seu contrário! O indivíduo deve ter seu comportamento valorizado ao ter atitudes corretas, para aumentá-las em frequência e para respeitar os demais, dentro dos preceitos preconizados pelo bom senso, pelas leis e pela sociedade. Civilidade, urbanidade e altruísmo devem passar a obter mais conseqüências positivas do que o arrivismo, o egocentrismo, as falsas denúncias e as “armações” contra cidadãos que se insurgem contra uma ordem “às avessas”. Exemplos de ética que seja bem sucedida (ao invés de punida) terão mais chances de serem seguidos se obtiverem mais “recompensas” do que os exemplos de sua ausência, como bem esclarecem ditos populares tais como: “salve-se quem puder”; “manda quem pode e obedece quem tem juízo”; “em terra de cego quem tem um olho é rei”; “os fins justificam os meios”; entre outros.


Buscar evidenciar exemplos bem sucedidos de um modo de vida correto e com realizações, êxito, sucesso, reconhecimento perante a sociedade, aumenta a chance de outros, que buscam o reconhecimento dos mesmos valores, emitam comportamentos da mesma classe. Trata-se de mostrar, voltando a utilizar outra frase popular, que “o crime não compensa”. Isso pode ocorrer em todos os níveis da sociedade, na vida, no lar, no trabalho, na escola, no convívio cotidiano com os demais e em qualquer lugar onde existem pessoas.


No que tange à educação, estes métodos, conhecidos na psicologia científica como “reforçamento positivo” e “modelação” de comportamento (comportamento ético, no caso) podem ser um dos princípios a serem integrados no mundo do professor e demais membros de instituições educacionais, bem como, em qualquer esfera da sociedade. É necessário reforçar positivamente o aluno de forma contingente às suas ações. As crianças, tal como os demais seres humanos, compreendem com mais facilidade as instruções claras e as consequências positivas a ações específicas, do que as nebulosidades, contradições e os métodos educacionais coercitivos, baseados em reforço negativo e punição.


É muito mais eficaz e agradável trabalhar com o reconhecimento, com o elogio sincero, parabenizando a atitude correta, alimentando a crença de que pode ser mais gratificante agir dentro da ética, no que diz respeito ao ambiente escolar ou em qualquer outro. É necessário deixar de dar atenção somente ao que é inadequado e dar atenção contingente à adequação.


Flagre as pessoas fazendo alguma coisa certa, boa, adequada e as elogie por isso! É muito mais eficaz que apenas dar atenção ao que é considerado errado por um determinado grupo ou pela sociedade em geral.


Os indivíduos reforçados positivamente tendem a repetir as ações que foram reforçadas no passado, simples assim! Ter este reconhecimento “aquece os corações”, pois se ganha em função de algo que se mereceu ganhar. Isto é o que deveria ser considerado, divulgado e praticado por aqueles que hoje têm ou que tiveram a oportunidade de ler, discutir, enfim; ter acesso a esse conhecimento cientificamente validado, a ser espalhado aos quatro ventos. Uma medida simples como essa contribui para que a sociedade e as pessoas que dela fazem parte possam ter a chance de acreditar na possibilidade de mudança e contribuir para um futuro de homens com atitudes éticas, onde o respeito ao outro e às leis prevaleça. Isso é possível, apesar de muito estarem convencidos do contrário.


Mais vale respeitar para ser respeitado, para ver comportamentos pautados em valores saudáveis, do que conseguir o que ser quer ou precisa por meio de punição, sabendo que o que se consegue, neste caso, é medo e não respeito; evitação de conseqüências aversivas e não mudança de comportamento e de valores.


Por : Maria Ester.

E agora? Opine , participe!!!

É com você... – 2ª parte



Segunda etapa de nosso papo cabeça com o jovem de hoje. A pergunta continua no ar: quem é você? Sim, quem é você: bela estampa; gente que pensa para falar, ou que fala sem pensar?
Mapeando necessidades. Este é o norte de nossa conversa. No artigo anterior falamos do aspecto físico do jovem. Considerando o valor exacerbado que se dá ao visual – que hoje conta mais que qualquer outra coisa. Vê-se mais o corpo que a beleza do rosto. Se é gordo é porque é descuidado ou doente. Se muito magro é porque não se cuida. Deve alimentar-se mal, é o que deduzem. O corpo bem malhado, que é o estofo da roupa bem transada, revela o produto que foi esculpido nas academias ou nas caminhadas diárias.

Em termos de comportamento, grande valor tem a gentileza. Conhecemos um rapaz que se caracteriza pela rudeza com os familiares, principalmente com a mãe e o irmão. Ele surpreende ao lado da namorada e dos amigos pela lhaneza no trato. Por que esta conduta não está presente na intimidade do lar? Será que os familiares não merecem conviver com a sua melhor parte?

Naveguemos no aspecto emocional. Quase sempre somos ansiosos. E o jovem, mais ainda. Em todos os sentidos. Há ansiedade consigo mesmo, por ter que decidir o que será mais significativo para o seu futuro. O que estudar para ser vitorioso na profissão que supõe ser a escolhida? É bastante jovem e inexperiente para decisão de tal envergadura. Mas o tempo exige ação imediata. Precisa de disciplina, dedicação em tempo integral. Assimilar, memorizar a avalanche de informações é o desafio do vestibular. Não importa que venham a ser esquecidas logo depois. O problema maior será se as esquecer antes ou durante a hora crucial do exame. Haja equilíbrio emocional.

Certa jovem se desestruturava durante as provas. Passava mal, fisicamente ficando confusa, incapaz de raciocinar. Tremedeiras, suores, lágrimas, queda de pressão, tendo até que se hospitalizar tal o destempero que sofria. Cuidou-se psicologicamente. Este ano passou para medicina, na boa. Venceu os desequilíbrios emocionais. Sua primeira vitória foi vencer pensamentos conflitantes, pressões angustiosas, torturas mentais e espirituais. Com certeza, sem ajuda, não conseguiria este resultado.

Outro fato verídico é o de um jovem que se atrapalhava todo ao ter que se expressar em público. Sofria tanto com isso que se comunicava por monossílabos. Expressão seca, durona. Era malvisto porque o julgavam um topeirão. Ao ser trabalhado em técnicas de respiração e relaxamento, assumiu com mais facilidade o controle da verbalização. Fez-se mais fluente e, logo, mais influente. É preciso entender o que se passa com as pessoas. Muitas vezes onde reina a falta de traquejo e educação existe apenas bloqueio. Dificuldade de inter e intrarrelação.
Satya Sai Baba, sábio indiano, diz que feliz é aquele que usufrui o progresso do mundo com a cabeça na floresta e as mãos na sociedade. Isto é: liga-se à calma da natureza para intensificar o trabalho na construção de um mundo melhor.

Que o jovem faça a sua parte. Cuide da aparência. Descarte o lixo mental. Faça do bom humor seu marco de referência. Jogue a cara feia para escanteio. Conquiste o mundo e as pessoas com sua leveza e hilaridade. Perceba que revolta e depressão são tóxicos viciantes. Pratique bons modos. Pura malhação para a alma.

Corpo torneado – alma sarada, ninguém resiste. Comece esta tática esportiva com seus familiares. Estenda aos seus relacionamentos. Use e abuse das dicas da pequena ética, a etiqueta: tratado de civilidade que rege as boas relações. Cidadão do mundo, herdeiro do Universo, honre sua logomarca pessoal. Seu nome, sua referência. Agora, é com você!


Elzi Nascimento. / Elzita Melo Quinta. Contato: iopta@iopta.com.br .

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Quem é você ? – 1ª parte



Num mundo globalizado, necessitamos de Etiqueta atualizada. Etiqueta vem de Ética, a parte da filosofia que estuda os deveres do homem para com Deus e a sociedade. Trata-se da ciência da moral.
O mundo é uma “aldeia global”. A famosa metáfora do filósofo e educador canadense Herbert Marshall Mcluhan (1911-1980), para a sociedade contemporânea, ainda gera impacto sensorial. A proximidade global impera. Informações vêm de todos os lados. A comunicação é uma extensão do homem. Mas, nem sempre acontece dentro da ciência da moral. Questionamos: Você sabe tudo?

Nossa juventude flutua em meio à evolução da tecnologia de informação. Particularmente no que diz respeito à World Wide Web. A indispensável trilogia www.diminuidora de distâncias e de incompreensões. É a essa juventude que nos dirigimos neste artigo.
Hei! É você mesmo antenado navegante. Cara, como você está construindo sua logomarca pessoal? Iniciemos pela família, sua tribo de origem. Pai, mãe, irmãos, gente do mesmo sangue. É a sua ascendência. Procedência e geratriz de sua futura descendência. Existe uma linhagem. Já parou para pensar qual é a sua?

De onde vem você? Isto é interessante. Pense bem: a responsabilidade com o nome que o identifica. Sua logomarca pessoal, uma grife alto estilo. Você sinaliza para a saga de inúmeras gerações. Como produto final em evolução constante você é a nata da nata, “Crèm de la crèm”. Você tem história, lastro, significado, honra a preservar. Não apenas o DNA fala por você. Há uma sequência enorme de sangue, suor e lágrimas. Lutas e conquistas. Você não surgiu do nada. O que você representa apóia-se no script de muitas vidas.
Comecemos pela imagem. Por ser concreta, tridimensional, é percebida com mais facilidade.

Costumamos mostrar através do visual, o que sentimos, pensamos e como agiremos. Uma figura que agride no seu modo de apresentar sem a devida higiene, não convencerá com palavras. Por mais verdadeiras e bem intencionadas que elas sejam. Não só limpeza, mas também bom gosto fala alto. Chamar a atenção pelo impacto da roupa ousada, com exibição dos dotes físicos não é garantia de nada. Pelo menos a médio e longo prazo.

Impressiona também o modo de falar. Não só os erros gramaticais que ridicularizam quem os comete, mas a voz, a emoção da fala, deve ser agradável. Fale devagar. Voz nem muito alta, nem muito baixa. Voz clara, boa dicção. Aprenda a medir os espaços e projetar sua voz com endereço certo. Nem além e nem aquém de seu alvo de atenção.
Hoje muita gente ouve mal. Possuir dois olhos, dois ouvidos, uma boca é mensagem clara. Indica que enquanto a expressão é única, a percepção é redobrada. Ouça mais, veja melhor, fale com mais assertividade. É da hora o antigo ditado: “ Seja patrão de sua língua para não ser escravo de suas palavras.” Palavras, nem sempre o vento leva. Fique esperto. Marque seu território de forma mais consciente. Saiba atrair o melhor para você.

Gentileza nunca esteve com os dias contados. Está cada vez mais em alta. Quando você viaja mundo a fora é tão mais bem sucedido e enturmado quanto maior for o domínios das expressões gentis usadas nos países visitados. Aqui também é assim. Sua terra, sua gente, merece o mesmo cuidado. Então mãos à obra: sorria. Melhore sua expressão de poucos amigos. Abra caminhos. Peça desculpas se vacilou. Agradeça os pequenos e os grandes atos de atenção recebidos. Cumprimente todos, ao aproximar-se ou sair da área. Seja você. Mas não queira aparecer mais que o sol de verão nos trópicos. Permita-se ser descoberto, numa boa. Nunca imponha sua presença goela abaixo.

Esta é a primeira etapa de nosso papo cabeça. A segunda virá depois. Isto é só o começo para que você se habitue a perceber-se. A pergunta continua no ar:quem é você?

Elzi Nascimento e Elzita Melo Quinta. (iopta@iopta.com.br)

Continue lendo com a parte dois deste post........

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Mau aluno por uma questão de classe


Eu sempre fui um mal aluno no colégio. Aliás, na escola não existe mal aluno, existe mau aluno. Maus alunos aprendem a ser cruficicados desde pequeno. Há 20 anos atrás, lembro-me de um 2,0 que tirei numa avaliação do "C.A." no Colégio Franco Brasileiro. Foi, disparada, a menor nota da turma. Talvez eu tenha nascido ali, no momento em que fiz questão de olhar àquela nota ridícula e encará-la profundamente. Fixei meus olhos na nota e me perguntei o quê aquela prova provava de fato? Eu ainda faria mais algumas centenas de vezes a mesma pergunta para algumas centenas de provas "mal sucedidas".

O colégio é uma empresa. E uma empresa existe para "solucionar um problema". Basicamente, a necessidade de existir colégios surgiu na medida em que os pais passaram a não ter tempo de ensiná-los. Daí, o colégio contrata um professor para ensinar em larga escala. Mas como assim "ensinar em larga escala"? Quando se coloca 1 professor para dar aula a 30 crianças, parte-se da premissa de que todos os alunos estão na mesma condição de aprendizado. O que é, indiscutivelmente, um equívoco. O colégio reduz 30 crianças a 1. Claro que dará algo errado. Ou seja, o erro da escola se esconde em sua própria virtude. É risível e trágico: o terreno em que a escola se constrói é absurdamente leviano. Não estou aqui querendo sugerir soluções ao sistema educacional. Eu sei que isso não vai mudar. Escrevo isso como um desabafo, uma homenagem aos maus alunos e, de quebra, para justificar minhas centenas de notas baixas.

Matematicamente, numa turma escolar, 1 aluno sempre se dará bem e receberá os mais variados elogios. E 1 outro sempre se dará mal e terá que sustentar sua auto-estima sozinho, borbardeado - mesmo que sutilmente - com os rótulos "fraco", "desatento", "avoado", "desinteressado". E esse é o pior bullying que uma criança pode sofrer. O bullying da própria escola. O bullying invisível. Essa violência moral silenciosa travestida de verdade absoluta, que asfixa e tortura a inteligência da criança. Anna Freud, a última filha de Freud, certa vez escreveu: "Mentes criativas são conhecidas por sobreviverem a qualquer tipo de mau aprendizado". Eu não tenho a menor pretensão de mudar o sistema educacional ou sugerir alguma solução. Eu sei que não há solução. Essa é uma causa perdida. Não há modelo ideal de ensino. Eu aceito isso. Pretendo aqui expor um novo ângulo. Uma nova fotografia da nossa realidade. Registrar as entranhas dessa Educação pela perspectiva de (mais) um mau aluno e potencializar o orgulho das crianças rebeldes.
Gostaria de deixar bem claro que as escolas lidam com crianças e crianças não sabem o que estão fazendo na escola (nem o aluno que tirou 10 na prova sabe). É natural que, entre 30 crianças, 1 delas não se interesse pela aula. O desinteresse é autêntico. Certamente (e ainda bem), pelo menos 1 criança não será atraída por aquilo que está sendo dito em aula. Ao invés de prestar atenção em algo "inútil" para ela, a criança "desatenta" prefere prestar atenção no seu próprio mundo. Isto faz sentido. Quem a escola chama de "fraco" possivelmente é quem possui mais fibra intelecual para rejeitar a opressão travesti do ambiente de aula. Isto se chama personalidade. Não quero sugerir o "fim" da escola (a perfeição não existe), estou apenas propondo uma nova forma de enxergarmos esses "maus alunos", em defesa da minha própria classe. Proponho aqui um construtivo giro de 180º em nosso olhar paralítico.
Tratando-se de crianças, o termo "desatenção" não se aplica. Não há criança "desatenta", há criança com a atenção voltada àquilo que lhe apetece. É muito fácil dizer que uma criança é "desatenta", quando na verdade ela está atenta justamente àquilo que o professor invariavelmente não enxerga. É confortável chamar o mau aluno de "avoado", difícil é conseguir ser interessante o suficiente para conquistá-lo. Uma nota baixa numa prova, portanto, muitas vezes prova que este "mau aluno" não está condicionado a engolir qualquer sentido goela abaixo.

Prova também o poder de sua busca por sentidos mais consistentes. Ao passo que o "bom aluno" na maioria das vezes prova, com sua nota 10, que está 100% submetido àquilo que lhe é imposto. Sinceramente, qual desses tipos de aluno pode oferecer saídas criativas para um mundo melhor? Francamente, aonde está a personalidade e a inteligência de uma criança que simplesmente acata tudo que a escola lhe propõe? Em qual lata de lixo largamos a razão quando ficamos felizes com o fato de o nosso filho tirar 10 numa matéria em que ele ainda - definitivamente - não tem capacidade de compreender a importância? Eu gostaria de tirar os holofotes das crianças "responsáveis" e adestradas e apontar as luzes para as crianças desobedientes e saudáveis.


Por Felipe Ret.

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COMPULSÃO SEXUAL: VICIADOS E SEXO


“As compulsões, comportamentos compulsivos ou aditivos são hábitos aprendidos e seguidos por alguma gratificação emocional, normalmente um alívio de ansiedade e/ou angústia. São hábitos mal adaptativos que já foram executados inúmeras vezes e acontecem quase automaticamente. Diz-se que esses comportamentos compulsivos são mal adaptativos porque, apesar do objetivo que têm de proporcionar algum alívio de tensões emocionais, normalmente não se adaptam ao bem-estar mental pleno, ao conforto físico e à adaptação social. Eles se caracterizam por serem repetitivos e por se apresentarem de forma freqüente e excessiva. A gratificação que segue ao ato, seja ela o prazer ou alívio do desprazer, reforça a pessoa a repeti-lo mas, com o tempo, depois desse alívio imediato, segue-se uma sensação negativa por não ter resistido ao impulso de realizá-lo. Mesmo assim, a gratificação inicial (o reforço positivo) permanece mais forte, levando a repetição".( Dr. Geraldo Ballone – psiquiatra)

Assim, a sexualidade para algumas pessoas, sendo feita de maneira compulsiva, não é saudável e é exercida de forma insaciável, independente do número e frequência de relaçoes sexuais.
Este distúrbio atinge mais homens que mulheres. Nos homens o nome é donjuanismo ou satiríase e nas mulheres ninfomania. Esse transtorno acomete homens por volta dos 35 anos.

A origem desse transtorno pode ser biológica, genética ou vinda do histórico de vida dessa pessoa. Essa compulsão pode estar associada a outros disturbios, como transtorno bipolar, esquizofrenia, depressão, e o transtorno obsessivo compulsivo (TOC).
Para descobrirmos a causa desse transtorno, precisa-se conhecer a história da pessoa portadora dessa compulsão.
Para o tratamento dar resultados o compulsivo sexual necessita procurar um atendimento psiquiatrico, mais um psicoterápico e também participar de grupos de ajuda mutua ( ex: DASA - dependentes de amor e sexo anônimos ).

Teste de Dependência do Amor e Sexo. Fonte : DASA - DEPENDENTES DE AMOR E SEXO ANONIMOS

As 40 perguntas abaixo lhe ajudarão a identificar possíveis SINTOMAS de dependência de amor e sexo. Contudo, não são um diagnóstico infalível. As respostas negativas não indicam ausência da doença. Além do que, os dependentes possuem condutas diferentes entre si, o que resulta em diferentes formas de respondê-las:

Você já tentou controlar quanto sexo faria, ou com que freqüência encontraria alguém?

Você se acha incapaz de deixar de ver uma pessoa específica, mesmo sabendo que encontrá-la é destrutivo para você?

Você sente que não quer que ninguém saiba das suas atividades sexuais ou amorosas? Você sente que precisa esconder essas atividades dos outros - amigos, família, colegas de trabalho, orientadores, etc?

Você se sente "alto" ao fazer sexo e/ou se envolver em Relacionamentos?

Você já fez sexo em momentos ou lugares inadequados, e/ou com pessoas inadequadas?

Você faz promessas, ou estabelece regras para si mesmo em relação a seu comportamento sexual ou amoroso, e que percebe que não pode cumprir?

Você fez ou faz sexo com alguém que não queria fazer?

Você acha que o sexo e/ou um relacionamento vai tornar sua vida tolerável?

Você já sentiu que TINHA que fazer sexo?

Você acha que alguém pode "consertar" você?

Você tem uma lista, escrita ou não, dos parceiros que teve?

Você se sente desesperado ou ansioso quando está longe de seu companheiro, ou parceiro, sexual?

Você perdeu a conta dos parceiros sexuais que teve?

Você se sente arrebatado pela necessidade de um parceiro de sexo ou futuro companheiro?

Você faz, ou fez, sexo apesar das conseqüências (o risco de ser pego ou de contrair herpes, gonorréia, Aids, etc.)?

Você acha que tem um padrão de repetir relacionamentos ruins?

Você sente que seu único, ou "principal", valor num relacionamento é seu desempenho sexual, ou habilidade para dar apoio emocional?

Você se sente como fantoche inanimado se não houver alguém com quem possa flertar? Você se sente que não está "realmente vivo" se não estiver com seu parceiro amoroso/sexual?

Você se sente com o "direito" de fazer sexo?

Você se encontra num relacionamento que não consegue Deixar?

Você já ameaçou sua estabilidade financeira, ou posição na sociedade, ao manter um parceiro sexual?

Você acha que os problemas da sua "vida amorosa" vêm de não ter a quantidade suficiente ou tipo certo de sexo? Ou de continuar se relacionando com a pessoa errada?

Você já teve um relacionamento sério ameaçado, ou rompido, por causa de atividades extraconjugal?

Você acha que a vida não teria sentido sem um relacionamento amoroso, ou sem sexo? Você sente que não teria identidade se não fosse amante de alguém?

Você se flagra flertando, ou sendo sedutor, com alguém mesmo quando não tenha essa intenção?

O seu comportamento sexual, e/ou amoroso, afeta sua reputação?

Você faz sexo, e/ou tem "relacionamentos", para lidar ou escapar dos problemas da vida?

Você se sente desconfortável em relação a sua masturbação por causa da freqüência, das fantasias relacionadas, dos acessórios que usa e/ou dos lugares em que pratica?

Você se envolve em prática de voyerismo, exibicionismo, etc, de formas que lhe trazem desconforto ou dor?

Você se percebe precisando se dedicar e variar cada vez mais suas atividades amorosas, ou sexuais, apenas para alcançar um nível "aceitável" de alívio físico e emocional?

Você precisa fazer sexo, ou se "apaixonar", para sentir um "verdadeiro homem" ou "uma verdadeira mulher"?

Você sente que seu comportamento amoroso e sexual é tão gratificante quanto empurrar uma porta giratória? Você está exausto?

Você está com dificuldade de se concentrar em outras áreas de sua vida por causa de pensamentos, ou sentimentos, relacionados a alguém, ou a sexo?

Você se sente obsessivo com determinada pessoa, ou atividade sexual específica, mesmo que esse pensamento lhe cause dor, ansiedade ou desconforto?

Você já desejou poder parar, ou controlar, suas atividades amorosas e sexuais por um determinado período de tempo? Já desejou ser menos dependente emocionalmente?

Você acha que a dor na sua vida só aumenta, não importa o que você faça? Tem medo que no fundo você não tenha valor?

Você sente que lhe falta dignidade e inteireza?

Você sente que sua vida amorosa/sexual afeta sua espiritualidade de forma negativa?

Você sente que sua vida está ingovernável por causa de seu comportamento sexual, e/ou amoroso, ou das suas excessivas necessidades dependentes?

Você já pensou que poderia fazer outras coisas na sua vida, se não fosse tão guiado pela busca sexual/amorosa?

Por Rita Maria Brudniewski Granato

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A alegria é um produto de mercado - Arnaldo Jabor


“Sem melancolia não há arte nem filosofia”

Está chegando o Carnaval. Antigamente, o Carnaval vinha aos poucos, junto com as cigarras e o imenso verão, com as marchinhas de rádio que aprendíamos a cantar.

Hoje, o Carnaval se anuncia como um prenúncio de calamidade pública, uma "selva de epiléticos", com massas se esmagando para provar nossa felicidade. A alegria natural do brasileiro foi transformada em produto.

Hoje em dia é proibido sofrer. Temos de "funcionar", temos de rir, de gozar, de ser belos, magros, chiques, tesudos, em suma, temos de ter "qualidade total", como os produtos. Para isso, há o Prozac, o Viagra, os "uppers", os "downers", senão nos encostam como mercadorias depreciadas.

O bode pós-moderno vem da insatisfação de estar aquém da felicidade prometida pela propaganda. É impossível ser feliz como nos anúncios de margarina, é impossível ser sexy como nos comerciais de cerveja.

Ninguém quer ser "sujeito", com limites, angústias; homens e mulheres querem ser mercadorias sedutoras, como BMWs, Ninjas Kawasaki...

E aí, toma choque, toma pílula, toma tarja preta.

Só nos resta essa felicidade vagabunda fetichizada em êxtases volúveis, famas de 15 minutos, "fast fucks", "raves" sem rumo.

A infelicidade de hoje é dissimulada pela alegria obrigatória. "A depressão não é comercial", lamentou um costureiro gay à beira do suicídio, mas que tinha de sorrir sempre para não perder a freguesia.

O mercado nos satisfaz com rapidez sinistra: a voracidade, o tesão, o amor. E pensamos: eu posso escolher o filme ou música que quiser, mas, nessa aparente liberdade, "quem" me pergunta o que eu quero? A interatividade é uma falsificação da liberdade, pois ignora meu direito de nada querer. Eu não quero nada. Não quero comprar nada, não quero saber nada, quero ficar deprimido em paz.

Acho que a depressão tem grande importância para a sabedoria; sem algum desencanto com a vida, sem um ceticismo crítico, ninguém chega a uma reflexão decente. O bobo alegre não filosofa, pois, mesmo para louvar a alegria, é preciso incluir o gosto da tragédia. No pós-guerra, tivemos o existencialismo, a literatura com gênios como Beckett e Camus ou o teatro do absurdo, o homem entre o sim e o não, entre a vida e o nada.

Estava neste ponto do artigo quando chegou-me às mãos um artigo chamado "Elogio da Melancolia", de Eric G. Wilson, da Universidade de Wake Forest. Veio a calhar. Com destreza acadêmica, ele aprofunda meus conceitos. Ele escreve: "Estamos aniquilando a melancolia. Inventaram a ciência da felicidade. Livros de autoajuda, pílulas da alegria, tudo cria um ‘admirável mundo novo’ sem bodes, felicidade sem penas. Isso é perigoso, pois anula uma parte essencial da vida: a tristeza."

E continua: "Não sou contra a alegria em geral, claro... Nem romantizo a depressão clínica, que exige tratamento. Mas sinto que somos inebriados pela moda americana de felicidade. Podemos crer que estamos levando ótimas vidas livres, quando nos comportamos artificialmente como robôs, caindo no conto dos desgastados comportamentos ‘felizes’, nas convenções do contentamento. Enganados, perdemos o espantoso mistério do cosmo, sua treva luminosa, sua terrível beleza. O sonho americano de felicidade pode ser um pesadelo. O poeta John Keats morreu tuberculoso, em meio a brutais tragédias, mas nunca denunciou a vida. Transformou a desgraça em uma fonte vital de beleza. As coisas são belas porque morrem - ele clamava. A rosa de porcelana não é tão bela como aquela que desmaia e fenece."

Li também num texto de Adauto Novaes uma citação de Paul Valery: "O que seria de nós sem o socorro do que não existe? Se uma sociedade elimina tudo que é vago ou irracional para entregar-se ao mensurável e ao verificável, ela poderia sobreviver? (...) tudo o que sabemos e tudo que podemos hoje acabou por opor-se ao que somos. A ordem exige a ação de presença de coisas ausentes."

Ou seja - digo eu -, o que seria de nós sem as coisas vagas com que podemos sonhar?

A resposta a isso eu encontrei num texto de Vargas Llosa publicado no "El País": "Palavras como ‘espírito, ideais, prazer, amor, solidariedade, arte, criação, alma, transcendência’ significam ainda alguma coisa? (...) Antes, a razão de ser da cultura era dar resposta a esse tipo de perguntas, porém o que hoje entendemos por cultura está esvaziada por completo de semelhante responsabilidade. Hoje, o que chamamos de cultura é um mecanismo que nos permite ignorar assuntos problemáticos; é uma forma de diversão ligeira para o grande público esquecer-se do que é sério, como uma fileira de cocaína ou férias de irrealidade."

Aliás, esse é o grande sonho do mercado: a satisfação completa do freguês.

No entanto, a melancolia, a consciência do tempo finito, é o lugar de onde se contempla a beleza.

Há uma conexão entre tristeza, beleza e morte. Só o melancólico cria a arte e pode celebrar a experiência do transitório resplendor da vida. A melancolia, longe de ser uma doença, é quase um convite milagroso para transcender a banalidade cotidiana e imaginar inéditas possibilidades de existência. Sem a melancolia, a terra congelaria num estado fixo. Mas permitimos que a melancolia floresça no coração, o universo, antes inanimado, ganha vida, subitamente. Regras finitas dissolvem-se diante de infinitas possibilidades.

Mas, por que não aceitamos isso? Por que continuamos a desejar o inferno da satisfação total, a felicidade plena?

Por medo. Escondemo-nos atrás de sorrisos tensos porque temos medo de encarar a complexidade do mundo, seu mistério impreciso, suas terríveis belezas. Usamos uma máscara falsa, um disfarce para nos proteger desse abismo da existência. Mas esse abismo é nossa salvação.

A aceitação do incompleto é um chamado à vida. A fragmentação é liberdade.

É isso aí, bichos - como se dizia em tempos analógicos.

Por Arnaldo Jabor.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Ao pé da letra!


Muito se tem discutido sobre o "bater do martelo" pelo governo federal quanto ao valor do mínimo de R$ 545,00, que terminou sendo aprovado pela base governista, como já era esperado. Claro que a presidente Dilma Rousseff e os titulares da Previdência e da Fazenda sabem perfeitamente que com essa irrisória quantia oferecida ao trabalhador não tem condições, sequer, para uma familia se manter por 15 dias, quanto mais por um periodo maior, até que chegue o momento de receber novamente, tanto é assim que o próprio governo, de há muito, passou a ver uma familia através da chamada "renda familiar" e não mais, pelo salário do marido e pai, então chamado de provedor.
Antigamente, a renda do provedor era suficiente, pelo menos, para o básico de uma casa, como alimentação, gastos escolares, pagamento de água e luz, etc.. Para fazer frente ao conforto que a vida moderna oferece, a familia teve de buscar novos métodos, como mãe e filhos em atividade rentável, além é claro, de sentir que o mínimo não acompanhou a evolução do sistema e, ao longo do tempo ficou parado ou cresceu muito menos do que o necessário, promovendo o término da renda bem antes do final de cada periodo.
O governo sabe que o dinheiro papel é uma simples simbologia, pois tão logo recebido pelo trabalhador, como compensação do seu esforço, começa a retornar aos cofres do próprio governo, através dos impostos diretos e indiretos.
Porém o governo evita números maiores para não ter maiores gastos com beneficios e pensões aos aposentados. A categoria patronal, geralmente, paga mais do que o minimo ao empregado, porque sabe que essa quantia, ao final das contas, é investimento, e que logo retorna as gavetas dos supermercados, farmácias, sapatarias, empresas de transportes, etc.. Por isso mesmo, a culpa do mínimo ser sempre o menor possível sempre será do governo, que, quando na oposição, grita e experneia por um salário mais digno mas, ao assumir o poder, pucha o freio e luta por números menores, nivelando por baixo.
Dentro desse ângulo de visão, se poderia levar para o tão gaiato, embora trágico, ao afirmar que, na celeuma estabelecida na Câmara Federal, onde grupos se dividiram entre 600, 570, 560, 550 e 545 reais para o salário, Dilma, levando a palavra ao pé da letra, resolveu estabelecer entre esses numeros, o mínimo.


Fonte Agora.

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domingo, 20 de fevereiro de 2011

Voz de comando, adivinhe de quem?



A voz que indica os caminhos nos aparelhos de GPS, acessório cada vez mais presente nos automóveis, é predominantemente feminina. Quer dizer, há uma mulher dizendo a quem está ao volante para onde deve seguir.

Também é uma mulher que indica os voos de partida e chegada nos aeroportos e, nas lojas, chama pelos pais de uma criança perdida. Isto não é coincidência. Uma das razões para que seja assim passa pela suavidade – a tonalidade das mulheres é mais agradável. Outra, e talvez mais importante, é que fomos, desde a infância, acostumados a ser mandados por mulheres. E, pensando bem, vozes masculinas no GPS podem gerar muitos problemas.


Por exemplo, uma moça independente, solteiríssima, cabeça feita, senhora de si desde os bancos universitários coloca uma voz de homem no GPS do carro. Ele, imediatamente, começa a lhe dar vozes de comando: vire ali, volte acolá, apanhe o caminho da esquerda. No primeiro trajeto é divertido. No terceiro dia, tolerável. Porém, não dou duas semanas para ela trocar por uma voz de mulher só para livrar-se daquele homem insuportável que pensa que pode mandar nela só porque acha que conhece o caminho. Isso sem falar no caso de, acidentalmente, ocorrer alguma falha na indicação. Se for homem, para ela, além de inesquecível, isso será imperdoável, ainda mais se coincidir com a TPM.


Para quem considera meu exemplo tendencioso, vamos dar um giro de cento e oitenta graus na motorista: ela agora é uma mulher de seus trinta e poucos, casada, mãe em tempo integral e dona de casa. Quando o GPS homem passa a distribuir suas ordens, algo no subconsciente começa a perturbar – não basta o marido para decidir os rumos de suas despesas, agora vem outro homem para mandar nela dentro do carro. Pior mesmo só se ela chegar à conclusão de que está com dois homens lhe torrando a paciência, e sem nenhum para lhe pegar no colo, deitar-lhe no solo e lhe fazer mulher (é delicioso citar Wando).
Como é mais complicado trocar o marido, dará um jeito de alterar a voz do GPS.


Mas, digamos que o fabricante do GPS identifique no aparente autoritarismo chauvinista embutido no tom mais grave a raiz do problema, e resolva dotar o sistema com um locutor pleno de delicadeza, educação e tato. Algo que beire à afetação. Assim, seus comandos começariam com infalíveis pedidos de favor ou corretíssimas solicitações de licença. E sempre terminariam pontuados pela gratidão. Tipo: "Por obséquio, seria adequado dobrar à esquerda na próxima esquina. Muito obrigado." Ou: "Por favor, utilize se possível o próximo desvio para acessar a via lateral. Agradecido." Desastre. Para umas, estouraria a paciência pelo excesso de cerimônia. Outras considerariam, simplesmente, deboche.

Mas o GPS com voz masculina não é preterido apenas por mulheres. Lógico! Homem que é homem sabe o caminho melhor do que qualquer programador de meia tigela. E, por sua natureza competitiva, desacataria os comandos de outro homem só para provar que conhece uma rota alternativa mais curta, menos movimentada, duas vezes mais rápida. Melhor: deixaria o GPS desligado sempre que soubesse mais ou menos onde fica o endereço. Isto é, absolutamente o tempo inteiro. Ou alguém já viu um homem em sã consciência assumir que está perdido?
Quando o GPS com voz masculina ditar ordens em um carro com um casal, imagino que teremos briga na certa, conseqüência direta das reações naturais de macho alfa:

– Benhê, diminui a velocidade que ele disse para entrarmos na próxima avenida.

– Se acha que ele sabe mais, casa com ele, então...

Pois é... Por uma voz feminina, as mulheres compreendem as indicações de rota como sendo "dicas" da amiga eletrônica. E para os homens, são "pedidos" de uma mulher digital muito simpática que, inclusive, parece estar lhe dando mole. Logo, não custa atender. Tudo muito mais suave e palatável. Eu, pessoalmente, jamais ouvi um destes aparelhos com voz grossa.

Só para não perder a oportunidade, outra hipótese é ser o GPS com voz de mulher a mera confirmação da minha tese sobre as relações heterossexuais. Diz ela que o casamento é a união entre duas pessoas: uma é a que manda; a outra é o marido.


Por Rubem Penz.

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Escreva o livro da sua vida!



Viemos para este mundo como um livro aberto e cheio de páginas em branco. Um livro esperando para ser preenchido. Esse livro pode ser escrito com poesias, prosas, poemas, histórias, contos...
Ninguém irá preencher o livro de sua vida, apenas um escritor é permitido nesta obra. Apenas você pode ser o autor deste volume único.
Imagine alguém, daqui a alguns anos, lendo o livro da sua vida. Que história que você gostaria que estivesse nele? Como você gostaria que fosse retratado? Que mensagem gostaria de transmitir?

A vida sempre nos coloca em diversas situações em que temos que escolher e optar. Escolher por um emprego, um relacionamento, uma forma de pensamento, um caminho, valores. Todo o dia temos escolhas a fazer. Cada caminho tomado irá refletir em novas palavras, versos e linhas em nosso livro.

Ingressamos neste mundo como uma linda semente, cheia de potencialidades, uma semente pronta para ser germinada. Porém, esta semente só irá se transformar em uma bela flor e em uma abundante e exuberante árvore dependendo de nossas escolhas, dependendo de como utilizarmos as nossas potencialidades, de qual caneta optarmos para escrever a nossa história. Não termine a sua vida apenas como uma semente ou um livro em branco ou com poucas páginas escritas. Viva, lute, busque, construa, se transforme, mude, caia, levante, faça diferente.

Escreva um livro cheio de emoções, um livro que prenda a atenção, um livro encantador e que não dê vontade de parar de ler, um livro em que os únicos personagens que não podem faltar é a felicidade, o amor, a abundância, a plenitude e você!

Escreva um livro repleto de cores. Mesmo que algumas páginas tragam cores escuras de tristezas, decepções, medos, lutos, o importante é saber superá-las, transformá-las, é saber o momento em que a caneta branca da paz, rosa do amor, verde da esperança, vermelha da força e iniciativa, roxa da transmutação, azul da tranquilididade, amarela do fogo e vigor devem ser utilizadas.

Nunca se esqueça que no livro da sua vida o autor é VOCÊ!

Por Gisele Dieder.

Pense nisso e mãos a obra.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Um filme levanta a questão: além da vida e depois da morte?



O cineasta Clint Eastwood e o ator Matt Damon agora atuam em algo diverso. O filme "Além da Vida" envereda pelo enigmático tema da comunicação com espíritos desencarnados, através da mediunidade do personagem George Lonegan (Damon).

Quando criança, o personagem George enfrentou sérios problemas de saúde, sendo submetido a uma cirurgia na cabeça, na parte posterior, na proximidade do cerebelo. A ciência ainda não descobriu a real finalidade do cerebelo em seu trabalho conjunto com o cérebro, superdesenvolvido.

A função prioritária do cerebelo seria atuar como ligação com o mundo do espírito, captando as intuições, enquanto o cérebro anterior é o instrumento para atuação na matéria subordinada ao espaço e ao tempo. As duas partes tiveram desenvolvimento desigual, com o fortalecimento do cérebro e o enfraquecimento do cerebelo.

Com o passar do tempo, George percebeu que podia comunicar-se com pessoas falecidas, que, por alguma razão, ficaram presas à Terra, não conseguindo prosseguir sua jornada espiritual. Mas seu irmão queria tirar proveito e só pensava em como obter vantagens com a capacitação mediúnica de George, ganhando dinheiro com o desespero dos parentes dos falecidos, ansiosos por uma comunicação.

Outra personagem de grande desenvoltura no filme é a francesa Marie Lelay (Cecile de France), que, após passar por uma experiência traumática como vítima no tsunami que atingiu a Ásia em 2004, sentiu-se impulsionada para a pesquisa dos mistérios da vida e da morte, sendo por isso mal recebida pelos amigos e colegas, pois no mundo materialista em que vivemos não sobra espaço para indagações do tipo "quem somos nós? De onde viemos? Para onde vamos? O que nos aguarda após a morte?".

Ridicularizada, ela não desiste e dá prosseguimento às suas pesquisas, levando o público a transitar pelos obscuros caminhos da morte. No entanto, o filme falha no aprofundamento espiritualista. A obra quer penetrar nessa questão transcendental, mas não avança, deixando a dúvida pairar sobre a superfície. Os seres humanos pouca atenção têm dado ao imperativo "conhecer a si mesmo para entender a vida", sem perceber que, por isso, o viver vai se tornando austero e mecânico, e as pessoas meros bonecos sem alma.

Muitas pessoas, não suportando essa frieza brutal, se tornam dependentes de drogas, como a mãe dos gêmeos Marcus (George McLaren) e Jason (Frankie McLaren), outros dois personagens importantes do filme.

O fim romântico surpreende e agrada ao público, sempre esperançoso de que a vida nos conduza a um final feliz, mas se afasta um pouco da essência: o antes e o depois de nossa passagem pelo mundo material. No entanto, Eastwood tem na mão um atraente filão a explorar; além disso, tem capacidade e talento, além de estar na idade certa para procurar essas respostas e, como a personagem Marie, agir sem receios nem preconceitos.

O público merece uma continuação: George e Marie poderão prosseguir na saga, na busca do saber, na busca da luz da verdade sobre o enigma da vida humana e na descoberta da causa de tantos sofrimentos humanos, aparentemente inexplicáveis. Os materialistas, em oposição aos intuitivos, se prenderam ao espaço e ao tempo, mas, para alcançar o equilíbrio harmonioso, necessitamos do ser humano pleno e espiritualizado, capacitado a conectar naturalmente o mundo material ao espiritual, visando ao benefício de todos.


Por BENEDICTO ISMAEL CAMARGO DUTRA.

O que você acha disso? Acredita em vida após a morte? Comente aqui ou no dihitt.

Família, algo que está entrando em extinção?


Com passar dos anos o conceito de família mudou, anteriormente concebíamos por família, um grupo de pessoas unidas em torno de um casal, que tinha como missão a concepção de descendentes, que seriam criados dentro daquele núcleo, para que posteriormente viessem a criar o seu próprio núcleo familiar. Contudo essa constituição de família veio sofrendo mutações, principalmente no que diz respeito às ultimas décadas, e isso se deve muito a liberdade conquistada pela mulher, que deixou de se limitar a somente os serviços caseiros e entrou de vez no mercado de trabalho formal.

Não que a culpa desta mudança no contexto familiar seja culpa da mulher, muito pelo contrario, a mulher conquistou seu espaço e deve ser respeitada por isso. Porém ao partir para o mercado de trabalho, a mulher teve seu tempo limitado, e com assim passou a não tratar mais o casamento como prioridade, o que acarreta também em atraso na concepção de filhos, ou até desconsiderar a possibilidade de vir a ser mãe, e isso acontece por preocuparem-se primordialmente com sua estabilidade profissional e financeira, algo totalmente aceitável.

Outro ponto determinante na possível extinção da instituição família é banalização do divórcio, pois as pessoas casam-se quase sem se conhecer ou por uma gravidez acidental, não respeitam suas diferenças, passam a maior parte do convívio brigando e por fim acabam se separando. Algo que só não se torna tão traumático, se no período da união não houver a concepção de filhos, que aliás, são os que mais sofrem pelo fim de um relacionamento, que desestrutura todo o conceito de família, o que só contribui para que estas crianças ao crescerem, tornem-se adultos aversos ao casamento e por conseqüência, a constituição de família.

Existe ainda mais um ponto que contribuiu para a desestruturação do conceito tradicional de família, a tão famigerada produção independente, ou seja, um individuo quer ter um filho mais não quer assumir um compromisso duradouro, então contrata uma barriga de aluguel no caso dos homens, ou faz inseminação artificial no caso da mulher. Evidenciando mais uma vez que a ciência cria soluções para o bem da humanidade, e nós seres humanos utilizamos tais benefícios para fins destoantes do objetivo real.

Infelizmente, nossa geração está se especializando em destruir tradições, e está o fazendo usando como desculpa o mundo globalizado, a acessibilidade, os planos de carreira e por aí vai, enquanto os terapeutas ficam com os consultórios cada vez mais cheios de pessoas procurando soluções para seus vazios existenciais.

By: Rivaldo Yagi

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Essa tem coragem

TRISTE REALIDADE...



Uma análise da evolução da relação de conquista e do amor do homem para a mulher através das músicas que marcaram época.
Não é saudosismo, mas vejam como os quarentões, cinquentões tratavam seus amores.
É por isso que de vez em quando vemos garotas enroscadas no pescoço de um quarentão, cinquentão...


Década de 30:
Ele, de terno cinza e chapéu panamá, em frente à vila onde ela mora, canta:
"Tu és, divina e graciosa, estátua majestosa! Do amor por Deus esculturada.
És formada com o ardor da alma da mais linda flor,
de mais ativo olor, na vida é a preferida pelo beija-flor...."

Década de 40:
Ele ajeita seu relógio Pateck Philip na algibeira, escreve para Rádio Nacional e,
manda oferecer a ela uma linda música:
"A deusa da minha rua, tem os olhos onde a lua,costuma se embriagar. Nos seus olhos eu suponho,
que o sol num dourado sonho, vai claridade buscar"

Década de 50:
Ele pede ao cantor da boate que ofereça a ela a interpretação de uma bela bossa:
Uma canção pelo ar
Uma mulher a cantar
Uma cidade a cantar
A sorrir, a cantar, a pedir
A beleza de amar
Como a flor,
Como o sol, como a luz
Amar sem mentir,
Nem sofrer
Existiria a verdade
Verdade que ninguem vê
Se todos fossem no mundo iguais a você

Década de 60:
Ele aparece na casa dela com um compacto simples embaixo do braço,
ajeita a calça Lee e coloca na vitrola uma música papo firme:
" Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça.
É ela a menina que vem e que passa, no doce balanço a caminho do mar.
Moça do corpo dourado, do sol de Ipanema. O teu balançado é mais que um poema.
É a coisa mais linda que eu já vi passar."
OU ENTÃO...

"Nem mesmo o céu, nem as estrelas, nem mesmo o mar e o infinito não é maior que o meu amor, nem
mais bonito. Me desespero a procurar alguma forma de lhe falar, como é grande o meu amor por você...."

Década de 70:
Ele chega em seu fusca, com roda tala larga, sacode o cabelão,
abre porta pra mina entrar e bota uma melô jóia no toca-fitas:
"Foi assim, como ver o mar, a primeira vez que os meus olhos se viram no teu olhar....
Quando eu mergulhei no azul do mar, sabia que era amor e vinha pra ficar...."

Década de 80:
Ele telefona pra ela e deixa rolar um:
"Fonte de mel, nos olhos de gueixa, Kabuki, máscara. Choque entre o azul e o cacho de acácias,
luz das acácias, você é mãe do sol. Linda...."

Década de 90:
Ele liga pra ela e deixa gravada uma música na secretária eletrônica:
"Bem que se quis, depois de tudo ainda ser feliz. Mas já não há caminhos pra voltar.
E o que é que a vida fez da nossa vida? O que é que a gente não faz por amor?"

Em 2001:
Ele captura na internet um batidão legal e manda pra ela, por e-mail:
"Tchutchuca! Vem aqui com o teu Tigrão. Vou te jogar na cama e te dar muita pressão!
Eu vou passar cerol na mão, vou sim, vou sim! Eu vou te cortar na mão!
Vou sim, vou sim! Vou aparar pela rabiola! Vou sim, vou sim"!

Em 2002:
Ele manda um e-mail oferecendo uma música:
"Só as cachorras! Hu Hu Hu Hu Hu!
As preparadas! Hu Hu Hu Hu!
As poposudas! Hu Hu Hu Hu Hu!"

Em 2003:
Ele oferece uma música no baile:
"Pocotó pocotó pocotó...minha éguinha pocotó!

Em 2004:
Ele a chama p/ dançar no meio da pista:
"Ah! Que isso? Elas estão descontroladas! Ah! Que isso? Elas Estão descontroladas!
Ela sobe, ela desce, ela da uma rodada, elas estão descontroladas!"

Em 2005:
Ele resolve mandar um convite para ela, através da rádio:
"Hoje é festa lá no meu apê, pode aparecer, vai rolar bunda lele!"

Em 2006:
Ele a convida para curtir um baile ao som da música mais pedida e tocada no país:
"Tô ficando atoladinha, tô ficando atoladinha, tô ficando atoladinha!!!
Calma, calma foguetinha!!! Piriri Piriri Piriri, alguém ligou p/ mim!"

Em 2010:
Ele encosta com seu carro com o porta-malas cheio de som e no máximo volume:
" Chapeuzinho pra onde você vai, diz aí menina que eu vou atrás.
Pra que você quer saber?
Eu sou o lobo mau, au, au
Eu sou o lobo mau, au, au
E o que você vai fazer?
Vou te comer, vou te comer, vou te comer,
Vou te comer, vou te comer, vou te comer,
Vou te comer, vou te comer, vou te comer"


EXISTE VIDA MELHOR?

FALA-SE EM EVOLUÇÃO, 3º MILÊNIO E POR AÍ AFORA. SERÁ QUE EVOLUIMOS MESMO?
O AMOR NÃO ESTÁ MAIS PRESENTE NAS CANÇÕES, AS BALAS ESTÃO PERDIDAS ACHANDO PESSOAS, A CONFIANÇA ENTRE OS SERES NÃO EXISTE MAIS.
PAI MATA FILHO, FILHO MATA PAI.
CRIANÇAS E ADOLESCENTES ESTÃO ENGRAVIDADANDO SEM CONTROLE E SEM CONDIÇÕES DE CRIAR OS FILHOS, PERDENDO A BELEZA DA INFANCIA E DA JUVENTUDE.
O QUE ESTÁ ACONTECENDO
JÁ SE PERGUNTOU?
ONDE FOI QUE NÓS ERRAMOS?
SERÁ QUE AINDA É POSSÍVEL PIORAR?
MAS SERÁ QUE É POSSÍVEL MELHORAR?
SIM, EXISTEM RESPOSTAS:

por CESAR PINHO.

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sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Viagem pelo mundo do jornalismo


“Você deve ler incessantemente”. Ao ler esse trecho em um manual de jornalismo, fiquei como doido fuçando nas bibliotecas das escolas, abrindo e fechando livros, lendo capas, orelhas e contracapas. O texto dizia que eu só seria um bom jornalista se tivesse o hábito da leitura.
Pronto! Ler um livro atrás do outro foi à primeira mudança no meu dia a dia após conhecer o jornalismo. Saber contar histórias de forma única e interessante se tornou um dos meus objetivos mais tentáveis.
Li livros como: Anjo Pornográfico, Memórias de um Repórter, Pixote, Meu Guri, Memórias de um Botocudo, esses são títulos de exemplos de leituras que levaram-me ao mundo desconhecido, que passei a viver a cada página lida.
Descobri que não basta apenas querer ser um bom comunicador. Estudar é a maior tarefa. Prestar bastante atenção nas aulas, já que esse é um ano muito apreensivo e especial, para jovens que assim como eu, querem ingressar em uma universidade pública.
Ter objetivos ajuda muito a chegarmos onde queremos. Observo que alguns estudantes delegam ao tempo a responsabilidade de escolher o curso que farão na universidade. Acabam por escolher errado e frustrar-se no futuro. Pois não tiveram tempo de ir atrás e conhecer a profissão que exercerão.
Escolhi ser jornalista há três anos. Desde então passei a vasculhar em sites, livros, profissionais da área. Constatei que alguns jornalistas cometeram um erro desolador ao escolher essa profissão. Vivem reclamando: “Não dá dinheiro”, num sei o que, blá, blá, blá.
Seria muita ingenuidade da minha parte se afirmasse que o dinheiro não tem importância. Portanto, antes de pensarmos em dinheiro, devemos ter o prazer em fazermos o que escolhemos. Sendo assim, engajaremos e mostraremos competência logo, e logo a sonhada remuneração chegará.
A leitura transforma todos que nela se aventuram. Os livros que li nesses três anos transformaram meu modo de enxergar o mundo. Mudei completamente meu discurso diante de assuntos discorridos pela imprensa, narrados pelos âncoras, e comentados pelos grandes articulistas.


Por Yago Sales.

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quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

O politicamente correto e a resignificação da política



Um dos termos mais usuais e deploráveis que se forja no mundo da política é o comportamento politicamente correto. Esta expressão denota a idéia de um político concordante com tudo, omitindo-se do que for polêmico. Sorrisos e mais sorrisos. Tapinhas nas costas. Torcida por todos os times. Simpatia ao extremo. O monossílabo mais usado é o “sim”, sem contar as promessas nos períodos eleitorais.
Talvez este seja o estereótipo do político tradicional. Aquela figura encantadora, carismática e cativadora, cuja postura e palavras carregam e envolvem a todos, independentemente do seu passado e da sua coerência. Um estereótipo ultrapassado. Pelo menos se espera que assim seja.

Max Webber analisou os tipos de dominação e liderança, lembrando que toda a relação humana reflete alguma relação de poder, logo, de dominação. O líder tradicional está alicerçado na tradição e na história pessoal junto ao grupo; o líder racional está fundamentado na convicção do que é melhor para o grupo social; o líder carismático, por sua vez, denota características imanentes da pessoa, algo impenetrável e difícil de ser compreendido racionalmente, mas que o faz líder.
Felizmente, a dominação tradicional cada vez mais é uma raridade, encontrada, excepcionalmente, em alguns pontos isolados do globo.

É o caso da sharia islâmica em localidades do Paquistão e do Afeganistão. Nas democracias atuais, a liderança racional cada vez mais se impõe, fruto do amadurecimento do debate político, calcado em idéias e propostas. Entretanto, as lideranças carismáticas continuam a ameaçar!
Os desafios da complexa sociedade do séc. XXI requer muito mais do que carisma, sorrisos, promessas e tapas nas costas. Requer preparo, conhecimento, coerência, postura ética e transparência. Entretanto, para que se reconheçam estas e outras qualidades é fundamental que o político possua autenticidade. Mais do que isso, é crucial que a sociedade exija este tipo de comportamento dos seus homens públicos. Deve-se perder o medo de criticar e indagar os que possuem ou postulam funções públicas.

A política não é uma passarela, nas quais os candidatos devem ser escolhidos pela simpatia, beleza ou pelo número de promessas (exeqüíveis ou não). Trata-se de uma espacialidade pública, onde o embate de idéias deve ser o balizador das escolhas da população. Idéias que devem se despir, permitindo que se adentre no âmago das convicções individuais e na análise concreta do que é factível nas propostas eleitorais.
É preciso uma resignificação da própria política. Das campanhas forjadas por maketólogos rotuladoras dos concorrentes para campanhas alicerçadas no conteúdo e nos planos de ações dos candidatos. Da busca do alimento de sonhos através de promessas para análise de programas e ações que possam mudar efetivamente a sociedade em razão da sua factibilidade. Da postura politicamente correta para a necessária autenticidade de postura, pensamentos e convicções.

Das eventuais lideranças carismáticas para as necessárias lideranças racionais, construídas no clamor dos debates públicos. De uma postura passiva dos cidadãos para uma pró-atividade desveladora de cada postulante a um cargo público eletivo. É o bastante.

Por Giovani Corralo.

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